capítulo 10
O jeep que Saby dirigia era vermelho e estranhamente confortável. O vento fazia seus cabelos longos voarem, ela tentava a todo custo mantê-lo no lugar, mas era uma tarefa impossível.
O jeep era aberto, ou seja não possuía capô, eu a vi se amaldiçoando umas três vezes pela a escolha do carro. Nos dividimos entre os Jeeps alugados, Sabyne se animou com o carro sem capô ou janelas e se arrependeu assim que iniciamos viagem.
Jossy foi com Nate e Scoot em outro Jeep da mesma cor, mas o mesmo possuía capô e janelas. Bryan foi dirigindo o Jeep azul e levou Daniel e Jady com ele, Oliver foi o verdadeiro adolescente apaixonado e alugou um jeep para Daphne ir confortável.
Levariam uns vinte minutos para chegarmos ao porto e embarcamos, os carros ficariam estacionados propositalmente no porto, esperando nossa chegada no domingo à noite.
Eu tentei manter minha mente o mais longe possível do pequeno incidente que ocorreu mais cedo. Eu seria hipócrita se dissesse que não estou com um frio na barriga, e morrendo de medo de cruzar sozinha com Scoot e Daniel na ilha.
Eu não fazia ideia do que levou Daniel a me beijar e muito menos que Scoot ficaria tão mexido com isso.
De todos os caras do grupo Daniel era o mais calado e reservado. Oliver era o príncipe, o cara boa pinta, educado e galanteador.
Sempre rodeado de mulheres.
Scoot era o aventureiro, com ele era pular de paraquedas de manhã e tocar em uma rave a noite. Gostava de festa e baladas, um espírito livre.
Bryan era um cara engraçado, extremamente bonito, mas a sua melhor arma era seu jeito descolado e contagiante. Ele nunca namora ou fica com alguém além de uma noite.
Era uma regra estúpida dele.
E Daniel era o oposto de todos eles. Nos aproximamos há algumas semanas, quando ele me livrou de um cara escroto no colégio. Eu vinha reparando a algum tempo, que toda vez que estava sozinha pelos corredores um cara do terceiro ano mexia comigo. Seja para falar alguma gracinha ou tocar sem permissão em meus cabelos. Eu já estava farta daquilo, então evitei o máximo andar sozinha, mas nem sempre meus amigos estavam por perto e foi em uma dessas que o cara me abordou. Ele tentou a todo custo me persuadir a ir até a sala de revelação de fotos do clube de fotografia, foi aí que Daniel apareceu.
O garoto já estava me puxando pelo braço, quando Daniel o fez tirar as mãos do meu pulso.
Foi tudo tão rápido.
Desde então nos aproximamos. Não é como eu e Bryan somos, mas Daniel é bem mais falante comigo do que com os outros.
Eu gosto da proximidade que construímos e aquele beijo pode estragar tudo.
—Daniel me beijou. —Falei em um rompante.
—O que? —Saby deu uma freada brusca fazendo os carros à nossa volta buzinarem.
—Sabyne assim você vai causar um acidente. — Repreendi.
—Não, assim você é que vai. —Ela mirou as duas orbes amendoadas em mim. —Como você me solta uma bomba dessas enquanto estou dirigindo? E caramba! Por que você foi me contar isso? Eu não posso saber dessa informação.
Ela voltou a guiar o carro quando viu que os outros pararam mais a frente a nossa espera.
— O Scoot viu tudo. —Conclui
—Caralho! — Outra freada brusca e uma porção de xingamentos.
—Você está querendo nos matar?
— Allison, você não podia me contar isso.
—E por que não?
—Porque agora eu vou ser forçada a escolher um lado.
—Fica do meu lado, mulheres se apoiam.
—Ok! Quero detalhes.
☀️
Por que eu deveria me preocupar com o que Scoot pensa? Por que eu estaria me sentindo mal sobre os seus olhos?
Eu estava me sentindo observada, a cada passo que eu dava dentro da cabana de três quartos era observado minuciosamente por Scoot. Ele estava sério, observador e pensativo, isso me incomodava profundamente.
Já fazia algumas horas que havíamos aportado na ilha, a mesma estava lotada e cada cabana construída sobre a costa estava lotada. O palco enorme estava sendo montado para os quatro dias de festa.—Parecia exaustivo para mim só de olhar todo vai e vem.
—Dividi os quartos de forma igual, os caras ficaram com o quarto ao lado do meu e as meninas na suíte em frente a praia. —Scott falou se levantando do sofá.—Vou levar meu equipamento para o palco, a farra começa essa noite.
—Dormir para que, não é mesmo? —Falei quase inaudível depois de soltar um suspiro cansado.
—Se quiser pode ficar e dormir, afinal você já está acostumada a ficar trancada no quarto. —E aí está a típica patada que Scoot soltava sempre que estava puto.
Só que dessa vez, ele estava puto era comigo.
—Você deveria ser mais legal com seus amigos Scoot. —Voz aveludada veio do corpo esguio que passou com algumas malas pela porta. Ela tinha cabelos lisos de um tom de loiro escuro, os olhos azuis pareciam duas orbes que chamavam a atenção.
Ela era linda.
—Hey baby você demorou. —Scott jogou seus braços em volta do pescoço da garota. —Coloca suas malas no quarto das garotas. —Ele piscou para ela. —Sei que vocês se darão bem.
— Oh claro, nos daremos super bem. —O tom cínico e pouco amigável de Saby foi notado por todos da sala. —Bethany, que tal se você dormisse na sala essa noite? Estamos meio que apertadas naquele quarto.
—Qual foi Sabyne, essa sua implicância já está se tornando infantil. —Scott a repreendeu.
—Não mais que as suas recentes atitudes, falando nisso acho que todos deveríamos conversar. — Ela se levantou do sofá. —Nada contra Bethany, mas é uma conversa particular.
Bethany pegou suas malas e rumou para a escada, eu não havia visto discutir ou enfrentar Sabyne em momento algum. eu fiquei com dó dela.
—Precisava disso? —Scott explodiu. —Tinha como você ser mais escrota?
—Eu aprendi com o melhor.—Debochou.
—Jossy e Nate, que tal uma volta na praia? —Sugeri.
—Ally fica, afinal você é a principal pauta do assunto. —Saby ainda encarava ferozmente Scoot.
—Boa tentativa maninha.—Jossy sorriu travessa, se jogando junto a Nate no tapete felpudo.
Oliver, Bryan e Daniel vasculharam por comida no armário, totalmente atentos ao desenrolar na sala de estar. Mesmo não encarando a cozinha podia sentir o olhar de Daniel sobre mim.
—Se prepare Scoot, a fera ta solta.—Jady debochou.
—Primeiro de tudo, eu quero que você e o Daniel conversem— Ela começou, sutil, feito um elefante.
—Sem chance.— Scoot foi seco.
—Vai se foder Scoot, você não tem o direito de fazer todo esse drama. —Daniel explodiu do outro lado da ilha da cozinha. —Vocês dois não estão mais juntos, a prova disso é a garota de um metro e sessenta no segundo andar.
—Para de falar merda, eu fiz novas amizades aqui, e daí?
—E estou disposto a ter o mesmo tipo de amizade com a Allison, e daí?
—Caralho como você é filho da puta.
—Como você é covarde. —Eu nunca tinha visto Daniel tão frio.
—Vou resolver essa merda. —Scott saiu da casa batendo a porta com força.
☀️
A praia estava lotada, era impressionante ver tanta gente em um lugar só. Mais impressionante ainda, era velas delirar ao som de Scoot. A batida da música pulsava em meus ouvidos, me deixando com a sensação de estar escutando meu coração bater na garganta. Os cabelos de Scott já se colavam em sua testa de tanto que o mesmo pulava em cima do palco, ele havia nascido para isso, eu não tinha dúvidas.
Meus amigos se mantinham no meio da multidão animada, com os corpos dançantes transmitindo energia positiva e alegria.
Exceto Daniel.
Ele estava sozinho, sentado no balcão de um quiosque, bebendo alguns shots. Ele tinha uma cara amargurada e a cada vez que Scoot falava ao microfone, seu rosto contorcia em desgosto. Algumas garotas tentavam se aproximar mas eram ignoradas até desistirem.
Decidi que precisava conversar com ele, eu estou parecendo uma telespectadora em toda essa história.
Minha história.
Enquanto todos brigavam e discutiam a minha minha volta, eu só observava sem coragem de me pronunciar. Aquele problema era meu, e eu precisava resolver.
—Se continuar bebendo assim vai precisar de ajuda para chegar à cabana. — Ele virou o shot de uma vez só e me lançou um olhar interrogativo.
— O que faz aqui?
—Já disse, você vai precisar de ajuda para chegar até a cabana.—Joguei meu corpo em cima do banco ao seu lado.
—Não me leve a mal, mas hoje eu não sou uma boa companhia.
—Eu costumo saber lidar com caras mal humorados.
—É, mas não deveria.—Ele virou seu corpo em minha direção.—Você deveria ser tratada da melhor forma possível, você é uma garota especial Allison e não deveria receber menos do que você merece.
Ele levou a mão ao meu rosto, senti seu polegar acariciar minha bochecha. Abaixei meu olhar e depois voltei a fitar seus olhos, minha clara forma de mostrar timidez.
—Eu gosto de você. —Confessou. —E esse sentimento não é recente, eu gosto de você desde que vi sua primeira apresentação de balé no grande teatro. O Scoot nem sabia da sua existência até o verão passado, sempre comentei da garota do teatro para eles, imagina a minha surpresa quando Scoot nos contou sobre a garota que tem fodido com a mente dele? Eu abri mão, Allison, eu abri mão dos meus sentimentos para não ferir minha amizade com ele.
—Eu não fazia ideia.
—E como poderia? Eu realmente achei que ele estava em outra, eu achei que você vendo isso também seguiria em frente.
—Em outra?
—Bethany, ou você acha que amigos dividem o mesmo quarto e moram juntos?
—Morando juntos?— Foi como levar um grande soco no rosto.
Me afastei de seu toque e pulei o banco pronta para correr dali e me enfiar no primeiro barco que eu avistasse. Eu só queria ir para casa, eu só queria não ter vindo, eu só queria não saber. Afinal a ignorância dói menos.
Olhei em direção ao palco e vi o momento em que Bethany lhe levou uma garrafa com água e ele sorriu para ela, sorriu de uma forma que ele não sorria para mim a muito tempo.
—Allison espera.—Segurou meu braço. —Eu não deveria te falar nada, isso é algo que ele deveria falar, desculpa.
—Você acha que ele iria me contar em algum momento?
—Sinceramente, não acho que ele iria te contar.—Foi o suficiente, para que eu virasse as costas e marchasse duramente em direção ao palco.
Me infiltrei em meio a multidão, me desvencilhando das pessoas animadas no local. Vi quando Scoot anunciou sua pausa e saiu deixando algumas músicas tocando, atravessei a praia até chegar a grade de ferro, onde ficava um segurança controlando a entrada e saída de pessoas credenciadas.
Atrás do homem, bem perto da saída do palco estava Bethany, com uma credencial no pescoço e um sorriso orgulhoso no rosto.
—Sinto muito senhorita, só pode entrar quem tem credencial. —O homem de dois metros me parou.
—Pode falar para o Scoot que estou aqui fora, é urgente.
—Menina, se eu fosse dar todos os recados que as garotas como você mandam para o Scoot, eu já teria sido demitido.
—Então só chame a Bethany, ela está bem atrás de você. —Ele olhou para trás com um meio sorriso nos lábios.
—Dia de sorte menina. —Ele puxou o rádio de comunicação. —Scott tem uma amiga sua aqui, poderia vir ao portão?
Em poucos minutos Scoot estava liberando a minha entrada e me guiando até seu camarim improvisado longe de toda a barulheira. Ele se jogou na poltrona e pegou uma garrafa de água em cima da mesa de centro, olhou para mim e fez sinal para que eu me sentasse ao seu lado.
recusei.
—Eu tenho trinta minutos Ally. —Me lembrou impaciente
—Está morando com a Bethany?
—Estou.
—Planejava me contar?
—Talvez, quando se tornasse necessário.
—É assim que você fala que ama? É assim que diz que eu sou importante para você?—Gritei sem me importar com quem pudesse ouvir. —Você não tem o direito de ficar puto comigo ou com o Daniel, porque você está trepando com uma garota qualquer.
—Ela não é uma qualquer, é minha amiga, é importante para mim.
—Amigos não transam Scoot. — Ele finalmente levantou do sofá e caminhou em minha direção. Ele parou bem a minha frente e respirou fundo, como se buscasse a melhor forma de resolver a situação.
—Eu e a Bêh transamos, não foi uma, não foram duas, foram várias vezes. —Ele estava olhando fixamente em meus olhos. —Eu sou solteiro, estava a dois continentes de você e na minha cabeça não nos veríamos mais. Estou sendo realista quando eu digo que realmente achei que tinha superado o que sentia por você, Bêh foi a pessoa que me ajudou a me recuperar de toda a merda que meu pai causou na minha vida. Eu não espero que você entenda estando magoada como eu sei que está, mas espero que essa dor passe logo.
Eu não percebi mas estava chorando, só fui notar quando minhas lágrimas molharam a blusa branca de Scoot. Ele me abraçava firme e afagava meus cabelos de forma carinhosa, ele me acolheu em seu peito quando me puxou para sentar no sofá preto, no canto da pequena sala que era usada como camarim.
—Eu te amo Allison, e assim que você voltou eu expliquei toda essa bagunça para a Bêh e terminamos. Somos amigos e ela mora na minha casa porque não tem para onde ir, espero que você saiba separar as coisas e dar uma chance de conhecer a Bethany. Nossos amigos não estão facilitando as coisas para ela.
—E como nós dois ficamos?
—Se depender de mim, juntos.
—Mas não depende de você.
—Não, não depende.
Oi pessoas, primeiramente feliz ano novo. Hoje eu fim propor um desafio, se esse capitulo tiver bastante comentários e estrelinhas irei liberar o book-trailer do livro dois e a capa fixa dos livros. E sim esse livro tem continuação galera.
A serie estações conta com, verão, inverno, primavera e outono para aquecer o coração de vocês. E ai? aceitam o desafio?
Ah e aqui em baixo está o Book-trailer da minha serie de livros mais eletrizante e magica que vocês lerão, sua estreia tambem está prevista em 2021. Espero que me acompanhem nessas novas aventuras, porque 2021 promete.
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