Capítulo 3
Antecipando o capítulo de terça hoje de madrugada. Me deu vontade de reler antes de dormir. ;)
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Capítulo 3
Novo chefe
De: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Para : Laís Rodrigues (Laí[email protected])
Amiga!!! Que pena que você tá viajando! Você nem acreditaria se eu te contasse que o meu novo chefe é a cara do Jonnhy Depp! Volta logo, por favor, a gente precisa conversar urgente!!! Me escreve assim que ler. Quase tive um treco, eu juro!
O Léo me ligou ontem.
Bjs Jacke
Re: Novo chefe.
De: Laís Rodrigues (Laí[email protected]
Para: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Como assim, a cara do Jonnhy Depp? Sei que você é louca por ele, mas tb não força, né? Obs: ainda não voltei das férias, estou numa Lan House.
Segunda-feira volto para Teresina. Saco...
Tem um gatinho aqui na casa do lado que eu estou de olho, torce por mim.
Quero foto do teu chefe, sua maluca. Foto, foto, foto!!!
Beijão.
Foto
De: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Para : Laís Rodrigues (Laí[email protected])
Ainda não consegui tirar uma foto do meu chefe, ele me pegou no flagra bem na hora que eu tentava tirar uma foto escondida dele. Daí tive que inventar uma história que estava tirando fotos do escritório, inclusive da SALA DELE, porque a minha melhor amiga curiosa pediu para ver. Infelizmente, ele não quis bancar o papel de parede e saiu da sala. Ai vai uma foto da parede VAZIA da sala dele. E aproveita e da uma olhadinha no meu uniforme novo. É verde cor de cocô, iecaaaaaaaaa! Estou tão linda!
bjs
Re: Foto
De: Laís Rodrigues (Laí[email protected]
Para: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Kkkkkk - a parede branca do JD cover é linda! Mas o teu uniforme... péssimo! Falando em horror, o que houve com o teu cabelo?
Vou sair com o gatinho que eu te falei, ele me convidou para dar uma volta na praia. Bjos
Cabelo
De: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Para : Laís Rodrigues (Laí[email protected])
Jura que você reparou no meu cabelo? Faz dois dias que eu não lavo... Jacke disfarçando a vergonha agora... Mas fala sério! Cansei de brigar com o chuveiro! Se ele quer guerra, não será usado. Hj vou lavar os cabelos na pia. Péssimo, péssimo.
Conheci finalmente a megera, a noiva do meu chefe. Ela é linda, parece a Gisele Binchen. Não repara, não lembro de como se escreve o sobrenome e agora não posso pesquisar no google. O chefe está de olho em mim, está desconfiado que eu não estou trabalhando. .
Ela é uma vaca que foi abençoada com a cara e o corpo da Gisele!!! Me diz por quê??? Ela me fez sair do prédio e andar umas mil quadras num calor infernal porque ela queria o capuccino daquela cafeteria lá do fim do mundo! Capuccino light, com apenas uma gotinha de chantili. Mas, por favor, se é light para que colocar chantili?!!!
Ai, meu Deus! Eu estou escrevendo o e-mail por etapas, não repara, só posso escrever quando a vaca cover da GB não tá de olho em mim, e acabei de entrar na sala dele para entregar um relatório e eles estavam se agarrando!!! Sério, ele estava com a língua enfiada na boca dela e parece beijar muito bem!!!
Ai, meu Deus, meu Deus, meu Deus! Eu jurei nunca mais me deixar influenciar pelas aparências de um homem depois do Léo, mas não consigo parar de pensar em como seria se ele me agarrasse como fazia com ela!
Falando nisso, o Léo me ligou ontem.
Como foi a volta na praia com o gatinho?
Jacke em choque. Preciso parar de pensar no beijo do JD cover.
Bjs
Re: Cabelo
De: Laís Rodrigues (Laí[email protected]
Para: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
1 anexo - Um Amor de... .doc
Kkkkkk - teu cabelo tá esquisito amiga, mas não parece sujo, pelo menos não na foto. Não tá fedido?
É Bündchen.
Não vou escrever muito porque estou de mau humor. O gatinho fumava, ninguém merece. Preciso arranjar outro gatinho. Falando nisso, já que você não quer o Léo... Ele não estaria disponível? - kkkk
Sei que você está sem internet, mas pode gravar num pen drive e ler em casa no teu computador, né? Li um livro mara ontem e estou te mandando em e-book. Me apaixonei por outro James. Um Amor de Detetive. Lê que você vai amar. Bjs
Re: Cabelo
De: Jaqueline Pandolfo ([email protected])
Para : Laís Rodrigues (Laí[email protected])
Um James melhor do que o James Coxwell, o James da Maralys? Eu duvido!
KKKK - Tá, eu confesso. Fui procurar no google o livro para ver o sobrenome do James do livro Segredos do Coração, da Claire Cross. Porque eu não me lembrava, é óbvio! E colei para ti aqui o título do livro porque eu também não me lembrava. - kkkkk
Mas esse James é imbatível, amiga.
Não li nada ontem. Praticamente vegetei em frente à televisão. Que bom que hoje é sexta-feira... E tá quase na hora de sair do trabalho, ebaaa!
Pena que não estou com a máquina fotográfica hoje, senão mostraria a foto dos meus cabelos. Lavei ontem na pia da cozinha, acredita? Lá sai mais água do que na do banheiro, apesar de ser gelada. Quero ver como vai ser no inverno se até lá eu não arrumar o maldito chuveiro!
Ah, tenho uma coisa super importante para te contar!!! Ainda estou em choque! Estou super assustada, meu coração bateu tão forte! Ai, amiga, estou quase chorando de emoção! Eu vi
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Miau.
Pausa.
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(...) Amiga, acho que o meu computador miou, ou eu estou ficando maluca...
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Miau.
Nova Pausa. Procuro embaixo na mesa. Nada. Olho para cima, nas prateleiras. Vejo vários livros. Nada de gato. Fico alerta, com os dedos a postos, prestes a continuar o e-mail.
Miau.
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(...) Definitivamente o meu computador miou. Não acredito que tem um gato na minha sala!!! Como ele apareceu aqui? E na minha sala?! Tenho que procurar o gato, animais são terminantemente proibidos no prédio e eu ainda estou em fase de aprovação. Isso só pode ser uma pegadinha!
Se não der tempo para eu te mandar outro e-mail antes de sair, até segunda!
bjs
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Estou ajoelhada no chão, de bunda para cima, procurando a origem do som, quando sinto alguém me cutucar pelas costas. Levo um baita susto, dou um pulo e bato com a cabeça na parte debaixo da mesa.
- Tia... - quando me levanto esfregando a cabeça no ponto dolorido vejo um menino loiro com aparentemente uns sete anos que está rindo da minha cara.
Olho para ele com um pouco de raiva e ele para de rir. Não queria assustar a criança com a minha careta irritada, mas tem um gato na minha sala e a minha cabeça lateja, então entenda: não estou no meu melhor humor!
- Você não viu um gato? - ele pergunta numa voz baixinha, como se não quisesse que os outros ouvissem.
Como reflexo, olho para trás. A porta da sala do Cristian continua fechada. Primeiro penso: não fale que tem um gato aqui, posso perder meu emprego, mas em seguida me dou conta.
- O gato é teu?
Respiro fundo e tento me controlar. Estou muito de mau humor.
- É... eu trouxe ele escondido, dentro da mochila... - ele murmura, parecendo sem jeito - ... mas ele sumiu. Já procurei por tudo! Não sei onde ele foi parar!
Miau.
Antes que eu possa responder, escuto novamente o miado, agora mais abafado. Parece vir do alto.
- Ele está aqui! - o menino sorri, todo feliz com a descoberta.
- É. - respiro fundo. - Acho que está.
Olho para cima, para a prateleira, em busca da origem do som. É para lá que o loirinho está olhando. Não vejo nada. Só livros. Livros enormes, enfileirados e provavelmente empoeirados.
- Você poderia pegar o meu gato para mim? Antes que alguém veja? - ele suplica. Vai até a porta e verifica os corredores. - Não tem ninguém. - ele sorri aliviado - Pega o gato para mim agora?
Ok. Está quase na hora de sair e meu chefe ainda está trancado na sala. É sexta-feira e amanhã ninguém irá trabalhar já que é feriado. Geralmente, o escritório funciona no sábado.
Não posso deixar o gato trancado sem comida e sem água. Se ele morrer de inanição na minha sala depois de fazer suas necessidades por tudo, será ainda pior.
Obrigo-me a pegar uma cadeira, subir em cima e alcançar a prateleira. O menino me olha esperançoso.
Tudo bem, eu até alcanço a prateleira, mas não consigo segurar os livros com firmeza. Tenho apenas 1,60 metros de altura e admito que no momento está meio difícil me equilibrar sobre os meus saltos altos em cima da cadeira. Estico-me toda e alçando um livro bem grosso. Quem sabe se eu conseguir puxá-lo abrirei uma fresta entre os livros e acharei o animal. Todo o meu corpo está esticado agora. Desde os meus dedos dos pés até os dedinhos da mão direita que estão quase lá. Só mais um pouco...
Desloco o livro para frente e junto com ele vem uma rajada de poeira. Droga! Sou alergia à poeira! Começo a espirrar e então perco o equilíbrio. O livro voa até o chão fazendo um estrondo. Para não cair da cadeira e não quebrar o pé ou algo do gênero, eu me seguro, apoiando todo o meu peso na prateleira. O parafuso de uma das pontas se desprende e os livros começam a deslizar. Um a um. Até o chão.
Oh, não! Blum! Blum! Blum! Eles fazem um estrondo ruidoso ao atingir o assoalho de madeira. Uns quatros livros caem até que eu consiga recuperar o equilíbrio e segurar o canto da prateleira para que ela fique mais ou menos alinhada. E é assim que o meu chefe me vê quando saí de sua sala, atraído pelo barulho.
- O que você está fazendo, Jaqueline?! - sua voz transmite seu espanto.
Sim, deve ser uma cena patética ver sua sempre bem comportada secretária fazendo arte. Eu vou matar esse menino! Pestinha desgraçado!
Não posso me virar para o meu chefe. Realmente não posso soltar a prateleira, a menos que eu queira que os livros recomecem a rolar para se espatifar no chão. E mesmo que eu pudesse me mover, não conseguiria. Estou paralisada de vergonha.
É nesse momento que ele reaparece.
Miau.
A pequena bola de pelos acinzentada surge lá do alto da torre dos livros remanescentes e nos encara como se tivesse em cima de um castelo após vencer uma batalha.
Cerro os dentes. Eu vou matar esse gato!
- Um gato? - Cristian Benites, mais conhecido como o sósia do JD, pergunta, tentando processar o que vê.
- É o gato dela! - a peste loira acaba de me incriminar.
Encaro a criança e seus olhos suplicantes me comovem e barram a resposta na ponta da minha língua: "O Gato não é meu!" Esse menino parece assustado, como se fosse ser castigado, então eu digo:
- É... Eu estava tentando pegar o meu gato.
Penso em explicar o porquê dele vir trabalhar comigo, mas como não encontro nenhuma justificativa plausível, eu resolvo me calar.
Cristian se inclina pelas minhas costas. Ele é alto. E forte. E...
O peito dele esbarra nas minhas costas quando ele estica o braço, então eu paro de pensar. Como ele é cheiroso. Nossa! Nunca estive tão perto dele antes...
- Segura o gato dela um minuto, Oliver.
Meu chefe conhece a criança peste!
- É gata. - Oliver responde, agora todo sorridente, e agarra o mini felino com vontade.
- Ah, é? - Cristian começa a retirar os livros da prateleira e só quando o peso vai aliviando é que eu percebo como os meus braços estão doloridos. - Agora pode soltar. - ele diz.
Eu obedeço e não consigo evitar um suspiro baixo de prazer. Esfrego os braços para aliviar a dormência.
Cristian me encara com uma expressão que me parece divertida. Será que ele está achando engraçado? Não sei... Eu estou tão constrangida que sinto vontade de chorar.
- Como é o nome do teu gato, Jaqueline?
Estou sem idéia. É sexta-feira, estou esgotada e meus braços ainda doem. Fico tentando inventar um nome.
- É Meggy. - Oliver responde por mim.
Cristian se vira para ele.
- Vai se arrumar que nós já vamos embora.
Oliver sai correndo para buscar suas coisas, mas antes entrega o bichano para meu chefe.
O meu chefe conhece essa criança! Quem é essa criança? Não tem nada a ver com ele para ser seu filho. Talvez sobrinho?
Ele me entrega o animal que eu pego toda sem jeito. O gato parece mais assustado do que eu.
Cristian continua com uma expressão divertida, como se soubesse de toda verdade.
- Espero que trazer animais para cá não se torne um hábito, Jaqueline. - ele diz e eu vejo que ele se segura para não sorrir. - A propósito, a Meggy é macho. - ele explica após ter inspecionado embaixo do rabo.
Então o JD cover entra na sala dele e fecha a porta com a criança lá dentro com ele. Quero saber o que eles irão falar, mas não escuto nada e então desisto.
Fico parada durante meio segundo e afinal decido ir para casa. Com o gato.
Não sei o que fazer com o bicho. Para andar pelos corredores e não ser descoberta, escondo-o na minha bolsa. Só rezo para que a minha bolsa não mie na frente dos outros.
Não posso pegar um ônibus, já que é proibido animais. Pego o animal no colo de novo para ele não morrer sufocado e começo a caminhar, pensativa. Um veterinário! Preciso achar um consultório veterinário que aceite doações!
Depois de caminhar seis quadras e não ter sorte, decido parar num posto de gasolina e perguntar se eles conhecem algum lugar. Eles me dão um provável endereço, há sete quadras. Chego lá com os pés quase dormentes, mas loja já está fechada.
Após andar muito eu desisto e acabo levando o Jack para casa.
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