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Capítulo 8 - A Estação das Almas.

O vento entrava pela janela e tocava o rosto da ninfa, que não parecia se incomodar com a brisa. Seus cabelos mal balançavam, estavam presos em um rabo de cavalo, deixavam a mostra as suas orelhas pontiagudas.

Daniel mal olhava para a garota ou para o caminho que estavam tomando. Piscava constantemente, uma vez ou outra deixava as lágrimas percorrer um mesmo caminho em seu rosto.

"Não podíamos ter deixado ela para trás."

"Quatro vítimas, nada inteligente."

"Primeiro minha mãe e agora a minha tia. Eu sou absurdamente fraco."

''Não se culpe, eles são bons quando o assunto é caçar."

"Você não entende? Eu perdi todas as pessoas que amava.", Daniel apertou os punhos.

"Eu não entendo? A única pessoa da minha família que restava, foi morta. Sou caçada desde que nasci. Nem ao menos tive a chance de conhecer os meus pais, foram mortos por outros que carregam o mesmo sangue que você. Mas claro, a razão é toda sua e eu não sei de nada. A razão é do garoto que teve tudo e viveu uma vida tranquila e ainda tem familiares vivos.", Flâmia olhou pelo retrovisor para se certificar de que não estavam sendo seguidos.

O silêncio tomou conta do veículo mais uma vez. Agora, Daniel tentava, ao máximo, evitar que suas lágrimas caíssem.

Viraram na primeira estrada de terra, Daniel olhou espantado, mas evitou lançar alguma palavra para a garota, que se mostrava bastante confiante com o caminho que havia tomado.

Flâmia ignorou a placa de perigo, mas Daniel a seguiu com os olhos até que não conseguisse mais visualizar.

"Vai realmente ignorar?", ele apontou para trás com o dedão.

"Alguns avisos não foram feitos para ser seguidos por seres como nós. Ou seres como eu e caçadores como você.", ela parou o carro. "Chegamos."

Uma pequena estação de trem abandonada. A placa informava os horários em que costumava funcionar. Apesar de total abandono, a eletricidade não parecia ter deixado o local. O poste continuava com a luz acesa, e era de muita ajuda para a quase escuridão que estava tomando conta da floresta. Uma outra placa, maior, presa apenas em uma das extremidades indicava que a "Estação das Almas", tudo em vermelho, estava totalmente deixada de lado.

Flâmia foi até o guichê e bateu três vezes seguidas na campainha.

"Percebeu que não funciona mais?", disse Daniel, olhando para a escuridão imensa que tomava conta de dentro do guichê.

"Certeza?"

Antes que Daniel pudesse responder, surgiu das sombras uma forma feminina, luminosa e quase que transparente. Parecia ainda estar viva, mas o corte em seu pescoço indicava o contrário.

"Estação das Almas, em que posso...", houve uma pausa e a alma surgiu, quase que instantaneamente em frente a Daniel. "ajudar.", concluiu ela. "Ora, ora, quanto tempo que não recebíamos um caçador aqui."

A mulher esbranquiçada se movia ao redor de Daniel, olhando cada detalhe. O garoto apertou com mais força a alça da sua mochila.

"Como se chama?", disse com sua voz suave, ao parar de frente para o garoto. "Vamos, diga. Não te morderia nem se pudesse."

"D-Daniel."

"Daniel...", ela esperou.

"Daniel Abralin."

"Abralin? Acho que já ouvi esse nome", disse enquanto batia repetidamente com o dedo indicador direito na ponta do queixo. "Não acredito, foi você quem tirou o selo do livro?"

Ela se encostou no garoto. Daniel agora conseguia enxergar o vazio nos olhos quase que transparentes. Assentiu com a cabeça, mesmo se não fosse ele quem retirou o selo, confirmaria qualquer coisa depois daquele olhar.

"Cassie", ela estendeu a mão direita. "Dona, gerente e vendedora de bilhetes da Estação das Almas.", puxou a mão na mesma velocidade em que havia estendido. "Ah, morta também, já tinha esquecido.", ela gargalhou. "Mas adoraria ser tocada por você, se é que me entende.", ela piscou para o menino.

Flâmia pigarreou.

"E os bilhetes?"

"Sim, sim.", ela voltou para o guichê, levando consigo o brilho e iluminando a sala. "Duas passagens por conta da casa.", ela entregou os dois bilhetes a Flâmia.

"Por conta da casa?"

"Sim. Presente para o bonitão ali.", beijou os dedos e assoprou em direção a menino.

Daniel apertou a bochecha, sem graça, sentiu que realmente havia ganhado um beijo quente e pegajoso.

A mulher sumiu tão rápido quanto apareceu. O guichê tornou a ser apenas um buraco escuro no meio da construção.

"Para onde ela foi?"

"Não sei o que as almas fazem quando somem, é difícil até saber o que fazem enquanto estão aqui."

"Almas? Não seria melhor chamar de fantasmas?"

"Talvez para vocês que gostam de jogar todos no mesmo buraco, sacudir e misturar. Nós não gostamos dessa mistura, muito menos de estar misturado com outros que não são idênticos."

Antes que a ninfa pudesse ser retrucada pelo garoto, a buzina do trem cortou o ar. Daniel tapou os ouvidos com as duas mãos, deixando a mochila solta, pela primeira vez nos últimos cinco dias.

"Olha ele aí.", disse Flâmia.

Daniel tentou identificar se algo havia mudado, mas continuava tudo igual. Nada além das árvores e o trilho enferrujado, que brilhava com o pouco de luz do sol que ainda restava no céu.

Assim que o sol se pôs totalmente, Daniel enxergou o trem, que se mostrava aos poucos, enquanto a lua brilhava. Era enferrujado, mas pintado de vermelho.

"Senhoras e senhores, vamos embarcar que já sairemos.", disse uma voz rouca.

Algumas poucas almas surgiram do nada, do mesmo jeito que o trem e embarcaram nele. Brilhavam tanto quanto a dona da estação que tinha cantado Daniel mais cedo.

"Ainda aqui, Elvis?", perguntou Flâmia.

"Olha só, quem é vivo sempre aparece. Quanto tempo que não nos vemos, Flâmia. A alma da sua avó partiu mais cedo, sinto muito."

"Ela fez uma boa viagem?", ele assentiu com a cabeça. "Isso que importa."

Elvis era um pouco mais alto que Daniel. Era branco como os outros, quase que transparente. Mas carregava correntes nos pés. Dava a impressão de que estava preso eternamente a aquele trem que sumia e aparecia junto com a luz do luar. Daniel encarou por alguns segundos as correntes.

"Gostou? Eram de ouro. Infelizmente acharam que estar preso enquanto dava a obrigação de me prenderem quando morto.", disse ele, olhando diretamente para o garoto.

Daniel desviou o olhar. Encarar o vazio era muito mais difícil do que ele imaginava.

Flâmia foi a primeira a entrar. Daniel a seguiu. Colocou primeiro o pé direito, não por superstição, estava verificando se era seguro realmente para que pudesse colocar o segundo e não dar de cara com o chão.

"É seguro?", ele perguntou a Flâmia, que ignorou.

"Desconheço transporte mais seguro que o Trem das Almas.", retrucou Elvis.

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