Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Prólogo - Os belos jardins da casa Donaldson


Quando Harriet acordou naquela manhã o Sol brilhava e a claridade dele lhe incomodava os olhos. A preguiça era um fator que dizia a ela que ela deveria ficar na cama o dia todo e se dependesse dela, ela não se levantaria e nem se vestiria. Ela nunca precisou de servos, mesmo em situações como aquela. Harriet era independente demais para que alguém dissesse que era hora de se levantar.

A filha dos Donaldson se levantou e ela mesma escolheu o melhor vestido e o melhor penteado para ir até a casa daquele que seu pai lhe tinha escolhido para noivo. O vestido era azul e o penteado tinha tranças. Harriet adorava a cor azul e achava que ela contrastava com seus olhos cor de âmbar, que mais do que o Sol brilhavam e ardiam como fogo. Fingiu empolgação ao descer as escadas, pois naquele dia, Harriet teria de fingir ser o que ela na verdade não era. Mas no fundo, ela estava empolgada, porque havia livros para ler, músicas para tocar e coisas para se escrever.

O pai de Harriet, o barão de Averminster, queria apresentá-la ao seu pretendente e ambos teriam que causar uma boa impressão. Harriet não se importava, contudo, com as boas impressões. Vestiu o belo vestido azul e arrumou o cabelo de um jeito sofisticado porque se arrumava para si mesma. Mas ela manteve o decoro, porque não lhe restava opção e queria pelo menos ter um contato com Caspian Rutherford, filho do barão de Clairbridge, antes que se casassem e aquele provavelmente seria o único contato entre os noivos.

A moça de cabelos bem lisos de um castanho claro e olhos âmbar não queria um casamento forçado, principalmente com um homem como aquele, que ela sequer conhecia. Harriet Donaldson acreditava, acima de tudo, no amor.

E depois disso, em si mesma, acreditava que ela não dependia de marido nenhum, mas todas as vezes que ela tentava protestar, o pai sempre vinha com a mesma ladainha.

"Harriet, você já tem vinte e um anos! Deve se casar com um bom homem e me dar herdeiros!"

E por isso, ela torcia para que Cassian fosse um bom homem e que pelo menos apreciasse música para que compartilhassem desse mesmo interesse.

Ela até tinha escolhido algo para tocar entre os Rutherford, na expectativa de encontrar pessoas que gostassem de arte ali e aquela expectativa fazia de sua vida algo menos miserável.

Mas se não gostassem, ela não iria baixar a cabeça. Harriet era forte e independente demais para aquilo.

Infelizmente, diferente de suas expectativas, nada havia ocorrido como Harriet esperava. Cassian era um homem grosseiro, de uma aparência não tão agradável, altura mediana e gostos pela guerra, pela violência e muito pouco apreço pela arte. Sua mãe acreditava que as mulheres não deveriam ter a chance de votar ou herdar e isso deixou a Donaldson extremamente desapontada. O barão de Clairbridge já tratava com seu pai dos interesses que eram comuns para ambos barões e deixou-a sozinha com os dois. A moça sequer pôde tocar uma das peças que preparou e quando chegou em casa, tratou de desabafar com Cassie, a criada que vinha limpar seu quarto diariamente.

- Se pudesses ver a arrogância dele, Cassie! Ele planeja tudo para o "nosso casamento" sem sequer se importar se eu concordava ou não! E além disso, ele não é bonito. Seus olhos de cor cinza não me passam confiança e é extremamente petulante! - Suspirou.

- Mas pense, poderás ser uma mulher muito mais rica, Lady Donaldson.

- E entediada! Eu preferiria ter nascido pobre e escolher com quem casar e minha profissão do que ser forçada a se casar com quem não amo.

- Oh, ser pobre é bem difícil, mas procuro compreendê-la. Bem, eu terminei. A senhora quer mais alguma coisa?

- Não, Cassie, pode ir. Se papai me procurar, diga que estou cansada e fui dormir.

A mocinha de cabelos ruivos saiu do quarto e Harriet desfez o penteado. Colocou um vestido simples e sem cor e passou a pensar em seu futuro e no futuro de Ethela.

Era assim, difícil, não só para as moças pobres como também para as ricas meninas da nobreza, como ela. Elas tinham de se casar com homens ricos para que esses ricos ficassem cada vez mais ricos e tornassem vitalício e passado de geração em geração o poder que já tinham sobre Ethela.

Ethela era um belo país, rico, repleto de biodiversidade e de riqueza cultural. Mas o destaque de Ethela era a facilidade de fazer negócios e as indústrias que o país tinha. Os donos delas e das terras onde elas ficavam eram extremamente ricos e quando eles se aliavam, em casamentos arranjados e contratos, conseguiam influência suficiente para se candidatar à uma vaga no parlamento do Reino.

Esse era o desejo do pai de Harriet e de seu "futuro marido".

As mulheres não podiam herdar terras ou fortunas e não podiam votar, embora já existissem ideias que defendessem o voto das mulheres, que a própria Harriet defendia. Por causa dessas leis que negavam o direito à herança, as moças eram casadas cedo, para perpetuar o estilo de vida que possivelmente era luxuoso. Donaldson, entretanto, preferia ser pobre e poder cantar, se casar, escrever e ler livremente. Acreditava na arte e no amor livre e ao ver tudo aquilo ruir, olhou com um triste olhar da janela de seu quarto para os belos jardins da casa Donaldson.

Resolveu descer para deitar lá e cochilar, tranquilamente, por algumas horas sobre a grama verde, o vento e as flores e folhas que balançavam com ele.

Desceu até lá e logo deitou sob a sombra de um carvalho.

Ela tentou fechar os olhos e dormir, mas algo a estava incomodado. Era o barulho de uma ferramenta. Uma tesoura de jardinagem.

Ela levantou, irritada, prestes a reclamar com quem estivesse fazendo aquilo e seguiu o barulho.

- Escute aqui, quem estiver fazendo este barulho! Eu preciso de paz e serenidade, porque este não tem sido um dia bom pra mim! - Exclamou, ainda sem ver a pessoa que fazia aqueles barulhos. - Você...

Harriet ia dizer algo, mas sua fala foi cortada por dois olhos azuis e um cabelo loiro mais lindo do que qualquer loiro que ela tinha visto.

O jovem logo virou-se, sentindo-se culpado por seu crime.

- Oh, meu Deus! Eu atrapalhei o seu sono? Digo, o sono da senhora?

Harriet não conseguiu formular nada, pois ainda continuava olhando para o homem que estava em sua frente.

- Lady Donaldson? - Ele a chamou.

- Oh, não, você não atrapalhou. É o jardineiro novo?

- Sou sim.

- Qual sua graça?

- Benedict. Benedict Clement.

- É um nome bonito. Combina com o dono, você é bastante abençoado. - Harriet flertou, mas Benedict não tinha percebido.

- Queria eu ser abençoado, tudo que me tem vindo é má sorte. Mas obrigado.

- Ah, somos dois então. Meu pai quer me casar com um homem que não amo e jamais irei amar.

- Sinto muito, Lady Donaldson. Se isso a alegrar, eu posso lhe dar um presente como compensação pelo infortúnio.

- Presente?

Benedict cortou uma flor que ali tinha florescido com a tesoura e a entregou para a moça.

- É um lírio de Ethela. Tão belo quanto a senhora e tem a cor de seus olhos.

Ela o pegou e sorriu.

- Obrigada, Benedict.

- Não há o que agradecer. Quer que eu pare de cortar? Eu não quero incomodar.

- Não precisa, eu fui injusta com você. Quer contar a razão do seu infortúnio pra mim?

- Não está ocupada ou cansada?

- Não, não estou. Pode voltar ao seu trabalho ou conversar comigo, você escolhe.

- Acho que posso fazer as duas coisas. - O jardineiro sorriu e voltou ao seu trabalho logo em seguida.

- E então? Por que não se considera abençoado mesmo sendo tão bonito?

- Eu? - Ele riu. - Obrigado. Acontece que meu pai morreu e por estar doente antes de morrer, deixou muitas dívidas.

- E você é filho único?

- Sim. Sobrou tudo pra mim e eu estou trabalhando para pagar.

- Você vai conseguir.

- Sim, eu não me incomodo em trabalhar. Mas o problema é que eu queria investir o dinheiro em outras coisas.

- Outras coisas? Quais são seus interesses?

- Eu queria ser médico. Gosto da ciência, mas ela é cara.

- Você é tão jovem, Benedict. Acho que não deveria se desesperar.

- É uma dívida enorme com hospitais, jogos de azar e minha mãe já é muito velha e doente para pagá-las. Só resta a mim fazer isso e talvez dure anos, minha vida toda.

Harriet suspirou.

- Bem, acho que posso dizer o mesmo sobre este casamento frustrado.

- Eu sinto muito, lady Donaldson. Infelizmente o país ainda é injusto, gostaria que não fosse assim.

Harriet já tinha achado o rapaz bonito, diante daquela resposta, tinha achado Benedict ainda mais bonito.

- As coisas vão melhorar para nós, eu espero. - Ela disse.

- Eu também, lady Donaldson. Eu também.

- Seu trabalho está ficando bonito, Benedict. Quase tão bonito quando você.

Benedict riu.

- Seu noivo sabe que me elogia nesse sentido?

- Ele não precisa saber. E você é realmente bonito, não tem como não reparar.

Harriet era uma mulher diferente daquelas de sua classe e época.

Ela não tinha vergonha de se aproximar dos homens e de elogiá-los, levando muitos deles a se afastarem dela. Por isso que ela se achava descrente em relação ao amor e ao casamento.

Mas Benedict não a reprimia em relação àqueles comentários.

Ele apenas sorriu e voltou ao seu trabalho.

E Harriet ficou observando o rapaz cuidar do jardim de sua casa.

Ele era tão atencioso, tão bonito (e ela fazia questão de prestar atenção naquilo), tão inteligente e era um homem que de certa forma era sensível.

Era o homem que a Donaldson sempre tinha sonhado para si.

Só que ela saiu de seus devaneios, que não eram tão puros ao olhar os braços fortes do rapaz cuidarem da grama, ao ser chamada pela voz de Cassie.

- Lady Donaldson, seu pai a chama!

Ela se levantou e o olhou se despedindo por uma última vez e correu até o casarão. Já estava anoitecendo e provavelmente, o barão queria jantar em sua companhia.

E realmente era o que Harriet tinha previsto.

O barão realmente a estava esperando na mesa.

- Harriet, o que achou de seu noivo?

Ele perguntou enquanto as criadas serviam comida para os dois.

A moça suspirou, mas foi sincera.

- Monótono. Assim como todos daquela família.

- Harriet! Você será esposa dele! Não deveria estar falando mal dele e da família dele.

- Ah, então o senhor quer que eu minta?

- Não...

- Então por que diz que eu não devo falar mal? Só tive más impressões. Eu e Cassian não temos os mesmos interesses, não nos gostamos e eu não o acho atraente. Não estou apaixonada e este é um casamento forçado!

- Diminua o tom de voz comigo, Harriet!

Ela bufou e voltou a comer, fingindo ouvir o pai, mas tudo entrava por uma orelha e saía pela outra.

- Escolhi pensando muito em como seria seu futuro e é assim que me agradece?

- Exatamente, o senhor escolheu e não levou em conta o que eu quero. Só o que o senhor quer.

- Depois de se casar, você vai ver que toda essa baboseira de casar por amor e ser uma escritora não importa. - O pai de Harriet disse e ela se calou, vendo que era inútil tentar mudar a mente de seu pai.

Estava decepcionada por ter que se casar com um homem que não amava e por ter conhecido naquele dia, um homem ideal.

Harriet queria Benedict.

Se sentia atraída por ele.

Aquela conversa à tarde não lhe saía da mente e era a única coisa que a consolava.

Uma vez que ela colocava uma coisa na mente, essa coisa não saía.

- Papai?

- O que foi agora, Harriet?

- Eu... estava pensando em ter um servo pessoal agora que serei uma mulher casada. Um mordomo, um empregado pessoal.

- Empregado pessoal? Bem, eu posso ver alguém para contratar e...

- Não, eu já sei quem devo contratar.

- Quem?

- Benedict, o jardineiro.

O pai deu uma risada.

- Você está pedindo que eu o demita, isso é absurdo.

- Não é uma demissão, é uma promoção, papai!

- Se explique.

- É que eu acho que ele ganharia mais como meu empregado do que como jardineiro. Ele precisa do dinheiro para pagar dívidas, papai. Por favor, pense com carinho, é uma caridade com o rapaz.

Quando ela deu aquela desculpa, sem que ele soubesse de suas reais intenções, o pai sorriu.

- Oh, é uma boa ideia. Como sabe que ele está endividado?

- Eu conversei com ele.

- Hoje no jardim? Bem, já que é uma boa intenção, vou conversar com Benedict amanhã. Se ele aceitar, será seu empregado.

- Verdade?

O pai concordou, com a cabeça.

Harriet se levantou e deixou um beijo em sua bochecha.

- Paizinho querido, eu te amo!

E a moça saiu correndo, deixando o pai a rir baixo para trás.

Ela subiu e comemorou que tinha conseguido pelo menos uma coisa boa entre todas ruins. Teria a certeza de que ele aceitaria.

Naquela noite, a Donaldson não dormiria com a ansiedade.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro