Capítulo 16 - O Ministro da Máfia
Dominada pelo Prazer
Dominada por Uma Noite Intensa
Subiram silenciosamente para o segundo andar, onde se localizavam os quartos. Maresca enfiou a chave na fechadura, e Valentim hesitou quando a porta se abriu.
O cômodo estava na penumbra e, após depositar a bolsa sobre uma cadeira, ela acendeu o abajur. Em seguida voltou-se para Valentim, que tomou-a nos braços num gesto cheio de ansiedade.
— Quero fazer amor com você! Desde que a vi no aeroporto, quando nos esbarramos, nossas peles se tocaram, desde aquele instante eu penso em tê-la nos meus braços. Bastou olhar para você uma vez... Que eu já sabia da verdade!
— Ei, calma. Você costuma tomar resoluções com tanta rapidez?
Valentim acariciava-lhe as costas, e ela saboreava aquele toque, imersa numa sensação deliciosa.
— De jeito nenhum. Sempre foi muito centrado no que deveria fazer. Sempre fiz cálculos e estratégias para jamais falhar, controlar meus sentimentos e nunca os demonstrá-lo seria o mais lógico para sobreviver...
Com um movimento hábil, Valentim removeu o sutiã, começando a acariciar-lhe os seios.
Maresca hesitou durante alguns segundos. Fazer amor com Valentim não seria tão simples assim. Não seria um ato puramente físico. Caso cedesse, estaria comprometida de modo irremediável. Não sabia quase nada a respeito dele, e a perspectiva de apaixonar-se não deixava de ser assustadora. Afinal, envolver-se profundamente com outra pessoa significava compartilhar seus êxitos e seus problemas, e naquele momento seu instinto a avisava de que Valentim atravessava sérias dificuldades.
Ao mesmo tempo, ela não podia ignorar o apelo mudo que fazia vibrar todo seu ser. Era impossível recusar o calor e a ternura que ele lhe oferecia.
Enfim, quando seus lábios se encontraram, todas as dúvidas de Maresca desapareceram como num passe de mágica.
Se estivesse cometendo um erro, paciência! Enfrentaria suas consequências mais tarde.
Dando vazão à própria excitação, começou a desabotoar a camisa de Valentim, percorrendo com a ponta dos dedos cada pedaço de seu tórax musculoso. Respirando fundo, ele acabou de despi-la e livrou-se das próprias roupas.
Sem pressa, pressionou seu corpo contra o dela, saboreando o calor gostoso da pele delicada. Depois, ondulando ligeiramente recomeçou a explorar os seios com a boca, enquanto com as mãos percorria-lhe as costas com movimentos alternados, e isso fez Maresca arrepiar-se de prazer.
Ao se deitarem, Valentim apoiou-se num dos cotovelos e sorriu para ela, o olhar percorrendo seu corpo jovem e demorando-se no pequeno monte de Vênus totalmente depilado, ali estava fonte de todo prazer.
— Você é perfeita... Será que não estou sonhando?
— Só espero que nenhum de nós acorde! E descubra que tudo não passou de uma grande ilusão ou pior um pesadelo.
— Eu estou preparado para pagar o preço que for necessário.
— Eu também!...
Ele se inclinou a fim de beijá-la, e Maresca puxou-o para junto de si. Excitada, guiou as
mãos de Valentim de encontro aos seus seios.
Valentim começou a acariciá-los com uma ternura infinita, mordiscando os biquinhos rijos até arrancar-lhe um gemido abafado. Com grande sensualidade, ele continuou a explorar seu corpo com a ponta da língua, descendo em direção às suas coxas e detendo-se no ventre macio.
Mal contendo a vontade de gritar, Maresca inclinou-se ligeiramente, retribuindo cada uma de suas carícias, ansiosa por vê-lo sucumbir àquele momento erótico.
— Você confia em mim? A pergunta pegou Maresca de surpresa.
— Totalmente... Foi a resposta que ela deu e que fez Valentim revelar mais uma de suas facetas.
Ele pegou a echarpe de Maresca e fez um movimento rápido, preciso. Sem parar as carícias ou mesmos os seus beijos calientes.
Maresca estava totalmente dominada, seu corpo ansiava por desejos que só podia ser satisfeito por aquela figura masculina que a observava atentamente. Seu olhar era intenso e penetrante, a deixando ainda mais nervosa e ansiosa. Ela ae sentia totalmente vulnerável e exposta diante Valentim.
Como suas mãos estavam atadas e seu corpo nu e exposto. Ela não tinha controle sobre nada, exceto por seus sentimentos e sensações de desejo. Ele estava ali para lhe guiar ao mais profundo e intenso dos prazeres que ela já havia experimentado.
Valentim começou a tocar-lhe, seu toque era suave e intenso, lhe fazendo sentir seu calor e desejo. Ele deslizava seus dedos em sua pele, seu corpo reagia aos seus movimentos precisos, pedindo por mais. Ele a beijava e mordia seu pescoço, seus quadris e suas pernas, a deixando ainda mais ansiosa e arrepiada.
Valentim se afastou para observá-la, seu corpo estava quente e seu desejo aumentando cada vez mais. Ele a olhava intensamente e ela sentia seu corpo ainda mais dominado por aquele olhar. Valentim se aproximou de novo, a beijou e a abraçou. Suas mãos a acariciavam e seus desejos se tornavam mais intensos.
Ele a pegou no colo e a levou ao ultrapassar o seu próprio limite. Ele se deitou sobre sobre Maresca e começou a beijá-la, seus beijos a envolviam toda e seu corpo se contorcia de prazer. Ele começou a se mover em sua direção, sua pele quente e úmida tocando a sua, seus movimentos seguiam os dele, buscando o máximo de prazer possível. Sua língua deixava sua pele em brava e ele sabia muito bem disso por causa dos gemidos intensos que os lábios dela soltavam a cada gesto seu.
Valentim começou a penetrá-la, seu corpo se arrepiava com aquela sensação. Suas estocadas eram firmes e profundas, seu prazer crescia a cada movimento. Maresca estava totalmente dominada pelo prazer e seu corpo se movia ao seu ritmo.
Suas mãos deslizavam por seu corpo enquanto ele a penetrava, seus dedos passavam por seus seios, sua barriga e suas pernas, a deixando ainda mais excitada. Ela se contorcia de prazer e gemia com cada estocada, seu orgasmo se aproximando cada vez mais.
Valentim a beijou com intensidade e começou a se mover com mais rapidez, sua respiração se tornando mais profunda. Maresca se entregou totalmente ao prazer, seu corpo inteiro sendo dominado pelo desejo. Finalmente, ela alcancei seu orgasmo, seu corpo inteiro estremeceu de prazer enquanto ela aproveitava cada momento.
Quando tudo acabou, ela se sentia exausta e feliz. Maresca tinha sido totalmente dominada por aquela noite intensa. Ela se sentia satisfeita e grata por ter experimentado aquela sensação maravilhosa. Ela sabia que nunca mais se esqueceria daquela noite. Mas também sabia que as surpresas estavam apenas começando.
— Acabamos de fazer sexo! Frisou ele ofegante. — Agora eu desejo fazer amor com você minha sereia. O beijo foi faminto e mais ousado.
Nisso Valentim soltou suas mãos e permitiu ser tocado por Maresca.
Ficou um tanto tensa quando ele começou a possuí-la novamente, mas logo relaxou.
— Valentim... — Murmurou, arqueando o corpo, num gesto de abandono.
Seus corpos começaram a se movimentar num ritmo frenético, em busca do êxtase final outra vez.
Abandonando-se a Valentim, ela começou a gemer de prazer, sufocando os gritos que por muitas vezes surgia em sua garganta. Desesperada, sentia-o penetrar cada vez mais em seu íntimo. De repente, exaustos e felizes, era como se ambos atingissem juntos a crista de uma onda, que aos poucos se desmanchava e se transformava num lençol de espuma que vinha morrer na beira da praia.
Nenhum homem, a não ser Valentim, entendera tão bem seus anseios mais profundos, levando-a a experimentar um prazer indescritível. Carinhoso, ele a tomou entre os braços protetores, fazendo-a apoiar a cabeça em seu peito atlético.
— Maresca, foi tão... — Valentim interrompeu-se e fitou-a de modo terno. — Não consigo descrever o que acabamos de fazer e sentir.
— Foi uma felicidade total.
— Hum... Como se nós dois estivéssemos flutuando dentro do mar... E se eu confessar que me viciei em você? Acabamos de fazer amor e já estou sonhando com a próxima vez.
— E é tão mau assim? — Provocou num tom sugestivo, aproximando-se dele.
— Devo interpretar isso como um convite?
— Por que não?
Sem responder, Valentim apagou a luz e tomou-a nos braços, murmurando palavras de amor e desejo, até Maresca esquecer tudo que não dissesse respeito àquele homem e àquele momento.
Duas horas mais tarde, ela foi a primeira a se levantar e estendeu a mão, pegando o vestido do chão.
— Sabe que não tenho mais nada para usar a não ser esta roupa amassada?
— Nem precisa! Acho você maravilhosa do jeito que está agora. Por mim, podemos fugir para alguma ilha deserta e eu me satisfaço te vendo nua pro resto da minha vida.
— Engraçadinho! Vou lavar o meu vestido e pôr para secar enquanto damos um passeio pela praia, que tal? Pois ainda tenho os meus trajes de banho.
— Ótima ideia! Mas a minha com certeza seria bem melhor! Afirmou se espreguiçado na cama.
Valentim não desviava o olhar, enquanto Maresca lutava para vestir o maiô.
— Você não vai colocar o calção?
— Só quando o show terminar...
— Pois saiba que acabou! — Exclamou, jogando o calção no rosto dele.
— Não foi por falta de interesse do público com certeza...
Pouco depois eles caminhavam de mãos dadas, pela praia.
— Valentim, do que vivem os habitantes de Cayman Brac?
— Basicamente do turismo. Antigamente, havia milhares de tartarugas nesta região.
— O que aconteceu com elas?
— Ainda existem algumas. Os habitantes da ilha as matavam para fazer sua famosa sopa, que muitos acreditam ser afrodisiaca... porém agiam com moderação. Os turistas apreciavam imensamente esse prato, e as tartarugas começaram a ser exportadas. Daí veio a devastação...
— Que pena! Eu gostaria de visitar as criações de tartarugas, em Grand Cayman.
— Claro! Podemos inclusive ir juntos.
Durante o passeio, os dois cruzaram com vários veranistas, queimados de sol, estendidos na areia, e chegaram a uma prainha escondida por entre as pedras.
— Vamos nos sentar e conversar, Maresca.
— Se eu soubesse da existência desta ilha, teria reservado lugar aqui.
— Impossível! Se fosse assim, eu jamais teria conhecido você. Diga uma coisa: por que você nunca se envolveu com ninguém? É uma criatura tão cheia de ternura... Custo a acreditar que não tenha se casado, que não esteja comprometida com um homem. Você é perfeita!...
Com os olhos baixos, Maresca disfarçou o embaraço brincando com uma concha. Gostaria que Valentim deixasse aquele assunto para mais tarde. No momento sentia-se tão feliz e despreocupada que não queria que nada interferisse na perfeição daquele momento.
— Não encontrei ninguém de quem eu gostasse de verdade. — Disse finalmente.
— Bem, pelo menos você é honesta. O que está procurando? O homem perfeito?
— Quem sabe? E você?
— Nunca conheci ninguém que aceitasse a minha loucura.
— Mas você não escolheu ser assim?
— Talvez sim, talvez não.
— As pessoas podem mudar.
— Eu, sinceramente, acho que não consigo. Talvez possa fingir ser outra coisa, mas a minha verdadeira natureza acaba se revelando. Como ficaria então o meu relacionamento com uma mulher?
— Você é tão terrível assim?
— Todo mundo diz que vivo fechado no meu pequeno universo. Para ser franco, o mundo deixa de existir para mim quando me envolvo com um dos meus projetos. Duvido muito que eu consiga me modificar e me ajustar aos ideais de uma mulher.
A seriedade da conversa começou a aterrorizar Maresca. O assunto provocava muitas perguntas, para as quais não havia respostas imediatas... Até que ponto ela não estaria fingindo ser outra pessoa?
Entendia que Valentim quisesse conversar sobre o que acontecera entre eles, mas ainda não se sentia preparada para aquilo. Além disso, temia revelar algo de que viesse a se arrepender mais tarde. Disposta a fugir dessa situação embaraçosa, propôs por fim.
— Eu o desafio a entrar na água e ir até onde dê para nadar!
— Aceito o seu desafio como sempre!... — Disse Valentim, levantando-se de um salto e disparando como uma flecha até a beira do mar.
— Assim não vale! — Reclamou Maresca, indignada.
— Ora, e o que você esperava? Que eu lhe desse vantagem só pelo fato de ser mulher? Não sou um machista, mas também não sou bobo! Afirmou sorrindo.
— Seu idiota convencido!
Fingindo-se furiosa, abaixou-se e começou a jogar água em Valentim, que a agarrou. Os dois simularam uma luta e finalmente caíram na areia macia, rindo sem parar.
— Sabe que sempre tive vontade de raptar uma sereia? — Murmurou Valentim, depois de beijá-la com ardor.
— Acontece que as sereias costumam morrer fora do seu habitat natural...
— Menos as sereias mágicas e misteriosas como você. Na verdade acredito que nem todas as sereias juntas desse imenso mar se comparam a sua beleza e sensualidade.
— Está exagerando agora.
Ele sorriu e olhou o mar por alguns segundos, de um olhar alegre Maresca percebeu no fundo de seus olhos uma pequena tristeza.
— Diga uma coisa, Valentim. Para quem você comprou aquelas rosas vermelhas?
— Não me pergunte...
— Diga, vamos!
— Para você.
— Mas isso não faz o menor sentido. Entre outras coisas, você estava tentando se livrar de mim e chegou até mesmo a oferecer propinas ao corretor...
— Juro que é verdade! O tom aveludado daquelas pétalas vermelhas me fez lembrar da sua pele, quando eu me dei conta, já havia comprado as rosas.
— Por acaso pretendia deixá-las na minha porta e sair correndo, como um garotinho envergonhado?
— Não sei. Agi como um tolo, fisgado pelo amor... Creio que tudo isso faz parte da fantasia que criei em torno de você, desde o aeroporto.
— Descreva essa fantasia para mim, Valentim Salvatore.
— Em público? — Ele se levantou e ajudou-a a fazer o mesmo. — Deve estar brincando. Quem você pensa que eu sou?
— Seu idiota! Esta praia está absolutamente deserta.
Fazendo ar de suspense, ele apontou para um bando de gaivotas que mergulhavam no mar, à procura de peixes.
— Veja lá! Aquele é um grupo de jornalistas disfarçados. Trabalham para uma revista internacional, que se dedica a fofocas.
— E daí? Por acaso você é famoso o suficiente para interessá-las?
— Não viu o meu retrato no jornal?
Maresca riu e, pegando a mão dele, entrou no mar. Logo começaram a nadar, parando de vez em quando para respirar.
Perturbada, Maresca percebia que não conseguiria separar-se de Valentim com facilidade.
Jamais esqueceria aqueles momentos tão excitantes, quando acontecera entre os dois uma ligação quase mística, que ia muito além do desejo provocado por corpos que se tocavam.
Finalmente, chegou à conclusão de que seria uma grande insensatez de sua parte negar-se o prazer daqueles momentos só porque havia uma possibilidade de sofrer no futuro. O presente lhes pertencia, e pretendia aproveitá-lo plenamente. Amanhã seria outro dia...
Quando o sol finalmente se pôs no horizonte, Maresca e Valentim sentaram-se no bar ao ar livre que pertencia ao albergue, e tomaram um dos coquetéis famosos do lugar. Tratava-se de um coquetel regional delicioso, preparado com suco de limão e rum, misturados com açúcar e noz moscada. Os copos eram enfeitados com pequenos guarda chuvas e flores coloridas.
— E então, Maresca? Está se divertindo?
Tão excitada quanto da primeira vez em que o vira, Maresca se perguntava o que havia em Valentim Salvatore que faltava aos homens com quem costumava sair, em Washington.
—Acho que você nem precisa perguntar!
De repente, alguém pronunciou o nome de Valentim.
— Júlio...
Ambos se voltaram e viram Turner aproximar-se.
— Posso beber com vocês?
— Por favor! — Disse Maresca, apontando para uma das cadeiras. — Como foi a sua pescaria?
— Um fracasso total, mas Darlan passou uma tarde ótima. — A expressão de seu rosto suavizou-se, quando ele mencionou o nome do companheiro. — Ele fisgou um merlim azul simplesmente fantástico.
— Cuidou de Hunter?
— Sim, coloquei onde você me pediu. Disse para trabalhar direitinho, sob a ameaça de ser abandonado...
— Ele está sozinho? Achei que alguém ficaria do lado dele! —Maresca espantou-se.
— Desta vez, não... — Explicou Valentim. — Mas um dos tripulantes costuma ficar de olho em Hunter, por uma questão de segurança. Ele sabe o que precisa ser feito com exatidão! Afirmou de modo misterioso.
— Não se preocupe. Está tudo bem — Interveio Turner, embora um brilho de ansiedade em seu olhar denunciasse que algo o preocupava.
— Darlan gostaria de conhecê-la, Maresca.
— Oh, seria ótimo! Vocês têm filhos?
— Não, mas bem que gostaríamos. Infelizmente é difícil o processo de adoção para casais como nós.
— Já lhes ofereci um robô nenê, mas...
Maresca e Turner caíram na risada, e Valentim fingiu-se ofendido.
— Valentim é tão estranho. Você não acha, Turner?
— É a mim que você pergunta? Ele por acaso lhe contou daquela vez em que...
— Calado, Turner! Pelo menos deixe que Maresca tenha algumas ilusões a meu respeito.
Enquanto eles conversavam, a noite caiu. Alguns homens bebiam no bar, e um garçom circulava de mesa em mesa, enchendo de gelo as cumbucas onde havia frutos do mar e camarão cozido. No recinto embalado pelo som de um grupo local, sentia-se no ar o cheiro de rum e das flores tropicais, misturado com o aroma de café recém-torrado.
Quando Valentim e Turner começaram a recordar uma viagem que haviam feito, os pensamentos dela voltaram-se para a conversa que tivera com eles no barco, naquela manhã.
Ficara preocupada e tivera vontade de ajudar Valentim. Se ele lhe revelasse maiores detalhes a respeito daqueles homens que se interessavam por Hunter, ela lhe falaria sobre os agentes do FBI, que tentavam localizar os ladrões que procuravam apropriar-se da tecnologia das companhias americanas. Com certeza sua agência o poderia ajudar e muito, era só ela falar diretamente com Thiago Santineli. Distraída, roçou a mão no braço de Valentim, recebendo dele um olhar apaixonado. Percebendo o que acontecia, Turner levantou-se imediatamente.
— Vou para casa, mas antes quero passar pelo barco, para ver como está Hunter.
— Não deixe de me informar.
— Não se preocupe, Valentim... Cuidarei de tudo. Como sempre!...
Assim que ele se retirou, os dois permaneceram em silêncio durante alguns momentos.
— Valentim, seu amigo parecia preocupado com alguma coisa.
— Turner?...
Embora ele fingisse surpresa, sua expressão preocupada revelava outra coisa bem diferente.
— Estiveram juntos no Vietnã?
— Sim e não.
Valentim estava visivelmente contrariado de entrar nesse assunto, mas ainda assim ela prosseguiu.
— Serviram no mesmo batalhão?
— Quase isso.
— Que bom que vocês mantiveram a amizade. Costuma entrar em contato com outros companheiros de guerra?
Pálido, Valentim segurou o copo com força, as feições atormentadas pela dor.
— Sobraram apenas alguns...
— Oh, sinto muito. Prefere não conversar sobre esse assunto?
— Desculpe-me, mas prefiro. Não aprendi a lidar muito bem com as perdas que tive na vida.
— Tudo bem! — Exclamou, admirando a honestidade dele.
2995 Palavras
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