Cinco
* Leiam o capítulo dando play na música, vai ficar bem emocionante...
No hospital, Catherine já havia trabalhado mais do que o normal e descansado bem pouco. Depois de terem retirado a amiga da intubação, ela dormiu por poucas horas e voltou bem rápido à ativa. Procurando pelo doutor Patrick, resolve lhe pedir por um favor.
— Catherine. — ele estava na área de descanso do hospital, tomando um café. — Você está péssima, não tem tirado seus dias de folga entre um plantão e outro?
— Não. Enquanto minha amiga estiver internada, quero ajudá-la no que eu puder. Bem, vim aqui para lhe pedir um favor, já que é o médico responsável pelo caso da Anne.
— Que tipo de favor? — ele termina de beber o café e a encara, à espera de uma resposta.
— Será que poderia me deixar entrar na UTI? — pede ela, quase torcendo os dedos para que ele deixasse.
— Você sabe que é perigoso. — ele sussurra em voz baixa. — Se o chefe descobrir que deixei uma enfermeira entrar na UTI sem autorização, vou ficar muito encrencado.
— Por favor, quero muito ver a minha amiga. — pede, em voz suplicante. — Ninguém vai descobrir, eu prometo ser cuidadosa. Eu quero fazer uma surpresa pro Dylan, quero fazer uma vídeo chamada da Anne.
O médico passa a mão nos cabelos e pensa por um instante, mesmo que não deixasse, Catherine iria mesmo assim. Durante estes anos trabalhando juntos, conhecia a teimosia dela.
— Está bem, iremos amanhã de manhã. Vou arrumar um jaleco de residente para você entrar disfarçada.
— Valeu, Patrick! Te devo uma! — ela dá pulinhos de alegria e quase vai abraçar o colega, porém logo recorda-se que não podia.
No dia seguinte, Catherine conseguiu entrar na UTI com a ajuda de doutor Patrick. Chegando no quarto onde Anneliese estava internada, ela se emociona logo quando entra, pois a vê desperta e já respirando sem a ajuda dos tubos ou de qualquer coisa.
— Catherine! — Anneliese sorri emocionada e esquecendo-se dos protocolos de distanciamento, levanta-se da cama e toma a amiga num abraço apertado.
Doutor Patrick não repreendeu a atitude de Anneliese, sabia que muitas vezes a emoção falava mais alto.
— Você está bem e se recuperando! Louvado seja o Senhor! — exclama Catherine, com lágrimas nos olhos. — Como se sente?
— Um pouco fraca, porém minha respiração ainda está retornando aos poucos. Você tem notícias do meu bebê? Meus seios estão doloridos por não poder amamentá-lo.—diz, com tristeza.
— Não se preocupe, Dylan está com ele. — ela vê Anneliese sorrir após ouvir aquela notícia. — Aliás, quero agora mesmo fazer uma surpresa ao Dylan. Uma chamada de vídeo entre vocês. — conta, animada.
— Catherine, vai logo. Daqui há meia hora começa a movimentação de outros médicos.—alerta doutor Patrick.
Rapidamente ela pegou seu celular e fez uma chamada de vídeo para Dylan, deixando com que Anneliese segurasse o telefone.
— Eu estou horrível e com essa aparência de hospital, Dylan vai se assustar. — comenta Anneliese,enquanto aguardava ele atender.
— Que nada, ele está louco de saudades de você, nem vai olhar para isso.
Não demorou muito e logo ele atendeu a chamada, e assim que viu quem estava na frente da tela do celular, começou a chorar de emoção. Anneliese também se emocionou e nem sabia o que dizer após tantos dias sem ver o marido, até que Dylan quebrou o silêncio da emoção dizendo.
— Meu amor, que saudades!
— Eu também! — respondeu, com a voz embargada.
Os dois conversaram por uns dez minutos, até que antes de encerrar a chamada, Dylan resolveu mostrar Noah na câmera. Logo quando focou o rosto do bebê na tela do celular, Anneliese caiu no choro ao ver seu bebê tão longe de si e ainda tão pequeno e frágil.
— Meu filho... — ela tocava na tela do celular, como se acariciasse o rostinho dele. — Você é tão lindo!
— Ele se chama Noah, amor. — Dylan diz, com a voz trêmula. — Significa "descanso", "repouso" ou "vida longa".
— Não poderia ter escolhido um nome tão lindo como esse. — ela funga o nariz, enxugando as lágrimas. — Eu vou me recuperar, amor. Vou ficar bem e vou voltar para a nossa casa, para cuidar do nosso lar e do nosso bebê.
— E você vai voltar sim. Porque já vimos que o Senhor agiu a nosso favor e fez um milagre em nossa vida. Você é um milagre vivo, Anne. Noah também.
— Amém! Eu acredito plenamente que tudo isso foi a mão de Deus.
Continuaram a conversa até o momento em que teriam de encerrar, pois Catherine precisava sair urgentemente da UTI. Anneliese encerrou a chamada com tristeza e pesar, pois seu coração ardia de saudades do marido e do filho.
— Sinto muito que teve que encerrar, Anne. Eu praticamente tive que me arriscar para entrar aqui e poder sair sem ser notada. — explica Catherine, ao ver a amiga desolada.
— Está tudo bem. Você já me ajudou e muito. Obrigada por isso, conhecer o meu filho mesmo que virtualmente, me encheu de esperanças para que eu saia daqui logo.
— Continue repousando, bebendo líquidos e se alimentando bem, senhora Cooper. — diz doutor Patrick. — Assim que tivermos a certeza de que está curada, lhe daremos alta imediatamente.
— Obrigada a vocês por tudo. — ela sorri, mais calma.
Com o passar dos dias, Anneliese foi se recuperando e tendo fé que nenhum vírus habitava em seu corpo. Catherine sempre dava suas escapadas até a UTI para vê-la, dando-lhe apoio e lhe trazendo sempre notícias de Dylan e Noah. A notícia sobre a recuperação dela já havia sido passada para toda a família, que agora aguardava ansiosamente o dia em que finalmente a veriam de volta em seu lar e com sua família.
Passou-se praticamente um mês e meio desde que todas essas turbulências começaram. Dylan agora apenas olhava para trás e sentia a sua fé fortalecida num Deus que faz milagres e confunde a medicina, mesmo que tudo diga que não há mais jeito.
— Eu estou tão ansioso, filho! — dizia Dylan, conversando com o próprio filho enquanto trocava suas fraldas. — Não vejo a hora de sua mãe retornar para casa e te conhecer. Imagine só a alegria que será este dia! Quando você crescer mais um pouco e já tiver melhor entendimento das coisas, vou contar toda essa história para você. Quero que em todo momento você se lembre que é um milagre vivo, feito pelas mãos de Deus.
O bebê apenas faz um barulhinho com a boca e fica encarando o pai, como se prestasse atenção. O celular de Dylan toca, ele deixa Noah deitado no berço e vai atender.
— Oi Cath, pode falar.
— Está sentado? Porque se não estiver, procure algum lugar para sentar agora, pois a notícia que trago é simplesmente maravilhosa! — diz, empolgada.
Ele senta-se numa cadeirinha de criança e diz.
— Certo, estou sentado. Pode falar.
— Saiu o resultado do teste da Anneliese! Ela está curada! Ela venceu o Covid-19!
Lágrimas de emoção rolam quase que instintivamente pelo rosto de Dylan.
— Louvado seja o Senhor! E quando ela voltará para casa? Será que posso ir buscá-la?
— Não pode vir buscá-la, porém a boa notícia é que ela terá alta amanhã! Isso é maravilhoso!
— Maravilhoso? É mais que isso, é perfeito! Estou tão feliz, Cath! Mau vejo a hora de ter o meu amor de volta em casa.
Naquela noite, Dylan praticamente nem dormiu. Enquanto Noah dormia profundamente no berço, ele se esforçou e arrumou a casa para a chegada da esposa. Limpou e desinfetou cômodos, arrumou algumas bagunças que surgiram e ainda se arriscou até a deixar uma deliciosa refeição preparada para quando a mulher chegasse. Quando deu cinco da manhã, ele praticamente cambaleou de sono e dormiu ali mesmo no sofá, sendo acordado depois apenas pela babá eletrônica que avisava que o bebê estava chorando.
Mesmo sonolento, deu a mamadeira de Noah e continuou o embalando, até que o bebê pegasse no sono de novo. Pela manhã, após ter tirado um cochilo rápido, deu banho no filho e depois se arrumou, para a chegada de Anneliese. Deixando o menino num daqueles cestinhos de bebês, Dylan resolveu ser criativo e preparou uma faixa dizendo "BEM VINDA DE VOLTA", pendurando-a na sala.
— Pronto, filho. Vamos agora aguardar a mamãe.
Anneliese saiu do hospital sendo aplaudida junto com outras pessoas que também venceram o Covid - 19. Ainda de máscara e bem protegida, ela saiu caminhando até o prédio onde morava, pois a distância de lá até o hospital eram apenas de poucos minutos.
A campainha do apartamento tocou, Dylan colocou Noah de volta no cestinho e foi até a porta com o coração aos pulos. Ao abrir, se depara com a razão de suas orações e milagre vivo na sua frente. Sua esposa e seu grande amor, Anneliese, havia voltado. Lágrimas rolam em seu rosto, ele a puxa para dentro do apartamento e a toma num abraço apertado e demorado. Queria sentir de novo a sensação de tê-la em seus braços, de tocá-la e sentir seu cheiro.
Sem se importar com mais nada, ele retira a máscara do rosto dela, unindo em seguida os seus lábios no dela, num beijo apaixonado e cheio de saudades.
— Como eu senti sua falta! — dizia ele, a olhando firme nos olhos. — Vem, quero que conheça nosso filho.
A tomando pela mão, a leva até onde Noah estava, que se distraía pondo as mãozinhas na boca. Imediatamente ela se emociona e se inclina, pegando-o delicadamente no colo.
— Oi, Noah. — a voz dela sai trêmula, por conta das lágrimas. — Eu sou a sua mãe.
Em seguida, estavam os três no sofá, onde Anneliese experimentava pela primeira vez, a sensação de amamentar seu filho. Noah dormia enquanto sugava seu leite, Dylan apenas assistia a cena, emocionado demais e sem palavras para dizer o quanto estava feliz e agradecido à Deus.
— Nós somos um milagre. — sussurra baixinho, perto do ouvido de Anneliese, fazendo-a sorrir e deixar-se ser abraçada por ele.
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E chegamos ao fim desse conto :(
Fiquei tão feliz que tudo acabou bem! Mesmo nos momentos ruins, o Senhor nos dá a graça para suportar e sermos mais fortes. Espero que tanto quanto eu, vocês tenham gostado desde conto e de tudo o que retratei nele. Que nesses dias complicados e turbulentos, jamais venhamos nos esquecer de nosso Deus e do que Ele pode fazer!
Obrigada a todos que leram, votaram e deixaram seu incentivo. Deus abençoe a cada um...
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