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Capítulo 10

Levanto-me e calço os sapatos, dou uma arrumada na cama onde estive deitada. Pego na carteira e no casaco e vou para a sala onde me sento a pensar no que acabara de acontecer. Eu e o Lucas quase nos beijámos! Será que ele sente algo por mim? Ou será que foi apenas um impulso? Estou tão confusa, eu sempre gostei dele. Gostei!? Não, eu sempre o amei desde adolescente nutri por ele algo mais que uma amizade fraternal. Será que ele finalmente me vê como a mulher que sou...batem à porta...

Fico na dúvida se devo ir à porta ou não, e se fosse a minha mãe, o meu pai? Ou um dos meus irmãos? Fico parada, pode ser que quem quer que seja se vá embora. Mas quando vejo a maçaneta da porta a rodar, lembro-me que a porta da Bá durante o dia fica sempre aberta. Ela sempre disse que não gostava de andar com chaves nos bolsos, ou penduradas no pescoço, e como a casa estava dentro da propriedade, ela dizia que não havia perigo de assaltarem a casa.

De repente a porta abre e vejo quem menos espero...

– Tu!? O que fazes aqui? Eu logo vi que a Bá estava a esconder alguma coisa.– E agora o que é que eu faço?

Diogo. Ele deve ter ficado meio desconfiado pela Bá ter saído lá de casa num dia de festa como era hoje. Não quero colocar a Bá em problemas, então o jeito é apelar à nossa ligação de gémeos. Apesar de tudo o que ouvi, eu quero acreditar que o Diogo disse aquilo apenas da boca para fora. Quero acreditar que no fundo do seu coração ainda reste algum amor por mim.

– Diogo, por favor não digas nada aos pais. Por favor, não te peço por mim, mas pela Bá...por favor.

– A Bá não devia ter-te escondido aqui. Há quanto tempo estás por aqui? Há quantos anos a Bá te esconde?

– Eu não moro com a Bá, só vim cá desabafar com ela, porque estava aflita. Por favor, eu já estava de saída mesmo.

– A tua sorte é que hoje é o dia dos anos do pai e eu não o quero chatear.– Abaixo o olhar, não lhe quero demonstrar o quanto estou triste por não estar lá dentro a comemorar com eles...– Mas tu já nem te deves lembrar disso?

– Eu lembro-me.– Digo olhando nos olhos daquele que dividi a vida deste o útero...– Todos os anos, cada aniversário, de cada um de vocês. Eu festejo em casa com os meus filhos, mesmo vocês estando longe, mesmo não podendo estar convosco.

– Filhos? Casaste?– Pergunta-me o Diogo surpreso.

– Não. Não me casei. Tive gémeos lembras-te? Um casal.– Digo pegando no telemóvel para lhe mostrar os meus macaquitos...– A Amélia e o Guilherme, mas eu chamo-os de Mia e de Gui.

– Credo, não podias ter colocado outro nome? Amélia?

– É o nome da Bá.

–João Guilherme ou Guilherme Francisco?

– Guilherme Maria. Nunca gostei dessa coisa de vocês serem todos João e eu e a Teresinha sermos Maria. Mas, acabei por colocar o "Maria" nos dois, porque se sobrevivi ao parto foi por ter a intercessão de Nossa Senhora.

– O Pai não vai gostar de não teres posto João, sabes que é tradição de família. Ainda para mais nem o nome do pai sabes...

– Eu sei o nome do pai dos meus filhos, e nunca colocaria o nome dele no meu filho.

– Espera, tu sabes quem te atacou? Por que é que nunca contaste? Por que é que...

– Iria adiantar alguma coisa? Iria mudar o facto da mãe querer que eu abortasse os meus bebés?

– Talvez sim, tu não sabes. Talvez vocês pudessem casar, ele assumir os filhos.

– Diogo, eu nunca me casaria com alguém que me violou, pior que se divertiu ao ver outros a baterem-me e a...

– Sabes eu não te percebo. Diana, a única coisa que tinhas que fazer era acabar com a gravidez. Não é que não fosses ter mais filhos no futuro.

– Tu estás a ouvir o que estás a dizer Diogo!? Fazer isso era a mesma coisa que pedirem à mãe para escolher entre ti e o David. E ela não o fez, então por que é que eu teria que escolher a minha família e os meus filhos?

– Tu não percebes, o pai e a mãe são cirurgiões reconhecidos, todos os conhecem.

– E lá vamos nós, de novo. A imagem, o reconhecimento é sempre mais importante que os filhos.– Disse baixinho, e apesar do Diogo ter ouvido, acho que fez de conta que não ouviu.

– Claro que é. Como ficaria a imagem deles se a sociedade de medicina soubesse que a filha mais nova tinha sido "atacada" e estava grávida? Como ficaria a imagem deles se soubessem que tu eras mãe solteira?

– Como ficaria a imagem deles se eu contasse a essa mesma sociedade o que eles me fizeram?

– Tu enlouqueceste? Tu não podes fazer isso?

– Por que não? Colocar a boca no trombone? Espalhar o maravilhoso exemplo de pais que tivemos ao longo de anos? Que a Bá sempre foi muito mais nossa mãe que a nossa mãe de verdade?

– Tu não vais fazer isso...– O Diogo chega bem perto de mim furioso.

– Não. Eu não vou, nunca pensei nisso, apesar de tudo eles são meus pais. E assim como eu nunca o fiz, peço-te neste momento que não digas nada aos pais que eu estou aqui.

– Estás a fazer chantagem comigo?

– Não. Só estou a evitar que a Bá tenha problemas. Diogo, eu só estou à espera do Lucas para me ir embora.– Ele olha de novo para mim...– Eu prometo, eu vou e não volto.

E neste momento entra o Lucas, que fica a olhar para o Diogo. Depois olha para mim...

– A porta não estava fechada como sempre...–Eu disse olhando para ele.

– Esqueci-me desse pormenor.– Diz o Lucas com uma cara de quem está desapontado com ele próprio...– Espero que não digas nada ao teus pais. Eu já a vou levar embora.

– Não. Eu não vou, não por ti...– Diz-me o Diogo...-...Mas pela Bá.– O meu irmão olha para mim, e vira costas para sair.

– Diogo. O que disseste à Bá, é verdade?– Ele volta a olhar para mim e fica confuso...– Que preferias que eu tivesse morrido em vez do David?

– Pelo menos teríamos evitado muitos problemas nesta família.

– Diogo...

– Mas não, no fundo eu nunca consegui odiar-te.– Ele olha para mim e sorri...– Os teus filhos são lindos. 

– Obrigada. Sabes que apesar de tudo, eu amo-vos.– Ele sorri.

– Adeus Di, e por favor não voltes nunca mais. Vai ser mais fácil assim, para todos os efeitos tu simplesmente morreste.

Olho para o meu irmão que caminha de volta para o casarão, enquanto eu fico ali parada sem nem saber o que pensar. E apesar de ter percebido que ele tem a mesma luta que eu, no fundo do seu coração ele ainda gosta de mim, porém ele prefere rejeitar-me. A Rejeição é uma das feridas emocionais mais profundas que existe. Ser rejeitada abre uma ferida que precisa de cura. Quando somos rejeitados por alguém, podemos sentir-nos derrotados ou inferiores. Naquele momento sofremos, mas tudo é dito como normal.

Hoje posso ter sentido essa rejeição do meu irmão, porém, algo que eu tenho a certeza: um dia irei mostrar-lhe a todos que mesmo eles me abandonando, eu venci. Que consegui ser o que sempre quis ser, que sou mãe, sou mulher.

– Desculpa, esqueci-me que a porta nunca está fechada. Mas o que é que ele veio fazer aqui?

– Ele veio cá chamar a tua mãe. Eu escondi-me nessa altura mas ouvi a conversa dos dois...deve-se ter esquecido de dizer alguma coisa e voltou pensando que ela ainda cá estaria.

– E deixa-me adivinhar: mais uma vez ouviste o que não era para ouvires. Já te disse esquece esta gente.

– Por muito que eu queira Lucas, eu não posso esquecer. Por mais que eu os queira odiar, eu não consigo. Eles são a minha família, eles têm o mesmo sangue que eu.

– Aquelas pessoas naquela casa não são dignas de serem chamadas de família. Desculpa Di, mas esta é verdade. Por muito que te custe aceitar.

– Achas que eu não sei? Achas que não me dói? Mas se a Bá ou o Sérgio te tivessem proibido de seguir o teu sonho, se eles não te tivessem deixado ir para longe deles? Gostaria menos deles?

– Não compares o que não tem comparação. A tua mãe queria que fizesses um aborto? Ela é médica, como é que ela pôde? Di, nós juramos proteger vidas, nunca a morte porque é mais conveniente.

– Eu sei Lucas, eu sei isso tudo. Mas são meus pais, eu não consigo evitar. 

– Tudo bem. Vamos? Quero ir ver os meus afilhados lindos.

– Sim. Tenho que ligar à tua irmã, só para avisar que eu é que os vou buscar.

– Ok. Mas ligas do carro. Quero sair daqui o quanto antes, e já que hoje a minha mãe foi sequestrada por aqueles...pelas pessoas da casa grande, eu hoje vou ficar lá em casa.

– Por mim tudo bem. O Beto também já passa lá mais tempo do que na casa dele, então mais um menos um. Por mim tanto faz.

Digo, enquanto caminhamos para o carro dele, que está parado em frente à casa do lado de fora. Ele abre a porta para eu entrar, o que eu faço. Dá a volta e quando se senta do lado do condutor, olha para mim...

– Como é que é? O Beto dorme lá em casa? Espero que durma no sofá da sala.

– Lucas. Deixa de ser ciumento, a Lúcia já é maior e vacinada.

– A Lulu pode ter a idade que for, continua a ser a minha irmãzinha.

– Meu Deus, que possessivo.

– Sou mesmo. E a minha princesa Mia, vai para um convento quando chegar à idade "problemática". Não quero nenhum faisão voando à volta dela.

– A minha filha não vai para convento nenhum. Ela vai namorar, casar e ser feliz. Deixa-te de coisas.

– Daqui a uns anos nós falamos. Contudo, já avisando que vou treiná-la muito bem desde pequena para saber que os meninos são uma raça perigosa.

– Sabes que és menino, certo?

– Mas eu não conto.

– Ah! Tá, bom saber...– E sorrio pela primeira vez naquela tarde.

É bom ter o Lucas de volta. Ele sempre foi um irmão para mim, apesar de eu no início da minha adolescência ter percebido que aquela amizade era muito mais. Porém ele nunca me deu um sinal que aquele meu amor era correspondido. Por isso nunca lhe disse nada, sempre ficou guardado dentro de mim.

Talvez agora que somos mais velhos? É talvez ele agora me veja de outra forma, ou talvez não.

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