Solitária, é como me sinto agora. Logo no começo eu era sempre a mais visitada, porém, os tempos mudaram, são pouquíssimos os que me requisitam agora. 

Ninguém mais quer saber de livros velhos e empoeirados, a nova geração está ocupada demais com seus dispositivos eletrônicos e fones de ouvido para apreciar uma boa literaturas. Apenas a faxineira é uma visita regular, uma vez por semana me abre as janelas, para que o vento sopre e a luz acalorada do sol entre, ela espana minhas prateleiras e se vai, sem nem mesmo um único livro tirar do lugar.

Sinto saudade dos meus tempos de ouro, a muito tempo atrás, quando os anfitriões escolhiam um livro e se acomodavam em minha confortáveis poltronas, e assim passavam horas lendo e bebericando chá quente, especialmente nos dias frios e chuvosos, era acolhedor e reconfortante. Bons tempos.

Agora sou só uma velha biblioteca esquecida, de uma casa muito antiga.