Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 2

E sinceramente não os culpo demasiado, algo que aprendi com eles foi a perseguir sempre os meus sonhos, por mais difíceis que fossem. E no fundo, eles estavam a lutar pelos seus, sendo assim eu culpo as hormonas da adolescência por esta inquietude, oscilações de humor e rebeldia, que nessas alturas entravam em estado de confronto frontal com tudo e todos. Tudo servia para me exaltar e tentar reivindicar algo que achava que devia ter...

Lógico que isso tinha consequências. As quais eu não gostava nem um pouco, mas fazer o quê. Lá dizia o outro: Para toda a acção existe uma reacção.

Bem, mas voltando ao facto de sermos sete: como disse sou a mais nova. Se bem que por apenas uns 20 minutos, pois é essa a diferença entre mim e o Diogo, um dos meus irmãos gémeos (como disse anteriormente sou gémea de dois, mas esta é outra historia que mais à frente explico). Para além deste meu "emplastro" tenho mais 4 irmãos: o João Pedro de 32 anos, o João Frederico de 30, a Teresa Maria com 26, o João Afonso com 24 e por fim o João Diogo com a mesma idade que eu.

Sim, é isso mesmo todos os meus irmãos são "João" e as meninas "Maria". E devem estar a pensar o mesmo que eu: falta de criatividade dos meus pais. Mas é mesmo uma coisa de família pois do lado minha mãe, que tem origem espanhola, todos têm Maria no nome. E do lado do meu pai existe aquela coisa de ter um dos nomes do pai. O meu pai e o meu tio são ambos Francisco, pois o meu avô é Francisco. Ou seja, todos os meus irmãos são João como o nosso pai.

Então como já devem ter percebido também sou Maria, o meu nome completo é: Diana Maria Rodriguez de Salles Galvão Teles. Felizmente apenas em casa me chamavam de Diana Maria, pois na escola sempre fui Diana, para os meus amigos mais chegados e para a minha Bá sempre fui a "Di".

Não me levem a mal, até gosto do meu nome mas quando ouço o "Diana Maria" fico logo à espera que os apelidos venham atrás, uma vez que era assim que me chamavam quando aprontava alguma.

E já que falei dos meus avós e tios vou apresentar-vos os mesmos para que percebam também a importância que o conceito Família tem na minha.

Os meus avós paternos moram muito perto da nossa casa, o que faz com que sejam visitas assíduas. O Sr. Francisco Maria e a Sra. Madalena Telles Falcão, dois empresários quase na reforma, e digo quase porque apesar da empresa já estar nas mãos do meu Tio André Francisco, o meu avô não consegue sair de lá. O Tio Fran, como é mais conhecido, é casado com a Tia Filipa e têm três filhos: Maria Francisca, André Filipe e a Ana Filipa.

Para além do meu Tio Fran, ainda há a irmã mais nova do meu pai, que infelizmente mora nos Estado Unidos. E é, mais ou menos, a "ovelha negra" da família. Ou era, porque neste momento da minha vida acho que já, lhe retirei o posto.

A minha tia Mariana é talvez a pessoa mais "saudável" da família. E mais lá para a frente, vão perceber o que queto dizer com isto do "serm mais saudável". Ela nunca quis ser Doutora, ela queria mesmo era ser FELIZ.

Por isso seguiu o que o seu coração lhe disse para fazer, e lá foi ela ajudar os outros. Sem pedir o consentimento dos meus avós, apesar de na altura ser maior de idade, partiu para África. Esteve lá durante mais de 20 anos, a ultima vez que veio a Portugal, foi quando eu e os meus irmãos nascemos.

Ficou por cá durante cinco anos. E desde o primeiro dia que nos olhámos, tivemos uma ligação estranha, vivíamos grudadas uma na outra, e no dia em que ela se foi embora eu estive uma semana com uma febre que não passava nem à força da bala.

E foi nessa volta, depois de tanto tempo longe da sua África, que ela encontrou o amor da sua vida: o Tio Ben. Um americano que também estava em missão por aquelas terras.

Foi amor à primeira vista, pelo menos é o que a Tia Mariana sempre me contou. Apesar de longe nós sempre nos falávamos. Do namoro para o casamento nem um ano passou, e logo depois nasceu o primeiro fruto desse amor: o Peter (Pete). Seguiu-se a Beatrice (ou Bia) e a Anna (ou Nana).

Ninguém na família concordou com este casamento tão repentino para uns, ou tão absurdo para outros. Porém, a minha Tia sempre foi de ideias fixas e confiante no que queria, e aos poucos a relação dela com a os meus avós e com meu tio Fran foi melhorando e estes foram aceitando as suas escolhas. Contudo, o meu pai nunca a perdoou e até hoje não fala com ela.

Os meus avós da parte materna são, vamos dizer um pouco mais complicados. Em primeiro lugar são espanhóis, latinos, de sangue quente. Para além de serem extremamente tradicionalistas.

O que quero eu dizer com isto? De forma simples para perceberem, existem regras para tudo e "um par de botas": regras para estar à mesa, regras para falar, regras para se brincar, regras para se estar. Tudo tem regras. Até regras para se escolher amigos.

É podem acreditar! Quando tinha uns três anos eles fizeram um escândalo porque me viram de mão dada a um menino. Para eles os meninos davam mãos aos meninos e as meninas davam mãos ás meninas.

O Senhor Doutor Manolo e a Sra. Carmen Rodriguez Salles são cheios de não me toques e de tiques esquisitos. E infelizmente os filhos não se ficam atrás: Juan Maria, Maria da Paz, Paloma Maria e Pilar Maria (a minha querida mãe).

Não vos vou falar dos meus primos espanholitos (no total são 12 ) pois não saíamos daqui. Vou-lhes apenas dizer que deles, principalmente de um, eu quero é distância.

Mas, apesar de ter esta família algo estranha, sempre fui muito protegida por todos, quer em casa quer na escola. Porquê, perguntam vocês? Apenas porque a minha saúde é vamos dizer imprevisível.

Mas se pensam que essa protecção veio dos meus pais, enganam-se. No início a minha mãe culpava-me pela morte do meu irmão, depois simplesmente deixou de se importar. Como eu disse, sangue latino.

Mas passo a explicar o porquê desta "hostilidade" da minha mãe. A última gravidez dela, que foi a minha e dos meus irmãos, não foi fácil. Para além da tensão arterial dela ter estado constantemente em sobressalto, foi uma gravidez especial, chamada de gravidez gemelar monocoriônica, ou seja, os bebés desenvolvem-se em apenas uma placenta e uma bolsa, sendo que o mais normal é ter uma placenta para os dois bebés, mas duas bolsas para cada bebé.

Para piorar o cenário os gémeos sofriam de um síndrome bastante comum neste tipo de gravidez, designado por STFF, ou Síndrome da Transfusão Feto-Fetal. É uma complicação rara, mas bastante grave, que ocorre no caso de gémeos idênticos, que tenham a mesma placenta. Um dos bebés, que no caso era meu irmão Diogo, recebe sangue demais e o outro menos. O bebé doador pode ficar menor e anémico, contudo o bebé receptor, pode também ter alguns problemas pois o excesso de sangue pode sobrecarregar o coração.

Apesar de todos estes "perigos" tudo foi correndo mais ou menos bem: nascemos com sete meses de gravidez, a minha mãe não teve qualquer complicação e o Diogo apesar de prematuro nasceu com 2kg. E esta foi a parte que correu bem.

Lembram-se de vos ter explicado o que era a gravidez gemelar monocoriônica? E o tal Síndrome, que ocorria em gémeos idênticos neste tipo de gravidez? Bem como já devem ter percebido não sou eu o outro bebé da mesma bolsa, visto que neste tipo de gravidez os gémeos são idênticos.

O meu irmão João Diogo era gémeo idêntico do João David, que infelizmente por ser o bebé doador nasceu muito abaixo de peso e não sobreviveu.

Devem estar a perguntar-se, então onde te encaixas nisto tudo? Calma vou explicar. Eu era a gémea bivitelina dos meus irmãos, ou seja, enquanto eles repartiam o mesmo saco embrionário, eu tinha o meu. Contudo ninguém deu por mim, pois eu sempre fiquei bem quietinha atrás dos meus irmãos. Os médicos diziam que eu fui protegida por eles desde o útero da minha mãe.

Mas como já vos disse, a minha vida nunca foi fácil e como nunca deram por mim, nunca me avaliaram, nunca perceberam se eu estava com o peso ideal, com as medidas certas. E apesar de não partilhar o mesmo espaço acabei também por sofrer algumas consequências: nasci com anemia, uma vez que o Diogo ficava sempre com tudo; pesava um pouco mais que o David, que apenas pesava 600g, com cerca de 1,095kg.

E como não há nada na minha vida que seja fácil os meus pulmões não se desenvolveram como deviam ter feito, o que resultou numa internação prolongada nos Cuidados Intensivos Neo-Natais, onde estive mais de três meses, com muitos sustos e alegrias no meio.

Consegui vencer a luta, mas não a guerra. Ainda hoje sofro com crises asmáticas que ao longo destes 22 anos já me levaram ao hospital inúmeras vezes, em média uma vez por ano eu estava de visita aos meus amigos médicos.

Quando me dava uma crise "daquelas" que só indo para o hospital conseguiam controlar a minha respiração, ia sempre para o hospital onde os meus pais trabalhavam. Acho que pensavam que dessa forma eles poderiam estar comigo.

Porém, quem sempre estava ao meu lado, a noite toda se necessário, era a "minha" Bá. Os meus pais estavam demasiado ocupados para virem ver a filha, que muitas vezes chegava a desmaiar depois de uma crise asmática. Numa dessas crises bem forte fiz uma promessa à Bá: nunca colocaria a minha carreira à frente do bem estar dos meus filhos, eles seriam o mais importante da minha vida.

Esta é a minha família: pais, avós, tios, primos...e a minha Bá, a minha querida Bá. Ela costuma dizer que só morre depois de ver a terceira geração dos Galvão Telles. E já está a ver nascer a segunda geração: o João Pedro já é pai de dois meninos lindos um com 6 e outro de 2, e uma menina de 10 meses, o João Frederico é pai de uma menina com 3 anos e um rapaz de 1, o João Afonso tem uma menina de 2 meses e a minha irmã Teresa tem um menino de 1 ano e está neste momento grávida. Eu apenas convivi com os meus dois sobrinhos mais velhos, os outros fui sabendo do seu nascimento pela Bá.

E assim está apresentada a minha família, que de família tem pouco na realidade. Dizem que o sangue sempre fala mais alto, não sei se é verdade, aliás tenho a certeza que é mentira. Porque quando mais precisei deles, da minha família eles simplesmente viraram costas. Todos eles: desde os meus pais, aos meus irmãos, aos meus avós.

Então a partir desse dia deixei de ter família, fiquei orfã. Foi nesse dia que acabei por perceber que muitas vezes FAMÍLIA e SANGUE nada têm a ver. FAMÍLIA é quem nos ama incondicionalmente, quem não nos abandona. FAMÌLIA é muito mais que genes ou cromossomas. FAMÍLIA é estar lá nos bons, mas principalmente nos maus.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro