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Capítulo 6 - O Ministro da Máfia

"SE O MEU CAMINHO EXIGE QUE EU PASSE PELO INFERNO, ENTÃO, EU ANDAREI COMO SE FOSSE O DONO DO LUGAR

Cabisbaixo, Valentim desceu a escada que levava à praia. Há alguns anos desistira de fumar, mas naquele momento daria tudo por um cigarro.

Amaldiçoava a sorte que o levara à situação em que se encontrava. A vida inteira tinha sonhado conhecer uma mulher como Maresca; sensível, porém forte, vulnerável, mas agressiva, bela e sem nenhuma arrogância. Era uma combinação tão improvável que ele desistira de procurar anos atrás, satisfazendo-se com a companhia de criaturas que nada exigiam dele além de uma noite agradável.

Quem sabe finalmente tivesse conhecido a mulher e seus sonhos?

No entanto, lamentava que aquilo acontecesse justamente agora, quando o tempo não lhe pertencia e ele estava comprometido com algo que a excluía. Chegava a sentir ódio do próprio destino.

Em apenas três ocasiões havia experimentado semelhante frustração: a primeira, quando a mãe lhe comunicou a morte do pai. Jamais esqueceria a imagem daquele homem sorridente e amoroso, que o carregava nos ombros e lhe contava histórias.

A segunda ocorreu quando os médicos o avisaram que a mãe não viveria por muito tempo. Pelo menos teve condições de fazer algo por ela, proporcionando-lhe todos os cuidados possíveis. Levara-a para fazer uma viagem de volta ao mundo, tornando assim seus últimos dias cheios de significado.

Talvez esse fosse um dos muitos motivos que o fizeram seguir os passos do próprio pai na organização.

A última frustração aconteceu no conflito . Quando lhe vieram as recordações, ele cerrou as mãos, repelindo imediatamente aquelas cenas angustiantes. Naquele momento sentia-se impotente, sem saber como agir.

Não conseguia explicar a atração instantânea que havia sentido por Maresca.

Sempre zombara da ideia de que um homem e uma mulher pudessem se conhecer e perceber, no mesmo instante, que eram importantes um para o outro. Agora, porém, nunca mais duvidaria disso.

Bastara olhar para Maesca uma única vez e todo seu mundo tinha virado de cabeça para baixo nessse instante. Inicialmente conseguira dominar aquela onda de emoção, imaginando que não voltariam a se encontrar. Agora, porém, estava ao lado dela, tinham partilhado a mesma refeição, sentira sua reação ao tocá-la e no entanto precisara afastar-se...

De repente, Valentim lembrou-se das rosas brancas. Cedera a um impulso estúpido. Afinal, não era nenhum adolescente para comprar um ramo de flores para uma garota que admirasse.

Entretanto, ele não conseguira resistir à tentação. Ao sair do hotel com a comida, passara diante de uma floricultura, e as rosas o fizeram recordar o olhar de Maresca e seu suave perfume. Comprou-as sem hesitar e, enquanto conferia o troco, sabia que jamais as entregaria a ela. Pois não teria coragem suficiente.

Ao chegar à beira do mar tirou a camisa e entrou na água. O choque com as ondas frias lhe fez muito bem, sacudindo aquela espécie de torpor que ameaçava tomar conta de seu corpo, e de sua mente. Precisava confiar no futuro. Dentro de alguns dias ou, no máximo, de algumas semanas, a tarefa que o conduzira à ilha teria terminado. Faria então uma viagem a Washington e surpreenderia Maresca em sua pequena ourivesaria.

O prazer que esse pensamento lhe causou foi interrompido quando ele se lembrou do que o aguardava. Corria o risco de não sair mais de lá. Não, aquele não era de modo algum o melhor momento para acrescentar complicações românticas à sua vida. Já envolvera em seus problemas não somente Andreas Cortella, como também a mulher dele, Beatriz. Embora não tivesse essa intenção, o barco de Andreas, o Beatriz, fora alugado há alguns meses para os testes com seu novo protótipo de robôtica e não havia tempo para encontrar outro. Tornando a mergulhar, Valentim deu vazão ao ódio e à tensão que se apoderavam dele, através de braçadas vigorosas.

Ele havia trabalho intensamente naquele projeto paralelo sem que a organização ao menos soubesse, os pesadelos o impulsionavam cada vez mais a fazê-lo, Valentim sentia que aquele projeto poderia mudar a sua vida radicalmente, assim como afastá-lo de vez da organização.


Em algum lugar de Washington, cinco homens sentavam-se em torno da mesa, numa espaçosa sala de conferências, no prédio do FBI. O homem que se encontrava na cabeceira presidia a reunião com um ar bastante informal. Thiago Santineli tinha trinta e oito anos e, entre aqueles homens todos, ele era o único descendentes de um pequena província africana, seus avós vieram para os EUA em busca do famoso sonho americano, e ele era o que ocupava o posto mais alto naquele setor da polícia. Os que o conheciam bem jamais subestimavam sua capacidade profissional.

Tinha iniciado sua carreira de espionagem na Marinha Americana e ao ser dispensado entrara para o FBI, onde passou a exercer as funções de agente secreto. O trabalho era exaustivo, e Santineli era obrigado a passar várias noites sem dormir, participando de encontros clandestinos e atividades arriscadas, durante as quais entrava em contato direto com o submundo do crime.

Recentemente sua mulher, Marina, havia comentado que a vida profissional dele estava destruindo seu senso de humor. De fato, tornava-se cada vez mais difícil para ele encontrar motivos para risadas.

Tomava como exemplo aquele encontro de que participava. Ele e seus colegas estavam lá para decidir o destino de uma das detetives do FBI. A vítima era uma das protegidas de Santineli e Navarro, o fato os incomodavam muito, pois como poderiam ter certeza de que sua capacidade de julgar era objetiva, se apreciava tanto aquela criatura?

Com um suspiro desolado, estudou atentamente os homens à sua volta. Arnaldo Dallagnolsentava-se à sua direita. Conhecia-o há muitos anos e apreciava sua eficiência no combate ao submundo. Não ignorava, porém, que Dallagnol era excessivamente ambicioso e chegava mesmo a mostrar-se mesquinho com os agentes, principalmente quando se tratava de agentes femininas.

Arnaldo fizera várias acusações contra a detetive, cujo nome secreto era Rosa do Mar, reclamando que a jovem havia ultrapassado todos os limites do dever ao lidar com determinado caso. Embora não considerasse o excesso de zelo uma falha, Santineli sabia que poderiam surgir sérias consequências caso um detetive se recusasse a obedecer às ordens de um superior, no sentido de abandonar uma investigação. Os demais policiais presentes à reunião eram profissionais experientes, e Thiago contava com eles a fim de poder julgar com mais objetividade os dois lados da questão.

— Bem, vamos ao que interessa, senhores. Como perceberam, ao ler o conteúdo das pastas que foram entregues, trata-se de um assunto bastante delicado. O tema da nossa discussão é uma agente secreta, de vinte e pouco anos, cujo nome de guerra é Rosa do Mar, e que serve no setor do crime organizado.

Ele fez uma pausa e alguns policiais examinaram com maior atenção as pastas.

— Eu gostaria que você apresentasse as suas acusações.

Sem se fazer de rogado, Dallagnol ajeitou-se na cadeira e pigarreou.

— As acusações são um tanto pesadas. Confesso que me preocupa a capacidade de Rosa do Mar em dar conta com eficiência de suas tarefas. Na realidade, ela começou a ter sérias disputas comigo a partir do momento em que Santineli nos deixou para assumir o setor de segurança. Na minha opinião, a jovem pretendia o cargo que ocupo hoje.

— Suas opiniões pessoais não interessam a ninguém dessa reunião nesse momento. — Interrompeu Santineli.— Limite-se a relatar o que aconteceu e que esteja ligado a essa investigação.

— A fim de conseguir determinada informação, da qual não precisávamos, ela foi muito adiante em suas funções.

— Por quê? — Perguntou um policial de cabelos grisalhos.

— Mas que diferença faz? — Explodiu Arnaldo, enraivecido. — Ela desobedeceu ordens.

— Fui agente secreto durante muito tempo e sei que, sob determinadas circunstâncias, torna-se necessário tomar determinadas atitudes mesmo sem entrar em contato com um superior. — Disse um dos agentes superiores. — Qual foi o resultado das ações da agente Rosa do Mar?

— Teve sorte e obteve informações preciosas, mas isso não justifica. Sempre que sente o cheiro do mistério ela se comporta como um cão de caça que fareja tudo à sua volta, e nada a detém.

— Ora, isso não me parece tão mau assim! — Comentou outro policial. — Na verdade agentes com esse tipo de habilidade estão cada vez mais raros hoje em dia!...

— Só que essa atitude pode se tornar negativa e... — Insistiu Arnaldo.

— E como você lidou com a situação? — Prguntou agente de cabelos grisalhos e olhos verdes.

— Não sou eu quem está sendo julgado aqui senhores, mas uma agente que não consegue obedecer as ordens. — Declarou Arnaldo, com agressividade. — Aconselhei-a a modificar sua atitude ou então a dar o fora. Ela se retirou de minha sala, indignada.

—Não quero justificar o procedimento da agente Rosa do Mar, mas lembrem-se de que ela ficou de plantão durante três semanas quase vinte horas por dia, quando o fato se deu... — Interveio Santineli. — Ela deveria ter recebido apoio de outros agentes, e pelo que vejo no relatório ainda não pude entender o por que lhe foi negado tal apoio.

—Talvez ela precise apenas de um bom descanso. — Sugeriu o detetive sentado à esquerda dele.

—Mas ela está descansando! — Informou Arnaldo, irritado. — Ordenei-lhe que tirasse férias. Ouçam, Maresca Falconne...

—Não precisa dizer nomes... — Censurou Santineli perdendo a paciência.

—Está bem, está bem. Rosa do Mar foi mimada a partir do dia em que concluiu seus estudos na academia de polícia. Ela é uma mulher de beleza impressionante e se julga intocável.

—Vamos verificar a pasta dela então... — Interrompeu Santineli, com a intenção de que Arnaldo se acalmasse. — Senhores, examinem a página oito. Como percebem, as apreciações sobre a eficiência dela são cheias de entusiasmo.

—Tirando as notas que eu dei para ela e... — Declarou Arnaldo. — Sei muito bem o que vocês devem estar pensando, mas garanto que não se trata de um conflito de personalidade.

— É difícil saber quando a gente se envolve demais...

— Recuso-me a ouvir semelhante coisa. Sou suficientemente corajoso para reconhecer a verdade. Santineli, quero fazer uma pergunta: você acha que Rosa do Mar é obediente?

— Por quê? Acaso algum de nós é? Costumo julgar os meus funcionários pelo interesse que demonstram nas tarefas que executam. Não tenho a menor dúvida em afirmar que Rosa do Mar nesse sentido é impecável.

— Pois eu a considero interessada demais. É essa a questão essencial. Penso que ela se envolve emocionalmente com os casos que investiga e passa a agir com irracionalidade. Até agora teve sorte, mas ninguém sabe o que poderá acontecer um dia destes. Talvez chegue mesmo a provocar a morte de outro detetive.

— Pare de melodramas, Dallagnol. — Pediu o homem grisalho, voltando-se para Santineli. — Não foi essa agente que noivou com o agente Condor?

—Sim. E daí?

—Eu não me encontrava em Washington na época, mas ouvi boatos de que este agente recebia dinheiro de traficantes e contraventores, em troca de determinadas informações. —Disse um dos diretores.

—Sim, aconteceu qualquer coisa no gênero! — Confirmou Santineli. — Pelo que sei, o agente Condor acabou ficando muito endividado, quando um dos sindicatos do crime tomou conhecimento do fato. Antes que percebesse, ele estava envolvido demais para poder cair fora.

—E a agente Rosa do Mar por acaso se tornou suspeita em toda essa história?

—Não. Investiguei a situação junto com Johnny Navarro. Como vocês sabem, ele está aposentado mas concordou em colaborar conosco a fim de esclarecer o que acontecia com o agente Condor, pois não se perdoava por não ter descoberto as atividades dele enquanto trabalhavam juntos.

— Já ouvi comentários a esse respeito mesmo. — Disse o diretor grisalho. — E o que aconteceu ao agente Condor?

— A versão oficial diz que ele perdeu o controle da direção e o carro caiu num rio. Porém, desconfio de que ele tenha procurado a proteção dos bandidos e acabou sendo morto.

— E como Rosa do Mar reagiu?

— Ela não se abateu, se é isto que você quer saber. Lidou com sua dor melhor do que se poderia esperar. Afinal de contas, é uma mulher forte. Passou pela junta psiquiatrica e foi imediatamente liberada para as suas missões. Na verdade, ela somente lamentou não ter descoberto tudo antes, pois a mesma faria questão de prender o agente Condor.

— Sem dúvida. Para falar com franqueza, acho que Rosa do Mar voltará das férias pronta para assumir uma nova missão. Já pensou em transferi-la de seu departamento, Arnaldo?

—Não, pois poderão interpretar essa atitude como falta de capacidade para me relacionar com os meus subordinados.

—Enfim, senhores, cabe a nós decidir o futuro profissional da agente Especial Rosa do Mar. — Declarou Santineli. — Peço que levem este relatório e leiam com atenção. Teremos um novo encontro no fim do mês. Obrigado pela presença de todos.

Enquanto os policiais se retiravam da sala, Santineli estudou Arnaldo atentamente. Desconfiava de que ele sentisse medo de Maresca Falconne.

Ela era eficiente, talvez eficiente demais, e dentro de alguns anos faria pressões a fim de ser promovida, o que poderia ameaçar a carreira do próprio chefe.

Assim que a porta se fechou, Santineli começou a juntar a papelada sobre a mesa. Só havia uma atitude a tomar: pediria a sua mulher que convidasse os Werner para jantar. Suzanna Werner era uma das amiga mais íntima de Maresca, e sem dúvida saberia informar onde ela passava as férias.

Com muito tato, ele diria a Suzanna que prevenisse Maresca no sentido de maneirar um pouco, limitando-se a cumprir apenas seus deveres. Mesmo que tomasse conhecimento de um caso fabuloso, Rosa do Mar deveria manter-se afastada, a menos que Dallagnol a designasse para cuidar dele.

Santineli afastou a cadeira e levantou-se com ar decidido. Jurou a si mesmo que faria o possível e o impossível para Maresca continuar como agente secreta. Recusava-se a não interferir, vendo-a prejudicada por alguém que, apesar de ocupar um posto superior, demonstrava profunda insegurança diante de uma agente com o futuro brilhante.

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