III - Apocalipse
Realmente somos gêmeos idênticos, nos distinguindo apenas pelo estilo do cabelo e pela personalidade. O Jun e eu nos diferenciando em muitos traços de nossas personalidades, embora fisicamente sejamos meio que fotocópias um do outro.
Ele com seus cabelos brancos, músculos um pouco definidos e estatura acima da média - evidentemente como eu também estou.
— O que veio fazer aqui? — eu pergunto.
— Pensei que pudesse pedir o Lucifer pra mandar um recadinho para o papai, e acabei descobrindo que você é sócio dele. — diz o Jun.
— Eu não sou mais. Nem piso nessa boate. — eu respondo, tentando dar satisfação.
— Mentiroso do caralho. — Jun altera o temperamento do nada, tocando meus ombros. — Tá fazendo o quê aqui então? Você é sócio do cara e nem pediu pra libertar nosso pai.
Eu empurro ele e digo:
— O Lucifer não faz nada de graça, seu imbecil. Acha que não pedi? — eu limpo a mão dele do meu ombro, dizendo — Eu não faço mais parte dessa corja de hedonistas!
— Ora, ora, meninas. Que show de horrores. Nunca vi duas irmãs brigando num lugar tão divertido. Por que não param com essa putaria e vão curtir uma música hit da atualidade que estourou mesmo que no fundo seja uma merda mas todo mundo ouve só porque está na moda? — diz Lucifer Morningstar, chegando bem na hora, batendo palmas e dando aquele sorrisinho sarcástico de sempre.
Jun se exalta e tenta intimidar o Lucifer. Ele se aproxima e diz, com sorrisinho de canto e sendo receptivo com os braços:
— Eu estava te procurando.
Lucifer deixa seus olhos vermelhos, fazendo esvair sua essência meio demoníaca de anjo caído. É tão intenso que Jun até se assusta. Afinal, ninguém vê beleza nisso. Quem vê beleza no demônio?
A bargirl não entende nada do que está acontecendo.
Essa discussão não me interessa.
Começo a caminhar rumo à saída. Fico parado lado a lado do Lucifer para dar um recadinho de leve:
— Eu entendi como as coisas são agora, Lucifer. — depois caminho pra saída.
Lucifer faz uma risadinha clássica e parece admitir que estava errado sobre mim.
...
11 de Dezembro de 2012
PRAÇA
Agora são cerca de 08:00 horas da manhã. Acabei de fazer uma caminhada ouvindo um clássico dos anos 90's e sorrindo feito bobo para as mulheres lindas passando.
Mais tarde, decidi voltar ao ponto principal da Praça e sentar no banco. E novamente estou aqui, sentado, dessa vez sem fumar o charuto, enquanto leio um livro de literatura francesa da edição mais sofisticada.
Sinto a presença de mais alguém, que não por coincidência, se encontra comigo novamente.
— Bom dia, Amenadiel. — eu digo.
Consigo sentir a chegada deles bem na hora.
— Eu trouxe alguém que você gostaria de ver. — diz Amenadiel, que fica parado na minha frente.
Em poucos segundos, alguém se teletransporta para o banco ao meu lado.
— Filho...
Eu olho para o lado...
É minha mãe... Ara.
...
...
Nós nos abraçamos, sendo pela primeira vez em muitos anos um abraço sincero e com sentimentos.
— Demorou pra você aprender, garoto. Como anjo, sua mãe reconheceu seu esforço. — diz Amenadiel, ainda parado na nossa frente.
— Eu sabia que você encontraria algum caminho pra você, meu filho. — diz minha mãe.
Ela acaricia meu rosto.
— Obrigado por tomar conta de mim... — eu agradeço, enquanto abraço ela mais uma vez.
Amenadiel diz, com um pouco de pressa:
— Temos que ir, Ara. Amanhã será um dia decisivo. — ele prepara suas asas e já desaparece.
Minha mãe dá um beijo na minha testa, meio que servindo de aviso:
— Tome conta do seu irmão. — sorrindo, ela então desaparece junto com Amenadiel.
...
Amanhã?
O que vai acontecer amanhã?
...
...
12 de Dezembro de 2012.
Antes do meio dia, vou à Catedral para conversar com Padre Tomás que estava se reunindo com Bispos e Arcebispos. A maioria dos religiosos e fiéis estavam por lá, com medo do 12/12/12.
Quando eu me encontro com o Padre, sinto algumas tremedeiras no chão. Elas vão se intensificando com o tempo. A água benta cai no chão, se espalhando rapidamente.
Por um instante, os tremidos param. Mas segundos depois...
TROMBETAS ECOAM
Um forte barulho ecoa, dando indícios de um conflito.
Alguém abre a porta da catedral e se aproxima. Ele diz:
— O sétimo selo foi rompido.
Eu olho pra trás e vejo um homem velho e desgastado.
O Padre diz:
— O dia chegou.
...
O homem velho diz:
— O apocalipse começou. — enquanto estende a mão para mim, exibindo seu anel simbolizando a Morte.
Ele é um dos quatro cavaleiros do apocalipse.
Quando eu toco a mão dele, eu sinto uma agitação angelical e ao mesmo tempo demoníaca em mim... como se meus poderes estivessem se despertando de verdade.
Com isso, consigo invocar meu manto azulado. Eu digo:
— Agora nada pode me parar. O meu poder adormecido despertou por conta dessa agitação do apocalipse.
Eu olho para trás, tendo meu olhar como uma despedida para o Padre Tomás. Depois disso sigo pra fora com Morte.
...
Montamos no cavalo de Morte. Ele pergunta humildemente:
— De qual lado você está?
— Do lado dos humanos. — respondo.
— Mas a guerra é entre anjos e demônios, meu caro Nephilim. — responde Morte. — O destino dos humanos já está selado. Deixe-os comigo.
Eu não aceito isso. Ainda tem esperança para a humanidade. Não concordo com esse fim do mundo.
Respondo, com humildade:
— Muitos ainda não se salvaram, mas no fundo possuem a essência pra conseguirem essa salvação. Acho que eu posso ajudá-los.
Morte não ri, pois ele entende, mas ele me contraria, meio que me dando uma bronca:
— Agora é tarde pra isso, Nephilim. Você devia ter pensado nisso antes de afundar na lama junto com eles nos pecados.
Morte cavalga nos ares, indo para os céus. Ele diz, enquanto para com o cavalo num ponto bem alto para que eu possa descer:
— Seu irmão fez a escolha dele.
Eu me preparo para descer, dizendo:
— Também fiz a minha. — e desço, com a Yamato na mão, caindo em alta velocidade como se fosse um pequeno cometa.
Estou caindo bem no centro da batalha entre anjos e demônios, e minha queda abre uma grande cratera pelo solo. A cratera foi feia, mas meu corpo resiste com facilidade a queda, minha incrível resistência de anjo e demônio possibilitam isso.
Morte me trouxe aqui justamente para que eu soubesse contra quem/o que lutar.
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