Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 15 - Promessa

Era um dia ensolarado de primavera. A estrada lamacenta e repleta de pequenas poças refletia o brilho intenso do sol. Pequenas ondas bidimensionais se formavam nas poças à medida em que rodas pesadas passavam pela estrada. Uma face sorridente despontava pela janela da carruagem.

Uma garota de pele tão branca quanto as nuvens, cabelos tão negros quanto a noite e olhos tão azuis quanto o céu. Ela se debruçava sobre a janela e se maravilhava com a paisagem que via. Seus olhos brilhantes para com nada mais do que campinas, árvores e viajantes que passavam pela mesma estrada.

Eu observava toda aquela cena de forma dinâmica, como se eu estivesse lá, apesar de que não me encontrava em lugar algum. Era como se meu corpo não pudesse existir naquela visão. Minha mente também não correspondia a nada, era envolta em nevoa e vazio. Tudo o que eu podia fazer era continuar observando como um espectador alheio a realidade.

— Como é bom respirar o ar puro do campo — sibilou a garota puxando um longo suspiro.

A luz do sol que esculpia sua face foi sobrepujada por uma silhueta não muito amigável. Um homem de aparência dura e carrancuda, armadura pesada, cavalgava ao lado daquela janela.

— Princesa, é melhor voltar para dentro da carruagem. Estaremos em apuros se alguém te ver aqui — repreendeu o cavaleiro.

— Saia da minha frente, está tapando a visão, Sir Johna — respondeu ela, franzindo o cenho e estufando as bochechas.

— Minha princesa, por favor... obedeça a Sir Johna. — Uma terceira voz, vinda de dentro da carruagem chamava a atenção da garota.

A princesa recolheu-se para dentro, se sentando com os braços cruzados e cara emburrada. O cavaleiro apenas assentiu e apressou o trote, se juntando ao restante da escolta.

A carruagem seguia rumo à estrada real, mas antes precisaria passar por outras estradas perigosas. A escolta era rigorosa e os soldados se mantinham atentos a todo momento. Eram um total de doze cavaleiros fortemente equipados. Provavelmente havia outros nos derredores também.

— Do que adianta me deixarem sair daquele castelo para ficar presa o dia todo nessa carruagem? — resmungou a princesa ainda com a cara fechada.

— Você sabe que fazemos isso para proteger você, não é? — discutiu a senhora que se sentava ao lado da princesa.

A garota a encarou, procurando uma resposta plausível, mas não encontrou, então apenas assentiu. A senhora de cabelos grisalhos soltou um leve sorriso, emoldurando suas rugas da idade. Ela levou a mão à cabeça da princesa, a afagando.

— Olhe só para você, como um pequeno pássaro preso em uma gaiola, querendo voar a todo custo. Mal sabe o quanto pode ser perigoso lá fora.

— Você e suas metáforas chatas... — bufou a princesa, se debruçando novamente sobre a janela, mas dessa vez sem colocar a cabeça para fora.

— Ainda é cedo princesa, mas um dia você entenderá. — A senhora esboçou o mesmo sorriso acolhedor novamente, então deu dois tapinhas na poltrona, sinalizando para que a princesa voltasse a se sentar.

— Não! — urrou a princesa com um pulo, ficando em pé na carruagem. — Eu não acho que um dia irei entender nada disso. Eu não pedi para ser uma princesa, não pedi para ter essa vida. Eu não quero que vocês me protejam, eu não quero mais viver presa. — Ela então desatou a chorar.

— Princesa, eu... — A cuidadora levou sua mão até a princesa, tentando consolá-la, mas parou num susto quando a princesa gritou novamente:

— Parem a carruagem, agora!

Sir Johna, antes que pudesse esboçar alguma reação com o grito da princesa, já trotava até a carruagem. Ele quase que não conseguiu parar o cavalo a tempo, quando a princesa saiu de lá correndo e chorando.

— Princesa, o que está fazendo? Aconteceu alguma coisa? — perguntou Sir Johna, descendo de forma apressada de seu cavalo e correndo até ela.

— Me deixe em paz! — gritou de volta a princesa com suas bochechas vermelhas e nariz escorrendo. — Vou lavar meu rosto naquele riacho, não me sigam, é uma ordem.

Sir Johna, ainda que relutante, apenas assentiu a sua ordem, dando sinal para que os seus cavaleiros vigiassem o perímetro, mas não a seguissem.

A princesa se sentou na borda do riacho, não se importando em sujar seu longo vestido de seda púrpura que se tingia de marrom. Ela pegou algumas pedras e começou a lança-las, descontando sua raiva nos troncos e pedaços de tábuas enegrecidas que desciam por aquele riacho.

— Será que um dia eu serei livre como vocês? — resmungou a princesa para os peixinhos que desciam aquele riacho. — Eu só queria uma chance de poder mudar a minha vida... queria poder escolher viver fora daquele castelo e de toda aquela vida chata. Eu só queria um sinal, qualquer coisa...

A garota levou sua mão até o pescoço, retirando um pingente tão azul quanto seus olhos. O pingente reluzia como resposta a claridade daquele dia. Ela o encarava, parecendo buscar consolo em sua infinidade azulada.

As divagações da princesa foram interrompidas quando seu olhar focou em algo que parecia estar preso entre as tábuas e galhos em uma pedra no meio do riacho. Ela apertou bem seus olhos para tentar distinguir o que era aquilo. Quando finalmente percebera, levou as mãos a boca assustada, então gritou.

— O que houve princesa? — Antes mesmo de seu grito sair por completo, Sir Johna já estava ao seu lado com a espada desembainhada e atento ao redor.

A princesa levantou sua mão trêmula e apontou para o corpo preso entre as rochas. O olhar de Sir Johna se endureceu ao perceber que era o corpo de uma criança.

— Princesa, volte para a carruagem agora. Não é seguro ficar aqui — urgiu Sir Johna a puxando pelo braço.

— Não. — A princesa se soltou de Sir Johna dando um tapa em sua mão. — Nós precisamos ajudá-lo.

— Ele não é problema nosso, agora vamos — respondeu rispidamente Sir Johna.

— Parece que você não entendeu, Sir. Estou te dando uma ordem e quero que você a faça. E se encostar mais um dedo em mim, farei questão de que o rei encoste mais do que um dedo em você — provocou de volta a princesa o encarando com um olhar firme.

Sir Johna matutou por alguns segundos o que deveria fazer até que desistiu e mandou seus homens pularem no riacho atrás do corpo. A correnteza estava forte e foi uma tarefa bem difícil, visto o quanto estava preso entre os galhos e pedaços de madeiras.

A princesa se aproximou do corpo se debruçando sobre ele, procurando sentir algum sinal de respiração. Sua mão pousou sobre a face do garoto e rapidamente a retirou quando percebeu o quão frio ele estava. Ele já tinha seus lábios azulados e tez mais branca que a da princesa. Não respirava mais, já estava morto.

Eu reconhecia aquele corpo, era o meu. Mesmo assim, não sentia emoção alguma ou qualquer apego. Eu apenas observava, indiferente.

— Foi uma perda de tempo, eu disse. Devemos ir agora — resmungou Sir Johna de forma ríspida.

A princesa continuou ao lado daquele corpo relutante em sair de lá. Ela sabia que ele estava morto, mas ainda via um fio de esperança.

— Não podemos simplesmente deixá-lo aqui, precisamos enterra-lo pelo menos — disse ela, se virando para o cavaleiro com lágrimas se formando em seus olhos.

— Não temos equipamento para enterrar e perderíamos um tempo que não podemos perder nesta estrada. Deixe-o aí e a natureza se encarregará dele — sugeriu Sir Johna, colocando a mão sobre o ombro da princesa. — É uma pena, mas o mundo lá fora está cheio de crueldade. O garoto vivenciou algo ainda pior, pelo menos agora está num bom lugar.

A princesa ignorou Sir Johna e levou sua mão para peito do garoto, levantando a camisa encharcada que revelava um ferimento profundo em seu abdome. Ela sentiu náuseas, mas se segurou ao máximo pois algo havia chamado ainda mais atenção. O garoto tinha um pingente de cor esverdeada pendurado em seu pescoço, parecido com o pingente que ela levava. O pingente ainda reluzia em uma luz tênue, como se fosse as últimas brasas de uma fogueira.

— Acho que isso era importante para ele — falou a princesa, retirando o pingente e observando mais de perto. — Se vamos deixá-lo aqui, não posso permitir que outra pessoa pegue. Levarei comigo e enterrarei em algum lugar em memória dele.

A princesa pegou na mão fria e surrada do garoto e chorou. Ela chorou como se fosse alguém próximo, como se tivesse perdido seu próprio irmão. Ela não entendia o porquê daqueles sentimentos. Então era assim que o mundo lá fora era? Ela se perguntava.

A princesa começava a largar a mão do garoto quando a luz de seu pingente reluziu a ponte de transparecer em baixo de suas vestes. Ela colocou o pingente verde ao lado do seu e percebeu que ambos brilhavam de forma síncrona. Era uma visão mágica e estonteante para ela. Seus olhos então se arregalaram e uma expressão incrédula tomou sua face quando sentira algo em sua mão.

— Espera — gritou a princesa. — Ainda há batimentos no pulso dele. Ele ainda está vivo!

Os pingentes deixaram de brilhar simultaneamente quando Sir Johna se aproximou. A princesa rapidamente envolveu ambos em seu pescoço.

Depois de muito gritar com Sir Johna, a princesa o convencera a colocar o garoto na carruagem. Ela perguntara ao cocheiro aonde ficava a cidade mais próxima, tendo como resposta Ashford, rumando às pressas para lá.

— Não desista, por favor, não desista — dizia a princesa durante toda a viagem com o garoto em seu colo, segurando firme suas mãos.

Levaram o garoto para a catedral de Ashford, afinal, não havia médicos ou curandeiros na cidade. E no estado em que se encontrava, talvez apenas um milagre o salvaria.

O padre os recebera e fizera o possível para tentar salvar o garoto. A princesa ficou ao seu lado durante todo o tempo, mesmo com os pedidos incessantes de Sir Johna e de sua criada para que o deixasse lá.

Todas as freiras se comoveram a ajudar a salvar o garoto, fora um dia agitado e bem longo. Ao final, não foram recompensados com seus esforços. A face cansada e triste do padre já dava a notícia de desesperança para a princesa.

— Minha nobre, fizemos o possível, mas o garoto perdera muito sangue e engolira muita água. Somente um milagre poderá salvá-lo — lamentou o padre se sentando ao lado da princesa.

A princesa segurava firme os pingentes. Rezava aos deuses para que o ajudasse. Ignorando o padre, se levantou e correu pelos corredores da catedral até o átrio principal, se ajoelhando em frente ao grande vitral que representava as divindades. Uma grande estatua de Lumina à sua frente parecia observá-la com seu olhar imponente.

— Por favor, salve-o, por favor... — implorava a princesa entre soluços e choros. Suas mãos apertavam tanto o pingente cor de esmeralda que sangue começava a escorrer por ele.

De repente, uma risada chamou sua atenção, a fazendo focar seu olhar para o banco do lado. Havia um homem sentado ali. Uma barba rala e suja emoldurava sua face. Seu chapéu surrado o dava uma aparência de um andarilho.

— Qual é a graça? — perguntou a princesa, enxugando suas lágrimas.

— Não é todo dia que se vê uma princesa chorando e implorando pela vida de um plebeu — caçoou o homem a olhando por cima dos ombros e soltando um sorriso tenebroso. Ela reconhecera aquele sorriso. Era um sorriso prateado e horripilante, mas familiar.

— Só pode ser o milagre a qual eu pedi! — gritou a princesa, puxando o homem pelas mãos. — Por favor, salve aquele garoto e lhe recompensarei com tudo o que pedir.

— Mas eu já tenho tudo o que eu quero, o que mais você poderia me prover? — O homem virou seu olhar de volta para a estátua.

— Eu sei que você já tem um cargo de confiança de meu irmão no reino, sei que não se importa com mais riquezas, mas posso te dar algo. A promessa de que um dia te recompensarei por salvar a vida dele — afirmou a princesa com um olhar convicto.

— A promessa de uma futura recompensa a qual eu ainda não sei... — matutava o homem entre resmungos e sussurros para si mesmo, como se ele discutisse com várias pessoas dentro de si. — Não sei bem... podemos tentar... Não, não dará certo... Sim, sim! — Ele então se pôs em pé e pousou seu olhar na princesa. — Eu aceito este pacto, a vida dele em troca de sua promessa.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro