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Capítulo 21

— Está a brincar não está?— a Kika está de queixo caído, e para falar a verdade até eu. A minha mãe fazer isto, nem me surpreende, mas os meus avós serem coniventes com os planos dela!? Isso sim fez-me ficar de boca aberta.

— Quem me dera estar. Tentei argumentar, explicar que eu e o Ben éramos só amigos, o que não fugia da verdade, nunca nos tínhamos nem sequer declarado um para o outro. Mas estavam irredutíveis. Eu não queria casar com alguém que nunca tinha visto, e muito menos primo da vossa mãe.

— Eu sei que o lado espanhol da família é...complicado?! Mas, ainda assim, não são criminosos...— diz o João Pedro indignado

— Não sei se são ou não JP, mas nunca gostei deles, sempre os achei...estranhos. Nunca gostei deles, sempre os achei...estranhos.

— Bem, casar com o tal primo tu não casastes.

— Não. Fugi.— ficámos à espera que ela continuasse...

Pov Mariana (Tia Diana)

— No dia do meu casamento eu simplesmente fugi. Aproveitei que estavam todos distraídos porque um de vocês decidiu cair na piscina vestido, e fugi.

— "Noiva em Fuga 2", ou terá sido 3?— olho para o João Pedro, e só consigo sorrir.

— JP.— gritam a Diana e a Kika ao mesmo tempo.

— Deixem-no meninas. Apesar de na altura ter tido tudo menos piada, agora olhando para trás, até que dava um bom filme...— sorrio para o JP, fazendo-o perceber que não estou zangada.

— Desculpa tia, não o disse por mal.

— Eu sei. Na hora em que decidi fugir, nem eu pensei bem como o ia fazer. Apenas peguei numa das chaves de carro que sempre estavam à entrada e fui apontando para um dos carros, esperando não estar bloqueado por nenhum outro. Para minha sorte era o carro do Fran, eu sabia que ele nunca viria atrás de mim, mesmo que isso o levasse a ter que comprar um carro novo.

— O Tio Fran, sendo o Tio Fran.

— O vosso tio, sempre foi muito diferente do vosso pai. Ele era aquele que fazia o que queria, e ai de quem lhe dissesse o oposto. Os vossos avós ao fim de uns anos desistiram de argumentar com ele. Acho que ele é talvez o mais feliz de nós três.

— Tu não és feliz Tia?— a minha Di pergunta-me.

Não respondo logo. Talvez demore uns cinco segundos a responder, porém para mim parecem-me horas. Será que sou feliz? Sim casei-me com o amor da minha vida. Temos três filhos lindos. Mas, e há sempre um mas nas nossas vidas, e na minha neste momento tenho dois: o João Francisco e a maldita desta doença que descobri.

Há cerca de três meses descobri que estava grávida, claro que foi uma surpresa, nem eu nem o Ben esperávamos já por este bebé, para além de que na minha idade era já uma gravidez que teria inúmeros riscos, quer para mim quer para o bebé. Mas, depois da surpresa veio a alegria. Que infelizmente não durou muito.

Numa das muitas consultas que tive desde que descobrimos este bebé, que apesar de tudo, continua a crescer dentro de mim, descobrimos o maldito tumor. Nunca mais esqueci o dia em que tudo corria bem, e de repente tudo se apaga. Sabem quando estamos felizes em casa numa festa, e de repente ficamos sem electicidade em casa. Foi isso que me aconteceu a mim. Eu simplesmente fui a luz que se apagou, e assim fiquei até que conseguiram finalmente dar-me luz de novo.

No entanto, no dia em que a Luz voltou, eu desejei que ela se apagasse de novo. Um Tumor. Um tumor cerebral chamado de: Meduloblastoma. Um tumor muito comum nas crianças, e que normalmente tem grandes chances de cura. Como eu estava grávida, teria que optar: a minha vida ou a do meu bebé.

Estava de 16 semanas certas. Como médica, eu sabia que aquele pequeno ser já mexia, já nos reconhecia ao nos ouvir, já não era um "feto" era um bebé, um ser vivo. eu eu não o iria privar de viver. Como mãe eu já amava aquele bebé que crescia dentro de mim.

Então responder àquela questão: se eu era feliz?

— Ninguém é feliz totalmente Diana. Mas de maneira geral, sim sou feliz.

— O que é que faz falta para ser feliz Tia? Quer dizer, tens um marido exemplar, tens uns filhos lindos, és chefe de equipa doelhor hospital de Seattle? O que é que precisas mais para seres completamente feliz?

— O perdão do teu pai. Posso ter tudo isso, mas só posso ser feliz totalmente no dia em que o vosso pai me perdoar.

— Perdoar pelo quê?

— Essa é uma outra história que não vou contar ainda.

— Tia, para onde foste quando fugiste?

— Como não podia usar o Cartão de Crédito, fui pra a sede dos voluntários da missão. Eles acolheram-me nessa noite, e deram-me duas hipoteses: voltar para casa ou ir para África no avião do dia seguinte.

— E tu foste, certo?— perguntei, curiosa.

— Não. Falei com o Ben por videochamada, ele não achou certo o que fiz. Pediu que voltasse, e falasse com os vossos avós, sem mais ninguém presente.

— E...

— E...no dia seguinte eu estava à porta de casa dos vossos avós. Quem me abriu a porta foi o vosso Tio Fran, que apenas me abraçou. Quando entrei a Pilar veio até mim e deu-me uma boa bofetada. Olhei para ela, mas nada fiz, nada disse. Olhei para os vossos avós e disse-lhes que gostava de falar com eles sozinhos.

— E...

Flashback

Depois de fugir e pedir refúgio na missão "Africa Minha", falei com o Ben. Ele é a minha calma, o meu suporte. Se a minha família o conhecesse, eles percebiam que ele foi feito para mim. Ele é a minha metade. Foi ele que me tornou mais centrada, mais responsável até.

Quando fui para África, fi-lo como um acto de rebeldia sim. Mas também porque foi a única forma de me afastar depois do que aconteceu. Não iria suportar os olhares do Janjan, e muito menos as piadas maldosas da Pilar.

O Benjamin, o meu Ben, entrou na minha vida na altura certa. Ele era quase 10 anos mais velho, mas nem parecia. Ele foi o meu ombro onde chorei, onde dormi, onde tantas vezes desabafei.

Nem sei dizer quando a amizade virou algo mais forte. Algo como amor, paixão. Porque na verdade tudo foi sendo construído aos poucos. E apenas naquela chamada, naquele dia em que fugi, finalmente ambos percebemos que o que sentíamos era muito mais forte do que uma amizade.

Acho que ambos finalmente acordarmos. Ao ver o nosso amor quase sendo impedido de ser vivido, percebemos que era o agora ou nunca. Ali, numa chamada de vídeo, depois de ser a noiva em fuga, declaramos o nosso amor. Não com palavras, mas com silêncio.

Porque é no silêncio que muitas vezes se diz mais. É nos gestos. É nas nossas lágrimas ou sorrisos que mais conseguimos transmitir o que nós vai na alma.

O Ben aconselhou-me em voltar e conversar abertamente com os meus pais. E falar tudo...eu só não sabia se teria coragem para isso. Mas, talvez numa coisa ele tinha razão, talvez se os meus pais soubessem ou que aconteceu, o que me levou a ir para África, talvez a ideia de me verem com alguém como o Ben, que me ajudou tanto numa altura dura para mim, talvez...

Na manhã seguinte voltei a casa. Vi os carros todos lá, então sabia bem o que me poderia esperar.

Quando abriram a porta o Fran abraçou-me. Ele simplesmente me abraçou e disse "Amo-te. Estou aqui. Para o der e vier." e sabia que se precisasse o tinha do meu lado.

Depois do Fran me largar, dirigimo-nos para a sala. A primeira a sair do estado de choque ao me ver foi a Pilar. Veio até mim e deu-me uma bofetada bem dada e com força. Se lhe disse alguma coisa? Não. Se fiz alguma coisa? Não.

Na sala está o Janjan, os meus pais, os pais da Pilar, os pais do meu suposto noivo e claro o dito noivo. De repente todos começaram a gritar, a discutir...era ensurdecedor. Coloquei as mãos nos ouvidos e gritei "PAREM" o mais alto, o mais agudo que consegui.

O Fran que ainda estava ao meu lado. Apenas me aconchegou ao seu peito. Começou a gritar também ele com todos, até que eu apenas lhe pedi no seu ouvido, para parar também.

Olhamo-nos os dois. Ele deu-me um beijo na testa. E eu virei-me para os meus pais. Pedi para falar com eles, sozinha no escritório. E apesar da Pilar começar a berrar que eu devia ser mulher e falar tudo ali. Eu apenas me limites a olhar para o meu pai.

Ele concordou. Estendeu a mão á minha mãe, e fomos para o escritório. Contei-lhes tudo, claro que escondendo alguns pontos mais negros e não tão bonitos. Falei-lhes do Ben, da importância dele para o meu equilíbrio emocional.

No final choramos os três, agarrados uns aos outros. Disse que os amava, mas que não podia ficar ali. Que a minha vida agora seria construída com o Benjamin. E longe dali.

Fim Flashback

— E disse-lhes o que queria dizer. Choramos os três e no final subi ao meu quarto, tirei o vestido de noiva, fiz uma mala. Três dias depois estava junto do vosso tio.

— Então os avós concordaram com o vosso amor. E o Pai?

— O vosso pai...sinceramente não sei. Eu acredito que lá no fundo ele ainda seja o meu irmão. Aquele que me minava quando eu tinha um pesadelo, aquele que me comprava um gelado às escondidas dos vossos avós...

— Mas...

— Mas, a influência que a vossa mãe tem nele...e o amor muitas vezes cego que ele tem por ela. Talvez o levem a tomar decisões erradas.

— Como ter expulsado a Diana de casa? — pergunta a Kika.

— Sim.

— Di...podes achar que o teu pai não te ama. Que ao te expulsar de casa foi cruel. Mas, eu conheço o meu irmão, eu vi-o contigo nos braços, várias vezes enquanto te debatias com uma das tuas crises de asma...

— O pai nunca esteve comigo, era sempre a Bá.

— Sim. A partir de uma certa idade era a Amélia que estava contigo. Mas assim que tu adormecidas pedrada, não só pela medicação mas pelo cansaço...era o teu pai que ficava ao teu lado.

— Mas, então por que é que eu nunca o vi? Por que é que...

— O pai não queria que a mãe soubesse?!

— Sim. O vosso pai tornou-se "escravo" da vossa mãe. Ele ama-a tanto, que faz tudo para a fazer feliz. É um amor doentio até.

— Eu não entendo tia, eu não consigo perceber esse amor. Que tipo de amor pode haver quando o outro maltrata os filhos.

— Não sei princesa. Eu não sei, mas deixar-te ir, expulsar-te daquela casa foi um acto de amor. Ele de uma certa forma salvou os teus filhos.

— A tua tia tem razão Diana. Eu lembro-me bem daquele dia, o teu pai foi para o jardim. Enquanto a tua mãe te queria levar para o hospital. O Kiko não estava a perceber nada do que se passava. Ele viu o avô sozinho e foi ter com ele.

— Nunca me contaste isso Kika...— comentou o João Pedro, olhando para a esposa.

— Eu sei. Foi algo que guardei para mim. O Kiko voltou e disse-me que o avô queria estar sozinho, que estava a chorar...e que queria lavar a alma, antes de a quebrar. Claro que ele me fez imensas perguntas, mas consegui desviar a conversa para outro assunto e ele esqueceu...

— Eu não entendo, não consigo perceber nada. Se ele não queria expulsar-te, porque é que...— o João Pedro está completamente perdido com tantas revelações.

— Talvez, o amor pela tua irmão fosse maior, do que o amor que ele sentia pela tua mãe. Talvez...não sei. O que sei Diana, João Pedro e Francisca é que o amor tem que ser vivido intensamente, loucamente, mas sempre com respeito. A minha vontade não pode nunca ser mais importante do que a do outro. Zangas entre casais? Sempre há, não somos perfeitos, afinal somos humanos. Contudo o amor deve ser respeitado. Caso contrário, ele deixa de ser amor, para ser algo feio. Aproveitem cada bocadinho que tiverem com o vosso amor, com quem vocês amam. Porque esse é o propósito da nossa vinda para este mundo: Amar.

— Tia. O discurso foi lindo, mas...

— João Pedro, naquela noite do jantar. Ao tomares o lugar junto da Kika, ao virares as costas aos teus pais, tu mostrastes aos teus filhos, aos teus irmãos, aos teus sobrinhos o que é o amor. Di, aquele homem que está a brincar com os teus filhos, pode até ser mais velho que tu, pode no passado ter-te achado muito infantil. Contudo, hoje ele vê te como mulher. Uma mulher linda, forte e guerreira. Não percas mais tempo. Não percam mais tempo. A vida é curta demais. E agora, depois de toda esta lição de vida, vou ali descansar um pouco. Amo-vos aos três.

E depois de os abraçar, saí do quarto. Caminhei até ao meu, entrei e fechei a porta. O Ben estava deitado na cama a ler, olho para ele e corro para o seu abraço. O único em que me sinto em casa, segura, amada.

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