Fim
Segurando na corda vermelha vou caminhando para fora do pátio, nosso colégio possui uma área verde bem vasta, mas agora parece vasta demais.
Passando por um corredor de árvores altas, onde provavelmente o professor de ciências quis nos ensinar cada espécie e eu não prestei atenção.
Logo em seguida, para a minha completa surpresa, surge um labirinto, completamente de pedra e de muros altos, bem no meio desse matagal, quase imperceptível aos olhos do colégio, agarro firmemente a corda e dou início pelo mesmo.
Aproximadamente dez minutos depois, entre uma bifurcação e outra, uma curva incurvada — se é que isso existe — Eu ja estava completamente tonta, acho que seria mais seguro ir sem corda, pois em todos os cantos possíveis pra se perder, eu me perdi. Engano meu achar que esse tal de Ulisses me ajudaria.
Passo por uma bifurcação, e vejo uma linda Dália negra caída no chão, o que me atraí, era a flor preferida de minha mãe nesse momento penso em quem realmente está criando isso e ao tentar alcançar a dália tenho a impressão que essa corda tomou conta do meu corpo, mal consegui parar pra pegar a flor e ao pega–la é como se meu corpo quisesse relaxar e ali ficar, eu também quero isso mas meus pés continuaram a seguir, me sinto cansada, mas não consigo me mover contra nisso.
Quero parar pra respirar mas pareço num grande alvoroço, tudo gira, tento a todo custo parar pra descansar, tudo se move de forma veloz, sei que o tempo continua o mesmo, mas é como se só ocorresse dentro de mim, como se quem tivesse de fora jamais conseguiria ver ou sentir.
Tento segurar a corda e parar, tento sentar no chão, mas ela me arrasta, viro mais três bifurcações seguidas de literalmente arrastada numa velocidade que nem consigo pensar, não aguento mais, então decido soltar a corda, vou abrindo a mão lentamente, soltando dedo por dedo.
Quando solto, percebo que cheguei ao final, suspiro longamente e caio de joelhos na grama, tento respirar arduamente e ouço passos...
- Ei, O que você faz aqui? O menino da senha pergunta. Alternando o olhar para mim e ao redor das árvores enquanto continuo o processo de respiração.
- Nada, é...-suspiro- apenas uma coincidência. E você o que faz aqui? Tento me levantar de forma confortável, mas meu corpo reage com uma dor aguda numa área não específica.
- Estou procurando alguém. Esperando na verdade. - Ele quase sussurra e volta a olhar firmemente ao redor.
- Bom, na verdade, eu espero encontrar aquele tal Ulisses e exigir explicações, pois eu quase infartei nesse labirinto. - Aumento o tom respirando de forma, finalmente, tranquila e me levanto.
- Bom, prazer, Sou Ulisses. - ele sorri misteriosamente e isso me desestabiliza.
- O que? Você? Por quê me faz passar por tudo isso? Por todos esses bilhetes azuis? Digo exasperada com o sentimento de raiva crescendo no peito e a respiração voltando a ficar acelerada.
- O que? Eu não fiz nada. Você é a Pandora? Que bilhetes azuis? Ele grita e noto uma irritação quase no mesmo nível que eu.
- Esses bilhetes. - Mostro a ele. - esse ultimo, diz: "Na Lua alta, os Ciprestes você deve encontrar, siga está corda e em teu percurso ele te ajudará." Recito e olho para ele.
- Esse eu também recebi! Mas não tem corda e os meus bilhetes são vermelhos.
O meu último dizia assim: " Na lua alta, os Ciprestes você deve encontrar, siga as trilhas com as bandeiras azuis que em teu percurso, te ajudará." Como eu ele recita a sua versão e aquilo começa a me intrigar...Quem está por trás disso?
- Em um dos bilhetes, você diz que eu descobri o seu nome! Como não foi você? Acuso ao me lembrar do primeiro bilhete.
- Nesse aqui - Ele me mostra um bilhete vermelho - diz que eu também descobri o seu nome. - Ele diz num tom mais calmo e desconfiado.
- Eu não escrevi nada, juro! Seja quem for que fez isso, é uma brincadeira de muito mal gosto. - Falo quase num tom ofendido
- Você está melhor? Ele recorda vendo-me puxando o ar e eu assinto - A lua logo vai ficar alta, podemos ir para os Ciprestes e tentar descobrir algo. - Ele sugere e eu o sigo.
Chegamos ao centro do Ciprestes e aguardamos alguns minutos, vemos a lua ficando alta e grande como uma bonita lua cheia, ao olharmos para o centro dos Ciprestes onde notamos dois pequenos troncos, quase bancos, e em cada tronco havia duas cartas uma vermelha e uma azul.
No azul havia meu nome e na vermelha havia o nome dele. Abri o envelope e uma letra dourada com uma caligrafia artística e bonita surgiu.
" Me chamo Pothos — sim é uma homenagem ao deus da paixão —
Cúpido iniciante, tive a missão de junta-los .
Mas vocês são complicados demais. Por Zeus!
Creio que falhei na missão,
Tratem como uma mera coincidência...Ou não.
Perdão por qualquer inconveniência ."
Viro-me e olho para Ulisses que termina sua carta, olha para o céu, pisca de um jeito sacana sorri. Ele se aproxima ainda sorrindo.
- Coincidência? Sugiro delicada
- Não foi coincidência, eu estava esperando por você! Tocando-me nos lábios de forma suave e intensa logo em seguida.
........................................................................
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro