Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Passeio em Outro Mundo (parte 2)

II

- Olha maninho, a casa do mago é um "gogumelo gigonte" - comentou Lana, virando-se para trás.

- Pois bem, eu venho só até aqui, o resto é com vocês - disse Tonton -, não se preocupe lindinha, eu volto pra casa mais tarde - disse à irmãzinha de Mel.

- Tudo bem, você deve ter muitos amigos por aqui, vá visitá-los - a garotinha respondeu.

- Quanto a vocês, adultos, cuidado - Tonton flutuou para perto do rosto de Luther. - O mago detesta mentiras vindas da alma.

Luther encarou o coelho de volta, na tentativa de transparecer certa tranquilidade, mas era nítida sua preocupação, talvez até por não entender direito o que lhe foi dito. Contudo, agradeceu a Tonton por mostrar o caminho, e o deixou seguir o seu, e aquela fora a primeira vez que não sofreu por permitir que alguém querido seguisse outro rumo. Caminhou para perto da entrada da casa e bateu, mas nada aconteceu, bateu outra vez e nada.

- Não é possível que ele não esteja aí - indignou-se o rapaz.

- Ele deve estar, sim, mas se lembra do que Tonton falou? O mago não gosta de adultos - disse Mel, observando toda a casa. - Ei, meu amorzinho, bate na porta para a mana? - pediu à irmã.

- Ah, "clalo".

A garotinha fez o que lhe foi pedido, e no mesmo instante a porta se abriu, e um ser de estatura mediana surgiu. Tinha o corpo coberto por um manto cinza, em sua face, não havia rosto algum, somente o desenho de dois olhos negros, e uma boca que, obviamente, não se mexia. Contudo, havia um pequeno sapo trajado de um keikogi preto, e com uma minúscula Katana embainhada na cintura.

- Olá, crianças, sejam bem-vindas a casa do mago - disse o sapo -, quanto a vocês adultos, entrem por sua conta e risco - disse o anfíbio, ajeitando o coque.

A criatura, coberta pelo manto cinza, esticou os braços finos e abriu as mãos, fazendo surgir duas casquinhas com variadas bolas de sorvete, oferecendo para as garotinhas.

- Ah, sorvete! - as duas gritaram eufóricas, pegando os sorvetes e entrando na casa, sendo seguida por Luther e Mel.

- O mestre está no jardim, sigam-me - disse o sapo, mas quem andava era a criatura de rosto desenhado.

Os visitantes seguiram aqueles que mostravam o caminho, e após atravessar a sala, a cozinha, e uma varanda, avistaram um ser aparentemente humano, mas era incomum. Era pequeno, tinha a fisionomia de uma criança, porém, possuía uma barba que lhe ia até os joelhos. Estava sentado em uma cadeira alta que lhe permitia alcançar a mesa, mas deixava suas pernas balançantes ao ar.

- Eca, adultos! - disse o mago, fazendo careta, após um gole do chá que tinha em mãos, não deixando muito claro o motivo da careta.

- Você é o mago? "Podelia" nos ajudar, a voltar, "pala" nossa casa? - Lana se antecipou, falava pausadamente por causa do sorvete.

- Vocês duas? Claro. - disse o mago, que também tinha voz infantil - Os adultos eu já não sei, depende deles.

- Olha, não queremos problemas - disse Luther dando um passo a frente, mas foi apenas um, parou quando viu o sapo desembainhar metade da espada, encarando de um jeito nada amigável. - Já percebi que não somos bem-vindos aqui, então, qual o problema de nos deixar sair?

- O problema é que já sabem o caminho para entrar - disse o garoto, fitando Luther, com seus olhos verdes como água de lago de uma ilha repleta de vegetação, em meio ao mar. - Preciso saber se vocês são bons ou maus, e a maioria dos adultos que chegam aqui, são maus, e vem atrás de riquezas, ou na intenção de domesticar as espécies para vendê-las no seu mundo... Sem contar que não dá para confiar em vocês, mesmo que digam ser bons, sempre abandonam seus entes queridos.

- Se não adianta dizer que somos bons, com você saberá? - perguntou Mel.

O mago terminou de beber o chá, repousou a xícara sobre a mesa e estendeu uma das mãos para a mesma, fazendo surgir mais chá, como água emergindo de uma nascente.

- Responda-me adulta, do que tem mais medo?

- Aranhas! - Melissa fez até caretas, o que levou as garotinhas às gargalhadas.

- Sentem-se crianças - o mago as instruiu, e assim elas fizeram, sentando-se a mesa junto a ele. - Refiro-me, adulta, à tua alma, do que ela tem mais medo? - dirigiu-se a Mel.

A garota arregalou os olhos, mas se lembrou do que Tonton havia dito, não podia mentir, pois o mago detestava mentiras, assim como aos adultos. Fechou então os olhos, e buscou no íntimo, qual era sue maior medo. Ao tocá-lo, as lágrimas viram sem pedir permissão, escorrendo pelo rosto e molhando o piso de pedras coloridas.

- Meu maior medo, continua o mesmo de um ano atrás - a garota disse em soluços -, tenho medo de perder o Luther.

O mago olhou-a com desdem, como se quisesse não acreditar, mas ele não podia mentir, por isso sabia identificar uma mentira, ou meras palavras vazias, e ali, viu sinceridade e sentimento. Em contrapartida, Luther se assustou, mas sorriu por ouvir aquilo. Afinal, significava que a garota também tinha sentimentos por ele - o que deixava claro, que, como de costume entre os adultos, o que os atrapalham era o medo da rejeição.

- Certo, você pode passar pelo portão, e voltar sempre que quiser. - disse o mago, ainda sem sorrir, a luz do sol refletia no chá da xícara e iluminava ainda mais sua pele negra, clara como a parte interna da casca de um tronco de pinheiro, e seus olhos verdes. - Agora é sua vez, adulto.

- Eu tenho medo de não...

- Ser amado pelo que é, e como é! - o mago interrompeu a fala de Luther, demonstrando total desinteresse - Eu sei dos seus medos, rapaz, estão escritos na sua testa, e devo dizer que seus medos são idiotas e infantis, como boa parte dos medos dos adultos.

- Então, o que quer saber de mim? - Luther perguntou enfurecido.

- Minha pergunta é, o que te faz continuar? Por que continua acordando todos os dias, se levantando de sua cama e seguindo com vida, mesmo deixando claro em seu olhar, que preferia ter sido levado no lugar de sua amiga?

Luther não esperava por aquilo, pensou que o questionamento seria outro, algo como; "o que você mais ama? Ou, prefere sair daqui ou ficar e ter sua perna para sempre?" - pois sabia que não a teria se voltasse a superfície.

- Fruta merda!

- Não use esse palavreado na minha casa rapaz - o mago berrou, os olhos verdes, tornaram-se completamente negros. - Responda logo!

- Meu motivo pra continuar suportando a vida? Está bem ali - com um gesto de cabeça, indicou a irmã, que recebia mais um sorvete da criatura de rosto desenhado.

- Maldição! - o garoto barbudo berrou outra vez, mas logo sorriu, e os olhos voltaram ao normal - Então você também não é um mentiroso? Que bom, pois essas garotinhas não merecem sofrer com o abandono como eu, estão livres para ir, Yasuke Jones lhes mostrará o portão que está mais para o meio do jardim! - indicou o sapo.

Mel e Luther se alegraram, eufóricos, acabaram por se enroscarem num intenso abraço, mas foi só, e o suficiente para sentir borboletas no estômago, embora lá tivesse apenas uma. Olharam-se nos olhos e um sentiu a vontade do outro, e a ânsia por um beijo, mas se seguraram. Caminhavam para acompanhar a criatura de capa cinza e Yasuke Jones, o sapo samurai, mas algo os fizeram cessar os passos.

- Meu amor, cheguei mais cedo hoje! - era a voz de um homem, Luther olhou para a varanda onde havia passado antes, e lá estava um homem alto e forte, vestido de túnica e um belo chapéu.

- Papai! - gritou o mago, pulando da cadeira e caindo no chão, já sem a barba, deixando a mostra seu rosto infantil.

O pai abraçou o filho e perguntou quem eram os amigos dele. O homem também tinha uma longa barba que ia até os joelhos, e olhos verdes como os do filho. O mago então contou que eram forasteiros perdidos, e que estava mostrando o caminho para sair.

- Me desculpem por isso - disse o homem se aproximando -, é que ele não gosta que eu tenha que trabalhar todos os dias, sempre fala que estou abandonando ele, mas se serve de consolo, ele não odeia os adultos coisa nenhuma, só gosta de companhia. Gostariam de ficar para um chá?

Luther e Mel se entreolharam, e aceitaram o convite, ficaram por algumas horas degustando chá e biscoitos, enquanto as garotinhas se acabavam nos sorvetes criados pelo ser de rosto desenhado. Após muito chá e muita conversa - onde aprenderam bastante sobre aquele mundo - Luther e Mel anunciaram que tinham de voltar para a superfície, e assim o fizeram, se despediram do mago pai, e do mago filho, depois seguiram a criatura de rosto desenhado e Yasuke Jones até o portão que levava a superfície.

Ao entrarem, foram sugados por um portal, sentiram como se estivessem subindo pelo mesmo buraco que haviam caído, e no trajeto brilhante pelos insetos coloridos, Luther viu a borboleta sair por sua boca, olhou para baixo e viu sua perna sumir e a prótese reaparecer, mesmo assim, sorriu, havia aprendido a lidar melhor com aquilo. Logo, foram cuspidos pelo buraco da árvore, Lana e a irmãzinha de Mel, gritavam de euforia, correram desesperadas para a casa, a fim de contar para todos a grande experiência que tiveram.

- O que vai dizer ao povo quando eles perguntarem o que houve, Luther? - perguntou Mel, pegando o celular que havia ficado ali.

- Vou falar que "eu tive um sonho", é meu grande clássico para fugir de assuntos complicados.

- Temos passe livre pra ir naquele mundo quando quisermos agora, quando pretende voltar aqui? - perguntou Mel, olhando Luther nos olhos.

- Pela tradição, agora só no natal - respondeu o rapaz -, mas estou querendo vir todo fim de semana!

Ele se aproximou, com um sorriso tímido no rosto, ainda temendo a rejeição, mas não houve. Pelo contrário, Mel entrelaçou as mãos por trás da nuca do rapaz, apoiando os braços no ombro dele, sorriu e se aproximou, tocando o nariz do garoto, com o seu.

- Gostei dessa ideia! - ela disse, mordendo os lábios entre sorrisos apertados.

- Preciso convencer meu pai que já posso dirigir...

- Isso não é problema, posso buscar você! - Mel o interrompeu, não deixando espaço para nenhum empecilho.

Luther apenas sorriu, não disse nada. Até porque, não dava para falar, com os lábios de Mel tocando os teus.

Beijaram-se! Por um bom tempo, mas logo foram interrompidos pelas garotinhas.

- Maninho, vem contar "plo" pessoal, não estão "acleditando" em nós, sobre o mundo do Tonton, vem logo.

Luther e Mel gargalharam e seguiram as garotas, claro, que eles não fizeram questão de serem compreendidos por ninguém - no final, estavam voltando a agir como crianças despreocupadas. Meses depois, os quatro voltaram ao mundo de Tonton, junto do coelho, e tomaram mais chá com o mago pai, e passearam com o mago filho, e é assim até os dias de hoje.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro