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Capítulo 35 - O Ministro da Máfia

Na manhã seguinte, Maresca sentia a vibração do barco sob os seus pés e procurou imaginar para onde iam. Acaso Valentim a fizera sua prisioneira? Tinha quase certeza disso.

Quanto a Turner, não lhe parecia que estivesse envolvido naquela história.

Após tomar um banho rápido, olhou à sua volta, na esperança de encontrar algo para usar, mas viu apenas o biquíni vermelho que trouxera do iate. Vestiu-o e foi para convés.

O céu estava carregado, e ela lembrou-se do comentário de Denaro a respeito de uma tempestade tropical que se aproximava. Turner e Valentim estavam parados junto à cabine onde se encontrava o leme.

— Olá! Vocês não têm alguma peça de roupa para me emprestar?

— Como se sente, Maresca? — Perguntou Valentim, com um sorriso irresistível.

— Com um pouco de frio.

— Tenho algumas peças de roupa no armário. — Afirmou Turner, entregando-lhe um molho de chaves. — Pode pegar o que quiser! Acredito que tem alguns moletons, Darlan não deixa faltar nada no barco.

Sem pensar duas vezes, ela desceu para os camarotes e, após experimentar várias chaves, acabou abrindo a porta do armário. Escolheu uma camisa que lhe batia pelos joelhos e uma calça larguíssima. Por sorte, havia também um rolo de barbante, com o qual ela improvisou um cinto. Quando acabou de se vestir, olhou-se no espelho e teve a sensação de que se transformara num espantalho. Pois as peças eram enormes, com certeza pertenciam ao Darlan.

Nesse momento, notou uma pistola automática escondido no canto do armário. Examinou-o, cuidadosamente, sentindo-se tentada a ficar com ele. Abriu-o e verificou que não estava carregado. Seu olhar percorreu as prateleiras do armário, até ela perceber uma caixa cheia de balas.

Sorrindo, carregou-o e enfiou-o no bolso da calça.

Em seguida saiu, deparando-se com Valentim que se aproximava com uma expressão descontraída.

— É o último grito da moda? — Perguntou, bem-humorado, beijando-lhe a ponta do nariz.

— Precisamos conversar, Valentim.

— Sei que temos muito para discutir, mas não há tempo, Maresca. Estamos chegando a Grand Cayman e você precisa embarcar no primeiro vôo para Washington!

— Preciso saber o que está acontecendo.

— Infelizmente teremos de adiar essa conversa...

— Não é possível! Será que você não entende?

— Está bem, você tem o direito de ser informada. Vamos até a cozinha. Eu lhe darei algumas torradas e uma xícara de café.

— Valentim, como você sabia onde me achar? — Perguntou Maresca, assim que se sentaram.

— Recebi um telefonema dos seus sequestradores.

— São seus amigos?

— Por acaso foi isso que lhe contaram?

Pela primeira vez ela notou traços de cansaço no rosto dele, mas procurou não se comover com aquilo. Pois Maresca pela primeira vez notou como Valentim fugia de certas perguntas e como ele era inteligente de um modo estratégico.

— Afirmaram que você está comprometido com o que vem acontecendo.

— Pois saiba que eles mentiram! Tente entender eu não posso lhe revelar nada ainda, pois não há só eu envolvido nessa história. Eu... Droga! Maresca, eu sigo... Apenas confie em mim. É tão difícil assim?

— E você, Valentim? É tão difícil assim confiar em mim? Nega que já havia negociado com eles?

Valentim tentou pegar as mãos de Maresca, mas ela as afastou deixando-o tenso.

— Eu não fazia ideia de que eles poderiam ir atrás de você. Na verdade, era para eu estar sozinho e não acompanhado. Mas o destino mas um vez me pregou peças e acabei me apaixonando por você.

Ela tomou um gole de café, com a esperança de que aquilo a ajudasse a se acalmar.

— Por que você conversou com aqueles mafiosos?

— Mafiosos?

— Bem, chame como quiser. Garanto que não são seus amigos, Valentim. Não recuarão diante de nada a fim de conseguir o que desejam. E não me parece que queiram usar as suas invenções com propósitos honestos. Na verdade, eles querem algo que só você sabe, não é mesmo? O que você fez contra eles afinal?

— Maresca, agora não tenho tempo de lhe contar tudo, mas quero que saiba que entrei em contato com o Departamento de Estado e denunciei esses criminosos antes de vir para cá. Me dê apena sum voto de confiança, mais tarde você vai compreender tudo. Mas agora, eu não posso lhe revelar nada. Por favor, entenda isso.

— E o que eles disseram?

— Eles estão fazendo a parte deles. Pra você isso não basta, não é mesmo?...

— Isso tudo tem a haver com o seu treinamento nas forças armadas americanas ou mesmo com a morte de seu pai?

— Lembra-se de que eu falei que estive fazendo um treinamento nas forças americanas? Tentou desviar a conversa, mas essa tática só deixou Maresca mais irritada.

Ela ficou tensa ao lembrar as informações que Amanda lhe passara.

— Sim. e o que tem haver isso com essa história afinal?

— Descobri naquela ocasião que nem sempre a gente pode depender de quem ocupa um posto superior ao nosso. Não quero entrar em detalhes, mas fui acusado de traição durante o meu treinamento por causa dos laços que meu falecido pai tinha, mas não foi totalmente descartado, alguém do alto escalão do governo americano decidiu acreditar em mim e investir. Tentou revelar em partes o que lhe ordenaram manter em segredo.

— Seja mais claro, Valentim. Pois eu não estou entendendo nada!

— Nada do que eu fiz, nada do que pude dizer foi suficiente para provar a minha inocência. Nem no passado, e nem hoje pelo que vejo. Ele suspirou visivelmente cansado. — Finalmente as acusações foram deixadas de lado, por absoluta falta de provas, mas fiquei sem a menor ilusão sobre o funcionamento da Justiça do seu pais. Desde então me tornei um solitário, um caçador que prefere trabalhar sozinho. Agora enfrentarei o problema que surgiu aqui, sem contar com ninguém.

— É impossível. Você é apenas um, contra toda a tripulação daquele iate.

— Não se esqueça de Turner e dos homens da tripulação que foram especialmente enviados para me ajudar! Seus sequestradores comentaram o que pretendiam fazer?

— Carlo pretendia me trocar pelas informações que deseja de você.

— Quem é Carlo?

— É o dono do iate. Ele fala italiano. Você ainda não o conheceu?

— Não. Ainda bem que os dois garçons forneceram informações suficientes, que me permitiram localizá-la a tempo.

— Quer dizer então que foi assim que você me descobriu... Obrigada por ter ido me salvar, Valentim. Mas eu quero que você pare de me enrolar e me conte toda a verdade agora mesmo.

— Eu não posso. Eu preciso completar a minha missão! — Ele se inclinou e beijou-a na boca. — Foi o mínimo que eu pude fazer, querida. Jamais me perdoarei por tê-la colocado numa situação tão perigosa.

Nesse instante, ouviu-se um grito de Turner, e Valentim levantou-se no ato.

— Acho melhor irmos até o convés. Suba assim que acabar de comer.

Menos de uma hora depois, atracavam no porto entre as ilhas mais afastadas, e Valentim se despedia dela com um beijo.

— Tenho de permanecer a bordo. No entanto, quero que você parta imediatamente da ilha. Entraremos em contato o mais breve possível, em Washington. — Ele se voltou para Turner, acrescentando. — Vá até o chalé e pegue as coisas de Maresca. Em seguida leve-a ao aeroporto e só volte depois que subir no avião.

— Ninguém ousará nada à luz do dia, Valentim. — Argumentou Turner, contrariado.

— Tentaram ontem. Telefonarei para você assim que puder, querida.

Ela concordou e sentiu que Valentim estava distante, às voltas com dezenas de problemas.

Quando ela e Turner seguiram pela rua principal, olhou-o a distância, e seu coração disparou assim que Valentim lhe jogou um beijo.

Turner, em compensação, parecia tão desolado quanto ela, enquanto ia até o estacionamento onde Valentim deixara o carro na véspera.

— Enquanto você faz as malas precisarei usar seu telefone, Maresca. — Avisou ele, assim que chegaram ao chalé. — Quero avisar ao Darlan que estou em terra firme.

— Por que não me deixa aqui? Posso chamar um táxi.

— Você ouviu o que Valentim disse.

— Ele se preocupa em excesso. Afinal, quais são os planos dele, Turner?

— Em relação a quê?

— A essa história e àqueles sujeitos do aiate. Valentim está com algum problema?

— O que Denaro lhe disse?

— Como sabe o nome dele?

— Creio que os dois rapazes do restaurante o mencionaram.

Maresca sentiu-se pouco à vontade com a resposta, mas procurou não demonstrar nada.

— O sr. Denaro não me revelou muita coisa, mas eu gostaria de ajudar Valentim.

— Ele sabe se cuidar. Não se preocupe. Pode não parecer, mas Valentim tem um treinamento específico para essas situações e além disso, ele precisa completar a missão que lhe ordenaram.

— Quem ordenou tal coisa a um civil? Indagou Maresca ficando assustada.

Ela apenas recebeu o silêncio como resposta.

— Droga Turner, por que ninguém quer falar o que realmente está acontecendo aqui. Ela suspirou cansada de tanto mistério. — Por favor, não deixe nada de mau acontecer a ele, Turner.

— Farei o que estiver ao meu alcance. Mas não deveria ficar tão preocupada assim. Valentim sabe o que está fazendo.

Eles entraram no chalé, e Maresca acabou convencendo Turner de que ele não precisava

esperá-la.

— Vou reservar um lugar no avião e em seguida pedirei que me enviem um táxi. O avião só parte dentro de algumas horas e acho desnecessário você ficar comigo.

— Bem... está se armando uma tempestade, e eu preciso voltar para auxiliar o Valentim o quanto antes.

— Então vocês dois planejam voltar para o mar?

— Sim, é necessário. Precisamos retirar do fundo do mar duas caixas de metal e entregar diretamente as mãos de Svetlana. Por isso, temos de localizá-las antes que a tempestade caia. Só assim Valentim vai terminar o que começou anos atrás. Revelou sem querer.

— O que tem nessas caixas metálicas? Isso deixará Denaro e os outro enfurecidos...

— Não há perigo! Valentim tem tudo sobre controle e talvez consiga resolver o problema.

— Pois então parta imediatamente. Quanto tempo você levará voltar para alto mar?

— Se tudo der certo, umas três horas. Só até a equipe estar toda preparada. — Turner beijou-a no rosto. — Cuide-se, Maresca. Você agora se tornou o coração de Valentim!

— Você também, Turner. Despeça-se de Darlan por mim.

— Sem dúvida.

Assim que se viu sozinha, Maresca deu uma última olhada no chalé. Lembrou-se de quando o vira pela primeira vez e de suas expectativas de passar férias tranquilas. Desde então o seu mundo virara de ponta-cabeça...

Ao se contemplar no espelho, ficou surpresa com o estado lastimável em que se encontravam suas roupas. Esquecera-se de devolvê-las a Turner e não mencionara que estava com a pistola.

Bem, tanto melhor! Com um pouco de sorte, a arma a ajudaria a seguir até o fim o plano que começava a nascer em sua cabeça.

Antes de se trocar telefonou para o hotel onde Santineli devia estar hospedado, e foi informada de que o quarto dele não respondia.

— Quer deixar algum recado? — Perguntou o recepcionista.

— Não, mas desejo reservar um quarto.

Em seguida, chamou um táxi e trocou de roupa. Assim que terminou de fazer as malas foi para a varanda da frente e ficou à espera do táxi.

Quando ela chegou ao hotel de luxo, situado na beira da praia, Santineli ainda não voltara para o seu quarto. Deixou um recado na portaria, pedindo que o agente entrasse em contato com ela e retirou-se para seus aposentos.

Lá chegando, trancou-se e começou a andar de um lado para o outro, sem conseguir controlar a impaciência.

Seus instintos a avisavam de que precisava ficar ao lado de Valentim. Por outro lado, ele lhe dera ordens expressas de abandonar a ilha. Se pelo menos conseguisse entrar a bordo do barco deles sem ser notada...

Subitamente teve uma ideia e abriu a lista telefônica.

— Quero comprar um gravador. — Disse à secretária da firma especializada de eletronicos que a atendeu.

O gravador foi entregue dali a pouco, e ela não perdeu tempo.

— Aqui é a agente Maresca Falconne. Cheguei á algumas semanas nas ilhas Cayman. Eu deveria estar de licença depois de ter feito várias missões para a agência do FBI a qual trabalho a pelo menos cinco anos. No aeroporto, andava atrás de um homem, quando ele deixou sua pasta cair no chão. Procurei ajudá-lo a juntar os seus papéis, mas o desconhecido agiu de modo suspeito...

Quando acabou de gravar com detalhes tudo o que lhe acontecera durante as férias, consultou o relógio. Haviam se passado quarenta e cinco minutos. Nesse instante, o telefone tocou. Era Santineli.

— Recebi o seu recado e o de Dallagnol. Onde podemos nos encontrar?

Maresca foi até o quarto do ex-chefe, que a abraçou com alegria.

— Qual é o recado dele?

Ele lhe entregou uma folha onde estava tudo anotado, e ela começou a sorrir. Grande cara-de-pau! Então Dallagnol decidira agir como se ele lhe tivesse dado ordens para ajudar Santineli... Isso não a incomodou em absoluto. Afinal, não era vaidosa a ponto de querer ser a estrela daquela aventura.

— Bem, agora tenho um compromisso com a diretora geral da nossa agência. Svetlana me intimou com urgência a ir ao seu encontro! — Declarou Santineli desconfiado. — Você poderá me contar todos os detalhes do que está acontecendo enquanto estivermos indo para lá.

— Não poderei acompanhá-lo, mas pegue esta fita. Se precisar de um gravador, tenho mais um no meu quarto.

— Eu também tenho. Pelo que vejo você está com pressa. Aonde vai?

— Pretendo ficar de olho pessoalmente em Valentim Salvatore... — Maresca enfiou a fita no bolso de Santineli. — Tudo o que descobri está nesta fita, Santineli. Através dela você saberá onde se encontram Valentim Salvatore e um grupo de homens que obedecem as suas ordens, ambos estão buscando caixas metálicas em alto mar.

— E o que há dentro dessas caixas de metal? Indagou o homem confuso.

— Não faço a minima ideia. Nessa fita traz todos os detalhes sobre os homens que estão atrás do Valentim, inclusive uma descrição completa do iate que pertence ao mafioso Carlo Denaro.

— Mas como você descobriu tudo isso?

— Sou mais eficiente do que a Mulher Maravilha, não acha? Por isso, também mereço um bom aumento de salário e outras férias!

— Você é fantástica! Conhece Salvatore pessoalmente?

— Sem dúvida. Agora me conte os seus planos, Santineli.

— Partirei num submarino da Marinha e tentaremos interceptar o iate com esse grupo de mafiosos antes que surpreenda o grupo que Valentim está comandando. Assim pegamos os dois.

— E depois?

—Prenderemos ou destruiremos os nossos inimigos, Maresca.

Ela estremeceu involuntariamente. Sabia que tomara a decisão acertada, ao querer voltar para bordo do Turner. Precisava estar ao lado de Valentim para enfrentar com ele o que viesse a acontecer. Queria lhe dar uma última oportunidade de mudar de ideia e preferia prendê-lo a vê-lo correr o risco de ser morto.

— Tem tempo para me contar mais alguma coisa, Santineli?

— Cinco minutos. O que mais quer saber?

— O que Salvatore anda fazendo? A Svetlana jamais vai em missões de campo pessoalmente.

— Ela me disse para não me meter nessa investigação e que tem um grupo de agentes a meses cuidado de tudo. Além disso, ela me revelou que Valentim é suspeito de planejar planos estratégicos para a organização da máfia italiana.

— Já sei. Por quê?

— Ignoro! Li a ficha dele e tem apenas um ponto negativo e diversas lacunas. Na verdade, parece que ele já viajou por quase todo o mundo. Mas não tem nada de muito especifico que possa explicar o que Valentim estava fazendo nesses lugares.

— E o treinamento dele dentro das forças armadas?

— Todo o arquivo dele simplesmente é confidencial. Somente o alto escalão tem acesso as informações. O que sabemos é o que está nos nossos arquivos.

— Mas nada foi provado.

— Eu sei. Porém, dessa vez, Salvatore teve vários encontros com grupos diferentes, tanto da máfia Italiana como a máfia americana.

— Apesar disso, existe uma possibilidade que ele seja inocente. Soube que procurou o Departamento de Estado, mas não quiseram acreditar nele.

— Discutiu este assunto com Salvatore?

— Eu gostaria de lhe contar tudo... Só queria ver a sua expressão, quando você soubesse onde estive nestas últimas vinte e quatro horas. Disse ela pegando sua bolsa e saindo. — Infelizmente não posso esperar mais. Disponho de apenas um minuto. Diga por que Salvatore veio justamente para essa ilha do Caribe, quando sabe que um grupo de mafiosos estão atrás dele.

— Não sei. Ele demonstra uma preocupação enorme com diversas localidades desta ilha. Descobrimos que ele e sua equipe todo ano viajam para cá e fazem diversos mergulhos em alto mar.

— As caixas de metal! Afirmou Maresca pensativa. — Dentro delas deve haver dinheiro ou mesmo drogas. Dizem que a empresa dele é muito bem-sucedida, mas precisa de recursos. Claro que isso constitui um ótimo motivo para vender seus serviços a máfia... Já que seu pai foi uma espécie de conselheiro do antigo Don. — Santineli consultou o relógio, acrescentando. — Valentim Salvatore possui o mesmo título do pai hoje em dia dentro da máfia.

— E qual seria esse título afinal?

— Ministro da Máfia! Afirmou o homem sem notar o quanto Maresca havia ficado pálida. — Onde vai estar, caso eu precise entrar em contato com você?

— Ao lado de Valentim Salvatore.

— Tem certeza de que sabe o que está fazendo?

— Claro, chefe! ]a minha decisão já está tomada! Tchau!

Sob o olhar atônito de Thiago Santineli, ela voltou ao quarto e telefonou para Darlan.

— Recebeu notícias de Turner ou Valentim?

— Sim. Turner chamou ainda há pouco. Pensei que você estivesse voando para Miami.

— O avião se atrasou alguns minutos.

— Espero que não seja por causa da tempestade. De acordo com as últimas notícias, ela está castigando o Caribe. Detesto quando isso acontece, pois às vezes os ventos causam uma destruição enorme.

— Você tem onde se refugiar, caso a situação piore?

Havia algo de muito frágil em Darlan que despertava todos os instintos de proteção de Maresca. O homem a fazia se lembrar do próprio irmão.

— Nossa casa é tão segura quanto as demais. Tem mais de um século e já resistiu a muitas tempestades. Que bom que você telefonou para se despedir. Espero que você e Valentim nos visitem em breve.

— Turner comentou quando ele e Valentim partirão à procura das caixas de metal?

— Primeiro eles precisam consertar o motor do barco, infelizmente o barco apresentou problemas essa manhã. Gostaria que eles ficassem no porto até a tempestade passar, mas Turner falou que Valentim está desesperado para acabar logo com essa história. Turner me revelou que faz muitos anos que Valentim espera por esse momento, é uma espécie de acerto de contas. Por isso, estou apreensivo com o que possa acontecer, nunca vi o Valentim daquele jeito! — Afirmou com a voz apreensiva.

— Foi o que me pareceu. Quando ele me salvou ontem à noite...

— Você correu perigo?

— Pode-se dizer que sim, mas agora estou bem. Valentim e Turner agiram com rapidez!

Maresca não tinha tempo de falar sobre o sequestro, mas achou estranho que Turner não houvesse mencionado o fato à sua esposa.

— Darlan, estou preocupada com Valentim. Algo está lhe fazendo muito mal e só pode ser essa história.

— Turner declarou que eu estava fantasiando coisas, quando comentei isso com ele. Não consigo imaginar o que acontece com Valentim fosse tão grave, mas ele n]ao consegue deixar o passado de lado. Afinal, é insuperável o que fizeram com a sua família.

— Parece que a empresa dele não anda muito bem, não é mesmo?

— Nós possuímos algumas ações da Empresa, e elas caíram recentemente. Mas não é só isso, Maresca. Valentim também deixou de lado os cuidados com a própria empresa de uns anos para cá. Pra ele o mais importante é quebrar esse maldito elo com o passado.

— Ah, sei! Bem, preciso ir andando. Prometo escrever, Darlan.

Após verificar se a pistola continuava na bolsa, foi para o hall e chamou um táxi. Notou que o céu estava carregado e soprava uma brisa úmida, que dificultava a respiração.

— Vamos para o porto o mais rápido possível. — Ordenou ao motorista. — Quero ficar no .ponto onde os barcos de pesca atracam.

O motorista olhou-a um tanto surpreso e, quando chegaram ao porto, ela lhe deu uma gorjeta generosa.

— Esta região não é nada segura para uma mulher sozinha, senhorita. — Observou o homem, preocupado.

— Pode deixar! Sou capaz de cuidar de mim mesma. — Declarou Maresca, com um sorriso.

Certificando-se de que o barco de Turner continuava ancorado no porto, ela se escondeu por trás de um quiosque onde muitos dos turistas se alimentavam antes de embarcar nos barcos.

De repente, esbarrou num marinheiro e, ignorando sua presença, deu um passo adiante.

O rapaz, porém não arredou pé e a fitou com ar insolente. Subitamente ocorreu uma ideia a Maresca. Num impulso, abriu a bolsa e estendeu um maço de notas ao jovem musculoso e tatuado.

— Isto é suficiente para você ir até aquele barco e provocar uma briga? Não será nada demais, só estou pregando uma peça em um amigo. Sabe, hoje é o aniversário dele! — Revelou fazendo cara de inocente. — Quero que toda a tripulação se distraia o tempo necessário para eu entrar lá sem ser vista. Melhor se você fingir que acabou bebendo um pouco demais e errou de embarcação.

O rapaz sorrindo de lado pegou o maço de notas e guardou em seu bolso traseiro. Para depois dar um grande gole em sua garrafa de vodca e jogar o restante em seu corpo. Ainda sorrindo se encaminhou em direção ao barco.

3552 Palavras

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