03. Ciclopes
O corte no braço da garota ardia e ela estava suada e cansada. O sol quente também não ajudava, castigando sua pele e fazendo com que o cabelo grudasse em seu rosto. Não que fizesse muita diferença, ultimamente. Amanda nem se lembrava quando tinha sido a última vez que tomou um banho decente e lavou o cabelo de modo a deixar ele cheiroso.
Há dias que estava na estrada, seguindo em direção à Nova York com o novo grupo e mal tinha tempo para não serem atacados por monstros de tudo quanto era tipo - Enviados por Hades, o deus do submundo, pelo que Grover sabia -, quanto mais para se preocuparem com beleza.
Mas naquele momento, tudo que Amanda queria era enfiar a espada de Luke bem no orifício anal dele.
O rapaz tinha acabado de cortar o braço dela - mesmo que sem querer - e dito a frase “bem, pelo menos, você vai se acostumando a lutar machucada”. E agora, Amanda queria machucar Luke para que ele “fosse se acostumando a lutar machucado” também. Porém, ainda estava aprendendo a lutar, de forma que acabava apenas tomada pela raiva, o atacando sem nenhum tipo de técnica.
Luke, que tinha pelo menos, dois anos inteiros de experiência com Thalia no combate, desviava dos golpes desenfreados dela com facilidade, rindo ao driblar a garota ou erguendo as sobrancelhas em desafio ao bloqueá-la. O que, é claro, só contribuiu ainda mais para a raiva dela.
-Desistiu? - Luke perguntou, encostado em uma árvore, parecendo tranquilo.
-Quer saber? - Amanda retrucou, irritada. - Sim, eu desisti!
O som da espada de bronze jogada no chão chamou a atenção de Thalia, que estava sentada em uma enorme pedra, no chão. Ela ergueu os olhos azuis para ambos e deixou a cabeça pender de lado, curiosa.
-É sério? - Luke perguntou, parecendo decepcionado. - Amanda, você não pode desistir no meio de uma batalha!
-Bem, acho que nem vai precisar. - Thalia retrucou, dando de ombros. - Do jeito que ela luta, ela morre antes.
-Thalia! - Luke reclamou, olhando feio para ela.
-O que foi? Eu não menti! - Thalia revirou os olhos, voltando a encarar o céu.
Amanda suspirou, jogando o cabelo emaranhado para o lado, sentindo as bochechas esquentarem, sob o olhar da garota. Tinha perdido as contas de quantos dias estava com o grupo e nesses dias todos, Thalia parecia gostar cada vez menos dela.
Não, não era verdade, sendo honesta. Na verdade, Amanda não era burra. Ela percebia o jeito que Thalia olhava para Luke e percebia o jeito que a garota olhava para ela, quando Luke e Amanda estavam próximos. Thalia gostava dele, num sentido romântico. Já Luke, Amanda não tinha certeza. Parecia que ele só se importava em ser um herói e ficar provando o valor dele, se arriscando com todos os monstros que topavam pelo caminho.
De qualquer forma, desde que Amanda percebeu, ela tentava passar menos tempo possível com Luke e mais com Annabeth e Grover, mas era um pouco impossível, principalmente quando quase morreu ao serem atacados por algo que Amanda nem sabia nomear, mas que parecia um morcego gigante. Luke e Thalia tinham chegado à conclusão de que ela precisava ser treinada, o que resultou naquele exato momento, onde Luke pegou a espada do chão e devolveu à Amanda, falando:
-Olha, eu acho que você só precisa de treino.
-E eu acho que não sei se quero mais ir para o Acampamento! - Amanda retrucou, recusando a espada e cruzando os braços. - Talvez, seja mais confortável morrer logo!
-Nossa, quanto drama! - Thalia reclamou, erguendo o corpo do chão, para andar até eles. - Quer ver que você não quer mesmo morrer, Mandy? Me dê essa espada aqui, Luke!
Luke pareceu em dúvida, mas Amanda deu de ombros e observou Luke entregando as espadas - uma para cada uma.
Amanda mal teve tempo de se defender quando Thalia a encurralou entre uma árvore e ela, atacando ferozmente - do mesmo jeito que Luke e ela fizeram para demonstrar para Amanda como era uma batalha de verdade.
A garota tentou se defender, erguendo a própria espada e contra-atacando, mas acabou perdendo a espada no golpe. Ela voou para longe e, mesmo assim, Thalia não hesitou em continuar atacando Amanda. A mais velha recuou alguns passos, assustada, e só parou quando bateu em uma outra árvore. O som da espada fincando ao lado da sua cabeça fez com que ela arregalasse os olhos escuros e alterasse o olhar entre a espada e Thalia, sentindo o coração disparado pela proximidade de Thalia. Ou da espada dela, talvez.
-Viu? Se quisesse mesmo morrer em batalha, tinha ficado quieta enquanto eu atacava.
Luke olhava para Thalia como se não aprovasse o comportamento dela, mas não falou nada enquanto a filha de Zeus se virava e caminhava para perto de Grover e Annabeth a passos decididos..
Os dois estavam ao longe, na beira de um lago, caçando florzinhas, para matar o tempo enquanto o resto do grupo treinava. .
-Ela me odeia! - A reclamação saiu dos lábios de Amanda antes mesmo que ela pudesse se controlar.
Luke puxou a espada da árvore, negando com a cabeça. Ele encarou Thalia enquanto falava:
-Ela não te odeia. Ela só…
-Me odeia? Tem repúdio? Preferia que eu não estivesse junto? - Amanda voltou a insistir, erguendo uma sobrancelha para ele. - Olha, tá tudo bem, Luke. Não precisa defender ela. E está tudo bem ela me odiar também, acredite, ela não é a primeira e nem vai ser a última. Eu só… Juro que não fiz nada e eu queria que ela não me odiasse, eu admito!
Luke encarou Amanda e negou com a cabeça.
-A Thalia é durona assim porque ela já teve que passar por muita coisa, Amanda. Coisas que a gente nem sabe…
-Aham. É claro. - Amanda bufou, deslizando pela árvore, até se sentar no chão. - Quer saber, Luke? Vai lá com ela antes que a Thalia fique chateada! Eu preciso de um tempo sozinha.
Luke franziu a testa e, ao invés de atender o pedido de Amanda, andou até ela e se sentou no chão. Ao seu lado, ele apoiou os braços sobre as pernas e balançou a cabeça, parecendo confuso:
-Por que ela ia ficar chateada?
-Você não notou?
-Não notei o que? - Luke perguntou, olhando para Thalia antes de voltar a olhar para Amanda.
-Deixa. - Amanda deu de ombros e abraçou o joelho.
Thalia poderia até ter ciúmes dela e estar sendo meio cruel, mas Amanda entendia e nunca iria ser a que estragava as coisas. Até porque, talvez, ela nem ficasse com esse grupo para sempre. Talvez, ela nem mesmo vivesse para sempre. Talvez, ela quisesse realmente fugir quando todos estivessem dormindo.
-Você está de novo com aquela cara, Amanda. - Luke pontuou, sorrindo para ela. - Uma moeda pelos seus pensamentos.
-Você não tem nenhuma moeda.
-Touché! - Luke balançou a cabeça e deu de ombros. - Mas você tem pensamentos. Compartilha!
-Nada. - Amanda encarou o céu do fim de tarde, se sentindo exausta. - Eu só estou cansada. De verdade, Luke. Pode ir lá. Quero ficar sozinha.
Luke parecia querer insistir. Mas ao invés disso, apenas soltou o ar e se levantou do chão, finalmente, seguindo para perto de Thalia, que logo abriu um sorriso ao vê-lo.
Amanda revirou os olhos, incrédula em como Thalia poderia se incomodar com ela perto de Luke. Era só comparar as duas: Thalia era linda, forte, decidida, uma guerreira. Tinha estilo e personalidade e os olhos mais lindos que Amanda já tinha visto na face da terra. Além disso, Thalia não paralisava diante de batalhas e era uma amiga incrível, fora que estava com Luke há, pelo menos, 2 anos. Até mesmo Amanda seria capaz de se apaixonar por Thalia se tivesse tempo suficiente para isso.
Já Amanda era… Amanda. Uma espécie de novo bichinho de estimação que eles “atropelaram” e decidiram adotar e agora, tinham que carregar para todo o canto, além de adestrar e proteger. Por Deus, Annabeth era uma criança e fazia mais por eles, do que ela.
Mas ciúmes era meio irracional, não era? De qualquer forma, ela não ficava magoada com Thalia, só irritada consigo mesma por ser inútil. Queria ser mais corajosa, mais forte, mais decidida. Queria ser mais igual a Thalia. Ou Luke. Ou Annabeth. Até mesmo Grover. Talvez, Thalia a odiasse menos.
Menos, ela.
Antes que pudesse perceber, Annabeth tinha vindo em sua direção. Os cabelos crespos dela estavam amarrados em dois pompons dos lados da sua cabeça e apesar de embolados, ainda assim, ela parecia uma Princesinha quando se agachou na frente de Amanda e perguntou, séria:
-Por que você está chorando, Amanda?
Amanda percebeu que o rosto estava mesmo úmido e ela deu de ombros, o enxugando rapidamente.
-Nada. Annie, vem cá!
Annabeth não acreditou nela, mas mesmo assim, se sentou ao lado de Amanda, pondo a cabeça em seu braço, enquanto a Observava com aqueles olhos espertos e
Inteligentes.
-Como você não tem medo de enfrentar aqueles monstros? - Amanda perguntou, em uma dúvida genuína. - Você é tão forte e corajosa e só tem sete anos…
-Eu tenho medo. - Annabeth deu de ombros, de um jeitinho infantil e fofo, erguendo as mãos junto. - Eu só não quero que ninguém se machuque e não quero me machucar.
-Hmmm… - Amanda assentiu, olhando para o céu. - Entendi. Vou tentar ser mais igual a você quando eu crescer.
Annabeth franziu a testa e pendeu a cabeça de lado, sorrindo.
-Mas, Mandy! Você já cresceu!
Amanda riu e concordou, puxando Annabeth para um abraço apertado. E embora ela tenha reclamado que Amanda estava “babando” nela quando a mais velha lhe tascou um beijo, não saiu de dentro do abraço e ambas ficaram observando Thalia e Luke jogarem pedrinhas no lago, por vários minutos, enquanto conversavam com Grover.
Cerca de quatro horas depois, eles estavam andando em círculos. O grupo só percebeu isso quando Amanda notou a mesmíssima flor azul embaixo de uma mesmíssima árvore pela terceira vez. Grover quem estava os guiando por Nova Jersey, usando um “caminho de Sátiro” e quando Amanda pronunciou em voz alta o fato, ele começou a ficar vermelho e a mexer nos próprios chifres, entrando em pânico.
-Hey, Hey! Calma aí, Grover! - Luke pediu, segurando ambos os pulsos do garoto, negando com a cabeça. - Para com isso ou você vai se machucar de novo!
-Desculpe, eu só… - Grover soltou o ar e olhou ao redor, confuso. - Eu tinha certeza que era por esse caminho. Não faz sentido estarmos rodando em círculos e…
-Eu estou com sono! - Annabeth reclamou, de mãos dadas com Thalia, em voz alta. - A gente vai poder dormir quando?
Thalia e Luke trocaram um olhar e o menino deu de ombros, olhando ao redor também.
-Em breve, Annie. Eu vi uma mansão abandonada perto daqui. A gente pode passar a noite lá.
-E se tiver gente? - Thalia perguntou, em dúvida. - Já estamos bem perto, se o Grover não se perdeu mesmo.
-Não me perdi! - Grover afirmou, rapidamente. - Eu só…
-Tá, tá… - Thalia soltou o ar dos pulmões, parecendo cansada.
Se voltando para Amanda, ela a encarou e perguntou:
-O que acha? Quer descansar um pouco também?
Amanda assentiu. Seus pés estavam doloridos, ela estava suja e cansada, o corte no braço ardia e a pele começava a ficar vermelha. Ela também daria absolutamente tudo por uma mansão abandonada, um cochilo e pelo menos, água limpa onde pudesse tomar um banho e refrescar a pele queimada de sol
-A gente pode mesmo só… Ir, sabe? E se tiver alguém, a gente continua andando. O Grover põe a memória para funcionar e sei lá…
Grover ainda parecia uma mistura entre perdido e ofendido, mas assentiu. Então, todos começaram a seguir Luke de volta, em silêncio. Annabeth ainda choramingava sobre estar com sono e cansada quando eles, enfim, acharam a tal Mansão.
Era uma casa no meio do Mato, grande e alta. Algum excêntrico com toda a certeza tinha morado no local mas agora, estava claramente abandonada: Janelas quebradas, pintura descascando, a porta estava entreaberta e uma corrente de ar frio com cheiro de mofo fez Grover tossir, alarmado, assim que eles entraram.
-Hmmm…. Será que esse cheiro é só de mofo?
-Está sentindo cheiro de monstro, menino bode? - Thalia perguntou, como se farejasse o ar junto dele.
Grover hesitou, mas então, negou.
-Não, eu acho.
-Vem, vamos entrar! - Luke interrompeu, passando por entre o grupo.
A seguir, ele foi tateando pela parede e um enorme saguão apareceu na frente deles quando Luke ligou o interruptor. A sala era uma coisa meio horrenda… Os móveis pareciam jogados e quebrados e uma cama de pó bem grossa levantava dos pés deles quando o grupo andava. Com toda a certeza, ninguém morava lá havia, pelo menos, alguns anos.
Annabeth estava agarrada com Luke e olhava tudo com bastante atenção, enquanto Amanda se distraiu com o seu reflexo no espelho da sala.
Haviam olheiras profundas e permanentes em sua pele vermelha de sol, suja e cortada. Os cabelos eram um ninho de passarinho e as roupas dela estavam um trapo. Ela claramente havia perdido peso e o olhar…
Amanda sentia a tristeza dos seus olhos refletida em seu reflexo. Nunca esteve tão mal, fisicamente. E dava vontade de chorar porque, antes disso tudo acontecer, era uma garota vaidosa, gostava de se sentir bonita e se cuidar. E agora…
Ela nem se reconhecia mais no reflexo do espelho.
-Amanda!
Levando um susto, Amanda tirou os olhos do espelho e olhou ao redor, percebendo que estava sozinha na sala. No entanto, não foi apenas isso que a assustou: A voz que a chamou, claramente, tinha sido de sua mãe.
Seu coração disparou e ela se perguntou se era possível que Jade tivesse mudado de opinião e ido atrás dela, quando a voz de sua mãe soou novamente, vinda de algum lugar, nos fundos. Ela franziu a testa, sentindo que tinha algo errado, mas antes que pudesse sequer pensar o que era, Amanda se viu correndo para o final do corredor, torcendo para que fosse mesmo sua mãe.
No entanto, para o seu horror, não era.
Amanda entrou no primeiro local que viu - De onde a voz vinha - e se deparou com um gigante. Ou melhor: Com um ciclope. Não que ela tivesse conseguido identificar de cara a criatura, mas sabia que ele tinha um único olho e era fedorento, alto e repugnante.
Ela deu meia volta e correu, mas algo a acertou, com força, em sua nuca. E enquanto ela sentia a visão escurecer, Amanda teve certeza que aquele era o seu fim e lamentou não poder se despedir de quem estava sendo sua família nos últimos dias.
Quando acordou novamente, estava pendurada pelas mãos, presa de uma forma que não conseguia sair. Sua cabeça latejava e havia uma panela grande o suficiente sob seus pés para caber ela, Thalia, Grover e Luke. Todos estavam desmaiados, Thalia tinha um corte na testa e Luke tinha a sombra de um hematoma começando a se formar, bem feio em seu queixo. Sentindo o coração disparar, ela começou a tentar se soltar, mas a corda além de ser grossa, claramente, tinha sido amarrada com um nó cego. Será que tinha sido aquele enorme ciclope fedorento de um olho só? Amanda nem sabia que ciclopes conseguiam amarrar cordas.
Então, quando percebeu que não ia conseguir se livrar sozinha das cordas, Amanda avaliou. Estava próxima a Grover e Thalia. De alguma forma, se Thalia acordasse e conseguisse se livrar das cordas, ela sabia que a garota, muito provavelmente, se livraria ciclope também. Sendo assim, esticou o pé e começou a cutucar Thalia na altura dos joelhos, a chutando com um pouco de força.
Levou vários minutos, mas finalmente, Thalia começou a erguer a cabeça e olhar ao redor.
-O que…?
-Shh! - Amanda sussurrou, se inclinando para perto da menina, forçando as cordas no pulso. - O Ciclope, ele pegou a gente.
-Onde está a Annabeth?
-Não sei. Mas ouvi ele chamando ela há alguns minutos…
Thalia inspirou profundamente e assentiu, parecendo irritada e triste ao mesmo tempo. Talvez, estivesse se sentindo irritada por ter caído em uma armadilha e triste por não ter encontrado quem quer que estivesse chamando por ela, afinal, Amanda se sentia igual. A garota começou a forçar as cordas de novo e Thalia seguiu o exemplo dela, mas ambas tiveram que parar, cinco minutos depois, quando o som de passos pesados ecoou pelo recinto. E só naquele momento, Amanda percebeu que estavam em uma enorme cozinha de ciclopes.
-Finge que está dormindo! - Thalia sussurrou, urgente. - E fica quieta!
-Annabeth, querida? - O som de uma voz masculina e bastante agradável tomou conta do ambiente.
O ciclope realmente era alto e feio, com cerca de três metros. Gordo, ele tinha tufos de cabelo oleoso no alto da cabeça, penteados de lado, além de ter os dentes da frente faltando. E era velho. A voz que saía dele não combinava em absolutamente nada com ele. Era uma voz masculina normal, adulta, talvez que lembrava a Amanda o tom de um professor entediado.
-Annabeth, venha aqui! Estou te esperando!
Amanda fechou os olhos assim que percebeu que o gigante estava indo em direção a eles. Suava frio, seus braços estavam dormentes e o coração tão acelerado que ela sentia o órgão batendo na garganta. Ficar imóvel foi tão difícil quanto desatar os nós que prendiam seus pulsos e ela tentava engolir o ar, aos pouquinhos, para segurar a vontade de chorar.
De novo, se sentia inútil demais. O que adiantava descobrir que era uma semideusa se não podia fazer absolutamente nada para ajudar os amigos? Além disso, esperava que Annabeth estivesse bem longe de lá, mas sabia que ela não abandonaria nenhum deles, então…
Não foi surpresa alguma quando uma criança pulou bem no pé do ciclope, o esfaqueando repetidas vezes, com um grito de raiva. Amanda não aguentou mais fingir que estava dormindo e abriu os olhos, vendo o momento exato em que o Gigante tentou socar a menina. Gritando para avisá-la, ela viu Annabeth rolar para o lado no momento exato e correr na direção delas. O estrago que Annabeth fez no ciclope, fez com que ele não conseguisse correr atrás dela, de modo que deu tempo de Annabeth pular dentro da panela.
-Dessamarra a Thalia! - Amanda gritou, observando Annabeth assentir e correr para a menina ao seu lado.
Levou uns cinco segundos, mas Thalia conseguiu tirar as mãos das cordas e, pegando a espada que estava na cintura de Luke, ela pulou da panela. Amanda ficou completamente hipnotizada por ela: Thalia era cruel e furiosa como uma tempestade de verão e ela atacou o ciclope, sem dar muita chance para ele se defender. Estava enraivecida e não hesitava nem um segundo antes de atacar e, todas as pouquíssimas vezes que o ciclope havia acertado ela, Thalia mal tinha percebido e continuou lutando ferozmente. Amanda sentiu o rosto ficando vermelho quando Annabeth a cutucou e murmurou um “Me ajuda a acordar eles, Mandy!”, pois tinha se dado conta de que o incômodo que sentia toda vez que estava perto de Thalia, na verdade, era…
Uma admiração um pouco mais profunda. E que péssima hora para notar isso também. Seus sentimentos tinham um timming maravilhoso, é claro.
Se forçando a tirar os olhos da garota, Amanda pegou a faquinha que Annabeth lhe deu e começou a cortar as amarras que prendiam Luke, enquanto Annabeth cortava as que prendiam Grover. Os dois meninos caíram desmaiados no chão, enquanto Thalia dava um último grito e enfiava a espada no peito do ciclope. Assim como todos os outros monstros, esse se desfez em uma poeira grossa, evaporando a seguir.
-Todos estão bem? - Thalia foi até a enorme panela e encarou Amanda nos olhos. - Você está bem? Está sangrando!
-Você também! - Amanda desviou o olhar, enxugando o nariz, de onde sangue saia.
-Vamos, normalmente ciclopes andam em bando. - Thalia afirmou, se abaixando ao lado dos meninos. - De onde veio esse, deve ter muito mais!
Os dedos de Thalia brilharam e Amanda prendeu o fôlego quando percebeu que era pura eletricidade. A garota encostou os dedos na testa de Luke e Grover, fazendo o corpo deles revirar. Ambos acordaram de uma vez, no susto, arrepiados pela eletricidade.
-O que…?
-Mas…?
-Venham logo! - Thalia os interrompeu, ajudando Luke a erguer o corpo, mas ele ainda estava meio tonto e quase caiu. - Luke, temos que sair daqui!
-Cadê a Amanda? - Luke olhou ao redor, preocupado. - Annie?
-Estou aqui! - Annabeth exclamou, também ajudando Grover a se levantar, junto com Amanda.
Thalia suspirou e, finalmente, conseguiu se equilibrar com Luke, para que o grupo saísse da panela. Eles correram para fora do Covil do Ciclope, torcendo para não encontrarem absolutamente nenhum outro monstro pelo caminho e, por algumas horas, até o nascer do Sol, a sorte parecia estar ao favor deles. Tinham conseguido uma carona final até Long Island, onde o Acampamento Meio Sangue estava localizado e estavam há cerca de duas horas do destino final, mas nenhum deles contava com o rumo que aquela manhã trazia com eles.
Oiie, Meus Xuxus 💘
Eu sei, ainda é domingo, mas eu iniciei a faculdade e sei que amanhã de manhã não vou ter tempo de postar o capítulo e, como tô caindo de sono, decidi postar agora
Ah, e para quem leu os livros, perceberam a parte que eu adaptei?? Eu sempre quis ler algo contando detalhadamente como aconteceu isso com a Annabeth e tal e eu pensei: Okay, e se eu fizesse??
Aí fui lá e fiz!
O próximo capítulo é o último dessa parte aqui, com a Thalia ainda viva!
Depois dele, vamos pular uns 5 anos, até a chegada do Percy, e vamos abordar apenas os eventos importantes para Luke e Amanda, porque meu objetivo é chegar, enfim, à terceira parte, onde, de fato, se inicia nossa história!
Espero que vocês estejam curtindo, porque eu tô amando escrever eles! 😭❤️
Tô completamente apaixonada!
Até segunda que vem, meus amores!
Beijos 💋 💋
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