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Parte 1 a 4

Olá, mais uma vez deixo claro: este é um dos meus contos antigos. A linguagem nele contida, além de questões pontuais e gramaticais, são do ponto de vista de um adolescente na casa dos 15 a 16 anos. Eu adoraria que vc começasse a leitura dos meus contos por obras mais recentes kkk a primeira impressão é a que fica. Talvez se ocê ler este, não queira ler os outros.

abraços: Wagner J. pask.

Era sexta-feira.

Maldita sexta-feira. Naquela manhã desgraçada, se eu pudesse ter escolhido, jamais haveria levantado da cama. Logo após acordar de olhos ardendo, fui ao banheiro e em poucos minutos estava pronto para mais um round de aulas no colégio Don Manuel Peixoto, isso sim que era bom, lá eu tinha amigos, tinha respeito, tinha uma gatinha para chamar de minha, porém, nada muda a verdade dos fatos, ainda daria tudo para voltar no tempo, e assim, quem sabe, evitar que tudo aquilo acontecesse. Evitar o pesadelo salivado que me assola. Evitar as lembranças daquelas bocarras, garras e patas peludas que dilaceravam carne como manteiga. Evitar a dor que me queima dia e noite; a dor da culpa por ainda respirar.

Chegando ao pequeno colégio, logo avistei escorado no portão, a mesura de "Riquinho Rico" que a anos eu conhecia como sendo meu melhor amigo, seu nome era Zé Anderson — repudiável, mas descolado; chato, mas querido; burro, mas com futuro garantido; insensível, mas sempre na companhia de uma gatinha gostosa — oh, isso que é vida boa, claro, se você ignorar os insultos pelas costas

Na época, Zé tinha 17 anos, três a mais que a garota que ele "pegava" há pouco mais de uma semana. A "sortuda" da época chamava-se Gabriele; uma morena de cachos na cabeça e um visual típico das garotas esqueitista. Admitir é inevitável, eles foram feitos um para o outro; um doce casal que trocava os piqueniques a dois, pelos bullying's coletivos a nerds como eu. Quem disse que todas as almas gêmeas marcham de mãos dadas rumo à luz?

— E ai, carrapato! — Gritou o praga ao me ver chegando. — Tenho umas novi pra você, chapa.

— Novidade boa? — Questionei no intuito de tirar aquele pseudônimo da boca de Zé. Embora fossemos amigos já há um bom tempo, nada fazia Zé parar com aqueles apelidos dignos de repudio.

— Sim — abriu os braços dando abrangência ao espaço à sua volta. — Amanhã é lua cheia.

— E...

— Eu, você, a Gabriele e sua namorada, a Janaína, vamos para o Caçador amanhã: "Pega-pega com lobisomens". — Agitou os braços socando o ar. — Uhuuu... uhuuuu... chupa Van Hellsing!

Aquilo era loucura. loucura? Não, era estupidez:

fora. Desculpa, cara — o portão se abriu, e a conversa continuou rumo à sala. — Não vou naquela vila. Ainda mais atrás de lobisomens. Já passou pela sua cabeça que essas coisas não existem?

— É por isso mesmo — insistiu. — Essa é a chance de darmos uns garra nas garotas — Zé estava muito empolgado com a ideia. — Quem sabe você perde a virgindade lá. Vai, Cara, as meninas já toparam, só falta você. Não me diga que vai amarelar.

Porra, a Jani havia topado ir naquela merda de passeio. Eu não poderia fazer mais nada, gostava muito daquela ruivinha e, considerando que ela era muito amiga do Zé, já viu, cagar na picada ali significaria ficar mais alguns meses carente, triste e largado no sofá Sábado à noite.

Na minha cabeça passava que não poderia perder mais uma namorada, pois já estava com dezesseis anos e precisava perder a virgindade logo (não que isso seja importante, mas é uma pressão verídica no nosso mundo masculino), já que começava a ficar sem jeito quando o papo entre os amigos era sexo. Se o Zé dizia ter comido uma, outro falava que pegara a prima na casa da tia... já eu... bom, antes isso às perguntas que fui obrigado a responder na delegacia depois de sair da floresta.

— Okay... eu topo.

*2*

O tempo pareceu voar entre o colégio e a viajem ao Vilarejo do Caçador; como Cronos é impiedoso, em poucas horas, o carro de Zé estava em frente à minha casa, tendo sua buzina pressionada de forma irritante.

— Cara, são nove da manhã, — gritei da janela do meu quarto. — Deixa eu tomar café, porra, MEU.

O vidro do gol vermelho se abriu, e lá estava o "cara":

— Tá, que sabe. As meninas estão aqui comigo. Podemos ao menos entrar? To precisando urgente, dar uma mijada.

— Ah... — suspirei. — Vai, entrem logo.

No café dei as desculpas à minha mãe e logo estava no carro rumo ao inferno.

Foram três horas em estrada de chão, até finalmente avistarmos à beira dela um pequeno posto de gasolina coberto de ferrugem que exalava um forte cheiro de mijo e fezes.

Quando Zé estacionou ao lado de uma das bombas, comecei a ficar nervoso, mas nem por isso tirei minha língua de dentro da boca dela. Só que, quando aquele velho esquelético, barbudo e vestido em farrapos pôs suas mãos no vidro, senti-me em The Walking Dead. Ele era bizarro.

— Merda! — Exclamei involuntariamente.

Com exceção do play Boy a bordo, todos nós estávamos apreensivos, até que o velho bateu com os nós dos dedos no vidro a dizer:

— Vão querer encher o tanque ou não?

Com o toque em um botão, o vidro desceu:

— Completa, amigo, ainda temos muito chão pela frente. — O velho puxou a mangueira e, após abrir a tampa do tanque, começou a soltar o líquido inflamável em seu interior. — mora há muito tempo aqui, amigo?

— Mais de Cinquenta anos... — respondeu o velho, sem levantar o olhar.

— Nesse tempo todo, o senhor já viu ou ouviu alguma história sobre lobisomens?

No exato momento em que o tanque enchera, o velho levantou-se e nos mostrou seu braço: lá estava uma terrível cicatriz numa coloração que pendia do cinza ao roxo.

— Se vi... um me fez isso dez anos atrás... no momento não sentia a dor, mas quando voltei a mim estava sangrando e com vários ossos à mostra... foi horroroso... foi... foi um pesadelo.

Zé estufou o peito:

— Isso é bom demais. Tomara que consigamos ver um esta noite.

Cês são é loucos. — Desdenhou. — Num diga que tão indo atrás das feras?

— Não, não estamos, — me adiantei tocando o motorista nos ombros. — Chega cara, hora de voltarmos pra casa. Isso é burrice!

Aquelas marcas de dentes no braço do velho eram reais demais pare serem ignoradas. Eu sabia que era verdade, sabia que naquela floresta o mal habitava, mas para Zé, Gaby e Janaína, tudo aquilo não passava de uma estória mal contada. "Pietro, pare de cagar. Tá com medo mesmo?", perguntavam todos. Eu queria dizer que estava com medo, e que 16 anos era muito pouco para se morrer, mas eles não engoliriam, então apenas baixei a cabeça e deixei que a pior de todas as ações fosse tomada pelo louro filho da puta:

— O senhor conhece muito bem essas matas, pelo jeito, que tal ser nosso guia esta noite?

— Levar vocês, crianças, atrás dos Sallmans? — Cerrou os dentes amarelos —, deem o fora do meu posto, vocês não são loucos; são burros... — ele caminhava para dentro do barraco, mas antes de entrar, voltou-se à nos com fúria no olhar —, são burros nada! Paguem a gasolina, acharam que eu ia esquecer de cobrar?

Zé riu debochado tirando a carteira do bolso, e dela um pequeno bolo de garoupas novinhas.

— Não estou pedindo um favor. Cem reais para nos levar à floresta do caçador.

— Não, apenas me paguem o combustível.

— R$200, R$250, R$300, R$400... — a oferta aumentava, mas nada parecia surtir efeito. — Okay, quinhentos reais. Nada mais, nada menos. Do contrário, vamos sozinhos.

— Vocês querem mesmo morrer?

— Não, apenas queremos que nos leve até o local onde foi atacado pelo suposto lobisomem.

— Está bem. — Voltou ao barraco e, em menos de três minutos, saiu com um facão preso à cintura e uma chave com a qual desligou as bombas de combustível e trancou a porta da residência. — Podem descer aqui, já estão no Caçador.

— Está feito — agitou-se Zé Anderson —, desçam logo do carro, seus maricas, hoje nos vamos caçar lobisomens.

*3*

Abandonando o confortável e, acima de tudo, seguro veiculo, adentremos na floresta do caçador.

Durante os primeiros quilômetros tudo foi bem. A floresta apesar de intocada, ainda recebia a luz dos raios de sol por fendas no teto verde formado pela copa das arvores; coisa que nos dava, ou me dava, paz de espirito, porém conforme a tarde se aproximou, trazendo consigo o breu da noite, falar das criaturas fez-se mister, e logo, como na escuridão tudo é mais assustador, atingiu-me o medo. Sentia no coração que tudo aquilo era real, só que apenas eu via aquilo como verdade. Até minha própria namorada debochou de mim;

— Gato, para com essa bobagem. O máximo que vamos achar aqui é uma suçuarana, mas o velho tá bem armado, estamos seguros.

— Desde quando andar na floresta à noite é seguro? Estamos com um desconhecido: e se ele for um seral killer?

— Para... ui, você tá pensando demais...

Por volta das oito da noite o assunto respaldou na cicatriz de Geraldo, nosso guia:

— Se você foi mordido — disse Gabriele. — Isso significa que você também é um lobisomem?

— Não diga besteiras — respondeu, picotando galhos na lamina de seu facão. — Não se transforma em lobisomem; o nasce.

"Faz muito tempo que a família Sallmans chegou ao Brasil e, desde então, se esconde nos mais remotos pontos do país. Meu pai contava que esse grupo de ciganos, sendo perseguidos em sua terra natal, foi obrigado a fugir para cá".

"Mas os tempos mudaram, o clã reduziu drasticamente, assim como as terras onde podiam habitar com sossego. Vejam com meus olhos, garotos, quando a lua cheia brilha no céu, o corpo e a mente dos últimos da família se transformam. Eles não são maus, mas durante seu transe, sentem fome de carne. Eles precisam matar. Por isso se isolam em pontos remotos; eles não querem ferir pessoas como vocês".

— E... esses Sallmans — tartamudeei, receoso. — Eles moram aqui na floresta? — Geraldo assentiu. — Porra! Vamos embora gente, não quero continuar.

Janaína abraçou meu pescoço, e com seus lábios delicados, beijou-me, como se aquilo fosse acalmar alguém.

— Amor, para, isso não passa de um mito...

— Mito? — Gargalhou o velho —, acha que as feras não existem? Eu os estou levando para a toca das bestas... mas sei que daqui uma hora as criaturas começarão o ritual de caça, e à meia noite seus dentes estarão dilacerando vocês quatro. Escutem o menino; voltem, ainda pode dar tempo de escaparem.

— Pare com essa besteira, velho — insultou Zé. — Tá querendo nos botar medo?

Geraldo suspirou profundo:

— Oque posso fazer? — Cortou mais um pequeno muro verde de galhos, deixando à mostra uma clareira com troncos dispostos em volta de um circulo de pedras; muito propicio para fogueiras. — Estão com fome, crianças?

*4*

Catando alguns galhos, não demorou e a fogueira estava pronta. Graças ao bom Deus, havíamos levado alguns alimentos como; feijões enlatados e salsichas para esquentar diante do fogo amarelo que nos aquecia naquela noite de outono.

Enquanto falavam de lobisomens, ninguém percebeu que a hora passou voando, até que saltei do meu acento com a mão no coração:

— Vocês escutaram isso? — Indaguei, sem olhar para a cara de espanto em todos.

— Isso o que? — Questionou Zé.

— Sei lá, foi tipo... tipo um assovio.

— Deve ter sido uma coruja — respondeu Gabriele, deitando a cabeça sobre o peito de Zé.

Mentindo para mim mesmo, voltei ao "jantar", até que novamente fez-se presente na mata, aquele som que mais parecia um sopro no interior de uma garrafa de vidro oca; um som macabro e persistente. Daquela vez todos ouviram.

— Eu ouvi, eu ouvi, eu ouvi — gritou a namorada de Zé, se agarrando com força no boy sarado.

— Para com isso, que droga — irritou-se o meu amigo. — Deve ter sido um bugio ou qualquer outro bicho. Já passou pela cabeça de você que...

— Lobisomem... — interferiu Geraldo, deixando a salsicha cair nas chamas latentes da fogueira. — Os Sallmans começaram o ritual de transmutação... primeiro os sopros na guampa, dai os tacos batidos... com isso, o Diabo dá aos malditos o poder da caça. Eles ainda não serão meio homem, meio besta, a parte humana prevalecerá, mas no meio da noite, quando já tiverem nos encontrado — baixou o olhar tristonho —, que Deus lhes acuda.

Cada vez mais furioso, Zé se levantou em sobressalto:

— Pare de mentir, velho. Me diga então: onde moram esses lobisomens?

— Um quilômetro depois que cruzarmos o riacho. É uma vilinha pequena, sem luz, sem mordomias... por isso muitos rejeitam a tradição. Mas jamais podem se afastar do mato; isolar-se é o fardo dos Sallmans.

— O lanche acabou, vamos para essa vila — disse Zé, pondo a mochila nas costas —, agora. Provaremos ao mundo que lobisomens não existem!

— Porque ir atrás das criaturas? — levantou-se Geraldo, aparentando reumatismo. — São dez da noite; num dá mais tempo de sair da mata. — Empunhou mais uma vez o facão —, se vocês gostam de viver, subam nas arvores; Sallmans devem a alma ao diabo, é por isso que nunca podem aproximar-se do céu. — Apontou para um galho à quatro metros do chão. — Lá cês tarão seguros.

— O Zé tem razão — afirmou Gaby. — Se tudo isso fosse verdade, você não nos estaria levando ao ninho dos lobisomens.

Vendo que seria inútil debater, Geraldo adentrou ainda mais na mata, enquanto logo atrás dele, em fila indiana, estávamos Zé, Gaby, Janaína e, por fim, eu que já estava a ponto de borrar minhas calças.

Houve muito silêncio, até que o velho deu sua resposta à pergunta de Gabriele:

— Crianças, viver em um posto de gasolina não significa que sou um animal; sinto fome, sinto frio. Por isso preciso de dinheiro. Fora que ao contrário de vocês, eu sei me cuidar.


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