Quatro
Quase um mês depois...
Dylan estava confiante que havia vencido o Covid - 19. Ele seguiu à risca todas as orientações médicas e ainda fez uso da Nitazoxanida, remédio para qual estavam testando em pacientes com o vírus. Sua fé havia sido mais fortalecida por estes dias, e ele cria num Deus que faz mais além do que cremos ou pensamos.
Sentado na sala de espera do hospital, ele aguardava pelo resultado do novo teste que fizera. Além de também ter trazido algumas roupinhas para Noah, pois o bebê precisava ganhar mais um pouco de peso ainda antes de ganhar alta.
O doutor Patrick surge na área de espera com o exame dele em mãos, Dylan se levanta e aguarda pelo tão esperado resultado.
— Senhor Cooper. — ele começa dizendo. — Meus parabéns, venceu o Covid - 19.
Dylan derrama lágrimas de emoção, e por pouco não foi abraçar ao médico em forma de agradecimento. Mas manteve a compostura e disse apenas.
— Obrigado, muito obrigado. E quero me desculpar também por ter sido grosseiro naquela noite que me deu o diagnóstico.
— Está tudo bem, meu caro. Lidamos com isso todos os dias, eu também me revoltaria no seu lugar. Mas agora o pior já passou, está curado, porém as medidas protetivas não podem ser dispensadas mesmo assim.
— Certo, continuarei me cuidando mesmo assim. E meu filho? Será que eu poderia vê-lo? Trouxe até umas roupinhas para ele.
— Não só pode vê-lo como também poderá levá-lo para casa, senhor Cooper.
Ele pisca os olhos mau acreditando naquilo que acabou de ouvir.
— Noah já terá alta?
— Sim, terá. Seu filho impressionou a toda equipe do hospital, mesmo tão pequeno e frágil para sete meses e meio, ele desenvolveu uma força enorme e mostrou-se ser capaz de sobreviver. Já toma até na mamadeira, coisa rara de acontecer com prematuros por aqui. Ele ganhou um bom peso durante estes quinze dias, e acreditamos que já poderá sim, levá-lo para casa.
— Deus seja louvado! — Dylan chora emocionado, erguendo as mãos para cima. — Eu quero muito levá-lo, agora mesmo.
Ao ser levado para a ala neonatal, Dylan fica observando o filho através da vidraça, que estava já fora da incubadora, se mexendo bastante e descobrindo os próprios pés. Depois de ter sido desinfectado nas mãos e na roupa para entrar, uma enfermeira traz o pequeno Noah nos braços, que estava de olhinhos abertos e especulando tudo ao seu redor. Com muito cuidado e emoção, ele pega o filho no colo.
— Filho... — a voz dele embarga, tamanha era sua emoção ao pegá-lo nos braços.—Eu sou seu pai e vou levá-lo para casa.
O bebê abre a boca mostrando suas gengivas, como se sorrisse para o pai. Ali, Dylan compreendeu o que era sentir amor à primeira vista. Ele sentiu um elo bem forte e paternal, unindo ele e o seu filho.
Toda a equipe médica os aplaudiu e desejou tudo de bom para aquele pai, que presenciava um milagre vivo ali nos seus braços. Agora só restava esperar que Anneliese também se curasse, o que Dylan já sabia que aconteceria, pois naqueles dias, ele aprendeu a ter fé.
Em casa e já com Noah, Dylan agora teria que aprender a cuidar do filho sozinho enquanto Anneliese não estivesse de volta. Por conta da pandemia, era arriscado ele pedir a ajuda de alguém para orientá-lo sobre o básico, que era trocar fraldas, dar banho e a mamadeira. Porém mesmo sendo um iniciante, ele até que estava se saindo bem.
— Pronto, filho, agora está limpinho e cheiroso. — diz ele ao bebê, já vestido num macacão de dormir azul com desenhos de barquinhos e meias nos pés. — Também já está de barriga cheia, mas antes de dormir, tem umas pessoas que querem te conhecer.
Ligando a webcam do notebook e segurando o filho cuidadosamente nos braços, Dylan faz uma chamada primeiramente para seus pais, que ao verem o netinho ali pela tela da câmera, choram emocionados e glorificam a Deus pelo milagre.
— Ele é forte e saudável para um prematuro, Dylan. Deus é bom, em todo o tempo, Deus é bom. — dizia o pai dele, em meio às lágrimas de emoção.
— Vovó mau vê a hora de pegar essa fofura nos braços. — a mãe dele se manifesta, também chorando de emoção. — Oremos agora para que a Anneliese se recupere e saia da intubação.
— Ela sairá,mãe. Eu tenho fé nisso. — responde Dylan, com a voz embargada e chorando também. — Agora tenho que ir, esse mocinho vai dormir daqui a pouco e ainda preciso mostrá-lo aos pais da Anneliese e ao Tyler.
— Fique com Deus, meu filho. No que precisar, conte conosco. Estamos orando pela Anneliese. — eles encerram a chamada, acenando e mandando beijos.
Dylan ligou também pela webcam para os pais de Anneliese, que ficaram emocionados e totalmente felizes por verem o netinho saudável e cheio de saúde. Conversaram por poucos minutos, desejando também a mesma coisa, que Anne saísse logo do hospital e fosse curada para que Noah tivesse sua mãe ao seu lado.
Em seguida e por último foi a vez de Tyler, que ao ver o bebê através da webcam, chorou emocionado junto à esposa Silvia e agradeceu a Deus pelo milagre.
— Ele parece com você, Dylan. Tem os seus olhos. — diz Tyler. — E os cabelos? Nasceram alguns fios?
— Que nada, ele é carequinha. — Dylan ri. — Mas vejo alguns fios tentando despontar. Confesso que estou ansioso para saber se ele será loiro ou ruivo.
— E a Anneliese? Como está o estado dela?
— Não tivemos nenhuma mudança, ainda continua entubada e sendo medicada.
— Tenho fé que ela sairá dessa também, imagino a reação dela quando conhecer esse pingo de gente tão fofo, vai virar uma mãe coruja.
— Tenho certeza que irá. — diz, sorrindo. — Bem, agora vou encerrar, pois esse pingo de gente precisa dormir também. Dá tchau pro tio Tyler, Noah.
Ele levanta uma das mãozinhas do bebê como se estivesse acenando, Tyler ri com aquilo e diz.
— Tudo bem. Tio Tyler não vê a hora de conhecer essa fofura pessoalmente. Fica com Deus, Dylan, cuida bem desse guerreiro. E vamos permanecer em oração por Anneliese.
Depois de ter encerrado a chamada, Dylan embala o filho em seu colo, cantando algumas musiquinhas de ninar, que fez o menino dormir imediatamente. Ele o põe no berço com cuidado e vai para seu quarto, estava exausto. Se Noah chorasse, a babá eletrônica avisaria.
Pela madrugada, o apito da babá eletrônica despertou Dylan, que ainda sonolento e cambaleando foi ver qual seria o motivo do choro alto do filho. Noah estava ainda com a fralda limpa e totalmente seco, devia ser fome.
Deixando uma mamadeira previamente preparada, Dylan procurava acalmá-lo no colo, enquanto o leite do bebê esquentava no microondas. Provando a temperatura, ele começa a alimentar o filho, que toma tudo com bastante vontade. Seu celular toca, era Catherine ligando.
— Oi Catherine. — ele atende ao telefone enquanto dava a mamadeira.
— Te acordei?
— Não, Noah me acordou antes. — ele ri. — Pode falar.
— Eu tenho notícias sobre a Anneliese.
— Sério? E quais são?
Com muita emoção, Catherine lhe dá a melhor notícia que ele poderia receber.
— Ela apresentou melhora e saiu da intubação.
Ouvir aquela notícia de Catherine deixou o coração e os ânimos de Dylan lá nas alturas. Como ele ansiava abraçar sua esposa, beijá-lá, mostrar para ela o lindo filho que geraram juntos.
— Eu quero ir vê-la! É possível?
— Não, Dylan. — ela dá um suspiro. — Anneliese acabou de sair da intubação, então temos que aguardar. Ela está em estado delicado ainda e se readaptando ao ambiente.
— Pode ao menos gravar um vídeo dela, uma foto? Por favor, Cath, estou ansioso agora. Quero ver a minha esposa!
— Calma, darei um jeito. Mas porque não grava um vídeo com o Noah e me envia? Quando ela estiver mais consciente, posso mostrar à ela.
— Tudo bem, farei isso assim que puder. Obrigada por me informar, Cath, de coração!—agradecia, enquanto chorava emocionado.
— De nada, é para isso que servem os amigos. Vou fazer de tudo para estar sempre perto da Anneliese, prometo, Dylan. Agora vou indo porque preciso retornar ao meu posto, dá um beijo no Noah por mim.
— Tudo bem, darei sim. — ele desliga, praticamente tremendo de emoção.
Mesmo ainda chorando e emocionado com a notícia, Dylan termina de dar a mamadeira para o filho e depois o põe para arrotar. Enquanto o embalava de volta para que ele dormisse, diz, baixinho.
— Você ouviu, filho? A mamãe vai voltar. Deus ouviu nossas orações. — sussurra, dando em seguida um beijo na cabeça do menino.
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Glória a Deus! Noah recebeu alta e Anneliese saiu da intubação! A fé e o poder da oração move montanhas...
Próximo capítulo eu volto com o desfecho desse conto e a despedida destes personagens tão marcantes, meu coração está pequenininho já...
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