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Proposta

Benedict Clement caminhava seu caminho de todos os dias até a casa Donaldson. Era um longo percurso de sua casa até o rico casarão do barão de Averminster e ele não queria estar caminhando até lá.

Gostava de seu trabalho, se considerava um bom jardineiro, porém, era jovem e não queria aquilo para si. Ele só estava ali por seus pais.

O jovem tinha eles no pensamento e isso o deixava triste, por muitas vezes.

Aquele não era seu primeiro trabalho, Benedict já tinha sido bibliotecário, já tinha dado aulas de tudo que ele teve oportunidade de estudar antes da morte do pai e já tinha trabalhado em vários comércios e lugares. Mas então, sua mãe adoeceu e além das dívidas e da casa para sustentar, haviam os remédios e as consultas. E tudo aquilo levava Benedict a ter vários empregos ao mesmo tempo, aquilo afetava sua produtividade e frustrava o rapaz. Foi quando sua vizinha lhe disse que poderia conseguir para ele um emprego na casa do barão de Averminster.

Aquele emprego pagaria mais do que todos os outros e ele seria mais produtivo do que nunca. Benedict tinha se lembrado do dia anterior e tinha lembrado de como tinha sido bom. Como era linda a filha dos Donaldson. Era bom vê-la e era bom ouvir sua voz.

Ainda ria, de forma meio boba, ao chegar na casa dos Donaldson e pegar suas ferramentas de trabalho lembrando-se de como ela dissera e fizera questão de repetir que o achava muito bonito no dia anterior.

Ele mal tocou suas flores quando a voz do barão o tirou daqueles pensamentos.

— Sr. Clement, podemos conversar?

O loiro encarou o homem mais velho com preocupação. Toda vez que um patrão o chamava para uma conversa significava que seria demitido e logo o rapaz se preocupou.

— Posso ajudar, senhor? Foi algo que eu fiz e que o desgradou?

— Não, não é isso. Você não fez nada de errado, eu só quero fazer uma proposta.

— Oh, certo. — O rapaz sorriu, mais tranquilo. — E qual é ela?

— Seu trabalho no jardim é maravilhoso, mas eu gostaria de lhe dar uma promoção, um outro cargo que lhe paga bem mais. Estaria interessado nele?

— É claro! Eu posso exercer qualquer serviço na casa, desde o mais básico ao mais pesado.

— Ótimo. Eu não acho que o trabalho seja muito pesado. Minha filha quer que você seja empregado pessoal dela.

— Empregado pessoal?

— Sim. Creio que ela apenas quer sua companhia, já que Harriet é independente demais e eu não penso que ela precise de alguém para lhe fazer tudo. O salário vai valer a pena se você acha que ela vai lhe dar trabalho demais.

— Não me importo em trabalhar, senhor barão. Eu farei tudo o que Lady Donaldson me pedir. Quando posso começar?

O barão sorriu, crente de que sua filha incomodaria o mordomo e o deixaria em paz quando quisesse satisfazer algum capricho e não ele.

— Hoje mesmo. Há um quarto nos fundos, ele é seu. Vista seu uniforme e suba, Harriet ainda está dormindo.

Benedict concordou e logo tratou de ficar pronto para o trabalho.

De imediato, ele subiu até o quarto de Harriet Donaldson.

A moça ainda dormia, virada de lado, os cabelos compridos esparramados pelo travesseiro e o corpo escultural coberto por uma fina camisola branca.

Ela parecia um anjo.

Era isso o que o rapaz pensava ao vê-la ali deitada e tinha pena de acordar aquela moça que mais parecia uma pintura viva, a mais bela arte que ele tinha visto. Com cuidado, admirando sua peça de arte, Benedict tocou gentilmente a bela face da moça. Era suave ao toque, quente e o barulho de sua respiração era agradável aos ouvidos. Harriet era arte.

De maneira intrépida e ao mesmo tempo acanhada, segurou o desejo que lhe queimava por dentro de encostar os lábios naquele pescoço e beijá-la, sentindo sua pele macia.

Mas o dever era mais urgente do que o desejo e ele não perderia o emprego quando tanto precisava.

Nem pela beleza de Lady Donaldson.

Sentou-se ao lado dela, na enorme cama e se aproximou o suficiente para que ela o ouvisse.

— Lady Donaldson? Está na hora de acordar. — Dissera, com uma voz branda e suficientemente alta, o rapaz vestido de terno e luvas.

Harriet abriu os olhos e sorriu ao ver que seu objetivo havia sido atingido e Benedict tinha aceitado a proposta.

— Bom dia, Benedict.

E Harriet mudou de posição, sentada e virada de costas para o rapaz.

— Quer que eu lhe prepare algo ou quer descer? — Ele sugeriu, enquanto abria as cortinas do quarto.

— Eu quero que me ajude a me vestir, pois quero descer. — Ela se livrou do pano branco e o rapaz vislumbrou suas costas nuas enquanto ela esticou os braços, se espreguiçando. Por um instante, se imaginou beijando-as, mas lembrou-se, assim como quando visualizou-a como uma arte, que o seu trabalho era cuidar dela.

— O que quer vestir? — Respondeu ao pedido, tentando disfarçar o nervosismo em sua voz.

— Qualquer coisa. — Ela disse, se levantando. Ele escolheu um vestido e as peças necessárias para vesti-la. Sem querer olhá-la, ajudou-a a colocar suas roupas e depois que terminou aquele trabalho, a senhora se virou e finalmente, se viram frente a frente.

— Como eu estou?

— Linda. Está linda, Lady Donaldson. — Respondeu com um sorriso tímido.

Harriet caminhou até o espelho e se acomodou em frente a ele, penteando os cabelos.

— Quer que eu a ajude com isso?

— Não, não precisa. Pode cuidar dos lençóis?

Ele concordou e pôs-se a desfazer a bagunça que a mulher tinha feito e a arrumar a cama novamente.

— Eu estou bastante feliz que tenha aceitado a minha proposta, Benedict.

— Então a proposta foi sua, milady?

— Foi sim. — Ela sorriu. — Conversei com meu pai e ele concordou comigo assim que expliquei sua situação. Mas não quero que pense que contratei você por pena. Contratei porque você é o mais adequado para isso.

— Tudo bem se tiver sido por pena, eu não me importo. Já fiz o que pediu, Lady Donaldson.

— Vamos descer então. Hoje nós dois vamos comer lá no jardim.

— Nós dois vamos?

— Sim. É seu dever me fazer companhia e escolher quais refeições devo comer. Eu adoraria ter sua companhia, Bene. — Chamou-o carinhosamente enquanto desciam as escadas até o jardim.

— Tudo bem, milady. Eu vou acompanhá-la sempre que precisar de mim.

Harriet sorriu, guardando aquelas palavras dele como um juramento. Havia uma mesa ali, na qual Harriet e o pai costumavam tomar o café. Benedict puxou-lhe uma das cadeiras e sentou-se de frente para ela.

— Promete?

— Sim, eu prometo.

— Ainda bem. Porque eu sempre estive sozinha, Bene.

— Se me permite a pergunta: por que sempre esteve sozinha? É uma mulher tão... tão amigável. — Clement queria chamá-la de linda, de interessante, inteligente, de maravilhosa. Mas ele não poderia fazer um elogio como aquele para a patroa. Então usou amigável.

— Amigável? Não, não sou. — Ela riu. — A sociedade não me considera amigável de jeito nenhum.

— Desculpe, eu quis elogiá-la, mas não encontrei uma palavra melhor.

— Sem problemas. Mas eu fico satisfeita que me considere amigável e que estejamos estreitando os laços embora só nos conheçamos há um dia.

— Eu só não entendi uma coisa nisso... por que me escolheu como sua companhia e seu assistente, se é que eu posso me chamar assim? Poderia ter chamado uma amiga, uma dama de companhia.

— Ah, Benedict, eu detesto o comportamento dessas pessoas fúteis. Elas só querem me ensinar a ser uma moça comportada, fina e obedecer passivamente. Fina eu já sou e odeio obedecer. — Disse ela com sinceridade.

— Ah, fico feliz que não me ache fútil. Eu não gosto da forma como as moças ainda são tratadas e tampouco gosto que se casem à contragosto.

— Perto de você eu pude me afastar um pouco das convenções sociais ontem. É por isso que eu te escolhi. Contigo eu senti que tinha um lugar, que eu não era uma aberração.

— E se sente uma aberração? Não deveria, milady. É a mulher mais inteligente que já conheci.

Harriet gostou de ser elogiada por algo que não fosse sua beleza. Mas desfez o sorriso ao se lembrar das vezes que fora censurada por seu pensamento sufragista e do dia fatídico na casa dos Rutherford. E lembrou-se da agradável visão que era Benedict no jardim.

— Às vezes eu acho que não pertenço a este planeta, pelo que me dizem como regras. Mas pelo menos, há sorte em estar sob o mesmo sol de pessoas como você. Tu és extremamente bonito e sinceramente, eu adoraria dar-te um beijo.

Benedict ficou extremamente constrangido com aquela frase.

Porque ele se lembrou da tentação que era Harriet naquela manhã.

E aquela frase lhe soava mais tentadora ainda, como um canto de sereia que ele se sentia extremamente tentado a ouvir, mas não podia fechar os ouvidos para ele.

Era difícil.

— Milady, eu não sou tão bonito assim. E não acho que seja apropriado que me diga que quer me beijar.

— Mas eu quero. Você não quer me beijar, Benedict? Não me acha bonita o suficiente?

— Não coloque palavras na minha boca.

— Se me acha bonita também, por que não nos beijamos?

Harriet se divertia com o quanto Benedict corava e se sentia constrangido.

— Eu acho melhor ir buscar algo. A senhorita deve estar com fome, não?

— E eu estou. Estou faminta por esses lábios maravilhosos. — Ela disse, com um sorriso que era malicioso.

— Milady, por favor, pare.

— Tudo bem. — Ela riu. — Eu estava brincando. Mas se você quiser um beijo, é verdade.

— A senhorita é minha patroa. E além do mais, vai casar. Não deveria me dizer este tipo de coisa.

— Eu não estou me importando se você é meu empregado, Benedict. E também não me importo para esse casamento que estou sendo obrigada a concordar. Parece que se esqueceu.

— Então dizer essas coisas para mim é uma forma de rebeldia?

— Eu digo porque você é atraente. E eu não consigo deixar de achar, desde que o vi.

— Bem, vou buscar algo para a senhorita. — Benedict se levantou, sentindo-se tenso.

Harriet sorriu, sabendo que ele não aguentaria por muito tempo e que lhe daria seu tão sonhado beijo.

Benedict entrou na cozinha com certo nervosismo, que foi percebido por Cassie.

— Benedict, o que aconteceu?

— Nada, nada. O que tem pra comer?

— A cozinha está cheia de coisas pra comer. O que você quer?

— O que Lady Donaldson gosta? Pode preparar o prato preferido dela?

— Ah, claro. — A ruiva concordou.

A garota tinha preocupação com o rapaz evidente na voz e saiu dali.

Harriet não lhe pediu mais beijos pelo resto do dia.

Ela pediu que ele a acompanhasse até a biblioteca pelo resto do dia e que falasse de sua própria vida.

Ele contou sobre o que tinha estudado, sobre sua família e do que gostava, ela por sua vez, não falou de si mesma.

Depois, cuidou de servi-la e de ajudá-la a despir-se.

E então ele se lembrou do que ela tinha dito pela manhã sobre se sentir sozinha.

Sobre não caber nas convenções sociais e sobre estar sozinha. Por isso, antes de dormir, Harriet tinha ido dormir triste naquele dia.

E dava para perceber aquilo no olhar da moça.

E no outro dia, basicamente tudo se repetiu, exceto pelo pedido de um beijo.

Inclusive os desejos de Benedict continuavam sendo os mesmos.

Continuou admirando as costas nuas, o pescoço que tinha vontade de beijar, as curvas, o rosto e inclusive os lábios dela, querendo um beijo da mesma forma que ela queria. E toda essa atração era reprimida pelo moço, que continuava a ajudando, às vezes distraído por esses desejos.

Porém, dois acontecimentos mudaram essa situação de repressão que vivia Benedict.

O primeiro aconteceu seis dias após a chegada do rapaz à casa Donaldson.

Seis dias sem aproximação nenhuma, afinal, era um relacionamento estritamente profissional.

Benedict tinha ido à biblioteca com a moça. E lá tinha achado um livro sobre não reprimir os sentimentos. Sejam eles errados ou não.

Porque quanto mais repressão, pior seriam os pensamentos e alguma hora, você tem de explodir.

E então, ao folhear o livro e deixá-lo em cima da mesa da biblioteca quando Harriet disse estar entediada e querendo ir para casa, ele deixou-o ali com um olhar repleto de nervosismo.

O outro aconteceu algumas horas depois.

Harriet estava cansada, apesar de ter feito pouco esforço ao longo do dia e não tinha comido nada do jantar que ele trouxera. Além do fato de que ela sentia uma dor de cabeça forte e tinha febre.

— Eu já disse que você não precisa cuidar de mim. Pode ir dormir, eu estou mandando.

— Não, milady, eu não vou deixá-la. Eu trouxe remédios para ajudá-la e lhe preparei um banho frio.

— Eu não preciso de nada disso. Por mim, minha febre se agrava e eu morro, já que não existe nada de bom nessa minha vida. — Harriet suspirou.

— Por favor, não fale assim. Eu não quero que sua vida seja assim... sabe que não quero e que me importo com a senhora, por favor, tome o que eu trouxe.— Ele disse, preocupado.

Harriet, como uma criança mimada, virou de lado e relutou em tomar o chá e a medicação que o rapaz tinha lhe trazido.

Benedict respirou fundo.

E então, se afastou, deixando-a deitada de lado para pensar em uma forma de fazer Harriet comer e tomar seus remédios.

E ele se lembrou do livro que tinha lido à tarde e de toda a repressão que estava fazendo a si mesmo por todos aqueles cinco dias.

— Milady, se lembra do meu primeiro dia como seu assistente pessoal?

— É claro que me lembro. Isso foi há seis dias, Benedict.

— Se lembra de quando me disse que eu era extremamente bonito e que adoraria me dar um beijo?

Harriet se levantou, rapidamente com um certo brilho nos olhos.

— Sim, sim, me lembro.

— A verdade é que... eu também quero beijá-la, milady.

Harriet sorriu, ignorando sua febre e sua dor de cabeça.

— É mesmo? E você vai me beijar ou ainda vai dizer que eu sou comprometida e que sou sua patroa?

— Eu vou, milady. — Ele disse, aproximando-se da cama da mulher que o olhou com um olhar vívido e ansioso. — Mas tem uma condição. — Benedict sorriu.

— Quer que eu tome os remédios, certo? E como vou saber se você não está me enganando?

— E por que eu enganaria? É só um beijo, certo? — Benedict sentou-se de frente a frente com a patroa e continuou com aquele mesmo sorriso no rosto.

— Bem, talvez não seja só um. E talvez não sejam só beijos o que eu quero de você.

— Eu não sou um médico que cobra tanto. A minha consulta custa só um beijo, não é tão cara assim.

— E se o serviço for bom? Posso te dar uma gratificação a mais?

— Não vai saber se meu serviço é bom se não tentar, Harriet.

Harriet estava feliz porque o rapaz tinha entrado na sua brincadeira por um momento.

— Se eu tomar os remédios, vai me beijar, doutor? — A Donaldson disse, com o rosto bastante próximo ao do Clement.

— Sim. — Ele disse, com o azul de seus olhos fixados no âmbar dos olhos de Harriet. — E se você melhorar, ganha mais.

Ele não tinha dito mais beijos.

Ele apenas disse mais.

E Harriet, sem pensar duas vezes, tomou o remédio que tanto relutava em tomar junto ao chá que antes ele tinha preparado e que já não era quente, mas morno.

— Seu chá é bom, doutor.

— É mesmo?

— É. Mas agora, quero que cumpra com o que você prometeu, não vai mais fugir de mim.

— Eu não estou tentando fugir, milady.

Benedict levou surpreendentemente a mão até a cintura de Harriet, a contornando, e os lábios até os dela e então, fechando os olhos, Harriet pôde beijá-lo. Foi algo delicado, lento e que acabou por se tornar intenso e se acabar como um simples selar e duas respirações ofegantes.

— Sabe, Bene, há coisas que não precisamos provar para saber que são boas. E que depois de provar, descobrimos que é ainda melhor do que pensamos. A sua boca se encaixa nisso.

— Eu também não posso falar mal da sua boca, Lady Donaldson.

Ela sorriu.

— Bene, pode me fazer um favor?

— Outro beijo? O trato é que só posso beijá-la de novo se melhorar, milady.

— Não é isso. Quero que me deixe descansar. Eu preciso, se quiser mais amanhã.

— Vai ficar melhor. Boa noite, milady.

— Boa noite, Bene. — Ela disse, bem mais feliz do que tinha estado ultimamente.

Benedict recolheu o que ela tinha deixado para trás e saiu. Era um longo percurso do quarto de Harriet até o seu, mas ele caminhou-o com um sorriso no rosto.

Por que parecia tão bom fazer a coisa errada?

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