Capítulo 33
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Este capítulo é dedicado a uma pessoa importante nesta minha vida de escritora.
ap__marques este é para si. Mesmo que não esteja a acompanhar esta fic. Este seria o encontro que eu amaria ter num aeroporto. Fosse aí no Brasil ou aqui em Portugal.
Dar-lhe um abraço finalmente.
Parabéns Rainha.🎂🎂🎂🎂
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- Sogro, o pode ter muitos defeitos, mas nunca iria fazer nada contra uma mulher.
- Eu sei lá...o teu primo que eu saiba já teve preso quando era mais novo.
- Para ajudar um amigo. Ele sempre foi inocente.
- PAREM. OS DOIS. -grito, para os dois homens a fazerem-se de galos.- O Simão tem razão pai, o Diogo ama a Nena, ele nunca faria nada contra ela. Aliás aquele homem morreria por ela.
- Filha, diz-me que ela está bem, por favor...
- Sim, mãe...fisicamente ela está bem. Mas...
Pov Leonor (Prima Madalena)
- Sim, mãe...fisicamente ela está bem. Mas, a nível psicológico o que lhe aconteceu fê-la entrar numa depressão.
- Depressão!? Como assim, o meu primo disse-te alguma coisa?
- Do que ele me disse o...
- O animal!?
- Pai. Mas, sim o "animal" não chegou a "tocar-lhe". Ele tentou, porém graças a Deus o pai do Diogo chegou a tempo e evitou algo pior.
- O meu tio!? O meu tio como o herói!? Essa eu tinha gostado de ver...
- Simão.- olhei para o meu marido com um olhar que sei que ele reconhece, que não devia ter dito o que disse...- Continuando, o "animal", como diz o meu pai, como percebeu a chegada do pai do Diogo, acabou por apenas bater à Madalena, o suficiente para ela desmaiar. Dessa forma deu tempo para fugir.
- Mas se ele fugiu, não sabem quem bateu à tua prima?
- Felizmente mãe, a Madalena conhecia bem a peça. E foi por isso que ele tentou...sufocar a Madalena...
- O QUÊ? ESTÀS A DIZER QUE ESSSE DOIDO, ESSE ANIMAL...TENTOU MATAR A TUA PRIMA.
- Baixa o tom, olha os miúdos. E sim, mas ele foi descoberto, eles tinham colocado um enfermeira a tempo integral com a Madalena, e a enfermeira reconheceu-o também. Ele acabou por dar uma pancada e ela desmaiou, foi até à Madalena e acabou por tentar asfixia-la. Como ela estava ligada à maquina aquilo apitou tudo e ele fugiu.
- Mas e a tua prima, ela ficou bem? Ela...
- Sim, conseguiram estabilizar a respiração. Ela acordou no dia seguinte, bem como devem calcular foi complicado. Ao fim de uma semana voltou para casa. Não conseguia ter contacto com ninguém...nem como os meninos.
- Ela deixou de conseguir abraçar os filhos? Meu Deus, quando é que esta menina deixa de sofrer...- diz a minha mãe já a chorar...
- Eu não sei mãe. A questão é que o Diogo pediu que nós fossemos ter com eles. Ele acha que vocês vão conseguir ajudá-la. Tirá-la daquele estado de letargia em que ela está. Então: pai e Simão, tratem de levar o que precisarem para ajudar o advogado deles lá. Mãe, nós vamos comprar as passagens de avião, se houver hoje ainda melhor e depois fazer as malas para nós cinco, e uma para os meninos irem para os avós.
- Bom, por mim tudo bem...mas o que raio é que eu digo aos teus tios? Eu não posso simplesmente decidir viajar e não lhes dizer.
- Bem inventa, eu disse à Tia Luísa que ia festejar os anos do Simão com uma viagem.
- Amor, eu só faço anos daqui a um mês.
- Eu sei, prometo que te recompenso...desculpa não consegui encontrar outra desculpa.
- Bem, eu já tenho o que dizer na empresa: a doida da minha mulher arranjou-me uma viagem para comemorar os meus anos que são daqui a 30 dias...
- Se não precisasse de ti como advogado, neste momento diria que ficavas cá.
- Ainda bem que precisas...Amo-te amor.- e vem abraçar-me e tentar desculpar-se, mas como eu sou má, faço-me de difícil e nem correspondo ao abraço.- E obrigado pela viagem, mesmo sendo a "trabalho".
Os meus pais apenas nos olhavam abraçados e a minha pequenita olhava para nós da sua cadeirinha. Depois de todos sabermos o que fazer eu e a minha mãe fomos tratar primeiro do voo. Conseguimos um para amanhã por volta das 10h00 o que era bom, porque tínhamos mais que tempo para acabar as malas de manhã e sair.
Entretanto falei também com os meus sogros e combinei que iria a casa fazer as malas dos meninos e que depois de jantar os iria deixar lá a casa. Tentaram que deixasse a Mariana, mas ela é ainda pequena, ainda mama apesar de poder beber pelo biberão. Porém prefiro levá-la, e quem sabe ela consegue animar um pouco a Madalena. Mandei mensagem ao Diogo, avisando que iríamos, eu, o Simão, os meus pais e a Mariana, amanhã no voo das 10h00, e mandei o numero do voo. Passado uns segundos tive resposta avisando que ele estaria no aeroporto para nos ir buscar.
O meu pai e o Simão, já tinha também eles preparado as pastas e os computadores para levarem e tentarem ajudar o advogado da Madalena. Inclusive já tinham falado com os meus tios e ambos disseram que eu tinha inventado uma viagem para festejar os anos do Simão.
- E!? Eles acreditaram?
- Se eles acreditaram que eu fazia anos este fim de semana? Não, claro que não, eles sabem que só faço daqui a um mês, mas o teu pai, atenção não fui eu, foi o teu pai que disse que tu te tinhas trocado com as datas e que agora era impossível alterar na agência.
- Ok. Eu disse quase o mesmo à Tia Luísa, só não disse que tinha sido eu a baralhar as datas, disse que tinha sido a agência...mas, enfim nada de muito grave.
- eu disse-te que ela não ia ficar chateada. o teu esposo estava com medo que te zangasses conosco.
- Conosco, não. Consigo, mas deve ser porque o Luís é pai, então ela não se zanga.
- A minha filha ama-me...por isso nunca se zangaria comigo.
- Pois eu sei em primeira mão que a sua filha me ama mais a mim...
- Isso é que era lindo...eu sou o pai...
- E eu sou o marido. Toda a gente sabe que as mulheres amam mais os maridos do que os pais.
- Uma filha ama muito mais os pais...
- Meu Deus. Eu não sei quem é mais criança, se tu Mariana...- digo olhando a minha pequena ao meu colo...- se o teu pai e o teu avô a disputar o meu amor. Querem saber uma coisa: eu sou filha, esposa e mãe. E é obvio que o meu amor maior são os meus filhos. E agora Sr. Simão, vais por favor vamos a casa fazer as nossas malas, porque vamos passar a noite aqui em casa para facilitar as coisas amanhã.
E assim ele fez. Deixei a minha mãe com a Mariana, e o meu pai com os dois mais novos. Os meus irmãos mais novos iam ficar com o meu irmão e a esposa. Eles moravam relativamente perto da casa dos meus pais e seria fácil os meninos virem buscar alguma coisa se precisassem.
Na manhã seguinte, acordamos todos bem cedo. Ainda teríamos que deixar os gémeos em casa da minha sogra e os meus irmãos em casa do meu irmão Martim. O voo em si foi rápido, e a Mariana esteve a dormir o tempo todo, o que deu algum tempo para falar com o meu pai.
- Afinal em que processo que a tua prima está envolvida?
- Pelo pouco que o Diogo me explicou, o tipo que lhe fez mal era colega de curso. Um filhinho do papá, que não tem jeito nenhum para a profissão. que foi para Medicina porque o pai é médico e accionista do hospital.
- Ou seja, filhinho de papá com costas quentes...
- Exacto. Em relação ao processo de agressão e tentativa de "homicídio", o advogado deles acha que não vai dar em nada. Eles têm dinheiro, e infelizmente são bem influentes.
- O quê? Mas que raio de advogado é que eles contrataram?
- Calma. Foi a Madalena que pediu para esquecer toda essa parte do processo. Em troca eles permitiam que ela saísse de Espanha com o Diploma e um certificado de equivalência. ela quer sair de Espanha...
- Mas isso é um direito que ela tem, claro que não pode ter nota de internato, e vai ter que repetir, mas...
- O problema é que eles estão a dificultar. Dizem que ela prejudicou o nome do hospital, e que por isso não terá direito a nada.
- O QUÊ?
- Pai...estamos num avião, vê se te acalmas.- o meu pai suspira de forma a conseguir acalmar-se. E é nestas pequenas coisas que percebo o quanto eu sou parecida com ele.
- Ou seja, de forma a não perder anos de trabalho e estudo, ela está a tentar um acordo?
- Essa será a intenção. Mas o hospital está a tentar dificultar as coisas.
- Quando chegarmos, depois de ver a tua prima, vou começar a analisar o processo. Só não sei se...
- Não sabes o quê?
- Talvez o teu Tio Pedro...
- Não pai. Tu prometeste. Lembra-te que a última vez não deu certo...pai, nós ficámos cinco anos sem saber da Nena. Se fizeres isso, eu não te vou perdoar.
- Eu sei, eu sei que magoei a tua prima, mesmo que a minha intenção fosse ajudar. Mas Leonor, estamos a falar de tentativa de estupro e de homicídio. A tua prima podia não estar...
- Mas ela está...
- Mas podia não estar. E mesmo ele errando, o Pedro é pai dela. E eu sinto-me mal em estar a esconder tudo o que se está a passar na vida da Madalena.
- Foi o Tio Pedro que fez essa escolha. Pai, o Diogo ama a Madalena, ele nunca lhe faria mal, nunca a magoaria. E se não fosse o Tio Pedro e o pai dele, a Madalena podia estar hoje a viver em Lisboa, ou mesmo em Coimbra, com a família dela. Com o Diogo, com a Luz e quem sabe com um Lucas...
- A tua filha tem razão Luís. Eu percebo como te sentes, afinal o Pedro foi o primeiro e único amor da vida da minha irmã. Eu aprendi o que era o amor com eles. Sempre sonhei com o mesmo amor para mim. Mas neste momento, temos que ser um pouco egoístas.
- Egoístas? Como assim?
- Quando a Maria morreu, o Sr. Carlos mudou o Pedro de hospital, levou-o para Coimbra, e depois alegando que os meninos tinham que ficar perto do pai, levou-os também para lá. Ele tirou-nos toda a possibilidade de os ver crescer, de estar ao seu lado depois de perderem a mãe, que era minha irmã.
- Marta...
- Eu e os meus pais, perdemos não só a minha irmã, perdemos os meninos. Perdemos sobrinhos e netos. Foi-nos arrancado tudo de uma vez. Então desta vez, eu vou ser egoísta sim. Desta vez vou ser eu a "roubar" um pouco da minha irmã ao Pedro. Se a Madalena assim o quiser, o Pedro nunca saberá que ela está conosco.
- Tens a certeza disso? O Pedro pode...
- O Pedro não pode nada. A Madalena é maior e vacinada. Ela é uma mulher, ela é mãe. O Pedro já não pode nada.
- Ok. Como eu costumo dizer: "Numa democracia, quem manda são as mulheres."
E caímos numa gargalhada. Quando finalmente ficámos em silêncio, fiquei a pensar. A minha mãe tinha razão no que disse. Nós perdemos muito mais do que só a Tia Maria. Perdemos os meus primos. Sei que a desculpa não era só porque o meu tio fora transferido de hospital, havia o Ricardo.
O Ricardo. O rapaz que destruiu a nossa família. Se o culpava? Podem ter a certeza que sim. Ele provocou toda aquela situação. Nunca gostei dele, e já tinha avisado à minha prima. Mas a Nena estava apaixonada, e não havia nada que eu pudesse fazer.
Uma semana antes da agressão, tivemos uma noite de pijama, algo muito normal fazermos. Éramos quase irmãs, de mães diferentes. Nessa noite, em especial, eu percebi que ela estava diferente. Alguma coisa tinha acontecido, ela que não parava de falar do rapaz maravilhoso e atencioso que o Ricardo era, simplesmente deixou de falar dele, o rapaz dos sonhos deixou de ser algo importante. Respondia-me às minhas perguntas sobre ele com um "Sim" ou um "Não".
Hoje, sei que foi nesta altura em que ela conheceu o Diogo. Foi o tal "amor à primeira vista", simplesmente se apaixonou pelo Diogo no primeiro olhar que trocaram. E apesar da diferença de idades, eles formavam um casal lindo. Já para não falar que o Diogo nada tem a ver com o Ricardo. São completamente o inverso da moeda. E apesar de tudo o que ela possa estar a passar, estou feliz por a minha prima ter alguém como o Diogo ao seu lado.
Ao fim de duas horas de voo, finalmente chegámos. Depois de recolher as nossas malas, caminhamos pelas portas que nos dariam acesso ao terminal de chegadas onde o meu "primo" nos esperava. Saímos por aquelas portas meio espelhadas, e logo consegui vê-lo. Olhei ara os meus pais, apontei para ele, e seguimos até lá.
- Obrigada por vires.- diz-me ele ao me abraçar.
- Como é que ela está?
- Hoje está a ser um dia bom.- diz-me e quebramos o abraço...- A minha mãe mandou-me mensagem, conseguiu que ela fosse até ao jardim por uns dez minutos quando acordou. Até tomou o pequeno almoço com os meninos.
vV- Que bom, então já a vou ver fora do quarto?
- Infelizmente não. Ela voltou para o quarto logo a seguir.- e de novo uma cara triste e preocupada o atinge.- E esta princesa? Cada vez mais parecida com a mãe...
- Graças a Deus. Porque para dizer a verdade a mãe é muito mais bonita...
- Simão. Que bom que vieste...o Lucas vai adorar ver o Ti Mão.
- Só espero que a minha nova prima não me chame de "Timão".
- Diogo, querido. Ela...ela...- a minha mãe logo consegue interromper a conversa dos teus primos, ela esteve o voo todo ansiosa e a chorar agarrada ao meu pai. Até que finalmente conseguiu adormecer.
- Não sei o que a Leonor vos contou, mas o problema da Madalena é mesmo a parte mental. Ela está bastante fragilizada.
- E Fisicamente? Ele...não lhe fez nada?- pergunta a minha mãe
- Ela está bem. Claro que teve a sua dose de hematomas, mas já praticamente desapareceram. Ah, este é o meu pai...
- Pelo que sei devemos-lhe um agradecimento. Se não tivesse chegado na hora certa...nem sei o que poderia ter acontecido...- diz o meu pai.
- Nada de agradecimentos, afinal a Madalena é a mãe da minha neta, aliás dos meus netos. O Lucas já a adoptou como mãe.
- Vamos, sei que devem estar ansiosos?
- Sim vamos...- digo.
E saímos do aeroporto, rumo à casa onde a Madalena morava agora. Se eu estava nervosa? Não, talvez ansiosa. Foram cinco anos sem saber da minha prima. Cinco longos anos...
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