02. Conhecendo o grupo
-Será se ela morreu, Lia?
-Não. Ela está respirando.
-A Pressão deve ter caído. Não é?
-Não sei, não sou médica!
-Ela está acordando! Olha!
Amanda sentia a cabeça latejando dolorosamente em algum ponto, acima da nuca. Estava tonta e com a boca seca e por algum motivo, sentia frio. Ouvia vozes que ela não conhecia e uma delas - a masculina - mandou se afastarem dela, o que fez com que a garota se perguntassem quem eram aquelas pessoas e porque teriam que se afastar.
No entanto, apesar de ter tentado falar, Amanda ainda se sentia tonta, como se tivesse acordado de uma longa noite de um sono profundo e pesado. Há meses não dormia pesado dessa forma, mas…
Ao abrir os olhos, percebeu que não estava em sua cama.
O céu noturno estava acima dela e em seu campo de visão, tinha uma garota e um rapaz. E como se tivessem enfiado uma martelada em sua cabeça, todas as cenas anteriores ao seu desmaio vieram, de uma vez: A Fuga do cachorro de três cabeças, o encontro com aquele grupo, a sua mãe a expulsando de casa e falando coisas sem sentido…
Amanda sentia a boca seca e os olhos ardendo quando os dois jovens na sua frente a sentaram, com cuidado, trocando olhares significativos. Mais afastados, havia um outro menino e uma criança os observando, atentos.
-Amanda? - O Rapaz ao seu lado perguntou, enquanto ela esfregava a cabeça, gemendo de dor.
Havia um “galo” enorme em sua nuca, provavelmente, adquirido quando Amanda caiu, desmaiando. Não era a primeira vez que desmaiava assim, afinal, sua pressão naturalmente era baixa. Mas era a primeira vez que ninguém a segurava, aparentemente.
-Amanda, precisamos ir embora. - A garota falou, objetiva e prática. - E vamos embora com ou sem você, mas precisamos saber se você quer vir junto ou não.
Amanda sentia um bolo enorme em sua garganta e seus olhos ainda ardiam. Ela engoliu em seco e encarou o Palácio onde cresceu, sem conseguir acreditar em nada do que estava acontecendo: Sua mãe a descartou como se ela fosse um lixo ou uma mercadoria estragada e ainda teve coragem de falar que a amava muito? Fora que, segundo o que sua mãe disse, tinha acabado de descobrir que Enrico não era seu pai.
Mas também tinha ouvido que seu pai era um deus grego?! Será que ela tinha dito isso apenas para que fizesse com que Amanda perdesse a sanidade completamente? Mas isso poderia explicar o menino bode e o cachorro de três cabeças. Não tinha uma lenda grega sobre algo assim?
-Amanda! - Luke chamou novamente, a sacudindo, de leve e forçando um sorriso educado. - Olha, eu sei que você está em choque, mas de onde veio aquele Cão Infernal, vai vir muito mais se ficarmos parados aqui!
-Certo… - Amanda alternou o olhar entre os dois e decidiu erguer o corpo do chão.
Se sentia fraca, cansada, exausta. Nunca, em toda a sua vida, achou que seria expulsa de casa, que receberia um olhar tão odioso quanto o que sua própria mãe lançou a ela. Era doloroso demais e ela só queria ficar deitada alí no chão, desaparecer e morrer.
-Vem com a gente? - A Menina perguntou.
Amanda focou o olhar nela, pequena demais. Será que eles tinham família? Casa? Será que aquele grupo tinha alguém para quem retornar? Porque Amanda não tinha. Seu refúgio, a pessoa que ela mais amava no mundo a descartou como se ela fosse uma safra ruim de vinho.
-Ir… Para onde?
-Acampamento Meio-Sangue. - Grover, o rapaz com pernas de bode, respondeu. - É lá onde crianças igual vocês ficam.
-Igual a gente?
-Semideuses. - Thalia, a garota ao seu lado, empurrou suas costas, de leve. - Estavámos indo para lá quando o Cão Infernal começou a nos perseguir, mas acho que ele sentiu seu cheiro porque, do nada, mudou de rota.
Amanda assentiu, começando a andar. Qual outra opção tinha além de seguir aqueles malucos? Estava de madrugada, ela sentia medo e não sabia como sua mãe reagiria se ela voltasse para casa.
-Os monstros, eles sentem cheiro de semideuses e atacam, sabe? Você tem quantos anos? É um milagre que nunca tenha sofrido esses ataques antes! É o primeiro? - Luke perguntou, se embolando um pouco nas palavras.
-Ham.. É… Quer dizer, não. Eu já vi outras coisas estranhas e… Mas achei que era maluca!
-Não é. - Thalia afirmou.
O grupo começou a caminhar pela Vinícola e Amanda olhou por sobre o ombro várias vezes, de metros em metros, observando o Palácio ficar cada vez menor e sentindo o peito cada vez mais pesado e triste.
Algo em Amanda morreu naquela noite, com toda a certeza.
-Então… Esse acampamento. Ele fica longe? - Amanda perguntou, puxando assunto.
Thalia não respondeu, apenas começou a liderar o grupo, enquanto Annabeth dava a mão para Luke, que parou ao seu lado, enquanto andavam.
-Em Nova Iorque. O Grover vai nos levar até lá. Estamos viajando há meses, já. Sua perna…
Amanda olhou para baixo e, enfim, percebeu o corte em sua panturrilha. Não parecia ainda estar sangrando, mas doía. Ela deu de ombros e encarou Annabeth, franzindo a testa.
-Você tem quantos anos?
-Sete. - Annabeth respondeu, olhando para ela e sorrindo. - Você é bonita!
Amanda conseguiu dar um sorriso verdadeiro, enquanto andava, focando no chão na sua frente.
-Obrigada! Você é mais!
Annabeth também sorriu. Grover apareceu no campo de visão deles e soltou um enorme suspiro, enquanto mexia no que pareciam galhos em sua cabeça.
Não, eram chifres. Amanda percebeu isso minutos depois, quando eles, enfim, saíram da Vinícola e começaram a andar pela estrada, em silêncio.
-Então… - Thalia, que estava uns três passos na frente, olhou por sobre o ombro. - O que sabe sobre Mitologia grega, Mandy?
Amanda torceu o nariz para o apelido, mas passou os braços ao redor dos próprios braços, tentando se aquecer, antes de falar:
-Quase nada. Só o que aprendi na escola ou… Vi nos filmes.
-Primeira coisa que você tem que saber: mitologia grega é real. - Thalia afirmou, balançando a cabeça. - Monstros são tão reais quanto nós e… Aparentemente, eles não morrem. Eles podem ser mortos, mas não morrem.
-Que?! - Amanda perguntou, confusa.
-Quando matamos um monstro, eles vão para o Tártaro. Já ouviu falar? - Amanda acenou que sim com a cabeça, para Luke. Ele continuou. - Ótimo. Mas, eles podem sair do Tártaro e voltar a vida. Às vezes, leva horas. Às vezes, milênios. Mas aquele Cachorro que matamos? Ele está lá, se recompondo. Não é, Grover?
-Exatamente. - Grover assentiu, soltando um suspiro nervoso. - E bem… Sendo monstros reais, os deuses também são reais.
-O que sabe sobre os deuses? - Thalia perguntou.
Amanda levou alguns segundos para responder, vasculhando a mente à procura de novas informações. Mas deu de ombros.
-Eu lembro que existe Zeus, Hera, Hades…. Mas, hm… Os filmes da Disney, eles…
-Zeus, Hades e Poseidon são os três principais deuses. - Grover respondeu. - Mas existem outros: Afrodite, Atena, Hermes, Dionísio, Deméter. Bem, Amanda, a questão é… Espera… Do que eu estava falando mesmo?
Luke revirou os olhos e respondeu:
-Os deuses conseguem ter filhos com humanos, e eles são chamados de “semideuses” ou “Heróis”.
-Ah, é! - Grover exclamou, dando um pulinho. - E vocês exalam um cheiro muito particular conforme forem crescendo. É por isso que os monstros atacam: O Papel deles é garantir que vocês, semideuses, não cheguem à vida adulta. No Acampamento, vocês vão receber treinamento para conseguir lidar com isso! É o local mais seguro do mundo para vocês!
Amanda soltou um suspiro e assentiu, sentindo a cabeça rodar. Nem dez minutos de conversa e ela já queria sair correndo, gritando igual uma maluca.
-E eu sou filha de quem? - Amanda questionou, tomando coragem, apesar das lágrimas que ameaçavam cair. - Minha mãe disse “que meu pai era um deus”.
-Não fazemos ideia, Gatinha. - Thalia respondeu, a olhando por sobre o ombro. - Com sorte, ele reclama você quando chegarmos lá.
Grover assentiu, desviando o olhar para a estrada. Annabeth continuava calada, vindo de mãos dadas com Luke e a curiosidade de Amanda foi maior.
-Vocês sabem quem é o pai de vocês?
-Zeus. - Thalia respondeu, negando com a cabeça. Como se não gostasse muito dessa opção. - O Luke é filho de Hermes e a Annabeth a gente não faz ideia, mas pelo que sabemos, tem que ser uma deusa. Ela tem um pai humano.
-Ah… E você?
Grover percebeu que Amanda falava com ele e negou, dando de ombros, animado.
-Na verdade, eu sou um sátiro! Não somos filhos de deuses, nós somos só… Bem, de forma resumida: Somos os guias que levam crianças para o Acampamento e buscamos por Pan! O Deus da Natureza! Ele desapareceu há muito tempo e desde então, um grupo de exploradores vai atrás dele e o procura por todo o planeta, mas ainda não acharam! Eu vou ser o primeiro sátiro a achar! Isso, se meu tio Ferdinando não achar ele primeiro, é claro! Meu tio Ferdinando saiu há alguns meses e ele…
-Ela já entendeu, Grover. - Luke o interrompeu, gentilmente, fazendo Annabeth sorrir, amigavelmente. - Obrigado!
-Ah…
-Obrigada por explicar. - Amanda agradeceu, olhando para o céu. - Eu… Ainda estou tão confusa. E… Vamos andando até o Acampamento? Onde ele fica mesmo?
-Pedimos carona! - Annabeth explicou. - E é em Nova York!
-Quando conseguimos, é claro. - Luke completou. - Como a Thalia disse, estamos na estrada há meses e, bem… Agora temos o Grover para nos guiar, pelo menos! Ele tem sido incrível!
Amanda não sabia dizer com certeza, por causa da falta de claridade, mas podia jurar que o Sátiro corou.
Eles continuaram andando pela estrada e falando por mais, pelo menos, duas horas, até chegarem em uma beirada de floresta e Annabeth começar a chorar discretamente de cansaço.
Thalia e Luke montaram Acampamento com uma barraca que tiraram da mochila e deixaram Annabeth e Grover dormir primeiro. Amanda também deitou, mas ao invés de dormir de primeira, ela apenas ficou encarando o teto da minúscula barraca, imaginando o que seria de sua vida agora.
Quando enfim adormeceu, Amanda voltou a sonhar.
Estava amarrada na Vinícola dos seus pais, com pés e mãos atados por videiras, deitada no chão. O sol batia em sua pele ardida e ela olhava para os lados, como se procurasse por algo. Talvez, o cachorro de três cabeças? Ela ainda não sabia exatamente o que procurava, mas seu coração estava acelerado e seu corpo suava de ansiedade.
Então, ela viu, ao longe, um vulto preto se aproximando bem rapidamente. Cada vez que ela piscava, ele aparecia mais perto: 10, 20, 30 metros percorridos a cada piscada….
Ela começou a se debater, mas quanto mais tentava se livrar da videira, mais elas apertavam seus pulsos e tornozelos. Uma voz soou em seus ouvidos, grossa, horripilante:
“Há muito há ser feito ainda e eu tenho certeza que você pode e vai me ajudar, Amanda”
O susto foi tão grande que ela abriu os olhos e levou vários segundos para perceber que já estava de manhã. E que Thalia a encarava, sentada na entrada da barraca, com a testa franzida.
-Estava sonhando?
-Eu… - Amanda se sentou e esfregou o rosto, confirmando. - É, estava… Eu tenho muitos sonhos estranhos. Meu psicólogo disse que é porque tenho terror noturno e meu cérebro é hiperativo e não para nem quando está dormindo, então…
-Semideuses têm sonhos estranhos, mesmo. - Thalia negou com a cabeça, soltando o ar. - Todos nós temos. Sonhos nunca são só sonhos para a gente.
Amanda mordeu a pelinha da boca e concordou com a cabeça, mas ao mesmo tempo, sua curiosidade falou muito mais alto e ela apenas perguntou:
-Como sabe tanto sobre os semideuses?
-Estou fugindo de casa há anos, Luke também. - Thalia resumiu, como se isso explicasse tudo. - E o Grover tem ensinado bastante coisa sobre a gente. Vem, Mandy! Me ajuda a desarmar essa barraca!
Amanda revirou os olhos e, enquanto se levantava, reclamou:
-Apenas se você parar de me chamar de Mandy!
-Não gosta? - Thalia perguntou, começando a puxar um zíper.
Amanda negou, sentindo o sol bater em seu rosto. Luke e Annabeth estavam mais ao longe, treinando com espadas, enquanto Grover, que assistia os dois, sorriu e acenou para ela. Amanda acenou de volta, ouvindo Thalia responder:
-Que bom, Mandy! Vou continuar te chamando assim, então!
Amanda revirou os olhos e bufou, puxando a barraca junto com Thalia, no local que a garota indicava. O processo todo levou cerca de vinte minutos e Annabeth, Luke e Grover apareceram logo depois. A menina veio correndo para ela, esticando a mão, enquanto desejava um “Bom dia, Amanda!” e mostrava algo em sua palma.
Era uma florzinha amarela, dessas selvagens mesmo, o que fez Amanda sorrir.
-É para mim?
-Sim! - Annabeth concordou, com um sorriso. - Eu achei alí, no cantinho! O Luke disse que eu podia dar para você, se você quiser!
-Quero! - Amanda concordou, pegando a florzinha. - Muito obrigada, Annie! Posso te chamar assim, não posso?
-Claro que pode! - Annabeth concordou, observando Thalia e Luke se reunindo com Grover para conversar. - Eu gostei de você, sabia?
Amanda sorriu. Não tinha contato com crianças, mas achava Annabeth muito esperta e fofa, então, definitivamente gostava dela também. Muito embora, uma parte de si, sentia pena. Não era para que aquela criança estivesse andando por aí com mais dois- agora três adolescentes- e um sátiro.
Afinal, se seus pais eram deuses, porque eles não faziam nada para mudar aquilo? Nem mesmo uma carona eles podiam mandar? Amanda não queria entender como funcionava a cabeça de um deus, mas de qualquer forma, parecia muito injusto, considerando que eles era onipotentes e tudo mais.
Bem, a carona com certeza não veio de um deus, mas Luke, meia hora depois, acenou para um caminhão de mudanças na estrada e, depois de descobrir que eles estavam indo para o Texas, contou uma história triste sobre como tinham que ir visitar a avó morrendo de câncer ou algo assim e todos embarcaram na parte traseira da carroceria, dentro de um pequeno caminhão, em silêncio.
Amanda percebeu que eles ficavam bastante tempo em silêncio quando estavam juntos, principalmente, naquele dia. Até mesmo, Annabeth. E de novo, não pôde deixar de achar injusto. Ela era uma criança, não devia estar indo de estado em estado ou bolando planos para chegar mais rápido a um tal acampamento que também tinham outras crianças. Ela devia estar brincando, estudando, gastando energia sendo criança, vivendo sua infância como a própria Amanda viver.
Da mesma forma que Luke e Thalia deveriam estar na escola, namorando, saindo, fazendo amizades...
E Amanda deveria estar em casa, correndo pelos corredores da Vinícola, fingindo ser uma Princesa, esperando sua mãe e seu pai darem atenção a ela. Apesar de tudo, era uma boa vida e ela não queria ter precisado trocar. Sentiria falta de quem achou ser seu pai, de sua mãe, de sua irmã mais velha, sentiria falta de sua própria vida e de quem era. De repente, se deu conta, havia perdido absolutamente tudo que conhecia e amava.
E antes que pudesse perceber, Amanda estava chorando novamente. Mas como o grupo tinha dormido, ela apenas continuou chorando, baixinho, sentada no chão, com o rosto enfiado entre os joelhos.
Ou ao menos, ela achava que todos tinham dormido. Mas para sua surpresa, alguém se sentou do seu lado e pôs, gentilmente, a mão sobre seu ombro, em um gesto de conforto.
Ao olhar para o lado, tentando segurar as lágrimas, Amanda percebeu que Luke a olhava, preocupado.
-Ah… Oi! - Amanda enxugou os olhos, de repente, ficando ciente de que ainda vestia o mesmo pijama do dia anterior, com o robe por cima- Eu…
-Você está bem? - Luke perguntou, soltando o ombro dela. - Quer dizer… Pergunta idiota, eu sei. Você não está.
-Não, eu estou, sim! É só…Caiu um cisco, sabe?
-Amanda, você foi expulsa de casa da forma mais idiota que eu já vi alguém fazendo. - Luke a interrompeu, sério, negando com a cabeça. - Descobriu que seu pai não é seu pai e ainda está tendo que lidar com o fato de que você não é louca mentalmente, mas sim, que deuses e mitologia existem. Acredite em mim: Tentar se convencer que não está bem, não vai ajudar. Além disso, não tem nada de errado em chorar um pouquinho!
Amanda desabou de novo e continuou chorando, abraçada com os joelhos, enquanto dava de ombros. Luke não tinha mentido, é claro. Mas pondo dessa forma… Bem, não tinha realmente porque fingir estar bem, já que ela não estava.
Luke ficou ao seu lado, observando Amanda chorar até o momento em que ela se acalmou e ergueu o rosto para ele, falando:
-Isso não é justo! Nada disso é…
-É… Não é mesmo. - Luke concordou, dando de ombros. - Mas aparentemente, nunca é justo.
-A Annabeth é uma criança, Luke. - Amanda reclamou, olhando para a menina, que dormia abraçada com Thalia, alguns metros à sua esquerda. - Eu devo supor que ela não estava com vocês antes, não é?
-Não. Achamos ela perdida atrás de uma lixeira. A Annabeth tentou atacar a gente, mas desde então, estamos juntos. Que nem você. Agora você é parte do grupo. - Luke sorriu por uns segundos. - Mas não, Amanda. Os deuses não são justos. Nunca foram.
-E devemos aceitar isso?! - Amanda reclamou, enxugando os olhos. - Eu devo aceitar que minha vida inteira foi uma mentira? Que fui expulsa porque sou um problema por ser filha de um deles?! Eu não pedi para nascer… Se eles não querem ter responsabilidades como pais, porque têm filhos? Isso é egoista demais!
Luke sorriu,como se concordasse com ela, mas só deu de ombros e encarou o chão, ficando em silêncio a seguir. Logo depois, ele soltou o ar e voltou a olhar para a Amanda, parecendo bem mais velho do que apenas seus catorze anos - Amanda tinha descoberto algumas horas atrás que era seis meses mais velha que ele.
-Só… Vai dormir um pouco. Eu fico de guarda.
-Não, tudo bem. - Amanda deu de ombros e acenou para ele. - Não vou conseguir dormir, então… Pode ir na frente.
-Mesmo? - Luke perguntou em dúvida.
As olheiras roxas embaixo dos seus olhos não mentiram sobre o cansaço dele. Mesmo assim, ela sabia que se quisesse dormir, ele tomaria conta do grupo como fez de madrugada.
-Mesmo. - Amanda insistiu, engolindo em seco. - Vai descansar logo!
Era parte de um grupo agora e, considerando que ela tinha dormido bem durante a manhã, Amanda deixou Luke se deitar no chão, ao lado de Grover e adormecer a ponto de roncar alto. Isso deixou o Sátiro tão irritado que ele acordou Luke com um coice e os dois acabaram brigando por cinco minutos inteiros, mas assim que Thalia acordou e gritou com os dois sob o som das risadas baixas e contidas de Amanda, reclamando que eles acordaria Annabeth, Luke e Grover pararam de brigar e meio que ficaram dormindo, lado a lado, abraçados - Apesar dos roncos de Luke.
Tinha experiências nessa vida, Amanda refletiu, enquanto observava o grupo inteiro dormindo, que você não consegue passar sem criar um laço com alguém, independentemente de tempo. E aparentemente, fugir de um cão de três cabeças e cruzar o país atrás de um Acampamento para gente estranha tal qual como ela e eles, era uma dessas experiências, sabe?
Não importava para ela que havia menos de 24 horas que conhecia eles. Amanda sentia que se fosse preciso, daria a própria vida por aquele grupo, como sabia que eles dariam a vida por ela.
Oiie, Meus Xuxus! ❤️😭
Finalmente, voltei com o segundo capítulo! E eu sei, ele é curtinho e não tem nada demais, mas ele finaliza o dia que Amanda conheceu o grupo e se afeiçoou a eles. Nós próximos dois, já vão ter se passado algumas semanas, tudo bem?
Aliás, eu fico MUITO feliz que vocês começaram a acompanhar essa fanfic aqui, também! Eu tô muito empolgada e apaixonada pela história da Amanda e do Luke e louquinha para vocês saberem mais deles, hein!
Obrigada pelo apoio! Vocês são incríveis!
Espero que vocês tenham gostado desse capítulo! O próximo está maravilhoso!
Até lá!
💋💋
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