Passos ligeiros eram ouvidos sobre o bater do chão, subindo a escada em direção ao escritório de seu pai, o jovem em tamanha alegria corria para dar lhe a notícia que tanto esperava após ter terminado o ensino médio. Quase que sem fôlego abriu as portas de madeira grossa do ambiente, mostrando um senhor de aparência velha, em um terno glamuroso. Postura impecável do diretor da empresa Lee Hanseo. Também não era o único na sala, sentado na cadeira a frente do Homem, com uma postura intimidadora estava o homem cujo cobrador de seu pai. Claro que, ele não sabia, então apenas o via como mais um dos empresários que estavam fazendo negócios com seu pai.

O olhar de confusão e deveras também aflito do mais velho seguiram ao moreno que entrava sorrindo, não estava entendendo aquele alvoroço do seu filho. Esse que balançava um papel entre os dedos, e o sorriso mais lindo estampado sobre o rosto angelical.

- eu consegui- suas palavras despertaram o CEO de seu transe, quem sabe por que nunca tinha reparado o quanto o filho era lindo sorrindo em ansiedade.

- perdão meu senhor, eu tentei impedir que o jovem mestre passasse- diz a empregada se curvando, temerosa da bronca que levaria por causa do rebelde que não queria ouvir. Seoho não queria saber de bronca, a sua felicidade estava em mostrar o papel para o pai, aquela era a maior alegria dele.

- está tudo bem Yuna - seus olhos mudaram de direção seguindo o jovem parado a sua frente mostrando o papel. - o que conseguiu meu filho?

- entrar na faculdade de artes- animado Seoho pronunciou, o mais velho sorriu com a notícia, mesmo que se mostrava um homem sério e frio, a alegria do seu único filho era tudo para si. - eu vou para a faculdade em Busam para seguir meu sonho de artes! Isso é demais pai!

Hanseo sorriu para si, mesmo sabendo que não era o que queria para seu filho, por que ele era o único que tinha para liderar sua empresa. Porém, diversas vezes entraram em conflito para que ele desistisse de tudo e assumisse seu lugar. Mas Seoho não abria mão de seus sonhos, e muitas de suas raivas saia de casa para refrescar a memória. O jovem moreno nunca fora um garoto de brigar, se chateava muito quando não se dava com seu pai. E acabava os dois naquela contenda. Mas durante suas saídas com sua melhor amiga ele conheceu um jovem que fora seu Porto seguro. E foi também o que lhe incentivou muito a nunca desistir do que ele sonhava.

- estou muito feliz por você meu filho. - o sorriso em seus lábios era mais do que verdadeiro - meus parabéns- abriu os braços esperando o menor se jogar nele e retribuir o abraço, Seoho se jogou nos braços do pai. Aquele era um dos seus maiores sonhos, mesmo que um dia fosse assumir a empresa do seu pai, queria pelo menos ter feito seu nome em outro destino. E com a aceitação de seu pai naquele momento e ver sua alegria estava sendo mais do que perfeito para si.

- obrigado pai. De verdade- sorriu se afastando - perdão senhor Choi, acabei entrando agitado e nem se quer lhe cumprimentei - se curvou em sinal de respeito e voltou a olhar o seu pai. - eu vou para meu quarto. Até a hora do jantar pai - se afastou dos dois se curvou se despedindo e saiu do ambiente fechando a porta. O sorriso que antes era visível ao rosto do mais velho se desfez ao saber que o assunto que ainda tratava não estava nenhum pouco agradável a si.

A gargalhada mais assustadora ecoou no ambiente acompanhada de paumas lentas, seus olhos foram ao homem de semblante frio, engoliu em seco temeroso da decisão que o senhor Choi havia tomado mesmo tendo visto tudo aquilo na sala.

- como seu filho é fofo. Todo animado para a faculdade dos sonhos. - seu sorriso era assustador - imagina se esse sonho não se realiza Hanseo, como ficaria o semblante dele?

- não toque no meu filho. É só o que eu te peço- juntou as mãos em um pedido de misericórdia.

- Hanseo, meu querido. Eu não estou nem ai para seu filho. Eu só quero saber do meu dinheiro.

- eu prometo que no fim da semana eu lhe entregarei tudo. - Hanseo estava tão desesperado, que devia ter pensado bem antes de ter metido a empresa no meio de pessoas ruins. Mas o dinheiro acabou sendo um problema é agora corria o risco de morrer e perder tudo. E isso poderia sim envolver seu único filho.

- está bem, mas eu vou levar algo comigo. E não adianta chorar meu querido. - se ergueu ainda sorrindo diabolico, se curvou de leve e saiu de sua presença, Hanseo caí sentado na cadeira de couro de sua sala passando a mão aos seus fios grisalhos e sentindo que o mundo todo estava caindo de baixo dos seus pés. Agora ele não sabia o que aquele cara poderia fazer, e ainda por cima temia perder sua grande riqueza. Em frustração deu um berro e socou a mesa, será mesmo que tudo tinha a tendência de só piorar?

No seu quarto, deitando sobre sua cama estava a olhar sua carta de recomendação, parecia estar olhando para uma barra de ouro ou algo maior que aquilo quando ouviu o bip do seu telefone, pegando seu aparelho viu ali a mensagem do jovem que estava a dar aqueles amassos. Ambos ainda não tinham decidido nada sobre a relação, porém estava concreto em sua mente que estava loucamente apaixonado por Lee Keonhee.

Pegou seu aparelho e sorriu mais ainda com a mensagem do mesmo, será que o jovem era vidente para adivinhar o que passava naquele momento na cabeça do moreno.

Deixa eu ver. O meu bebê está aceito na faculdade? Acertei?

Sim, acertou. Eu consegui keon. Eu nem acredito.

Eu amo ver esses seus surto. Que tal? Vai ter uma festa hoje lá naquela boate. Quer ir comigo?

Esta me chamando para um encontro em uma festa?

Eu acho que estou. Aceita meu boy?

Se eu disser que não, sou louco. Eu aceito sim. Que horas vem me buscar?

As nove e meia eu passo ai. Esteja sexy viu. Quero te pegar de jeito.

Mas que abusado. Quem te deu essa permissão?

Você me deu a permissão meu gostoso.

Seu besta. Até mais.

Até meu anjo.

A mensagem fora parada e o telefone jogado ao lado do corpo, sorriu bobo em saber que era feliz em ter Lee keonhee como namorado. Um jovem que estudava na mesma sala, tinha sentado ao seu lado e começado um diálogo simples, era um play boy da escola, e o jovem Nerd ao seu lado, virando assim aquele famoso cliche de o nerd e o popular. E o romance começou a evoluir, se entregando se corpo e alma no quarto do jovem, sendo assim somente dele e de mais ninguém.

Mas os dois ainda enfrentavam uma pequena barreira de auto crítica, o pai do jovem Lee não era muito a favor que seu filho fosse de outra sexualidade e estivesse namorando Seoho. Em diversas vezes Seoho voltou para sua casa machucado e ofendido pelas palavras cruéis do Homem. Mas não era culpa dele se a homofobia estava em peso, e que aquele velho de quase sessenta anos não aceitava o que a vida tinha dado ao seu filho.

Claro que, também estava a temer seu pai, nem tanto ainda não tinha falado sobre seu relacionamento com o jovem Lee, parecia que toda vez que ia tomar atitude e falar seus sentimentos, um nó na garganta se formava e tudo ia para os ares. Quem sabe aquela noite seria perfeito, se caso se desentende- se novamente iria sair com seu namorado e refrescar a cabeça.

Ergue- se da cama pondo a ir escolher suas vestes daquela noite, optou por roupas negras para dar um charme a mais ao seu semblante Alegre, caminhou para seu banheiro, ligou o chuveiro deixando o mesmo começar a aquecer e assim entrou para tomar um belo banho e preparar para se caso acontecesse as palavras de keonhee. Após ter se preparado por completo, secou seu corpo e passou um creme para deixar um leve aroma floral sobre sua pele. Vestiu uma camisa preta deixando um pouco seu peitoral a mostra, colocou uma corrente pequena e não muito chamativa. Vestiu uma calça preta jeans um pouco mais justa que marcava a fartura que tinha entre as pernas e as coxas. Se iria provocar o jovem, faria isso em um combo perfeito.

Novamente um bip em seu telefone ecoou, seus olhos confusos miraram o objeto sobre a cama brilhando, se aproximou do mesmo vendo a mensagem de sua amiga brilhar na tela. Acabou sorrindo negando e abrindo a mensagem.

Ei seu besta, topa conhecer um homem? Já sei que tu é gay véi. Nem adianta esconder.

Você devia parar de falar como um garoto. Esta parecendo uma maluca. E não, muito obrigado. Eu já tenho um ficante.

O que? Já tem? Quem?

Quer ir na festa hoje? Ai eu te mostro ele lá.

Esta bem te vejo lá. Me mostra ele ouviu.

Pode deixar pirua eu vou. Até.

Até seu gay.

Negou rindo e fechou a tela de seu telefone, ele nunca escondeu de sua amiga Harin que gostava do mesmo sexo, e a mesma também nunca se mostrava contra, porém para ela aquela notícia não era nenhum pouco boa.

Harin quando desligou o telefone rosnou alto, seus planos estavam começando a dar sinal de falência, socando a cama ela se debatia.

- não! Não posso perder essa chance. Não! - seus pés e mãos batiam sobre a cama, mas logo ela joga seus cabelos para trás olhando para a cabeceira da cama com fotos de seu idol favorito. - eu não vou perder. Esse plano tem que dar certo. Custe o que custar.

Se levantou para ir se vestir e dar um up sobre si, já que sua maldade estava começando a transparecer sobre seu olhar onde gargalhadas eram expressas e ouvidas no ambiente.

Seoho porém desceu as escadas da mansão e se dirigiu para a sala de jantar, seu pai não aparentava estar feliz e suas mãos pareciam tensas. Suas sobrancelhas se juntam em uma confusão, mas preferia não entrar no assunto do pai naquele momento.

- pai, eu tenho algo a lhe falar- pronunciou sentando ao lado do mesmo já se ajeitando para começar a comer sua refeição servida.

- e o que tens a me dizer filho? - o olhar questionável do pai se ergueu a si limpando sua boca suja do molho.

- eu estou tendo um relacionamento. - o homem olhou surpreso.

- isso é maravilhoso.

- com um homem - e o silêncio pairou no ambiente. Seoho sentiu o peso e desviou o olhar, Hanseo que ouvirá as palavras do filho estava um pouco chocado, mas não fez como Seoho imaginara.

- eu devia ter percebido quando você surtava em seu telefone. - Seoho olhou para si confuso. - você é muito bobo. Até fica fofo agindo assim.

- pai, então. Você já sabia?

- não é que eu já sabia. Só já havia percebido que você era gay. Mas tudo bem. Não esqueça de me apresentar seu namorado em. - voltou a comer, Seoho sorriu bobo em ouvir aquilo.

- claro pai, eu logo trazerei ele aqui para o senhor conhecer- animado voltou a comer. Quando terminou o jantar, seu pai percebeu que estava bem vestido.

- onde vais tão belo assim? - o mesmo sorriu, não imaginava ganhar um elogio de seu pai assim.

- eu vou numa festa com o meu namorado. E prometo não chegar muito tarde. - se levantou da mesa e abraçou o pai - até mais tarde pai.

- até meu filho. Se cuida- o jovem sorriu concordando e seguindo a sair da casa, logo a buzina do porshi ecoa no ambiente, ele acena com a mão e abre a porta do veículo preto.

- oi keon- beijou os lábios do mesmo.

- oi meu anjo, nossa. Está muito lindo em- Seoho gargalhou corado.

- não fale besteira. Você está lindo também. - ajeitou seu corpo sobre o Banco do veículo. - vamos? - o jovem moreno concordou e acelerou o veículo já saindo da frente da mansão seguindo para o local onde seria a festa, e onde todos os sonhos se perderam.