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Round 29

Dias após a luta, por alguma ironia do destino, me encontrava no salão de dança da terceira idade. Não partilhava bom gosto desse sentimento, mas era como se Copacabana houvesse me adotado como filho. Um filho bastardo. Ovelha negra. Copulado com uma doméstica para alívio do prazer de um burguês. Mas um filho. Não haveria pessoas que levariam um tiro por mim ali, mas pelo menos iriam ao meu enterro.

As senhoras continuavam a dançar junto aos senhores. Enquanto eu me fazia par de Juliana. Nós não tínhamos parado para um descanso, e isso fazia trinta minutos. Nossos passos harmonizados faziam menção a nossa intimidade. Construída num relâmpago, mas apenas dança. Não havia o fogo acrescido que os outros idosos conseguiam dispor. Meus pés mostravam técnica, mas não amor.

— Como você consegue aguentar tanto tempo, dona Juliana? — Não vou mentir, estava esbaforido.

— Olha querido, quando se tem um jovem para dançar, não se pode desperdiçar tempo de descanso. — Juliana riu de mim, sem perder o compasso. — Ela devia ser uma moça carismática quando mais nova.

A banda deu as últimas batidas de jazz dos anos 80, e terminaram a música. Aplaudimos. Nós que dançávamos agradecemos a arte, e fomos nos sentar. Os cantores e instrumentistas pediram quinze minutos para repousarem. Fomos até a mesa. Admito que devia estar mais cansado que os idosos. — Nunca mais tirarei sarro de um dançarino. — Juliana fez menção a um garçom, que trouxe até nós dois copos de suco e alguns salgadinhos. — Tinha de me controlar, mas queria devorar todos.

— Você é aqui da terra?

— Como assim?

— Seu nome. Matheus. Presente de Deus. Custo não pensar que é um anjo em minha vida. — Juliana riu um pouco do meu constrangimento. — A briga que meu filho e neto tiveram da última vez, foi a última pela eternidade.

— Eles se resolveram?

— Meu filho foi descobrir que o... Diablito. — Ela riu do apelido do neto. — Bateu no professor para defender sua colega de sala de um abuso. — Tomou o suco, para lubrificar a garganta. — Jubilado havia o ensinado sobre educação sexual. Sempre teve medo de acontecer ao Diablito.

— Acho que ele ficou feliz em entender o motivo da briga.

— O meu neto agora é herói na escolinha dele. Agora que estão bem, eu estou em paz.

No momento final da frase eu me deliciava com o suco, mas tomei um desespero pela entonação. Engasguei-me enquanto tentava falar, aflito. — Você não vai morrer senhora Juliana!

— Morrer? — Ela ironizou meu medo. — Garoto eu vou viver até os cem anos. Mas precisava te agradecer, por ter nos dado esse presente.

— Juliana... A senhora não precisa...

— Garoto, você não tem uma luta daqui à alguns dias? — Me alertou.

Era verdade. Olhei as horas em meu celular e percebi que havia me esquecido do treino. Dei um beijo na testa de Juliana e peguei alguns salgadinhos enquanto corria para fora do salão. Precisava pegar um ônibus. Ele apareceu rápido, mas do outro lado. — Vou cortar toda a minha bagunça do atraso.

Quando cheguei à academia, tive de encarar alguns rostos desgostosos. Yasmin não estava lá. Mas El Jubilado me aguardava para treinar no ringue. E Zeca já havia destrinchado uma folha para me falar dos últimos preparos para a semifinal.

— Ninõ, está rezagado. — O veterano me puniu em palavras.

— Precisamos tomar seriedade na sua semifinal, garoto. — Soluço.

Assenti sem proferir uma única palavra de desculpa. Fui direto para o quarto do Zeca, e me troquei em meio a algumas garrafas de vidro vazias. Apenas faltava pôr as luvas. Quando retornei, subi no ringue. Estava feliz por saber do veterano e o filho, mas não era o momento para fugir para outro assunto.

— Vamos continuar o treino de contra-ataque. — O soluço deu zumbido em meu ouvido. — Olha aqui — Ele subiu na parte externa do ringue, e me mostrou o papel preenchido. — Você chegou tarde no dia, mas pude assistir diversos rounds do garoto platinado.

Espantei-me. O olhei de boca aberta após ler a terceira linha de garranchos. — Velho, eu estou assustado porque não dá para ler nada! Melhora essa caligrafia!

Zeca quase me tapeou na nuca, mas controlou a respiração e a mão tremula. Talvez não fosse o melhor momento para tirar sarro, porém não pude deixar escapar. — Ele se teletransporta, garoto! — Ele arrotou no meu rosto. De proposito.

Saber a magia dele tornou-se um problema. Tão grande, e angustiante, que o bafo de Zeca sumiu mais rápido que de costume. Tomei o papel da mão dele e aproximei ao rosto. Forçava os olhos, todavia, repetia a leitura de algumas palavras. Comecei a me acostumar com os garranchos. Dava para sentir o medo passado pela preocupação do treinador na escrita oscilante.

— Ele não tem limites para usar a magia? — Encarei o bêbado.

— O vi lutar contra Yasmin. Nesse tempo não diminuiu o ritmo um único segundo. — Me alertou, e por fim soluçou. — Há uma abertura na luta dele, e temos trabalhado nela há algum tempo.

— Os contragolpes?

Ele assentiu.

— Magia poderosa ou não, ainda é humano. — Pôs a mão na boca — Por isso o veterano é a melhor dupla para treinar.

Claro... Não havia coisa mais complexa do que bater em alguém que não irá te errar. — Para ser sincero, que magia desbalanceada a dele. — Zeca me colocou as luvas e pediu para que lutássemos. Assim iniciamos. Tentei se agressivo, mas Jubilado quando estava repousado era uma máquina de surra. Usei o direto logo de cara, mas ele desviou. Saltou com o corpo para a esquerda, e me retribuiu um cruzado de direita no estômago, e outro na cara.

— A guarda! Levanta essa guarda!

Outro cruzado, de esquerda. Vinha como um foguete em encontro a minha costela. Agachei o tronco e senti no braço a bala de canhão que ele chamava de soco. Era um treino, mas a luta parecia tão séria que me senti tão sufocado quanto o dia em que o encarei na Cinelândia.

O pior. Se eu não fosse capaz de estar em pé de igualdade contra El Jubilado ali, talvez tivesse que me preparar para o resultado contra Henrique.    

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