CAPÍTULO 18
Durante o cozimento do jantar, Tarcísio abriu um vinho. Sentada, tomei um pouco e ele apoiava na pia. Aquela visão era quase divina, depois de anos, estava na casa do meu crush da adolescência e ele estava cozinhando para nós dois.
Tarcísio Malta em seu jeans preto, estava com avental verde escuro, enquanto cozinhava, se virava para mim e apoiava na pia, com aquela taça de vinho tinto na mão, tomava apreciando.
Eu estava mesmo, apreciando aquela visão. Sentia meu rosto queimar, estava achando Tarcísio muito sexy naquele momento. Acho que meu olhar para ele estava denunciando tudo.
- Está pensando em que ? - Sua voz me traz de volta.
- Na história toda ... Da família Anchieta - Bebo um gole do vinho - Mas, estou começando a achar que você quer me embebedar. Preciso parar - Dou um último gole e apoio a taça na mesa.
- Quero que se sinta a vontade - Tarcísio anda devagar, até mim - Percebi que o álcool abaixa sua guarda - coloca mais vinho na minha taça. Eu sorrio desconfiada. Aquele olhar dele, estava me deixando intensa.
- Não vou ceder... - Afasto a taça, sem fazer contato visual com ele.
- Guarde para o jantar - Retorna para o forno e tira um tabuleiro.
- Nossa, que cheiro maravilhoso - Me levanto e vou até ele
- Não pode ver antes da hora - Tarcísio estica o braço me impedindo de chegar perto.
- Mas eu preciso ver o que é ... - Forço meu corpo contra seu braço. Rapidamente, Tarcísio com aquele sorriso largo e encantador, se vira por completo para mim, apoia suas mãos em minha cintura, me empurrando na pia. Me olha com desejo, seu perfume era maravilhoso. Cola seu corpo no meu. Meu coração está acelerado. Estávamos ofegantes. Sem hesitar mais, Tarcísio Malta me beija, com vontade e eu, só sei retribuir. Meu corpo queria o dele de qualquer maneira.
Quando dei por mim, já estávamos em cima da mesa da cozinha, derrubei a taça de vinho no chão, que quebrou e sujou tudo. Tirei seu avental e ele a minha roupa, e nos entregamos.
Algumas horas depois estávamos jantando, no sofá de couro da sala. Estava enrolada em um roupão de Tarcísio. Ele romanticamente acendeu a lareira. O prato secreto era uma receita italiana de seu avô. Eu não conseguia olhar para ele direito e nem ele para mim, mas o nosso sorriso era inevitável.
- Você realmente, cozinha muito bem - antes do colocar o garfo na boca.
- Sou um rapaz de muitos dotes - Brincando, se mostra convencido
- Estou vendo ... - Tomo mais um pouco de vinho. - Eu preciso voltar para a pousada - Levanto e começo a procurar a minha bolsa
- Está cedo ...- Tarcísio pega a bolsa no chão e me entrega. Ao pegar meu celular, marcava meia noite e meia.e quatro ligações da pousada
- Minha tia não sabe onde estou... - Começo a mandar mensagem pra ela. Levanto e vou na cozinha pegar a minha roupa. Tarcísio parecia desapontado por eu ter que ir embora. Ao chegar na cozinha - Eu limpo antes de sair - falo sem graça
- Está tudo bem, Mel - Tarcísio fala segurando os pratos - Se arruma que eu te deixo na pousada, eu resolvo quando voltar. - Coloca os pratos na pia e saí
- Tá bom. - Começo a me arrumar e não consigo achar meu sutiã. - É... Tarcísio, não acho meu sutiã - Falo totalmente sem graça, chegando na sala. Ele sorri, enquanto termina de colocar sua camiseta.
- Acho que terá que voltar, pra me ajudar a procurar - Ele sorri e pega as chaves do carro. Fiquei sem graça e não soube o que responder. Logo fomos para o carro e menos de quinze minutos estávamos na pousada.
Antes de sair de seu carro, nos beijamos mais uma vez. Nosso beijo era quente e provocante. Acho que foram os anos de espera.
Ao entrar na pousada, me sentia feliz de certa maneira. Uma noite maluca que nem estava entendo mais nada.
Subi direto para meu quarto e ao abrir na porta, Plínio saí de seu quarto.
- Mel ... - Ele vem andando em minha direção. Meu sorriso diminui. Cruzo os braços e olho sérios para ele - Quero falar com você - Ele passa a mão na cabeça, parecia preocupado
- Aconteceu alguma coisa ? - Fico preocupada
- Podemos entrar ?
- Sim, claro - Termino de abrir a porta do meu quarto e ele entra junto. - Aconteceu alguma coisa com a tia Gisa ?
- Não, minha mãe está bem - Ele bate a porta devagar - Eu quero saber tudo o que aconteceu, quando decidiu - Plínio hesita - em tirar nosso filho.
- Agora, Plínio ? - Respiro fundo e coloco a mão na cintura.
- É, agora - Incisivo responde. Passo a mão no cabelo, demoro um pouco.
- Quando voltei para o Rio, não sabia que estava grávida, mas obviamente com o tempo eu soube. Logo quando fiz os teste fiquei em Pânico. Escolhi não te contar, você tinha entrado na faculdade. Eu ainda faria o vestibular, não queria ter que cuidar de uma criança, sendo uma criança. - Respiro fundo - Então, contei para meus pais, que logo souberam o que fazer. Como estava no início o remédio funciou. Eles então, me proibiram de voltar ou manter contato, entendi que era uma parte da minha vida que não deveria existir. Te escrevi e resumi a história. Como você deve lembrar
- Sim, me lembro da carta que recebi...- Com lágrimas nos olhos, Plínio tentava de manter firme e sério. - Disse que ficou grávida, mas perdeu e que havia passado para jornalismo e estudaria em São Paulo. Simples assim, você sumiu.
- Plínio... -Me aproximo e seguro suas mãos. Ele estava sofrendo
- Melanie, eu iria pro Rio, se fosse possível. Eu te amava, eu faria qualquer coisa por você naquela época. - Me afasto dele. Acabo engolindo a seco
- Foi bom para nós. Hoje você está com a Camila...
- Pois é. Mas me senti como um idiota. Eu realmente sofri com a perda, mas percebi que você no fundo, sempre foi egoísta. - Torce a maçaneta da porta para sair. Respira fundo e saí.
- Que merda! - Me jogo na cama. Sinto uma angústia. - Não Mel, você não pode reviver essa dor de novo. Sempre fui forte! Não perderei meu foco.
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