Capítulo 25 - O Ministro da Máfia
Valentim se revirou na pequena cama e resmungou, pois não conseguia adormecer, sua mente o levava para fatos de seu passado.
— Eu era um poço de ansiedade pelo dia seguinte é tudo que estava por vir. Sussurrou Valentim.
Dia D....
Levei uma mochila nas costas, identidade, uma garrafa d'água, estava de jeans, camiseta preta, sabia que a primeira prova era de tiro, sei que vou passar sou ótimo na pontaria, Tio Leornard disse que eu poderia facilmente ser um snapper de elite pela minha precisão, então acredito nele e em mim, não desistirei da minha vingança e do meu sonho.
Assim que cheguei, a turma tinha apenas três rapazes tão jovens como eu na época e aproximadamente 27 homens mais velhos, fui o último a chegar, mas dentro do horário estabelecido.
Quando vi Lexa corri para cumprimentá-la, gostei daquela louca assim que fomos apresentados, me identifiquei demais e com ela estava outra garota, já era militar estava querendo entrar para o esquadrão de elite.
Quando deu o horário meu queixo quase caiu, o capitão de instrução da equipe de elite não era o desgraçado do Turner que sorriu assim que me visualizou. Puta que pariu.
Com aquela voz de trovão ordenou nos formar três filas iguais, de 10, ao chegar perto de mim falou no meu ouvido.
— Pelo visto o destino foi mais rápido do que eu imaginava Menino de Ouro. Sua risada sarcástica fez meu sangue ferver na hora.
Turner pediu aos candidatos que prestassem atenção em suas instruções pois ele não iria repeti-la novamente.
— Aqui não tem moleza senhores! Daqui sete dias eu digo quem fica e não vai sobrar ninguém, aqui não é lugar para molengas, fracotes ou mocinhas sonhadoras, sonhos são pra hora de dormir, aqui eu sou seu pior pesadelo soldados, podem acreditar. Explicou tudo com arrogância e aos gritos. — vou lhes dar a honra de lhes apresentar para inspeção das armas nossa primeira prova.
— Vocês terão o privilégio, a honra de serem apreciados hoje por esses quatro homens que dispensam apresentações, mas por mera formalidade vou apresenta los: — Estes são os oficiais generais, contra-almirante Bôas, vice-almirante Thairony, almirante-de-esquadra Villas e o almirante Eduard. Vocês vermes terão a honra de serem vistos por eles, nossos superiores e heróis de guerras vitoriosas. Serão eles também que dirão quem merece continuar nesse curso. — Com medinho senhores e senhoras? Espero que não, medo é uma palavra que não existirá no dicionário de vocês a partir de hoje. Vocês serão chamados por seus números, esqueçam seus nomes, suas vidas, tudo, aqui é o filho chora e a mãe não vê, sejam destemidos e sairão vitoriosos, na minha companhia só tem os melhores, nada além disso, ouviram?
— Não ouvi soldados...
— Sim senhor!
— Agora sim!
Villas se aproximou de Turner curioso e ainda sem acreditar perguntou.
— O número 01 é o seu primo Darlan? — É um rapaz muito jovem e promissor, se parece com a mãe, mas está disposto a passar por isso? Não será fácil, Turner é como você e eu, leva cada soldado ao extremo.
Darlan retruca ao amigo.
— Leornard, nosso tio que o treinou, era um antigo Snapper da 5.0 o treinou desde pequeno, não tinha noção dos gostos dele em relação a vida militar, mas pelo jeito o sangue falou mais alto, Valentim quer ser como Leonard, mesmo não sendo seu pai biólogio, acho que as histórias de nosso tio acabaram por glamourizar a vida militar, mas esse aí é mais durão que nós dois juntos. Vai ser até complicado pro Turner, pode acreditar, Valentim tem um potencial incrível.
Enquanto isso Turner dava as instruções aos candidatos.
— Precisam errar o mínimo, são dez chances, devem acertar sete, sendo duas destes alvos móveis...
Claro que tio Leonard falou disso. Pensou Valentim, treinei com discos em movimentos, assim como é feito aqui.
Durante a execução da prova, Darlan sentia se orgulhoso de seu primo sem ao menos saber direito de seus reais motivos. Mas sentia se também envergonhado por não ter visto o quanto Valentim havia mudado e ele não a enxergava, até o fatídico dia da morte de seus parentes.
Resultado...
— Quem é o soldado de número 01, parabéns pela precisão 10/10.
Lexa acertou 9/10 e mais dezesseis foram aprovados ou seja de trinta sobraram dezoito.
— Impressionante a desenvoltura dele não é Lexa? Perguntou Kasumi. — Além disso, aliado a uma beleza quase profana, daria um belo espiã pra sua equipe.
— Sim Kasumi, mas vamos ver primeiro se ele sobrevive. — Desafiou a bela loira.
Darlar surpreende a todos fazendo uma aposta.
— Aposto o churrasco da semana que Valentim passa com méritos.
— Qual interesse dos dois na número 01?
— Nenhum agente Sombra. Riu Villas, volte ao trabalho e nos traga os melhores.
Voltamos ao meu grupamento depois de mais gritos do Turner. Na época ficava imaginado como ele ainda conseguia conversar no final de cada treino.
— Senhores voltemos ao inferno, vistam este uniforme, peguem suas mochilas tem vinte minutos para estarem aqui ou serão sumariamente desclassificados.
Lexa não conseguia tirar os olhos de mim e eu nem imaginava que ela havia sido enviada por minha Mama.
Estou impressionado com capacidade de raciocínio dele, puta que pariu, ele é perfeita estrategicamente falando. Tão certinho que chega a ser irritante. Agora eu sei por que Svetlana o deseja na nossa equipe. Darlan apenas sorriu de lado e nada disse.
A mochila estava lá ao lado com o armamento, um fuzil 762 fabricação israelense.
Eu simplesmente foi em algum canto coberto, confesso imprudente ao dar as costas, pois todos naquele lugar poderiam ser meus inimigos. Tirei minha calça jeans enfiando-a na mochila, me paramentei rapidamente. Boné, uniforme, coturno, coldre, em menos 12 minutos estava em pé pronto.
Enquanto a maioria queria ir ao alojamento se aprontar, eu não perdi tempo, quando alcançou os vinte minutos apenas um não havia retornado.
Fomos obrigados a fazer mil flexões, detalhe, com a mochila e o armamento nas costas, chão de cimento duro, punhos fechados, após corrida de dez minutos "Pra relaxar" dizia o desgraçado do Turner zoando nossa cara. Apenas me observava com os cantos dos olhos, e nada era surpresa pra mim.
Teve uma prova onde tínhamos que escalar muros, se arrastar com simulação de uma tempestade de areia, salvamento em meio a tiroteio... Turner tinha razão, o inferno era ali... doía tudo, meus pés queimavam como brasas, tinha certeza que estavam em carne viva.
— Valentim não desiste nunca!... Ouvi alguns sussurros sobre mim.
— Senhores agora vocês são em numero dezessete, podem se retirar, tomem banho e descansem amanhã começaremos as 3:00, quem não aguentar, está vendo aquele sino? — Apontou Turner. — Só tocar pra ir pra suas mulheres, suas mães, suas casas, comidinha fresca, cama quente, aqui não tem lugar para fracassados, para covardes ou traidores.
Meu corpo doía demais, isso não me fará mudar de ideia. Pensa Valentim se mantendo firme ao andar sem demonstrar cansaço algum.
As 3:00 da manhã a sirene toca, soltei um palavrão. Mas me joguei pra fora da cama de campanha.
— Caralhoo, já?
As 4:00 entramos no caminhão fomos levados ao mar, pulavamos de uma plataforma, nesse horário a água estava numa temperatura bem mais baixa que varia de 16°c a 20°c, a prova era boiar ali por uma hora e meia. Fui atingido por uma água viva, mas não podia perder o controle, sentia os efeitos da hipotermia no meu corpo, cantava, pensava na minha vida, na morte do meu pai, nos atentados contra a minha família, no rosto de Valeska...
Outro desistiu, quando deu o tempo solicitado. Saiu praticamente carregado pelos enfermeiros. Deveríamos sair dali se arrastando pela areia como se tivéssemos um inimigo a espreita, voltamos ao acampamento marchando, caminhada que durou quase quatro horas, entoando cânticos de guerra, cânticos americanos de exaltação ao exército, aos guerreiros da nação americana...
— Filho de um puta, não facilita mesmo. Minha mente gritava a cada olhar de Turner.
Mas ele já tinha preparado meu espírito pra essa pedreira, não serei vencido, não mesmo.
— Esse será o instrutor agora, ele vai ser responsável por separar os grupos. Vamos brincar de pique esconde na mata, armas com balas de festin, precisam sobreviver por três dias, vão ser dezesseis, serão quatro equipes de quatro... Se reagrupem senhoras, vejamos se sabem sobreviver e caçar seu inimigo em território inóspito. Poderão levar apenas uma faca tática.
Tio Leornard havia me treinado fazendo trilha, mostrando como localizar mar, rio, onde está poente ou nascente do sol, localizar sem bússola, o que pode ser comestível, caça e pesca...
É minha área, eu tenho um poder de observação e estratégias, nasci já jogando a arte da guerra. E com meu tio e raras vezes com minha Mama e dificilmente eu perco uma boa partida.
Turner a cada prova, a cada dia ficava ainda mais impressionado com a minha determinação, em sua opinião eu com certeza viraria tanto o FBI como a Máfia italiana de cabeça para baixo.
Valentim virou-se de lado apoiando sua cabeça sobre seu braço e tentando descobrir uma possível mas confortável, suspirou sorrindo em seguida.
— E quem poderia imaginar que depois de dias de luta e sofrimento eu iria encontrar amigos fiéis dentro do turbilhão que estava virando a minha vida.
1535 Palavras
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