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✤ Capítulo 9 ✤


Após isso, nos dirigimos para o carro, como sempre o ursinho foi a conduzir e tanto eu como a irmã dele fomos atrás, por um momento perguntei-me se não devia ter levado uma mala para colocar o celular mesmo que não o fosse usar, mas Inês não me tinha dado nenhuma logo deduzi que talvez fosse para não estragar o outfit.

Estava eu e ela conversando sobre o dia como o passeio tinha sido bom quando ela retirou da sua bolsa um pequeno pacote e eu notei que era uma camisinha, logo ela me disse : — Não fica assim tão espantada apenas quero que se divirta sem culpa ou medo do que acontecerá. — Peguei o pacote sem acreditar no que ela estava fazendo, não era de todo a minha intenção transar naquela noite e nem sabia onde a colocar, fiquei com ela na mão pensativa, ao olhar em frente reparei que o ursinho tinha um ar que eu não sabia distinguir, talvez fosse curiosidade.

— Pode colocar dentro do sutiã — disse Inês me retirando dos meus devaneios.

 — Ok — foi a única coisa eu disse colocando no sutiã e não pensando mais nisso.

Tempos depois chegamos a uma discoteca nova, na fachada da entrada tinha letras grandes em néon rosa com o seguinte nome escrito " Havana", o ambiente era realmente chamativo e como tinha sido inaugurado à pouco tempo aquele espaço era óbvio que estava lotadissimo, não sabia se iríamos conseguir entrar.

Saímos do carro primeiro ele, o ursinho que como cavalheiro que era abriu-nos a porta, ele logo voltou para lá, para estacionar o carro em algum outro lugar. Na entrada da discoteca tinha um segurança, não percebi porque tinha um, devia ser uma discoteca pública e não privada achava eu.

— Me diz por amor de Deus que é pública e não privada eu não tenho dinheiro — eu disse olhando sério para Inês.

— Não se preocupa eu já tratei de tudo apenas estende o pulso — disse ela para mim e eu fiquei sem entender. Vi ela passar algo para a mão do segurança, que só podia ser dinheiro e deu-me ódio eu não queria ela pagando nada para mim.

O segurança passou uma máquininha no seu pulso e depois no meu, mas eu não vi nada e achei estranho, mas não liguei e entrei. O lugar estava escuro apenas com umas luzes coloridas que davam uma pouca luz ao ambiente e estava a abarrotar de gente, tinha mesmo muita gente.

Mal entramos logo senti as mãos de alguém na minha cintura, ia-me virar para encarar e até resmungar com a pessoa, mas ao virar-me vi que era o ursinho, ele já tinha voltado.

— Desculpa não quis assustar — disse ele perto do meu ouvido, naquele momento senti o seu perfume um tom adocicado, mas acho que tinha um cheiro amadeirado, sim, estranho tipo os vinhos.

— Tudo bem, não me assustou — eu disse, achando que já estava minimamente afetada pelo seu perfume.

Aquela discoteca era diferente, naquele caso se conseguia ver o DJ pondo música, noutras isso não acontecia. Inês levou-me diretamente até ao bar. Antes de chegar ao bar eu tinha pensado em flertar com o moço que estivesse lá, mas ao aproximar-me reparei que pela roupa e aparência dele, ar deslocado, ele não devia jogar no mesmo campeonato (devia ser gay) e então eu nem tentei a minha sorte, sim o que Inês me tinha dito de tentar-me divertir estava na minha cabeça.

— Amiga que você vai querer beber?- perguntou Inês para mim, logo ela acrescentou -... pode escolher á vontade.

— Tem a certeza eu não quero que gaste dinheiro em excesso comigo — eu disse, mas os meus olhos estavam naquele inúmero número de garrafas.

— Claro à vontade, dinheiro não é problema — disse ela.

— 3 shots de tequila — eu disse abrindo um sorriso enorme se era para esquecer os problemas eu teria de beber algo forte.

— 6 shots de tequila, 3 para mim, 3 para a minha amiga e você irmão vai querer o quê?- informou ao barman e perguntou para o irmão.

— Uma cola, você sabe que esta noite eu não bebo tenho de ser responsável né — disse ele.

— Isso mesmo, uma cola para o meu irmão também — disse ela para o barman. Logo o barman colocou 6 copos no balcão e despejou o conteúdo da garrafa neles, colocando de seguida um gume de lima, mas antes disso nós colocamos a palma da mão em cima do balcão e ele colocou sal nela, não sem antes nos termos lambido o local entre o polegar e o indicador fazendo assim com que o sal não caísse.

Uma tradição que veio dos americanos, lamber o sal, beber o shot de uma só vez só e morder o gume de lima ou limão. Isso se devia ao sal abrir as papilas gustativas, o que faz com que você sinta o real gosto da tequila, e o limão fecha para que você não faça caretas e assim aproveite melhor o sabor da tequila.

Lambemos o sal, da nossa mão, bebemos o shot de uma só vez como manda a tradição e mordemos a Lima, depois repetimos isso mais duas vezes com os outros shots. Senti a minha garganta quase reclamar da ardência do álcool e do ácido da lima, mas eu sabia que o álcool ia  me fazer bem.

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