capítulo 23
Parecia inaudito e ao mesmo tempo assombroso a forma como Rodrick e Annelise quase sempre estavam juntos. Seja pelos corredores da escola ou até mesmo em casa fazendo diversas palhaçadas que apenas o casal poderia rir.
A notícia tinha se espalhado por Bayview em poucas semanas. Muito não davam a mínima para novos amores, mas Heather sempre que os olhavam queria soltar o seu veneno e estragar aquilo. Mas ela não sabia como. Em decorrência das fofocas estudantis, Ellen começou a desconfiar dos passeios da filha até que finalmente Annelise teve coragem o suficiente para contar. Foi a coisa mais vergonhosa que ela pôde se meter em 2014.
— Eu e o John aprovamos tudo isso, afinal vocês são dois adolescentes. Mas caso você, senhor Rodrick, aparecer com a minha filha gestante de 6 meses, Deus que me perdoe. Mas eu acabo com você!!
Com a família Heffley não estava sendo tão diferente, mas pela consciência de Susan daquele romance escondido, a mãe dos três filhos parecia estar mais feliz que os namorados da vez. Entretanto, Frank ainda carregava algum tipo de desconfiança. E Greg ainda estava confuso: não sabia se ficava feliz por Rodrick não encher mais o seu saco ou irritado por vê-lo saltitar pela casa se achando a última rosa do jardim.
Nas 2 semanas, pareciam que todo o tipo de diversão dos dois já tinham se extrapolado: briga de travesseiros, montanhas russas que surpreendentemente Rodrick era a pessoa que gritava, lanchonetes em que Annelise comia diversificadas comidas e por aí o relacionamento dos dois iriam firme e forte.
Mas naquele dia, a garota apenas queria descansar e insistiu para Rodrick e ela assistirem a algum filme na Netflix. De primeiro instante ele aceitou, mas ao saber o gênero era como se fosse uma doença contagiosa a qual ele não queria experimentar.
— Por favooor, é só um filme!
— Um filme clichê pra caramba!
— Parece com todos nós! É sobre amizade, sabia?
— Entenda: eu, Louis, Ben, você e a louca daquela Heather que você insiste em lembrar não nascemos em 1985. É brega!
— Por quê nunca assistimos o que eu quero?
— Vamos assistir Star Wars.
— Sem chance. Não gosto de violência. — afirmou a garota cruzando os braços. — Esse é o meu filme favorito. Por favor, vamos assistir!
De fato, Annelise iria cansar uma hora ou outra de ficar insistindo para os dois assistirem a aquele "filme tosco", Rodrick diria. Mas vê-la tão empolgada com aquilo que era provável a mesma ter assistido umas mil vezes, o baterista foi rendido.
Mas quando o filme já tinha se passado os seus 40 minutos, Rodrick percebeu que Annelise estava ditando cada acontecimento do denominado "Clube dos Cinco" e ele mal sequer compreendia cada fala do personagem.
— Daí que você lembra que o professor chegou? Então, depois daí eles...
De repente, um estrondo na porta quase caindo aos pedaços do quarto foi aberta. E com isso, duas pessoas da metade do tamanho dos adolescentes de 17 anos caíram com a ação, um encima do outro.
— Eu falei para você parar de mexer na maçaneta! — repreendeu Rowley.
— Eu não tive culpa se você me empurrou!
— O que diabos vocês estão fazendo aqui? — falou Rodrick dando uma breve pausa na tv.
Um silêncio permaneceu no cômodo. Greg cutucava a cintura de Rowley fazendo algum sinal que apenas os dois entendiam. E Rowley comprimia os lábios como se fosse obrigado a NÃO dizer.
— O Greg queria gravar um vídeo de vocês dois e postar na internet!
— Ei!
— Eu vou te matar!!
À direita, Rodrick gostaria de matar o irmão por estar invadindo sua privacidade, porém Annelise continuava olhando os pré-adolescentes como se estivesse prestes a cair em gargalhadas por aquela ação tão repentina.
— E porquê queriam fazer isso?
— Sei lá, deixar o Rodrick com raiva é legal. Ultimamente parece que ele virou uma borboleta que acabou de sair do casulo: viva, leve e solta. — desentalou Greg vendo que o humor tóxico de Rodrick logo iria surgir.
Anne apoiou o seu queixo no ombro de Rodrick absorvendo cada fala de Greg e imaginando o seu namorado pela casa com uma das melhores expressões. Considerar que aquilo era verdade parecia tão estranho, mas ao mesmo tempo ela poderia supor por todos os pequenos/grandes momentos em que os dois estivera. Sua personalidade às vezes entediante começaria a desaparecer, mas com o seu irmão por perto era óbvio que a relação não seria a mesma.
— Q-quem disse isso? Eu não faço isso!
— Você não pode simplesmente admitir que está caidinho pela Annelise? — declamou o mais novo.
— Faço as palavras dele, a minha.
Por mais que tentasse considerar que sua vida não estava absolutamente incrível, ela tinha ultrapassado aquilo. Tudo parecia girar em torno de uma só coisa — ou alguém — que o deixava feliz e às vezes bobo, Rodrick confirmaria. Mas isso vinha estranho de uma pessoa que sempre detestou melosidade entre casais.
Em um movimento rápido por estarem com pessoas de aproximadamente 12 anos por ali, ele depositou um pequeno selinho em Annelise. E aquele jeito foi demonstrado e visto pelo outros envolvidos que não pareciam gostar da situação.
— Eca! Nós ainda estamos aqui, entenderam?
— Greg, eu acho que vou vomitar.
— Pelo menos não era eu que estava morrendo de amores por medo de chegar na Holly Hills e me pediu conselhos!
— Rodrick!!
— Holly Hills? Greg, você está extremamente encrencado agora. Vamos, venham até aqui e me falem tudo dessa história, sem esquecer de nenhum detalhe.
Bem no meio do filme, a tarde em casal que deveria ser composto apenas por Rodrick e Annelise, acabou se tornando uma roda de conversa entre amigos em que o assunto em especial, era o Greg. Pelos primeiros segundos o baterista teve vontade de matar aqueles bananas, mas no fim, gostou de ver a namorada gargalhar nas tentativas fracassadas do garoto de 12 anos.
»
O programa de estarem juntos foi demonstrado que acabaria depois de assistirem ao filme, mas o tempo tinha passado tão rápido ao ponto de Susan chamar Anne para jantar com eles, visto que ela realmente queria que todos estivessem entre famílias.
O jantar foi animado, digamos que a única adulta mais interessada em saber mais sobre a nora era a mãe de Rodrick. Não era como se Frank não existisse na história, mas a sua presença em mesa era tão patife quanto o Manny falando palavras que ninguém entendia realmente significava.
Após a lavagem dos pratos proposto por Anne, os dois pombinhos se encaminharam para o gramado, onde ficaram deitados nesse com as mãos dadas e sentindo a brisa fria cair sobre eles.
— Como você acha que vamos estar daqui para dezembro? Temos a formatura, sabe?
— Espero estar bem longe daqueles professores. — Rodrick gargalhou enquanto a pianista depositava um beliscão em seu braço.
— Eu estou falando sério, seu idiota. Acha que ainda vamos estar juntos?
Com aquela pergunta tão repentina, Rodrick deu um sorriso estreito e virou-se para o lado com uma pergunta martelando na sua cabeça.
— Por que se preocupa tanto com o futuro?
Aquela questão era simples e podia se responder a qualquer instante, mas naquela noite um branco pairou sobre a cabeça da cantora. Era algo que realmente deveria se pensar, mas porquê ela deveria fantasiar o futuro se poderia viver facilmente o presente onde quisesse?
— Eu tenho que pensar na minha vida depois do ensino médio. As faculdades, cursos e ainda por ci-
Deixando se levar pelos problemas que nem estavam a frente dos seus olhos ainda, Annelise concordou com o beijo inesperado de Rodrick. Embora ela tenha feito isso com ele várias vezes, ainda era uma sensação confusa de explicar essa sensação. Seu estômago parecia embrulhar, mas não era de um jeito ruim. Era como se os dois estivessem na mesma sintonia e desfrutassem de vários sentimentos de amor em um único beijo. Aquele, talvez, seria o motivo de Rodrick gostar tanto de fazer isso quando ela nem imaginava: sua reação sempre era uma das mais interessantes de todas.
— Para facilitar para você, minha bela dama. — ele concluiu o ósculo com uma pequena roçada de narizes em que Anne sempre ria. — Todos nós podemos fazer faculdades juntos.
— Está falando sério?
— Bem, só se você quiser continuar com a banda porque sei que tem todo aquele lance com o piano, então...
Burfield não parecia parar de sorrir tão cedo e demonstrava pelas suas expressões que estava bem claro que ela gostaria realmente que aquilo fosse realidade um dia. Sua motivação estava tão grande ao ponto da mesma ter literalmente posto o seu corpo alto e magro encima da quase mesma espessura de Rodrick, trazendo dessa vez, uma reação inesperada do mesmo.
Não se poderia dizer que o casal, em uma semana ou mais tinham ultrapassado aqueles típicos limites de adolescentes americanos. O único ápice da relação dos dois estava ocorrendo agora, com Annelise abraçando Rodrick em volta de sua cintura e demonstrando nenhuma surpresa ao contrário do garoto. Aquilo nunca poderia ser levado para segundas intenções nem mesmo para os seus pais, para o baterista não passava de um abraço apertado que o deixava constrangido e feliz ao mesmo tempo.
— Rodrick, agora temos que fazer uma coisa. — ela fez uma expressão facial séria e logo depois levantou o seu dedo mindinho rindo. — Me prometa que independente de qualquer coisa, você vai cumprir o que prometeu.
— Isso é patético. Não vou fazer nada disso. — ele olhou para o lado tentando se distrair com uma árvore qualquer.
— Rodrick, por favoor!
Vendo Annelise quase caindo as risadas por algo que nem ele sequer conseguia explicar, seu pequeno dedo se estrelaçou com o da sua namorada. E em decorrência, ela bolou para o seu lado olhando as estrelas.
— Está vendo? Não é tão difícil você fazer as minhas vontades, às vezes.
Annelise Burfield
Rodrick Heffley
Josh Culleman
Heather Hills
Ben Richard
Louis Gateham
Tommy Cavinskey
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