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Capítulo 25 - Nova Taidin

Ano de 1720, Inverno. Nova Taidin.

A caminhada até a cidade subterrânea foi repetitiva. Passamos por túneis e mais túneis, todos idênticos e pouco iluminados, fazendo com que se perder dentro daquelas cavernas fosse algo quase inevitável. Ainda bem que estávamos acompanhados por Altair e seus homens, que conheciam o caminho como a palma de suas mãos.

Andamos por aqueles túneis por alguns minutos, todos em silêncio. Ninguém tinha energia ou disposição para conversar. Nem mesmo Altair tentou dialogar, pois tinha vivenciado o cansaço estampado em nossas faces.

Um barulho estrondoso interrompeu nosso silêncio seguido de um breve tremor e poeira que desabava do teto rochoso do túnel. Eu me apoiei na parede e olhei para Altair, o mesmo parecia despreocupado. Aparentemente não era um desabamento.

— Senhores, sejam bem-vindos à Nova Taidin — falou Altair, após a poeira abaixar, revelando o final daquele túnel.

Pude perceber a feição de surpresa dos meus soldados ao contemplarem a paisagem. Eu também fiquei bastante impressionado. A visão era inacreditável. Uma cidade enorme, construída em meio às rochas, elevações e túneis. Casas e prédios por todos os lados daquela imensa caverna. Pessoas transitando de um lado para o outro, presos em seus afazeres diários, como o mundo antigo em que eu me lembrava.

Uma enorme cachoeira mais à leste, desabava em um rio que cortava a cidade ao meio. Vários moinhos d'água rodeavam a base da cachoeira, plantações e criações de gado contornavam as margens do rio. Ao contrário do que eu imaginava, a caverna não era escura. Pedras azuis e verdes iluminavam do topo da caverna. Olhei para aquele céu improvisado e senti como se estivesse vendo o céu azul do mundo antigo novamente.

— Byron, cuide desses homens — gritou Altair à um de seus soldados. — Os dê comida, água e principalmente um banho. — Altair tapou seu nariz. — Sir Jack, já você, vem comigo.

Me separei de meus homens e segui Altair pelo caminho que levava até a parte mais baixa da cidade. De repente, outro estrondo, agora mais forte que o anterior. Percebi o motivo ao olhar mais à frente. Alguns mineiros explodiam a entrada de um túnel. Uma grande quantidade de poeira subia no ar. Trilhos levavam carrinhos cheios de um minério de coloração amarela até lá.

— O que são essas explosões? — perguntei a Altair.

— Estamos fazendo mais túneis. Pretendemos conectar toda a base da montanha por trilhos para expandir nossa cidade. Obviamente, não conseguiríamos cavar todos esses túneis com as mãos, por isso as explosões — explicou Altair, coçando sua barba.

— Entendo. E o que são esses minérios amarelos?

— São nitrílos amarelos. Há em abundância nessas cavernas. Nós os refinamos e usamos para criar explosivos, misturando com alguns outros reagentes. São altamente inflamáveis se entrarem em contato com o fogo.

— Você e suas genialidades! — Dei uns tapinhas nas costas de Altair, que riu.

Nós então seguimos até um prédio largo que ficava parte oeste da cidade. A parte oeste era mais baixa, descendo o rio, que caía em uma segunda cachoeira. O prédio era bem luxuoso, cheio de mobilhas de pedra esculpida e cortinas de seda. Altair me levou até uma sala com uma mesa de jantar enorme e pediu para que um de seus empregados trouxesse comida.

— Altair, peço que não se dê ao trabalho disso, eu me contento de comer com meus homens. Não mereço nenhum tratamento especial — disse a ele.

— Tratamento especial? — Altair soltou uma gargalhada. — Nunca dei tratamento especial a ninguém neste mundo. Eu te trouxe aqui porque temos muito a conversar.

Rapidamente os empregados encheram a mesa com vários pratos de legumes e vegetais dos mais variados tipos. Como eu imaginava, nenhuma carne. Como eu sentia saudade de comer carne...

— Sirva-se, Jack. — Altair encheu duas taças de água e me deu uma.

Eu não me preocupei com modos, ataquei a comida como se fosse um animal selvagem. Eu não era um nobre e não me importava com isso, era parte do antigo mundo, minha fome era muito maior do que minha preocupação com modos.

Altair esperou pacientemente que eu terminasse de comer e beber até me fartasse. Ele sempre fora um homem impaciente, mas ele sabia que eu estava cansado e faminto e sabia que nossa conversa não renderia assim.

— Bom, o que quer saber? — perguntei, enquanto bebia uma taça de água como se fosse o mais fino vinho.

— Friedy! — gritou Altair. Um garoto ruivo, de um rosto repleto de sardas, apareceu na porta. — Leve meu convidado até a sala de banho, ele precisa urgentemente se lavar.

— Não precisa disso, eu... — comecei a retrucar, mas Altair me interrompeu levantando a mão.

— Pelos deuses Jack, você fede a morte! Vai ser impossível ter qualquer conversa com esse cheiro horrível.

Não tive como recusar, já que ele tinha razão. Meu mal cheiro devia estar insuportável, então segui Friedy até a tal sala de banho.

A sala na verdade era um conjunto de fontes termais. Agora eu entendia o motivo do prédio ficar na parte mais baixa da cidade. A água nascia de baixo das rochas, vindo direto do mais profundo subsolo, saindo aquecida de lá. A água quente era ótima para banhos como aquele. Imagino se muito abaixo de nós poderia existir um reino de fogo e lava.

Friedy me entregou alguns sais de banho, uma escova e uma toalha limpa, feita de um tecido parecido com algodão.

Eu comecei a me despir, retirando minhas botas e roupas imundas, revelando um corpo surrado, mal podendo ver minha pele embaixo de tanta sujeira.

— Vai ficar aí me olhando? — provoquei Friedy, que tinha um semblante um pouco assustado.

— Perdão, vou me retirar. — O garoto se retirou de forma afobada, me deixando finalmente sozinho.

Me esfreguei bem forte com a escova, afim de tirar toda a sujeira de minha pele, revelando a visão de um corpo não muito bonito; um corpo moldado por músculos e repleto de cicatrizes, tantas que eu nem mesmo conseguia contar. Cicatrizes antigas e esbranquiçadas. A maioria delas, eu nem mesmo me lembrava mais de como as consegui. Mas uma eu lembrava muito bem. A maior delas. A única que ainda ardia, a única que ainda estava vermelha, como se nunca quisesse fechar completamente. Uma enorme cicatriz que cortava meu abdome, me fazendo lembrar o dia em que a consegui e de quem a fez.

Fiquei durante um bom tempo naquela fonte, recostado na parede de pedras, deixando meu corpo finalmente descansar. A sensação daquela água quente era relaxante e fazia com que eu esquecesse que horas atrás estava congelando lá fora.

Eu já me entregava ao sono, quando algo me despertou. Uma linda mulher me observava ao longe. Longos cabelos ruivos cacheados, lábios carnudos e lindos olhos verdes brilhantes. Aqueles olhos pareciam querer me consumir. Eu percebia o jeito em que ela me olhava e mordia os lábios. Parecia uma mistura de curiosidade e desejo.

A mulher trazia em sua mão direita uma jarra e na sua esquerda duas taças, ambas feitas de prata. Ela andou até a borda da fonte onde eu estava, deixou a jarra e as taças no chão e começou a se despir. Eu apenas observei aquela linda cena calado, enquanto ela descia as pedras e a água cobria seu corpo.

— Posso ajudá-la, senhorita? — perguntei, olhando em seus olhos que não desviaram em nenhum momento enquanto se aproximava de mim.

— Adalynn. — Ela chegou perto o bastante para que seu corpo se encostasse no meu. — Prefiro que me chame pelo nome, já que eu sei o seu, Jack.

— Então, Adalynn, você costuma tomar banhos com estranhos assim? — Tentei provocá-la para ver se perderia a compostura.

— Você não é um estranho, Jack. — Adalynn deslizou a mão sobre meu peito, acariciando minhas cicatrizes. — Esse é meu horário de me banhar e você está na minha fonte.

— Nesse caso, eu deveria sair? — falei, já sabendo sua resposta. Ela era boa com as palavras, mas eu sabia do que ela realmente estava atrás.

— Somente se quiser. — Ela andou até a borda da fonte e encheu as duas taças com o líquido da jarra. Era de um vermelho conhecido. Trouxe uma taça para mim e começou a bebericar a outra. — Ou pode me acompanhar em uma taça de vinho.

— Vinho? Eu pensei que não existisse mais em lugar algum. — A sensação de beber vinho depois de tanto tempo era estranha. O gosto era diferente do que eu me lembrava, mesmo assim, era melhor do que água.

— Esse vinho é de uma das últimas safras. — Seus olhos, de um verde vibrante, se voltaram para mim. — Espero que goste, pois muita gente morreu para que esse vinho fosse salvo.

— Tudo nesse mundo envolve morte, eu não estou surpreso com isso — respondi, dando uma golada daquele vinho.

Os olhos maliciosos de Adalynn desceram até mais embaixo, juntamente com sua mão que passava suavemente por minhas cicatrizes.

— Então esse é o homem lendário que todos falam... — Sua mão afundou na água, descendo pelo meu corpo. — O famoso homem que lutou até contra um Deus e venceu. Estou curiosa para saber o que esse grandioso homem tem a me oferecer.

— Não acredite em tudo que ouve por aí — sussurrei em seu ouvido e segurei seu braço, tirando a mão dela de lá.

— Qual o problema? Cansado demais? — provocou Adalynn, me lançando um olhar desafiador, como se quisesse me testar.

— Talvez, ou talvez eu apenas não queira.

— Ou talvez... seu coração pertença a outro alguém — disse Adalynn, virando-se de costas e caminhando até a borda da fonte.

— Não diga besteiras... — Franzi o cenho, farto com a provocação.

Adalynn era como uma faca afiada com suas palavras, parecia saber me afetar mais com isso do que com seu corpo exuberante. Eu estava perdendo no jogo das palavras e não conseguia evitar minha frustração.

— Parece que acertei em cheio — debochou Adalynn com um sorriso breve. Ela secava lentamente o seu corpo ao sair da fonte, sem se preocupar com sua nudez em nenhum momento. — Meu palpite é que talvez essa pessoa não esteja mais viva, provavelmente foi por causa do cair da noite, e você ainda se culpa pela morte dela. — Seu olhar provocante se voltou novamente para mim.

— Basta... — respondi em voz baixa, sem a olhar nos olhos. Ela tinha conseguido o que queria, me derrotar.

— É decepcionante pensar que o grande comandante Jack contado nas lendas é apenas um homem normal como qualquer outro. — Ela colocou suas roupas e me deixou só, remoendo suas duras palavras.

Sua faca afiada tinha perfurado mais fundo do que aparentava. Eu apenas continuei lá, em silêncio, lembrando das sombras do meu passado que voltavam a me assombrar.

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