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Agora não pode dizer que nunca escrevi sobre você


O dia segue em tons de verniz. As cores azuis do quarto se escurecem aos poucos, as cortinas se fecham, se abrem um pouco, se fecham de novo. A vida é um pequeno marca-passo entre pessoas passando e coisas acontecendo, quando uma torneira de dentro vaza, num riacho leve e solto, raleando aos poucos na pia. Respiro. O ar tem cheiro, sim, mas não os cheiros que eu quero. É luta e olhos enegrecidos de cansaço. Os caminhos se apresentam, mas o ânimo já rareia. É um grande entra e sai do ônibus, bate ponto, olha hora, olha mensagem no celular.

Vejo as fotos antigas dela.

Foi como um soco no queixo. Súbito, quando você plenamente acredita que está vencendo, jebs voando e cruzados machucando costelas, abre a guarda. E pum. E pronto. Cai no chão sem saber o que foi. Quando abre os olhos, todos te fazem perguntas. As perguntas se resumem a "o que aconteceu com você?"

Me pergunto o mesmo o tempo inteiro. Tem dias que a angústia me amarra e me puxa, a pele do meu corpo se envermelhece, minha boca grita e choro compulsivamente. Como se quisesse sair de um cativeiro, fugido para a saída ou para a morte, que seja. Que seja! Outra hora passa, outra noite vira, meu estômago embrulha de novo e eu emagreço. Hora como nada, hora como muito. Hora bebo chá, hora quero vinho, hora quero dormir e hora quero ir embora.

As memórias da estrada já são tão rasas quanto as do sorriso dela, que se enevoam na mente que busca defender-me; tem horas do dia que tenho mil dúvidas, mil dores, mil cortes. Tem horas que sinto que as feridas são só buracos no corpo e as perguntas são só buscas por respostas que eu queria que fossem outras.

Amei; amei. Dizem que o amor vale a pena e traz experiência. Eu sinto que já tenho experiência demais. Queria saber menos da vida, mesmo sabendo tão pouco. Queria ser um bicho no mato que come as folhas das árvores e não sabe que o mundo caminha pro fim.

E significo, então, a minha existência. Ou tento. Ou falho. Antes juntava os pedaços de mim: agora não sei onde guardei os pedaços.

Perdi meus óculos há quase uma semana e não tenho ânimo de procurar. Perdi tantas coisas que adorava de uma vez. O meu sorriso parece uma pintura distante, meio fosca, apagada por esses meses que parecem décadas.

Joguei os dados, eu sei. Joguei-os tantas vezes. Tentei ser loucura, ser ponderado. Tentei ser o melhor do mundo e só ser tranquilo. No fim, nada serviu. É sempre eu com o outro e sinto que o outro sempre vence.

Sinto-me animal em busca de algo que me mantenha vivo, uma substância, um momento, uma memória, um relapso. Distancio-me em alguns dias e em outros saio pedindo abraços. Não confio, não quero, não gosto. Amo sentir-me amado. Releio as frases, releio as fotos, afundo-me nas postagens antigas em feeds de rede social. As mensagens chegam. Penso que é notícia! Não é. Nunca é notícia. Eu já sei muitas coisas e meus resultados não me agradam em nada.

Os dias passam em tons de verniz. Como se o céu tivesse sido pintado de laranja meio tosco, como se as marcas no asfalto tivessem sido abertas de propósito. Os doentes chegam e passam e morrem e melhoram e vão embora. Os amores são cartas num baralho sem naipe.

A vida é isso: dissolver e recompor. Dissolver e recompor. Dissolver e recompor. Dissolver e... e... e... recontar.





Nota: recomendo a música "não sei o que fazer comigo", do Vespas Mandarinas. E todas do Rancore e Dead Fish.

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Tags: #excêntrico