✤ Capítulo 5 ✤
Avisei Inês que devíamos levar algumas mantas ou cobertores se quiséssemos fazer piqueniques ou apenas ficar sentados a apreciar a natureza.
Ainda coloquei dentro da minha mochila, um protetor solar, óculos de sol, o celular e um chapéu, pois eu era muito branquinha e a minha pele demasiado sensível ao sol.
Após nos arranjarmos ainda era cedo passava pouco das 11 da manhã, tinha mos almoçado cedo demais mesmo com a diferença horária entre os Açores e Brasil. Fiz um plano mentalmente para o que iríamos fazer, onde ir, a minha teoria era dividir nos 3 dias que eles ficariam comigo, sim infelizmente seria apenas 3 dias, o máximo de locais turísticos.
Naquele dia iríamos ao Monte Brasil, ao Relvão passar um pouco do tempo, quando fosse depois das 4 da tarde íamos aproveitar para dar um mergulho onde eu sabia ser mais reservado e discreto e por fim á tardinha iríamos passear pela cidade onde ele podia fazer parkour.
Saímos de casa, o ursinho tinha alugado um carro quer dizer eles tinham alugado um. Ele foi a conduzir, a irmã do lado e eu no assento de trás.
— Que acha de comprarmos algo para petiscarmos amiga, você sabe onde fica os supermercados né? — perguntou Inês.
— Sei sim, — respondi. Passei-lhe as indicações, quer dizer fui apontando até chegarmos a um supermercado, estacionamos e fomos comprar alguns “snacks”, claro que Inês e eu escolhemos apenas guloseimas e salgadinhos: gomas, bolachas, aperitivos de queijo, Doritos e refrigerantes com muito açúcar e gás.
Claro que como éramos muito gulosas fomos petiscando pelo caminho. Seguimos caminho e fomos até ao Relvão, basicamente podemos dizer que é um parque com baloiços e onde pessoas passeavam com cães e crianças.
Estacionamos o carro no parque de estacionamento ali mesmo ao lado e saímos do carro, por incrível que pareça me estava fazendo bem o passeio, lembrava-me que o ursinho amava skates, adrenalina e escalada.
Eu também amava eu era uma eterna criança interiormente, adorava ficar a andar de baloiço sentindo as minhas pernas baloiçar ao vento, andar de escorrega, realmente sentir-me uma criança.
Começamos nos encaminhando para aquele parque e eu via uma alegria no rosto do ursinho, eu amava aquele garoto como amigo incrível que ele era. Senti-me como uma criança e quis ir a correr basicamente para os baloiços, mas como qualquer criança eu caí e raspei o meu joelho no chão sentindo ele arder, não só ele, mas também as minhas mãos, pois eu as tinha colocado no chão amparando a queda e protegendo-me. Logo vi o ursinho e a sua irmã correr até mim preocupados.
— Amiga você está bem? — perguntou Inês ao se aproximar de mim e ver que o meu joelho estava sangrando.
— Hey, tá tudo bem é só uma ferida de nada — eu disse tentando assegurar e acalma-la.
— É, mas está sangrando — dizia ela com um olhar arregalado. Logo o irmão dela foi á sua mochila e tirou de lá de dentro uma caixinha de primeiros socorros, ele parecia estar preparado para tudo. Ele retirou de dentro da caixinha um frasquinho com álcool provavelmente e gaze, o despejou no gaze e começou desinfetando a minha ferida, claro que ela ardeu, até dizer chega, mas como é claro eu não dei a parte fraca.
A realidade é que mesmo dorida eu queria andar de baloiço. Levantei-me após ele ter desinfetado a ferida e dessa vez fui a caminhar mais devagar.
Comecei por sentar-me num baloiço, balançando as pernas e vi o ursinho se dirigir a uma aranha(um emaranhado de cordas que se sobe), como ela era grande eu não me atrevia a subir até lá acima, basicamente tinha medo de alturas, apenas fiquei lá o admirando subir.
Inês não era muito de baloiços por isso ficou apenas sentada num banco. Em poucos minutos ele já tinha subido a aranha e já estava escorregando pelo escorrega quando eu reparei.
— Quer experimentar? — perguntou ele para mim. Acenei com a mão dizendo que não, eu ia passar vergonha se subisse. Mas ele ficou ali à espera perto da aranha e eu não tive escolha se não me mexer e ir até lá.
Tinha receio de dar um passo em falso naquele emaranhado de cordas e cair, mas para minha surpresa ouvi ele dizer: — Não se preocupa estou aqui em baixo caso você caia eu seguro você.
Isso não me deixou mais segura nem um pouco, se eu caísse ele se magoaria, por isso, sem olhar para baixo só para cima eu subi ainda tremendo e com medo de cair, mas eu cheguei ao topo, senti-me feliz com aquela pequena conquista, quando cheguei lá.
Logo estava descendo por aquele escorrega e abraçando ele, claro que logo a seguir achei aquilo estranho e afastei-me, fui até ao meu escorrega preferido, um que dava uma volta e como tinha sido remodelado, já não era mais amarelo, mas sim azul, escorreguei nele e vi o ursinho se dirigir para um baloiço em formato de túnel.
Aquele túnel, se atravessava pelo meio e como era baixo tínhamos de baixar a cabeça para não bater com a cabeça em cima. Depois disso estivemos um pouco eu, ele e a Inês no barco, um baloiço/brinquedo também, ele continua vários esconderijos e nós brincávamos nos espreitando uns aos outros.
Por fim ficamos um pouco num banco, sentados descansando e aproveitando o ar puro debaixo de uma árvore, sim, o banco era debaixo de uma árvore.
Tiramos algumas fotos enquanto estávamos lá sentados, não tiramos mais, pois tínhamos estado aproveitando os momentos. Quando vi o meu celular ainda era 1 hora e quase meia da tarde tínhamos muito tempo ainda para aproveitar, logo saímos do banco e fomos até ao carro.
De novo o ursinho conduziu cerca de uns minutos e eu tive a ideia de pararmos pelo meio e pegarmos um atalho, um trilho pelo meio da mata podemos dizer. Lembrei-me da minha mãe que sempre me disse para não ir sozinha, pois era perigoso, uma vez um trabalhador, daqueles que a cadeia mesmo deixa eles trabalharam lá, atacou uma mulher para lhe roubar o celular e os óculos de sol.
Ele estacionou o carro e começamos a subir umas escadas íngremes, escadas não, espécie de degraus, naquele caso, sim, era muito empinado e fazia nós perdermos o fôlego facilmente, mas, em contrapartida o lugar era lindo.
Pelo caminho encontramos gazelas, viados, claro que eles não nos deixaram aproximar muito deles, mas nós conseguimos ainda tirar algumas fotos a eles e com eles até.
Ao chegar ao fim da trilha ainda tivemos de subir um caminho até avistarmos alguns animais. Claro que os primeiros animais que vimos foram patos e galinhas que por ali estavam á solta, logo começamos a ver espécies de casinhas ou gaiolas que eles tinham fechadas e isoladas por rede onde continha diversos animais, patos de outras espécies, faisões, uma grande e bonita arara que logo fomos ver, ao aproximar-me dela eu comecei a dizer: — Olá e repetindo algumas vezes, às vezes ela era assim manhosa e não repetia quando falávamos com ela. Quando foi a vez de Inês falar com ela, ela também não repetiu, já quando foi o irmão dela, o ursinho ela estava muito faladora foi só ele dizer "olá"que ela não parava de repetir.
— Você é da realeza ou importante!! — exclamou Inês fingindo estar irritada, mas ela riu logo a seguir. Por todo o lado que passavamos íamos tirando fotos, eu tinha comigo um saco ainda com amendoins e apesar de ter uma placa dizendo para não alimentarmos os animais eu fui talvez um pouco rebelde, e nós alimentamos ela, conseguimos até ver ela descascando os amendoins e comer.
Passámos por uma enorme cerca onde tinha perus e faisões, tivémos a sorte de ver um desses faisões abrir o seu majestoso rabo com lindas penas o exibindo e por fim subimos até ao ponto alto do Monte Brasil, o Pico das cruzinhas onde se conseguia ver a ilha toda e o qual tinham colocado fazia alguns anos um monóculo em que se conseguia ver mais ao pormenor e mais perto. Eles estavam maravilhados pelo local e eu maravilhada ao ver a felicidade estampada nos seus rostos.
Depois disso estendemos uma manta no chão em cima da relva e ficámos petiscando perto das árvores sentindo uma brisa leve nos refrescar.
Passamos cerca de 2 horas lá, quando era pouco mais das 15 e 40 já estávamos no carro. Decidi que queria ir dar um mergulho, apesar de estarmos quentes e a minha mãe dizer que nunca devia mergulhar assim, eu já era grandianha.
Então eu mostrei-lhes um local que eu amava, quase 15 minutos depois nós chegamos era um local mais deserto se chamava "Poça dos frades". Sim um local que ficava como o próprio nome indica perto de um local religioso naquele caso ficava ao lado de um convento e era onde na antiguidade os padres, frades e madres se refrescavam.
Estacionamos o carro ali mesmo ao lado e seguimos até aquela entrada que não tinha o que enganar dizia " Poça dos frades"ao lado e na entrada no chão tinha a marca de uma pata de um cão. Quando foi alcatroado (colocaram cimento) era óbvio que algum cão tinha passado por lá e deixado a sua pata antes de secar.
Percorremos um longo corredor até chegar ao miradouro onde se conseguia ver o mar e as poças (piscinas formadas pela erosão das rochas), na que víamos à primeira vista não tinha muita água, mas eu conhecia uma que estava sempre cheia. Naquele momento apercebi-me que eu não tinha colocado o meu biquíni dentro da minha mochila, tinha-me esquecido dele.
— Amiga eu esqueci o meu biquíni e agora? — perguntei-me virando para Inês.
— Calma, não se preocupa, sempre venho preparada, você pode usar um dos meus — disse ela reconfortando-me.
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