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CAPÍTULO XL

— E então? — quis saber Melina. — Onde ela tá? 

— Ela voltou para casa, em Kalíthea — disse Cibele. — Mas eu não gosto da ideia de vocês dois andando por aí sozinhos. Levem a Agatha junto. 

— Cibele — falou Joseph —, não somos crianças. 

Replicando a afirmação dele, ela puxou os dois para um abraço em grupo. — São as minhas crianças. Não suportaria perder nenhum dos dois.

— Mãe, a gente só vai ali do lado — tentou dizer, ainda sendo sufocada com o abraço.

— Não significa que não há perigo — os soltou. — Só vão sair daqui sozinhos por cima do meu cadáver!

— Okay, a gente vai com a Agatha — Joe a tranquilizou. 

— E não precisam ir logo, você tem que focar na sua coroação, Mel. Está chegando o grande dia. 

Melina estreitou os olhos. — Pra quando, exatamente, vocês adiantaram? 

Os dois não tiveram coragem de responder. Entreolharam-se decidindo quem deveria soltar a bomba em seu colo.

— Mãe — a princesa escolheu sua vítima —, quando vai ser?

— Dia 10. — Foi tudo o que ela disse. 

— Dia 10 de junho? — indagou a garota. — Era pra ser dia 21 de junho, adiantaram uns dias, né? 

Joseph sacudiu a cabeça, em negação. 

— 10 de maio?

— Hm, também não — ele respondeu. 

— Vocês tão de sacanagem com a minha cara? — passou os olhos sobre os dois, indignada. — 10 de abril?! — exclamou. — Mês que vem?! Por que não me avisaram antes? Eu teria passado a madrugada inteira fazendo flexão!

— A gente tava esperando Calisto contar — explicou Joe e Cibele concordou —, ele inspira mais confiança, sabe? A probabilidade de tu surtar seria menor. 

— Sim, e, por falar nisso, seu tio me pediu para avisar que está te esperando no escritório dele. 

— Devo me preparar pra chorar? — Joe concordou com a cabeça. — Tudo bem. — Saltou da maca, saindo da enfermaria.

🔆

Bateu na porta do escritório, ouvindo um "entre", logo em seguida. 

Girou a maçaneta, deixando que se revelasse, do lado de dentro, um amplo ambiente todo decorado em tons de branco e marrom. Seu tio estava sentado atrás da comprida mesa de madeira clara e havia uma estante lotada atrás dele. Pregado na parede esquerda havia um impressionante mapa mundi que indicava todas as bacias hídricas do planeta. No lado direito, havia uma mesa menor, com uma elegante jarra d'água em cima dela, dois copos e duas cadeiras. Logo acima, a coisa mais colorida e destoante do lugar: um quadro trazia a imagem de uma águia em pleno voo, pintada ao estilo pop art.  

— Por que? — Melina perguntou, apontando para a peça. 

— Foi um presente — Calisto explicou de maneira rasa. 

A garota deu de ombros, fechou a porta e caminhou até um das duas outras cadeiras da sala, as que estavam de frente para a grande mesa. Olhou novamente para a sua direita, onde um quadro branco magnético, no canto, próximo à janela, bloqueava a luz do sol, fazendo com que a iluminação sobre os dois viesse, majoritariamente, da janela gêmea que havia na outra extremidade, à esquerda dela. Observou a mesa de seu tio, impecavelmente limpa e organizada, com canetas que ela nem mesmo arriscaria chutar o valor, três velhos e grossos livros empilhados e pastas com papéis que deveriam ser o suficiente para tirar o sono de qualquer um.

— Então? Sobre o que queria conversar?

— Seu desempenho hoje.

— Não sei que desempenho, apanhei igual uma vagabunda. 

Conseguiu arrancar um riso abafado dele. — Eu não diria isso. 

— E diria o quê?

— Você é bastante criativa. Também é inteligente e adaptável. Essas três coisas podem salvar sua vida um dia. 

— Então, tenho esperança de estar pronta em trinta dias? 

— É claro que tem! Mas eu projetei um gráfico bem simples e gostaria de te mostrar. 

Abriu uma gaveta em frente a ele e tirou de lá um pincel e alguns imãs vermelhos e quadrados, de tamanho mediano, levantou da cadeira, indo em direção ao quadro magnético. Lá, traçou duas retas, uma na horizontal e uma na vertical, escrevendo números, dez algarismos até o cem, começando do zero, contando de dez em dez. Na linha de baixo, escreveu "controle do tempo, telepatia, força física, intelectual".      

Na primeira coluna, pôs um imã, marcando dez. Na segunda, pôs três, na terceira, dois, e, na última, quatro.

— Eu não sei porque você se deu ao trabalho de escrever até o cem — reclamou.

— Para gerar mais impacto — ele respondeu, dando de ombros.

— Ah, claro. Por que não?

— Em primeiro lugar, você é completamente descontrolada e quase cometeu suícido sem querer há alguns minutos atrás. Em segundo. sua telepatia ainda é pobre e você não sabe o que fazer com ela. Está aí, sentada, esperando que eu lhe ensine ao invés de tentar aprender alguma coisa sozinha. Se eu não existisse na sua vida, faria o quê?

— Em minha defesa, não sabia que estava esperando que eu fosse autodidata. Podia ter me avisado.

— Não é pró-atividade se alguém te diz o que tem que fazer. 

— Pró-atividade não é muito o meu forte. 

— Tudo bem, vou relevar desta vez. Continuando, em terceiro, acho que não preciso explicar nada. Em quarto e último, não estou te chamando de burra, longe disso. Mas todo o conhecimento que você tem sobre o nosso mundo é baseado em Assassin 's Creed. Sei que política, história e afins não são sua zona de conforto, mas precisa ser intelectualmente bem articulada se pretende ser uma boa rainha um dia.

Assentiu. — Tem toda razão. Já disse que adoro a sua sinceridade?

— Já — respondeu seriamente. — Bom, aqui estão representadas as habilidades que já sabemos que você tem. Há também algumas coisas que eu suponho que você ainda será capaz de dominar. — No canto do quadro, escreveu com pequenas, retas e muito juntas letras maiúsculas. — O controle do vento e da água. Sabemos que você é péssima nisso, Chloe vem depois do almoço para te ajudar. Estes dois estão intimamente interligados com o controle do clima.

— E os outros dois elementos? Pra completar o combo do Avatar.

— A terra está fora do nosso alcance. Não é nosso território para dominarmos.

— Nem o céu.

— Não fui eu quem fiz as regras.

— Tá, mas e o fogo? 

— Também não deveria ser. É nossa maior fraqueza, nosso grande inimigo.

Arqueou uma sobrancelha. — Não deveria? Quer dizer que é, mesmo contra as regras da mãe natureza?

— Eu dei um jeito — admitiu.

Surpresa, inclinou o corpo para frente, estreitando as sobrancelhas. — Como?

— Você sabe como as queimadas naturais acontecem?

Forçou sua mente a lembrar. — Não surge fogo do nada. Precisa de um foco de incêndio. Pode ser... a queda de um raio, atrito na flora ressecada, alguma coisa assim — olhou para o tio, que assentiu, indicando que ela estava certa. — Aí, vem o clima seco e ventos fortes, que vão se responsabilizar por espalhar o fogo. 

— Exato. Espalhar o fogo não é o grande problema, você só precisa que ele já exista. A grande questão é conseguir controlar seu percurso.

— Por que você resolveu tentar uma coisa dessas? 

— Controle o que teme e não precisará temer mais nada. 

— Até que faz sentido. Quanto tempo você demorou pra aprender?

— Mais de uma década; infelizmente. 

Resolveu que seria melhor não questionar o porquê do "infelizmente". — Certo, vou ter a vida toda pra tentar essa presepada. Vamos focar no que tá ao meu alcance.

O príncipe concordou. — Só que, até o momento, você só mostrou alguma habilidade com grandes fenômenos. A maioria das pessoas começa manipulando pequenas concentrações dos elementos e então, talvez, se tornam capazes de provocar alterações climáticas, mas, você, resolveu começar com a parte mais difícil.

— Deve ser por isso que eu sou tão descontrolada. 

— Sim, possivelmente — escreveu mais uma palavra, logo abaixo dos dois outros termos. — A sensorialidade. É muito provável que  nunca seja tão boa quanto Anastasia, por exemplo, mas você é uma telepata, irá se sair bem. 

— Eu não entendi o que uma coisa tem a ver com a outra — massageou o cenho com ambas as mãos. — Você faz eu me sentir burra, sabia? E olha que eu sou inteligente pra caramba! Saudades das minhas pipetas...

Ele riu. — Bom, nem tudo é tão preto e branco. Explico assim pois é mais fácil de entender, mas a mente e tudo a envolve é altamente complexo. Comunicar-se telepaticamente com a sua espécie e sentir a presença destes é algo que sempre esteve interconectado. Do mesmo modo — gravou mais duas palavras no quadro, afastadas das demais —, o canto e a sedução são espécies de controle mental. Mas, não espero que você desenvolva nenhuma dessas duas habilidades. Se tornaram quase tão escassas quanto a telepatia, ao longo dos anos. Ainda mais, por terem se tornado práticas proibidas por lei.    

Melina supôs que a proibição deveria ter se dado pelo fato de que brincar com seres humanos não era uma coisa muito bem vista no século XXI. 

— Tá, eu sei que o canto de uma sereia não é só cantar bem, é mágico e pode deixar uma pessoa louca. Mas a lenda não diz que também pode tornar sábio quem conseguir sobreviver?

— Não pode acreditar em tudo o que as lendas gregas dizem — falou com desdém. — Além do que, os homens, em geral, têm tendências a exagerar em suas histórias. 

— Tipo, dizer que as sereias eram mulheres com corpo de galinha?

Calisto riu. — Você é uma galinha? Porque, não sei quanto a você, mas eu me sinto pessoalmente ofendido por isso.

Apoiou o queixo sobre a palma da mão. — Mas, falando sério, o que você tem contra a cultura grega, no geral? 

— Eu nunca disse que tinha algo contra — caminhou de volta à sua poltrona, sentando-se nela.

— Não com essas palavras. Mas tá na sua cara. Posso ser até ser sonsa em alguns assuntos, mas sou boa percebendo esse tipo de coisa. 

Ele assentiu. — Se quer mesmo saber, considero a cultura grega supervalorizada. Claro, respeito a influência intelectual que perdura até hoje, mas, não consigo entender porque devemos nos espelhar em um bando de alcoólatras vulgares com um sistema democrático questionável. Eu sei, problemas da Antiguidade. Mas os seres que cultuam, em sua maioria, são hediondos. Digo, se o grande deus dos mares persegue e estupra sua própria irmã e continua ileso, por que eu deveria considerar as mulheres como cidadãs? As pessoas refletem o que adoram.

Mirou a mesa, em silêncio. Era a parte da história que ninguém gostava de contar, porém, que estava lá.

— Nós existimos em muitas culturas, Melina. Nenhuma delas conseguiu contemplar plenamente o que nós somos. Do ocidente ao oriente, já fomos chamados de sinônimo de pecado, de luxúria. Disseram que nossa carne, se consumida, poderia proporcionar imortalidade e que choramos pérolas. E já nos descreveram como coisas mais horrendas do que galinhas, mas os gregos, em especial, sempre nos tiveram como monstros. Crias daquele estúpido deus do rio. Sendo honesto, foi uma válida tentativa de descrever um mundo que estava para muito além deles. Mas, em minha opinião, se queriam tanto firmar um acordo com algum panteão para viverem em terra, nossos ancestrais deveriam ter escolhido os deuses africanos. Aquele povo, sim, tem o mínimo de respeito pela nossa espécie.

— Minha mãe me disse uma vez, que gosta de acreditar que meu avô se suicidou para ir encontrar com minha avó no Elísio — lembrou, fitando o tio nos olhos. — Monstros não vão para o Elísio. 

— Não, eles não vão — sacudiu a cabeça, negando. — Vai contar isso à ela? Porque eu não vou. 

— Eu não sou um monstro. 

— Não precisa se forçar a ser. Não pertencemos a nenhuma religião, estávamos aqui bem antes disso. 

Concordou, pensativa, e, em seguida, apontou para o gráfico, mudando de assunto. — Quais são as minhas metas? 

— Você me diz — abriu outra vez a gaveta, tirando de lá uma porção de imãs verdes.

— Bom, não dá pra ser boa em tudo, né — levantou da cadeira, aproximando-se da apresentação. — Eu preciso aprender a ser excelente controlando o clima. Não dá pra arriscar matar alguém toda vez que eu me estressar — pegou nove imãs e completou a primeira coluna do gráfico —, então, vou ser ambiciosa com isso aqui — pegou cinco imãs. — Vou colocar oitenta de cem como meta pra telepatia. Não é excelente, mas é bom o suficiente pra ser aprovada na coroação. 

Olhou para Calisto, que estava inexpressivo, então, continuou. Tomou em mãos mais quatro imãs verdes e os pôs na categoria de força física. 

— Acho que eu não preciso ser tão desenvolta em combate corpo a corpo, porque, tipo, por que ser a Viúva Negra se eu posso ser o Thor? 

— Sua mãe mal sabe dar um chute. 

— Isso me conforta de um jeito que você não tá entendendo! — chegou a fechar os olhos para dizer isso. — Só que eu também quero ter alguma habilidade, só pra, né?

— É.

— E eu confio bastante na minha própria capacidade de ser a melhor rainha que este país já conheceu, então eu vou acrescentar mais seis aqui, até o cem. 

— Gosto da sua autoconfiança. 

Sorriu, fazendo uma reverência como quem diz "obrigada". — E o que a gente faz agora?

— Vamos montar seu cronograma de treino — indicou a cadeira onde ela estava anteriormente, para que ela tornasse a sentar ali. 

Organizaram seu horário para o resto do mês. Decidiram que gastariam mais tempo desenvolvendo suas habilidades psíquicas e fariam isso debaixo d'água. Calisto explicou que seria mais fácil assim. Eram mais fortes em seu hábitat natural, e, além disso, poderiam aprimorar seu nado juntamente. Dedicaram uma parte do horário ao treino físico que seria supervisionado por Joe, à tarde teria aulas com sua mãe e Chloe e, à noite, com seu tio. Seu dia começaria às quatro e quinze da manhã e só estaria livre às oito da noite. Porém, não se importou. Estava determinada a dar o seu melhor. 




















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