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Capítulo 1


"Não se trata de dinheiro, dinheiro, dinheiro

Nós não precisamos do seu dinheiro, dinheiro, dinheiro (...)

Esqueça a etiqueta de preço

Não se trata de din-din

Não se trata de joias brilhando

Só queremos fazer o mundo dançar."

Price tag — Jessie J

Capítulo 1

Elisa

Encarei o opulento prédio à minha frente, com seus trinta andares de ferro e vidro em uma fachada recurvada que parecia convergir em minha direção, me sentindo intimidada. De todos os empregos que tive em meus vinte e três anos de vida, aquele era o mais estranho. Ok, não o emprego em si, já que servir mesas não era nenhuma novidade para mim.

O estranho era o nome daquele lugar: o Mundo.

Quem em sã consciência nomearia um prédio comercial assim? Mundo... Soava tão estranho aos meus ouvidos! Esses ricaços tinham umas manias estranhas. Na minha opinião, era dinheiro demais. Possuíam tanta grana que não sabiam o que fazer com ela, então gastavam com coisas desnecessárias, como um prédio inteiro só para se divertir com exclusividade. Para que um cinema ou um restaurante onde ninguém diferente poderia entrar? Só as mesmas pessoas e seus acompanhantes?

Minha atenção se voltou para o cartão em minhas mãos. Elisa Medina — Liberação classe II. O que indicava que eu poderia subir até o segundo andar. O que esse povo pensava? Que eu ia manchar as suas preciosas paredes se andasse nos corredores? Meu Deus!

Era um tanto pretensioso, mas, ao menos, pagavam bem. Foi por isto que ajeitei a alça da bolsa em meu ombro e caminhei a passos firmes para o meu novo emprego como garçonete de restaurante grã-fino. O segurança que mais parecia o Pé Grande escaneou o meu cartão e após checar a minha identidade para se certificar que eu realmente era quem dizia ser, liberou a minha entrada.

Um pé dentro do Mundo e o meu queixo caiu. Meu Deus, quanto luxo em um único lugar! Já tinha frequentado ambientes requintados na minha época de modelo, antes de eu ser rechaçada pelo mundo da moda, mas aquilo era outro nível. Cada detalhe, do piso brilhante às paredes decoradas com obras de arte e móveis de tons claro e estilo moderno gritavam riqueza e bom gosto.

À esquerda do hall de entrada ficava a entrada do restaurante. Meu queixo não subiu quando observei embasbacada o lugar do meu novo emprego. O teto elevado e recurvado que pintava a parede com um sombra listrada. Em pontos estratégicos, pilares emergiam do chão e pareciam beijar as curvas mais pronunciadas, formando alcovas. Podia apostar que nestas ficavam os encontros românticos.

Sorri, imaginando o nível de gorjeta que ganharia ali.

À minha frente, um movimento no elevador panorâmico chamou minha atenção. Era um homem vestido de forma impecável e o meu lado fashionista ficou em alerta. Desde os cabelos escuros ao terno, camisa e gravata do mesmo tom pareciam atrair toda a luz do ambiente para a sua pessoa. Suas mãos estavam escondidas no bolso e havia uma tensão nos ombros largos. A distância que nos separava não permitia que eu visse a cor dos seus olhos ou tivesse certeza de que ele era tão bonito de perto quanto imponente de longe, mas tinha impressão de que aquele homem era todo gostoso...

— Elisa, finalmente! — Amelia jogou as mãos para o alto em um sinal exagerado de exasperação. Verifiquei meu relógio, estava apenas cinco minutos atrasada.

Só havia uma pessoa no universo que eu poderia considerar como melhor amiga: Amelia Ortega. Nós nos conhecemos aos dezesseis anos em uma agência de modelos. Jovens, lindas e um tanto cabeça de vento, acreditávamos que poderíamos alcançar as estrelas. Duas iludidas e sonhadoras! Éramos a dupla perfeita, um contraste natural: eu com meus cabelos pretos e olhos azuis, ela loira com a íris de um negro profundo do mesmo tom de uma obsidiana.

Deixamos nossas respectivas casas porque morar juntas longe dos pais e viajar à trabalho era a coisa certa a se fazer. Afinal, seria apenas uma questão de tempo para atingirmos a fama. Infelizmente, a vida adulta trouxe para Amelia um metabolismo lento e ser uma modelo plus-size não gerava tantos trabalhos. Enquanto eu... coloquei a mão na lateral da minha cintura, sentindo a cicatriz por baixo da blusa. A indústria da moda tendia a esquecer rápido demais quem precisava se ausentar, não importava o motivo.

Então, ser garçonete — que começou como um complemento da renda — cada vez mais se tornava a nossa principal função.

— Deixa de drama! — Enrosquei o meu braço no dela. — Se tivesse me esperado, eu não teria me perdido para chegar aqui. Que restaurante é esse que ninguém na rua conhece? — Apontei para o lado de fora. — A fachada não tem nem o nome do estabelecimento.

— Não sei porque você está admirada, eu já te disse...

— "Ou você sabe que o Mundo existe ou não está convidado a entrar" — repeti o que ela me explicou pela terceira vez na noite passada.

Sabia disso e continuava achando um tanto babaca.

— Venha, vou te apresentar ao chefe.

Antes de sair do hall de entrada, espiei o elevador uma última vez. Havia perdido o cara de vista. Não sabia em qual andar ele tinha descido, mas sem dúvidas sua autorização ia além da minha, que estava restrita até o segundo. Afastei o homem misterioso dos meus pensamentos, era improvável que eu voltasse a vê-lo algum dia.

Menos de uma hora depois, eu estava colocando arranjos branco e rosa com flores naturais recém-cortadas em cada mesa. O dono do restaurante, o senhor Veiga, era um homem com idade suficiente para ser meu avô e sua barriga globosa somada à baixa estatura me lembrava muito o Danny DeVito. Ele exigiu que eu vestisse de imediato o fardamento oficial com calça e colete pretos, além de camisa social branca de manga longa. Os cabelos presos em um coque apertadíssimo sem nenhum fio fora do lugar me davam uma leve dor de cabeça, mas nada que eu não pudesse lidar.

Faltando quinze minutos para abrir, Amelia e mais duas outras garçonetes começaram a acender as fontes de luz em cada mesa, enquanto um rapaz lustrava os bancos de madeira escura que estavam no lugar das cadeiras. Nenhum estofado fora do lugar ou com o mínimo arranhão, tudo na mais perfeita ordem. Espiei o menu, estranhando o fato de não ter preço.

— Não importa o valor — Amelia explicou —, eles podem pagar.

Estiquei os lábios em um sorriso treinado para os comerciais de cosmético que não refletia meu ânimo real, mas estava pronta para a minha primeira noite de trabalho.

*****

— Prove do meu.

Levei o garfo que Amelia oferecia à boca, a lagosta parecia derreter em minha língua. Puta que pariu! Valia cada centavo, por mais astronômico que fosse. Eu quase desmaiei quando registrei pela primeira vez no cartão de um cliente o valor de sua refeição. Nunca tinha comido nada tão bom! Voltei a saborear o meu risoto de shitake e filé mignon. Além das gorjetas exorbitantes e salário acima da média, havia outra vantagem em trabalhar no restaurante do Mundo: Louis, o chef francês. Ele exigia que a gente provasse da comida. Afinal, como poderíamos sugerir os pratos sem conhecê-los?

Na lateral da cozinha era como se houvesse um outro restaurante. Não havia uma praça de alimentação no Mundo, então ali, em meio às mesas exclusivas para quem tinha autorização de caminhar pelos bastidores do prédio, reuniam-se os funcionários.

— Você é a novata? — Um cara alto de terno azul-marinho e com uma escuta no ouvido sentou ao meu lado. Por um segundo considerei se era o homem misterioso do elevador, porém descartei a ideia. Não tinha a mesma aura do outro. Talvez o cara gostoso fosse um segurança! Acenei concordando para o rapaz que, ao contrário de mim, tinha uma marmita em mãos. Seus olhos cor de mel me escanearam com atenção. — O que está achando do primeiro dia até agora?

— A comida é boa, as gorjetas também.

Dei de ombros e sorri de leve para o engravatado, o canto de sua boca se levantou em retribuição.

— Não saberia dizer... — Apontou para o prato que tinha um sanduíche meio amassado de aparência triste.

Seguranças não precisavam descobrir qual era o sabor das delícias que saíam das panelas de Louis.

— Eu já estou satisfeita, quer o resto do meu?

O rapaz me olhou com desconfiança. Considerando que comida sofisticada nunca vinha em grande quantidade, era improvável que meio prato fosse suficiente para deixar alguém estufada. Estendi o garfo para ele, insistindo até que aceitasse. O homem levou o talher à boca.

— Caralho, isso é bom! — gemeu e só depois da terceira garfada lembrou-se de esticar a mão para mim. — Meu nome é Will e o seu?

— Sou a Elisa e esta é Amelia — indiquei minha amiga, que também o cumprimentou. Eles acenaram um para o outro, lembrando-me que já se conheciam. — O que tem de legal para fazer aqui nos momentos de intervalo? Além de comer, é claro.

Amelia, que nos meses que trabalhou aqui ainda não tinha descoberto o que rolava nos andares acima do terceiro, também estava morrendo de curiosidade e nós nos enchemos de expectativa para a resposta de Will.

— Para vocês? Ver as pessoas patinando no gelo, no máximo.

Droga...



____________

O que será que o Mundo esconde em seus andares?



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