Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Nem sempre os sonhos são bons


Rafael não sabia como iria subir até o castelo de Sonho e Pesadelo, só sabia que tinha de chegar lá, precisava pedir para voltar à Terra, precisava rever Vinícios, ele não mais sabia quem era aqueles dois irmãos, qual a verdadeira intenção eles tinham para querer tanto que Rafael ficasse?

Enquanto o rapaz caminhava de um lado a outro no sopé da montanha, pensando se deveria pular e já seria levado automaticamente para o topo ou se deveria gritar por sonho e Pesadelo; se viu pensando em Vinícios, no lindo sorriso do garoto.

— O que deseja? — disse uma voz fina.

— O que deseja? — disse uma voz grossa.

Duas figuras apareceram na frente de Rafael, assustando o rapaz, eram bem similares a Sonho e Pesadelo, mas tinha uma cor vermelha, diferente dos irmãos que cada um tinha uma cor em específico. O fiscal de voz fina era barrigudo, de um jeito desproporcional, já que seus membros eram finos e curtos e a cabeça chata; o fiscal de voz grossa já era o contrário, era magro de um jeito desproporcional, tinha os membros grossos e compridos assim como o pescoço, e a cabeça era esticada, como se fosse uma girafa. Rafael ficara um tanto surpreso com aquelas duas figuras que pareciam ter saído de um livro de fantasia infantil, por uns segundos as palavras não saiam da boca, mas por fim, depois de os fiscais lhe encararem num silencio mórbido, ele conseguiu falar:

— Quem são vocês?

— Somos os fiscais! — responderam os dois em uníssono. — Somos responsáveis por guardar os sonhos e pesadelos!

— E impedir que você lembre dos seus sonhos é claro! — disse o fiscal de voz fina.

Rafael pouco deu importância a toda aquela explicação, ainda tinha os olhos fixos naquela enorme barriga.

— Mas então, o que deseja? — perguntou o fiscal girafa rodopiando na frente de Rafael, a tentativa dele era se parecer com Pesadelo, mas estava um pouco longe deste resultado.

— Eu desejo ver Sonho e Pesadelo! Mas não é um terceiro desejo! — disse Rafael apressado, não sabia como funcionava as regras para aqueles dois.

— Claro que não... Nós não podemos realizar desejos! — disse o fiscal de voz grossa como se aquilo fosse óbvio.

— Então porque vocês estão perguntando o que eu desejo? — Rafael ainda estava absorto naquele enorme pescoço, se perguntava como aquele fiscal fazia para passar por lugares pequenos, deveria doer quando abaixava a cabeça?

— Sempre quisemos perguntar isso! — O fiscal de voz fina tentava manter o equilíbrio enquanto andava.

— E podemos te ajudar quanto a subir até o castelo! — O fiscal de voz grossa estava feliz com aquela ideia.

— Venha! — Os fiscais foram andando pelo lado da casa dourada, um caminho estreito surgiu, era uma escada, uma elevação até o topo, até o castelo, até Sono.

— Sonho?! — perguntou o fiscal de voz grossa pegando um doce e o oferecendo a Rafael.

— Recuso, é muito doce! — respondeu o rapaz.

— Muito doce?! — Os fiscais estavam boquiabertos. — Como alguém pode achar sonho muito doce?

— Talvez porque seja algo frito com doce de goiabada e açúcar por fora? — Rafael fez voz de deboche e continuou a subir, sentindo suas pernas cansarem. Os fiscais não argumentaram, só continuaram degustando seus sonhos e subindo.

O caminho parecia não ser usado há tempo, estava sujo e com um odor estranho. Ratos e baratas vinham de todos os lados e faziam Rafael da mines infartos quando os via, umas duas vezes pulara para um degrau abaixo ou acima quando um desses insetos, ou uma aranha enorme, tentavam chegar perto dele. A trilha também estava infestada de teias, o que atrasava a viagem, já que o rapaz tinha de ficar passando a mão no rosto e no cabelo para tira-las, e muita das vezes parava para fazer isso.

— Esse caminho é pouco usado, muitos já decidem ficar sem nem pestanejar! — explicou o fiscal de voz fina assim que terminou o seu sonho.

— Curiosidade... Você decidiu ficar? — perguntou o outro fiscal enfiando seu enorme pescoço por entre o ombro de Rafael e virando sua cabeça num ângulo estranho.

O rapaz se assustara, mas não se incomodou tanto com aquilo.

— Não! — Rafael fora objetivo.

— Poderíamos saber o porquê? — perguntou o fiscal de voz fina.

— Tenho uma pessoa na Terra, preciso vê-la!

— Amor? — O fiscal de voz grossa tentou fazer um coração com a mão, mas parecia mais a imitação de um animal deformado. — Sei bem como é esse sentimento! — continuou o fiscal esquecendo do coração.

Eles haviam chegado ao castelo, ele era ainda mais deslumbrante de perto, o brilho era tão ofuscante que Rafael andava com os olhos comprimidos.

— Tome isso... — O fiscal de voz fina tirou um óculos da sua enorme barriga, Rafael achou aquilo ainda mais estranho do que seu desproporção. — Pegue, vai lhe ajudar a não ficar cego!

Rafael excitou um pouco, mas o brilho forte já o incomodava e ele não queria ficar, assim como disse o fiscal, cego. Assim como um óculos de sol, aquele fritava boa parte da luz e deixava a imagem um pouco mais escura; Rafael conseguiu olhar diretamente para o castelo sem ter de comprimir os olhos e viu não só o brilho, mas também os brancos tijolos do lugar.

— Deixamos você aqui! — disse por fim o fiscal de voz grossa!

— Tchau! — disseram os fiscais em uníssono e desaparecendo.

Rafael andou até as enormes portas do castelo e viu uma pequena placa presa a uma das portas, o rapaz abaixou para ler o que estava escrito:

Bem-vindo à sono, o lar de Sonho e Pesadelo — súditos do mundo dos desejos —, aqui você resolve assuntos relacionado a permanência e caso não queria permanecer aqui também é possível pedir a desistência; para temas relacionado a desejos basta falar no acordado — lar dos fiscais —, virando à esquerda, o caso será iniciado e encaminhado para sono; o mundo dos desejos garante total conforto para seus moradores!

Numa outra placa, logo ao lado, estava escrito:

Bata na aldrava para entrar!

Rafael levantou a cabeça e viu uma aldrava no formato de nuvem, era relativamente grande, a ponta era uma gota de chuva, o rapaz a pegou e deu duas batidas na porta, não foi emitido nenhum som, Rafael até estranhou, esperou as portas rangerem e se abrirem, mas se esquecera que estava num lugar mágico, no segundo seguinte o rapaz estava dentro do castelo, olhando para todo aquele brilho.

Rafael esperava encontrar Sonho e Pesadelo ali, ansiosos pela sua chegada, e brigando como sempre, mas ao invés disso tinha uma enorme sala vazia, apenas uma porta entreaberta à direita.

Vozes pareciam vir de dentro daquela sala...

— ...Você não acha que deveríamos mandá-lo de volta? — Pesadelo parecia estar com medo de Sonho. Rafael se aproximou da porta, a passos curtos e silenciosos.

— Você enlouqueceu?! — Brandou Sonho repentinamente, Rafael se assustou e parou a poucos centímetros da porta.

— Irmã, desde quando enganamos pessoas apaixonadas? Estamos agindo como nossos pais agora, você deixou toda a nossa ética para trás?! — Pesadelo tinha um tom de desespero na voz.

— Desde que nossos pais morreram, Pesadelo! Desde quando a nossa magia não está sendo suficiente para manter este lugar de pé! — Sonho estava nervosa. — Aquele garoto... — A mulher suspirou, fazendo uma pausa dramática. — Aquele garoto é a nossa única opção, a energia dele é incomparável — continuou Sonho calmamente. — Nunca vi algo assim antes!

— Como isso foi acontecer irmã, logo com você? — Pesadelo estava preocupado e também receoso.

— Você me julga irmão?! — Sonho tinha um tom de decepção na voz, um tom de vitimíssimo. — Você me julga por querer que o nosso lar volte a ser como era antes, que o mundo dos desejos volte a ser como na nossa infância?!

— Não sonho, eu te julgo por estar agindo como nossos pais, nosso avô sempre disse que se arrependia de passar os ensinamentos para os nossos pais, ele se arrependia de ensina-los a enganar as pessoas mais felizes, e nós dois, irmã... — Pesadelo tomou fôlego. — Nós dois prometemos a ele que iriamos mudar isso!

— E parece que não deu certo irmão! — rosnou Sonho com raiva. — Nesses anos em que gerimos o mundo dos sonhos a única coisa que conseguimos são pessoas tristes, que mal têm energia para carregar um tijolo do sono... — Sonho respirou fundo. — Só vou repetir isso mais uma vez, os níveis de energia estão críticos, a qualquer momento as casas podem começar a cair, sono e acordado podem desmoronar e nós... Nós podemos nos tornar seres não mágicos...

— Então é sobre isso... É sobre você não conseguir viver sem magia... É sobre sua ganância! — Concluiu Pesadelo.

— O rapaz fica e ponto final! — rosnou Sonho uma última vez.

Rafael sentiu que aquele era o momento, não poderia mais esperar, tinha que impedir aquilo tudo, escancarou a porta e entrou na sala, por um momento Sonho e Pesadelo ficaram lhe encarando até que ele falou:

— Eu quero ir embora, não... Eu desejo ir embora, vocês são dois charlatões e se acham espertos, mas não comigo! — Depois que falou aquilo Rafael sentira um pouco de medo, se esquecera que Sonho e Pesadelo tinham a magia do lado deles.

— Então você não deseja ficar? — perguntou Pesadelo, mostrando um sorriso alegre.

— Porque você não deseja ficar? — Sonho parecia estar prestes a explodir, mas mantinha o mesmo sorriso cínico, fizera aquela pergunta por pura cortesia, embora já soubesse a resposta.

— Sério que vocês acharam que eu não reconheceria que aquele não era Vinícios?!

Um silêncio constrangedor tomou conta do lugar e durante aqueles segundos Rafael sentiu ainda mais vontade de acordar daquele pesadelo.

— Ótimo então... — Pesadelo quebrou o silencio dando um passo à frente. — Já que você quer ir embora eu realizo o seu desejo! — O homem sumiu e apareceu colado à frente de Rafael. — Se prepara para ver seu amado... — sussurrou o homem, feliz com tudo aquilo, ele levantou os dedos e estalou.

Rafael fechou os olhos, estava, no subconsciente, pedindo para acordar na Terra, com Vinícios lhe olhando com aqueles olhos pretos lindos, contudo, quando o rapaz abriu os olhos sentiu a decepção, ainda estava ali olhando para Pesadelo e Sonho, os dois com as mãos arquejadas.

— Ninguém vai sair daqui! — rosnou Sonho, o vermelho do seus vestido estava flamejando como fogo.

Pesadelo tentou estalar mais uma vez os dedos, mas não funcionava.

— Irmã, me devolva a autonomia! — Pesadelo se virou para olhar Sonho, mas até Rafael percebera que aquela mulher ali parada já não era uma pessoa com que se podia negociar.

— Você não o mandará de volta! — rosnou Sonho outra vez, agora com o vestido inteiro flamejando. — Já deixamos muitos saírem daqui e eu preciso desse humano!

— Você enlouqueceu! — Pesadelo dava passos curtos para trás.

— Eu enlouqueci?! — Sonho estava agora na sua forma mais aterrorizante, a pele parecia estar se desfazendo como a de uma cobra, os olhos grandes e com as pupilas pequenas e vermelhas, o nariz sumira, dando lugar a duas covas, o sorriso cínico continuava no rosto, mas agora era muito mais amedrontador. — Veremos se eu estou louca!

Sonho estalou os dedos, mas Pesadelo pensou mais rápido e estalou os seus antes da irmã, transportando a si mesmo e a Rafael para o sopé da montanha.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro