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Capítulo 2 - O Ministro da Máfia - Especial

"SE O MEU CAMINHO EXIGE QUE EU PASSE PELO INFERNO, ENTÃO, EU ANDAREI COMO SE FOSSE O DONO DO LUGAR

Valentim Salvatore desligou o telefone e passou a mão nos cabelos. Nunca se sentira tão frustrado na vida e de modo algum ficaria naquele chalé por mais de uma noite. Apesar de ter oferecido uma quantia considerável por um chalé isolado, não conseguira nada além de uma vaga promessa de Caetano Andreotti, garantindo que iria tentar encontrar algo que lhe servisse.

Sentando-se numa cadeira, ele olhou para a parede que o separava daquela mulher.

Maresca Falconne... Um nome pouco comum, para uma pessoa bastante original. Havia notado sua presença no aeroporto de Miami e sentira-se fascinado por ela no mesmo instante.

À medida que a contemplava sua atração aumentava de intensidade, fazendo com que ele não se importasse de ser surpreendido observando a desconhecida.

Isso, porém, não havia acontecido, e Maresca lhe pareceu muito preocupada, batendo os pés com impaciência na fila de embarque.

Tinha certeza de que ela não percebera sua blusa aberta ao pedir ajuda para tirar as botas de salto fino. Naquele momento, Valentim precisou controlar-se para não se inclinar e roçar os lábios naquela pele bronzeada e convidativa...

Imaginando qual seria a reação dela diante de uma atitude dessas, ele riu. Maresca tinha o ar de quem sabia muito bem como se defender. Isso, aliás, era algo que ele sempre apreciava numa mulher. Gostava também da perspicácia e decisão que ela revelava em cada palavra.

Mesmo já tendo visto inúmeras mulheres bonitas na vida, havia algo em Maresca que o intrigava e seduzia. Talvez fossem seus olhos grandes e amendoados, ou sua pele fina e bronzeada, macia como seda, que parecia pedir para ser tocada. Na certa Maresca, como ele, também possuía sangue italiano correndo nas veias.

Em outra situação, Valentim não se incomodaria nem um pouco de encontrar-se com ela durante o tempo inteiro... Sorriu, lembrando a atitude idiota que havia tomado, quando Maresca lhe entregou um dos papéis no aeroporto. Sua única desculpa era o fato de ter sido pego de surpresa, pois a pasta se abrira quando ele mesmo esperava.

Naqueles poucos instantes, durante os quais Maresca se divertia com sua luta para reunir a papelada, sentira uma vontade enorme de convidá-la para tomar um drinque, mas não ousou fazer isso.

Com um suspiro, ele se levantou e tirou a camisa para tomar um banho, iria até a cidade fazer compras. Afinal naquela noite, precisaria se contentar com os prazeres da mesa em vez de passá-la ao lado de Maresca...

Por isso, trataria de providenciar queijos, frutas tropicais, pão francês bem quentinho e vinho. Encomendaria o vinho que pudesse ser encontrado na ilha e tentaria compensar a falta daquela mulher intrigante do lado.

Sempre me disseram que a autoconfiança é um elemento fundamental em todas as áreas da vida. E que ela me ajudaria significativamente no desenvolvimento para que me tornasse um profissional acima dos demais, impulsionando-me a ter coragem para enfrentar as adversidades. E que a minha maior motivação seria superar o meu próprio pai e o engajamento por meio da crença positiva no meu próprio potencial de realização dentro de nossa organização.

Mas, assim como outros elementos e sentimentos, o meu excesso estava começando a ser altamente prejudicial. E é justamente por causa desses prejuízos que eu decidi desaparecer. Precisava entender qual era o limite entre a autoconfiança e o exagero seria determinante para evitar a perda de oportunidades no caminho que havia escolhido.

Por dias andei pensativo e mais sério do que de costume, chegando ao meu limite e claro ao limite de quem me auxiliava.

Meu humor mudava constantamente a ponto de ter surtos de fúrias do nada.

Primeiro: A autoconfiança excessiva pode não ser autoconfiança na verdade.

Segundo: Os principais prejuízos da autoconfiança em excesso estavam diante dos meus olhos, e pior eu tinha a plena consciência disso.

A falta de atenção aos detalhes estava não só colocando o meu pescoço em risco, como também dos diversos soldados sobre o meu comando.

A exposição a riscos chegou num patamar que o Capo me deu um ultimato, resolvesse o que estava me deixando inútil para a organização ou ele mesmo daria um tiro em minha cabeça.

Pode ouvir em alguns momentos o som da voz de minha mãe me avisando constantemente, "Cuidado com o excesso de confiança, Valente."

Em menos de três anos vivendo no limite eu consegui construir uma imagem negativa e negociações frustrantes começaram a se somar ao meu currículo.

A estagnação profissional da minha vida dupla me deixava frustrado e irritado.

Quantas vezes me perguntei diante do espelho, Se seria 'Possível eu estar frustrado profissionalmente', impossível, uma voz gritava em seguida dentro da minha mente. Esse era o caminho que eu havia escolhido. O mesmo caminho do meu pai, eu estava a muitos anos pisando em suas pegadas e tendo êxito mais rapidamente que ele. Mas isso não estava me dando felicidade.

Comecei a ficar insubordinado, não aguentava ver o quanto os homens de confiança do Capo eram extremamente burros quando se tratavam de organizar os negócios mais simples. E por isso, muitas vezes cheguei a bater de frente e fazer o contrário do que ordenaram.

Muitas vezes continuava a ouvir aquela voz irritante que gritava que a autoconfiança excessiva estava atrapalhando a minha vida pessoal também. As noites badaladas, as diversas festas e a quantidade excessiva de mulheres já não me satisfaziam.

Mas como dosar a autoconfiança? Era o ponto que me faltava.

A autoconfiança excessiva pode não ser autoconfiança, Valente. Era o que tanto o espelho me dizia como a sabedoria de minha mãe que repetiu isso milhares de vezes na minha infância e juventude.

Antes de mais nada, sabia que poderia soar até confuso para quem me conhecia e me via arquitetando as estratégias mais mirabolantes para o bem de nossa organização. Afinal, um dos benefícios que era ter a mente considerada mais brilhante dentro de sua organização significava trazer para a vida dos mafiosos, justamente a autoconfiança e a certeza de que seus projetos teriam êxito acima de tudo. E, sim, eu sei o quanto a minha mente e emocional seria importante e benéfico. E ser confiante era indispensável para várias áreas, sobretudo para a minha própria sobrevivência dentro da organização.

Então, onde estava o erro? No excesso de trabalho que estavam me dando ou simplesmente aquele não era mais o caminho que o meu coração desejava trilhar.

A confiança em si mesmo e na própria capacidade profissional são fatores bastante importantes. Porém, quando há confiança exagerada em si mesmo pode haver prejuízos na carreira. Geralmente, a ampla bagagem de experiência em determinada atividade pode acabar estimulando o excesso de confiança, o que produz resultados negativos. A autoconfiança pode ser vista (e até ser de fato) como soberba, narcisismo, arrogância e egoísmo.

E vamos combinar, eu posso afirmar que todos do meu convivío, pensam que sou isso e muito mais. O tempo foi implacável e eu devo sim ter acabado exagerando em diversos pontos. Acabei me afastando do seio familiar, amigos praticamente não possuo, os vejo mais como colegas e nada mais, as mulheres eram distrações descartáveis.

Conheci a filha de um líder alguns meses a trás, a garota era pedante e muito irritante. Ela tinha a péssima mania de ficar analisando todos a sua volta. Pelo que me contaram está se formaria em psiquiatria e seu passatempo favorito era analisar os homens que trabalhavam pro seu pai. Foi numa dessas que acabamos nos conhecendo, Francesca Maldonado, faria todos os seus estudos na Suíça. Foi ela que ficou praticamente me analisando e infernizando por pelo menos três dias seguidos até eu conseguir desenvolver o plano que o seu pai desejava. Para que seja realmente benéfica, precisa estar embasada em outros elementos.

Ainda consigo ouvir a sua voz irritante a me dizer. "Por isso, além de autoconfiança, é importante desenvolver a inteligência emocional, que é também outro benefício poderoso obtido nas formações dentro de nossa organização."

Mas, se a autoconfiança excessiva é ruim, quais são os prejuízos?

Sempre detestei participar dessas reuniões falsas, fingir ser o que não era muitas vezes é cansativo e entediante. Pensou Valentim degustando o seu terceiro copo de vinho tinto seco.

Agora que já está claro que a autoconfiança é algo importante para a minha sua vida e somente o excesso é prejudicial, ficou bastante claro os principais prejuízos que ela estava me causando.

Novamente percebi que tais consequências negativas são resultantes de ter uma autoconfiança exacerbada, além do limite. Os dias ficaram sufocantes, as pessoas ao meu redor começaram a me deixar incomodado.

Minha falta de atenção aos detalhes só piorava. Ouvir que eu era o melhor, o único para determinado tipo de trabalho também na ajudava em nada.

"Vamos descobrir o trabalho ideal para você?" Foi o que mais me irritou ouvir nessas reuniões.

Eu está excessivamente confiante para desempenhar determinada ação, eu corria um sério risco de perder a concentração e o foco em minhas atividades a cada segundo.

Nesse sentido, entrei no modo automático e simplesmente agi sem utilizar de meu senso analítico. O resultado disso pode ser altamente catastrófico.

Ao entrar nesse modo automático, eu simplesmente, consequentemente, deixei passar detalhes que podem comprometer a qualidade do trabalho que exerço. O excesso de confiança traz falta de foco nos detalhes e isso comprometeu as minhas tomadas de decisão. Por tabela, pode comprometer também os resultados dos negócios dentro da organização, além das relações interpessoais no ambiente de trabalho.

Se já nçao gostavam de mim por causa da minha incrível margem de acertos, imagina quando isso não acontecia.

Minha exposição a riscos foi só aumentando.

Profissionais como eu que cumprem funções operacionais podem ser prejudicados fisicamente, expondo-se a riscos e acidentes fatais causados por simples falta de atenção. E isso era imperdoável!...

Além disso, profissionais como eu que atuam diretamente na tomada de decisão podem comprometer negativamente o desempenho de toda a equipe. Simplesmente por não ouvir ou dar a devida atenção a fatores que entrem em choque com essa autoconfiança excessiva.

Por que isso estava acontecendo comigo logo agora?

Quando a autoconfiança faz com que eu tenha que me expor a riscos desnecessários, é um sinal de alerta de que está excessiva. Nesse momento, é válido recuar e reavaliar o quanto essa atitude pode prejudicar o meu crescimento na carreira e até mesmo o meu bem-estar.

O que eu deveria fazer afinal?

Desistir dos meus objetivos dentro da organização?

Isso também significaria a minha sentença de morte!...

Acabei construindo uma imagem negativa e negociações frustrantes nesse tempo.

"Um profissional como eu sendo muito confiante pode passar a impressão de ser arrogante, o que impacta negativamente nos relacionamentos interpessoais com os colegas de trabalho." Ouvi tanto isso que meu estômago cameçou a embrulhar do nada.

Além disso, essa atitude excessivamente autoconfiante promoveu um clima organizacional desfavorável e desconfortável. Esse clima ruim gerou queda na minha motivação, produtividade e resultados da organização. Afinal, ninguém gosta de trabalhar com pessoas arrogantes e desagradáveis, certo?

Maldição, aqui estou eu tentando entender e justificar o injustificável outra vez.

Além disso, um profissional como eu pode se prejudicar durante as negociações, uma vez que ele pode parecer autoritário e fazer com que o cliente em questão crie uma barreira que impede a aproximação e a empatia.

Foda-se... Estou cansado de fingir que esta tudo bem.

Sorrir quando desejo chorar. Calar quando necessito gritar de raiva,

Quantas vezes eu pedi para nçao saber de certas coisas, mas eles existiram em me revelar a verdade. Ele era um monstro e eu acabei me tornando um também!

— Valentin Salvatore, uma pessoa autoconfiante na medida é alguém que sabe que possui as habilidades necessárias, mas que também reconhece a contribuição de quem está à sua volta. — Disse meu Capo antes de apagar o maldito cigarro com a sola de seu sapato de couro importado.

Como eu detestava aquelas reuniões!...

— Vamos descobrir o lugar ideal para você? — Essas palavras não saem de minha cabeça. — Cultivar a humildade é uma forma de evitar a autoconfiança excessiva. Lembre-se sempre de quem você é e quem é o líder desta organização, por isso, meu jovem jamais volte a passar por cima de outra ordem dada.

Gente burra e ignorante, eles sabem que eu estava certo. Eu sempre estive certo afinal!...

A estagnação profissional me pareceu o melhor caminho na verdade.

— Sabe Valente quando o profissional é exageradamente confiante, tende a achar que possui domínio pleno na função em que desempenha. Como consequência, este indivíduo perde a oportunidade de evoluir e acaba até retrocedendo, uma vez que se desinteressa em continuar adquirindo novos conhecimentos sobre seu campo de atuação. — Explicou ele parando a minah frente me encarando com deboche. — Desse modo, ele entra em um processo de estagnação, o que diminui sua performance e a produção de resultados.

— A autoconfiança excessiva faz com que esse profissional pare no tempo, perca oportunidades reais de ascender em sua carreira. Por tudo isso, é importante desenvolver a inteligência emocional para que a autoconfiança tão almejada não se torne um verdadeiro problema em sua carreira. Não é mesmo? — a minha resposta os deixou insatisfeitos mais uma vez.

— Pai, o Valente pode ter razão. Mas, uma forma de evitar isso é se manter fazendo o que ordenamos sem questionar. Estar constantemente se colocando na posição de nosso subordinado vai te ajudar a lembrar de que não sabe tudo meu rapaz. — Afirmou outro me encarando de frente.

Eu já disse como odeio essas malditas reunões!...

— Uma pessoa que se permite qualificar e ampliar os seus horizontes está mais próxima de ter o sucesso como uma constante. — Comentou o Associate sorrindo.

Minha possível frustração profissional só aumenta a cada conselho dado.

— Mas temos que concordar que o rapaz aqui tem o seu talento. Uma pessoa com autoconfiança exagerada pode não se ver como realmente é. — Replicou o consigliere. — Geralmente, há uma tendência de exagerar as qualidades e minimizar os pontos fracos.

— Concordo, mas o jovem Valente provou assim como o pai o fez no passado que merece um voto de confiança dentro da organização. — Falou o próximo herdeiro dentro da organização. — Ao fazer isso, o indivíduo pode não compreender por que não recebe uma promoção. Afinal, se ele é tão importante e excelente nas suas ações, por que não ascende na carreira?

— Bobagem, o Valente já recebeu o título que pertencia ao pai dele. Acredito que não a outro melhor para ele. — Afirmou o Don pegando uma taça de champanhe e voltando a caminhar pelo grandioso jardim.

— Essa frustração pode ir crescendo de forma nociva no indivíduo conforme o tempo passa e seus colegas sobem na hierarquia e ele permanece no mesmo cargo. A sensação de injustiça por não ter suas qualidades reconhecidas pode fazer com que esse profissional se torne vingativo e dominado por emoções negativas. — Aconselhou o consigliere.

— Isso até pode acontecer entre os nossos associados e membros. Mas não acredito que venha ocorrer dentro do alto escalão. — Outro disse olhando em volta desconfiado.

Como eu detesto que falem sobre mim como se eu não estive presente.

Mesmo que outras pessoas ouvessem me alertado de que a minhaa atitude não era compatível com a minha a ambição de ser promovido, dificilmente essa pessoa compreenderia os meus reais sentimentos. POis nem eu estou me entendo mesmo.

O sentimento será sempre de que eu estou sendo subvalorizado ou intencionalmente sabotado pelos colegas ou chefes. Baixar os óculos escuros da autoconfiança exagerada é fundamental para entender que é necessário olhar primeiro para dentro de mim para melhorar meus pontos fracos. Esse foi um dos melhores conselhos que o meu pai me deu.

Suspiro cansado e ouvi-los, pois agora a discusão iria para a minha insubordinação de costume.

— Vamos descobrir o lugar ideal para você? — Volta a bater na minha mente mais uma vez.

Por que essas palavras estavam me incomodando tanto agora.

— Uma pessoa que é demasiadamente autoconfiante pode se tornar insubordinada no trabalho por acreditar que sabe mais do que os chefes o que é bom para a organização. — Ao dizer isso um dos associados acaba chamando a atenção do Don que mastiga o lábio inferir de tanta raiva, ele vira a última dose de sua champanhe cara e para de repente.

— Esse comportamento pode gerar uma série de atritos com os líderes de equipe e também com os colegas. E não vejo como isso possa nos beneficiar no final. — Acabou dizendo um outro associado o qual nem faço questão de lembrar o nome.

— Dependendo do grau de insubordinação, é possível até mesmo que o indivíduo perca o trabalho. Sair de uma organização como a nossa por ter um comportamento tão negativo é algo que pode se espalhar. Isso faz com que o profissional fique "marcado" como alguém muito difícil de trabalhar, algo que dificulta ser contratado por outra companhia.

— Claro, se ele conseguir sair com vida! — Afirmou um dos muitos puxa-sacos.

O som das gargalhadas explodem com o comentário dele e o Don sorri também, deixando todos mais tranquilos.

Idiotas convencidos!...

— A autoconfiança excessiva pode atrapalhar a vida pessoal. — Afirmou uma das princesas da máfia. — O indivíduo que possui autoconfiança excessiva no ambiente de trabalho pode manifestar esse comportamento também em sua vida pessoal. Agir de forma arrogante com o(a) parceiro(a) pode levar ao fim de um casamento. Essa maneira de se posicionar diante do mundo pode gerar grandes problemas no estabelecimento de um relacionamento saudável com os filhos.

Aquilo parecia piada, um monte de mafiosos discutindo sobre a organização como se fossem grandes empresários.

Seus filhos e filhas mimados nem sabiam ao certo o que os próprios pais faziam na verdade.

Olhando a nossa volta vejo um monte de pessoas vazias ostentando suas joías e posições, nada mais que isso. Estão bebendo e comendo enquanto outros estão sofrendo horrores e...

Maldição, agora até isso. Estou começando a ter crises de consciência também.

— Ter problemas com a família pode tornar o indivíduo ainda mais estressado e isso, consequentemente, se reflete em sua atuação profissional. Ao longo do tempo, o profissional exageradamente autoconfiante pode se ver com problemas no trabalho e também na sua vida pessoal. Não é um bom conjunto e não se refletirá em coisas boas para quem deseja se consolidar na carreira. — Escuto outro dizer antes de tentar prestar atenção na conversa deles novamente.

Como dosar a autoconfiança? Fico pensando e olhando a pedra de gelo derreter dentro do meu copo de uísque.

— Você se identificou com alguns pontos abordados por nós aqui Valente? — O Don me pergunta e eu o olho com o mesmo olhar vazio e indiferente de sempre. — Acredita que a sua autoconfiança demasiada pode estar te atrapalhando e impedindo o seu crescimento?

E antes que eu possa lhe responder, outro puxa-saco o faz por mim.

— Se for esse o seu caso, saiba que há uma ferramenta poderosa que pode ajudá-lo, o processo de execução de nossa organização.

Mais uma explosão de risadas ecoam pelo jardim da mansão.

A metodologia empregada aqui se caracteriza por estimular a observação dos seus pontos a melhorar e o estabelecimento de metas. O soldado é direcionada a se olhar de forma mais profunda para entender quais são as crenças limitantes que a estão impedindo de evoluir dentro desta organização.

Também é feito um trabalho de determinação de metas. A partir do cruzamento dessas crenças e metas desejadas se chega a um plano de trabalho satisfatório para o nosso Don.

Esse plano consiste em estabelecer como pode eliminar os comportamentos que funcionam como sabotadores para a sua conquista de sucesso. O processo que pode ser aplicado em diferentes esferas da vida de um membro ou associado com excelentes chances de êxito. Os conselhos de todos aqui são uma excelente forma de ampliar o seu autoconhecimento. Mas não para mim!

A reunião durou mais de quatro horas, depois houve um coquetel com todos os membros e associados da organização, a desculpa foi o aniversário da sexta filha do Don. Garota mimada e irritante como os seus irmãos. Ouvir um debate de como ser eficiente e as inúmeras reclamações das crias mal resolvidas deles não era algo nada fácil.

Valentim fechou os olhos e saiu do carro, sua cabeça latejava. Nem os analgésicos adiantavam mais.

Minha casa conta muitas histórias. Pensou ele parando de repente e olhando em volta.

Muitas pessoas já morreram aqui, até mesmo meu próprio avô. A minha mãe sempre conta histórias que aconteceram com ela.

Minha mãe tem um dom estranho, embora seja católica fervorosa, ela consegue ver sentir e muitas vezes ouvir pessoas que não estão mais entre nós. E isso na verdade sempre me assustou bastante. Mas no meu caso, eu nunca pude ver, sentir ou ouvir nenhum deles.

Nem ao menos sonhar com eles. Eu sempre desejei sonhar com o meu pai.

Até o ano passado.

Era um dia comum, eu estava de folga era mais ou menos umas 9h da manhã.

Eu tinha acabado de acordar de um pesadelo. Na verdade eu passei várias semanas tendo os malditos pesadelos.

No sonho eu estava no ultimo andar da minha casa e haviam gaiolas por toda parte.

Em todas as gaiolas haviam pássaros, mas apenas uma abrigava um cão negro de aparência tenebrosa, com olhos castanhos quase vermelhos.

Eu me aproximava dele enquanto o mesmo rosnava e olhava no fundo dos meus olhos.

Quando cheguei na frente da gaiola o cão avançou nas grades causando um enorme susto e então eu acordei e nesse momento vi uma sombra atravessando meu quarto, mas não liguei, achei que era fruto da minha imaginação.

Após essa noite tive outros cinco sonhos em noites diferente mas seguidamente.

Todos os sonhos com o cachorro olhando e rosnando para mim.

Em um dos sonhos vi muitas pessoas de branco e entre elas um homem alto com um terno negro, não reparei muito em seu rosto mas ele me lembrava alguém.

Na sexta a noite tive um sonho ainda mais estranho.

Uma mulher loira cantava e seu canto fazia com que eu perdesse o controle do meu corpo, fazendo assim que que caísse no chão e me retorcesse formando círculos.

Após isso começaram a aparecer borboletas, e eu tenho pavor de borboletas. Não me pergunte por que isso, nem eu sei direito a causa. Talvez seja por causa das lagartas. Me recordo que foi ferido quando tinha cinco anos por uma, ela era venenosa. Se me recordo bem foi em das viagens que fizemos a Austrália.

Como não conseguia controlar meu corpo eu senti elas andando pelo meu corpo e eu queria gritar mas não conseguia e então acordei com uma mensagem que uma amiga próxima me mandou.

Olhei para a porta e havia a sombra de um homem parado me olhando.

Gritei e em um momento de distração a sombra sumiu.

A mensagem que recebi de minha amiga dizia o seguinte:

"Valentim eu tive um sonho muito estranho. Sonhei que haviam milhares de borboletas em uma gaiola e eu tinha que tirá-las de lá antes que um homem chegasse. Enquanto tentava tirá-las da gaiola podia sentir elas andando sobre minha pele."

Na Sétima noite o sonho foi breve e muito mais assustador, porque o sonho não acabou quando acordei.

No sonho eu estava andando em uma rua à noite.

Comecei a ficar tonto e caí.

Quando olhei para a rua, ela estava completamente parada, como se tivesse parado no tempo, como se estivesse em câmera lenta.

Quando acordei vi um cachorro do meu lado, ele levantou e saiu do meu quarto.

Assim que ele passou pela porta um vulto preto entrou pela mesma porta e cobriu o quarto e andou pelas paredes até chegar a minha cama.

Eu fiquei completamente sem reação.

Foi quando senti um enorme peso sobre mim, chegando pelos meus pés e subindo para os meus braços como um rolo compressor.

Tentava gritar mas minha voz não saía, tentava me debater e não havia resultados.

Eu não conseguia ouvir nada.

Fiz uma enorme força e senti meu braço levantar, mas quando olhei para ele não tinha movido um músculo.

Então eu comecei a ouvir a TV da sala e o peso sobre mim foi sumindo até que consegui levantar.

Desde então coisas como a televisão ligar sozinha, barulhos de passos a noite e coisas do gênero acontecem com frequência.

Eu procuro não me assustar, mas confesso que tem sido difícil. Pois tenho certeza que a sombra era o meu pai, ele sempre esteve perto de mim.

Sinto que ele quer me avisar que algo está para acontecer na minha vida.

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