CAPÍTULO 14
Nove em ponto, cheguei na frente da clínica e o médico também. Eu estava com uma calça jeans escura, bota preta, e uma jaqueta de couro. Ele estava todo de preto, e uma bota preta também.
- Que interessante - Falo me aproximando, enquanto ele estava distraido mexendo no celular, mas logo guarda ao me ver, abre um sorriso.
- O que é interessante ? - Guarda as mãos no bolso.
-Durante o dia você só pode andar de branco, mas depois do trabalho, cor oposta - Paro ao lado dele, o vento bagunçava a minha franja.
-Minha cor favorita, eu só posso usar depois do expediente - Tarcísio Malta, fala timidamente. Sorridente, começamos a andar devagar, não sabia para onde estavámos indo.
-Para onde irá me levar ? Eu tenho spray de pimenta na bolsa - Falo brincando
-Vamos na casa do meu tio - Olha para mim e volta seu olhar para a rua. Fiquei levemten frustrada, mas tudo bem.
- Seu tio ? Por que ? - Puxo fio de cabelo que agarrou no meu batom, fazendo um risco vermelho no meu rosto
-Porque ele sabe algumas coisas, que talvez possa ajudar na sua busca - Ele para rapidamente e tenta limpar a minha buchecha
- O que foi ? - Falo olhando para ele, e rindo
-Seu batom te sujou - Ele esfrega para sair. Fico rindo e olhando para ele de perto, sem graça ele não faz contato visual - Pronto - Se afastando, coloca novamente as mãos no bolso e continuamos seguindo.
- Obrigada - Passo a minha mão de leve no rosto, sinto meu rosto queimar um pouco. - Bom, estou curiosa para saber o que ele tem para me dizer... Ele mora longe daqui ?
-Ninguém mora longe, por aqui - Ele ri, morde de leve a boca, mas mantém seus olhos para frente. Perceber seu sorriso me fez rir també. Estava me sentindo sem graça.
Não andamos cinco minutos e chegamos na casa de seu tio, que mora em cima da padaria. Tarcísio nos apresenta, seu tio se chama José, simpático um senhor robusto, engraçado, suas bochechas eram rosadas. Morava sozinho, a casa não tinha muita coisa, mas a tv estava ligada em algum filme, a cozinha tinha uma pequena mesa de quatro lugares, apenas.
A postura de Tarcísio ali, não era de um rapaz que estava se sentido confortavél, não sei se por mim ou pelo tio. José contou algumas histórias de clientes antigos, e alguns bebados que sempre lhe enchiam o saco na padariam. Logo seu sobrinho foi direito ao assunto.
- Tio, você lembra de quem era a padaria, antes de você ? - Tarcísio inicia o assunto, seu tio levanta da mesa em direção a geladeira, pega uma garra d'agua
- Claro, era do atual prefeito - Senta com garrafa - Por que ? - Sua forma de falar era bruta, incisiva mas parecia um bom homem. Tarcísio olha desconfiado para mim.
-Mas antes dele, o senhor saber dizer quem era ? - Questiono devagar, para não assustar.
-Não... Na verdade, comprei a preço de banana, na época. - José bebe um pouco de água, e mantém seus olhos em mim. - Por que ?
- Queria saber quem era o antigo dono ... - Rescosto na cadeira pensativa, cruzo os braços.
-O atual prefeito... Mas, por que o interesse ? - José olha para Tarcísio sem entender
-Nada demais tio, só curiosidade ... - Tarcísio dá um sorriso amarelho pro tio. José se levanta e vai para a sala
-Você não me disse que ele sabia de algumas coisas ? - Falo baixo e demonstrabndo impaciencia com Tarcísio.
- Ele sabe ... Ele só não confia - Sussurra. Fico olhando, levanto da mesa
-Seu José ... - Levanto e vou até a sala , me sentando ao lado do senhor - O que o senhor sabe sobre o passado da cidade ?
- Nada... - Ele começa a trocar de canal. Tarcísio vem devagar e se senta na outra poltrona.
-Tio ... Pode contar aquelas coisas que me disse uma vez - Tarcísio é o polical bom, pois fala calmamente, mas seu tio fica enrolando.
-Que coisas ? - Pego o controle e desligo a tv
-Ei... Que isso ? - José se irrita comigo - Tarcísio, contrele a sua namorada! - Se levanta irritando
- Não é minha namorada! - Se levanta atrás do tio
- Tarcísio não é casado ? - Me arrependo de ir com sede ao pote, mas fiquei curiosa com esse assunto, agora. Levanto atrás dos dois.
Nesse momento, fomos todos para a cozinha mais vez, José ficou sem entender o que estava de fato acontecendo. Tarcísio não tinha onde colocar a cara de vergonha e eu, curiosa sobre todos os fatos.
-Minha filha... - José respira fundo e olha para mim - Não sei muito sobre a cidade, na época em que vim com Tarcísio para cá, comprei o imóvel, com o tempo fui reformando aos poucos. Mas da priemira vez que entrei no prédio, que estava bem quebrado, muito mofo, acabei achando alguns papéis velhos e joguei fora, guardei apenas uma foto. Fiquei com medo de ser a noiva suicida, que matam os bebês.
-Que ? como assim? - José tem toda a minha atenção, porém, uma nova versão da história, que não foge totalmente da que de fato eu já conhecia. - O senhor ainda tem essa foto ? - Me aproximo, empolgada
-Não, queimei... Pensei que a foto pudesse ser um portal para essa maldição... - Ele se afasta, um pouco assustado.
-O senhor sabe de mais alguma coisa ?
-Não, menina! -José volta para a sala
-Acho que acabou não ajudando muito - Tarcísio fala sem graça - Desculpa, te fazer perder tempo Melanie.
-Tá tudo bem ... - Falo e abro um sorriso. De fato, foi perda de tempo. Não cheguei a lugar nenhum- Bom, acho que já vou embora... - Pego a minha bolsa - Me acompanha até a pousada ?
-Claro - Tarcísio Malta, prontamente me responde. Nos despedimos de seu tio. Ali, em cima da padaria, havia mais uma história para eu descobrir e dessa vez, não tem nada a ver com a família Anchieta.
-Algo me deixou intrigada ... - Falo durante o caminho, pensativa, hesito um pouco mas logo questiono - Cadê a sua esposa ? - Paro em sua frente, atrapalhando seu andar. Aguardando uma resposta, Tarcísio me olha, sem graça. Não tem como fugir da pergunta.
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