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Capítulo 24: Aberração

O festival acabou em clima de felicidade. Ketlyn juntava sozinha todos os cartazes com sua foto e jogava no lixo, enquanto suas amigas iam embora. Nicolas me acompanhou até em casa, mas antes de chegarmos, parei de andar e olhei para ele.

— Nicolas. Então, preciso te dizer algo. — Começo falando e ele me olha confuso. — Eu gostava de você quando éramos mais novos. Você é uma pessoa incrível e do bem, é simpático e gentil, só que eu... não posso mais continuar isso.

— Você tá terminando comigo? — Ele pergunta sério, e eu concordo com a cabeça.

— Desculpa, é só... eu gosto de você, mas eu não estou apaixonada. Não quero te enganar nem enganar aos meus sentimentos. Então prefiro que isso acabe aqui, agora, a se estender futuramente.

— Nossa. — Ele parecia meio chocado, então olha para qualquer lugar que não seja para mim. — Só perguntando. Eu te fiz alguma coisa?

— Não. Você não fez. Quem fez foi eu, de ter deixado isso se tornar algo mais sério. — Admito com sinceridade, vendo seu olhar incrédulo.

— Se é isso o que você quer... então tudo bem. Não posso te forçar a nada, apenas desejar que você seja feliz. — Ele diz, por fim, e sorri para mim. — Um último abraço?

Concordo com a cabeça e me aproximo dele, o abraçando por alguns segundos. Depois, ele apenas vai embora em silêncio, e finalmente tiro aquele peso dos meus ombros. Eu estava aliviada, mas sabia que Nicolas ia entender e ficar bem.

Assim que entrei em casa, vi minha mãe na cozinha preparando o almoço. Eu voltei um pouco mais cedo da escola, então, a este horário ela ainda estava em casa.

— Oi filha! Cadê o Samuel? Como foi o festival? — Ela pergunta empolgada.

Jogo minha mochila no sofá e ando até a cozinha, me apoiando na bancada enquanto a via cozinhar.

— Eu vim com o Nicolas. O festival foi legal. Samuel cantou para a Eduarda e eles se beijaram.

— Ah, por que não chamou o Nicolas para entrar e almoçar conosco? E desde quando o Samuel canta? — Ela questiona confusa e eu sorrio.

— Sei lá. Só sei que foi fofo. — Dou de ombros. — Nicolas e eu terminamos.

Helena para imediatamente de preparar a comida e me olha. Acho que ela esperava que eu estivesse triste e chorando, então, se aproxima com um olhar preocupado.

— O que aconteceu? Vocês brigaram?

— Não. Eu só não... eu não gostava dele o suficiente para continuar algo mais sério, sabe? Então preferi terminar. — Explico, vendo ela me observar atentamente.

— Se você acha que foi o melhor, então fez certo. — Diz, certamente orgulhosa, e volta a mexer nas panelas do fogão. — Aproveitando que está aqui a toa, corte as cenouras e as batatas.

— Eu tô indo para o meu quarto. — Digo tentando sair de fininho, mas Helena me jogou uma bacia com cenouras e batatas e um descascador. — Odeio descascar!

— Assim a comida fica pronta mais rápido.

Reviro os olhos e começo a descascar os legumes, vendo minha mãe aumentar o volume da TV com o controle que estava perto da bancada.

"Há duas semanas Três Luas presencia uma onda de assaltos. O assaltante já fez nove vítimas, vamos falar com uma delas (...)"

— "Estava de noite quando eu tava voltando para casa do trabalho, né. Aí eu fui passar pela ponte e um garoto com um capuz na cabeça e uma bicicleta passou e apontou uma arma para mim, mandando eu entregar minha bolsa senão ele ia me matar. Aí eu dei, porque tava com medo de morrer (...)"

Nossa! O que essa cidade está se tornando? — Minha mãe diz chocada. — Assaltos, vê se pode. Aqui nunca foi perigoso.

— É, estranho mesmo. — Digo desconfiada e termino de descascar os legumes, entregando à minha mãe e indo para meu quarto.

Mais a tarde Denis foi me visitar. Contei a ele sobre minhas novas descobertas e o vi comemorar quando disse que terminei com Nicolas. Assistimos a alguns filmes e jogamos conversa fora, enquanto eu deixava ele pintar a minha unha de roxo.

Na hora de dormir, senti como se tivesse voltado no tempo de novo.

• • •

Eu estava em frente a um enorme espelho decorado. Meu cabelo era bem maior e estava penteado e decorado com alguns laços. Eu usava um vestido longo e branco de mangas cumpridos, com uma saia levemente rodada e luvas tampando minhas duas mãos.

— Você está linda! — Estefânia diz me admirando de longe. — Aposto que o noivo vai ficar todo feliz.

— Estou nervosa, Estefânia. — Admito olhando para meu próprio reflexo, então Estefânia se aproxima e coloca em mim um colar de pérolas.

— Por quê? Este é o dia que você mais esperou.

— Sim, você tem razão.

Saímos daquela casa e Estefânia segurou a calda do vestido para que não se arrastasse no chão enquanto passávamos pela estrada de terra e subimos na carruagem que nos esperava.

A viagem foi curta. Chegamos em um pequeno sítio isolado da cidade e entramos pelos fundos. Os convidados estavam todos dentro da capela, e Estefânia entrou primeiro apenas para acompanhar a cerimônia.

As portas se abriram.

Uma senhora me entregou um buquê antes de eu entrar, então, caminhei pelo corredor lentamente enquanto uma música suave tocava por um dos violinistas que estavam presentes.

Olhei para os lados e vi alguns dos convidados, os quais reconheci imediatamente. Estefânia, Sebastião, Francisca e Domenica. Domenica era Vitória? Ela parecia diferente e estava acompanhada de um homem, o qual supus ser o seu avô, um dos líderes da cidade.

Tentei ignorar aquele fato quando finalmente cheguei no final e fui recebida por Manuel. Ele estava com um sorriso deslumbrante no rosto e usava um terno branco com uma flor azul no bolso. Manuel me recebeu com um beijo nas mãos, então, o padre iniciou a cerimônia.

• • •

Ouço o despertador tocar e levanto no susto. Eu queria ter visto como foi o casamento de Amália e Manuel, mas quando me dei conta, já estava de manhã. De uma coisa eu sabia, eles se casaram. Não é algo que eu tenha visto, mas é algo que no fundo eu tenha tido certeza.

Na escola, me sento ao lado de Ketlyn, que estava silenciosa demais desde que eu cheguei. Estava sentindo uma sensação estranha. Luísa estava sentada com Eduarda onde costumávamos sentar, e Pedro lá na frente sozinho, enquanto Samuel estava no fundo jogando no celular.

Burro.

O sinal do intervalo tocou e todos correram para fora. Procurei Ketlyn, que havia saído às pressas e sumido da minha visão. Tinha algo de errado acontecendo, então, tudo se tornou claro quando vi duas figuras familiares passando pela porta, com o olhar furioso.

— Luísa Medeiros da Silva! Vamos embora deste lugar agora mesmo! — Paula, sua mãe, a puxou pelo braço enquanto andava para fora, mas o Samuel entrou na frente e impediu.

— Espera. O que aconteceu? Vocês não podem levar ela assim!

— Escuta aqui, Samuel. Eu adoro seus pais e admiro a família de vocês, só que com a minha filha eu decido, entendeu? — Diz Paula com raiva, mas ainda estava tudo confuso. — Não criamos a Luísa para ser uma aberração! Mulher não pode ficar com mulher!

— Ah, é isso. — Luísa diz como se fosse óbvio, tentando se soltar das mãos da mãe. — Me deixa!

— Tia Paula, deixa ela. Ela não fez nada de errado! — Me aproximo nervosa, vendo Luísa naquele estado. — A culpa é minha.

— Não, Mariana. Eu deveria ter me assumido antes e uma hora isso ia acontecer. — Luísa diz chorando. — Eu gosto de mulheres. Eu beijo mulheres e não me arrependo disso, e sabe mais? Eu sou louca por uma que gosta de mim de verdade!

O refeitório estava todo em silêncio e todos tinham se juntado para ver o que estava acontecendo. Paula, após o comentário de Luísa, dá um tapa forte no seu rosto. A Tang se aproxima e manda todos voltarem para sala, e então, vejo Ketlyn de longe olhando vitoriosa.

— POR QUE VOCÊS NÃO ME DEIXAM SER O QUE SOU?

— PORQUE ISSO É UMA VERGONHA! É PECADO! DEUS ABOMINA CASAIS HOMOSSEXUAIS E EU NÃO VOU DEIXAR VOCÊ COMETER ESSE PECADO! — O pai de Luísa grita mais alto que ela.

— DEUS ABOMINA PESSOAS COMO VOCÊS! O QUE HÁ DE ERRADO EM AMAR?

— HÁ TUDO DE ERRADO CAINDO NAS MENTIRAS QUE O MUNDO TE DÁ! ISSO É ERRADO E PONTO FINAL. NÃO VOU DEIXAR VOCÊ NESSA ESCOLA DEPOIS DE TER LIDO TODO AQUELE ROMANCEZINHO ERÓTICO QUE VOCÊ ESCREVEU, COM UMA PROFESSORA! — Paula grita, então Luísa arregala os olhos em choque.

Eduarda, Samuel, Pedro e eu ainda estávamos no refeitório observando toda aquela cena. Não havia muito o que ser feito, então, Paula apenas levou Luísa para fora sem falar mais nada.

— Que inferno! Que inferno! — Reclamo comigo mesma, me sentindo mais culpada ainda.

— Não foi sua culpa. — Pedro diz se aproximando, mas eu me afasto.

— Foi! Claro que foi! — Respondo nervosa, sentindo as lágrimas descerem depois de tudo o que eu presenciei. — Agora sabe-se lá o que eles vão fazer com ela!

— Olha, vamos falar com a nossa mãe para ver se ela consegue conversar com a tia Paula. — Diz Samuel visivelmente atordoado. — Não vai acontecer nada com a Luísa.

— Não mesmo, porque se os pais dela tocarem nela só porque ela é lésbica, eu mesma vou quebrar a cara daqueles filhos da... — Eduarda começa a falar com raiva, mas Tang a interrompe.

— TODOS PARA A SALA! AGORA!

Andamos de volta para a sala, mas eu ainda estava com raiva de tudo o que havia acontecido. Ketlyn. Foi ela quem armou aquilo tudo apenas pelo o que fiz ontem.

Mas quer saber? Se ela quer brincar, vamos brincar!

• • •

Quando caiu a noite, avisei minha mãe que ia na pracinha com Denis, mas ao invés disso, fui andar sozinha até a casa de Vitória. Ela precisava saber o que estava acontecendo e eu precisava que ela me ajudasse.

— VITÓRIA! — Gritei no portão e bati palma, então vi ela abrir o portão e olhar para fora.

— Oi, Mari. — Ela diz com um sorriso de lado e me convida para entrar. — Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu. Com a Luísa. — O sorriso de Vitória se desfaz e ela me olha preocupada.

— Entra.

Caminho para dentro da sua casa e vejo um gatinho vir até mim e se esfregar na minha perna. Me abaixo e dou carinho para ele, logo depois indo até a sala e me sentando no sofá, vendo Vitória se sentar na minha frente.

Após contar tudo o que aconteceu, Vitória parecia pensativa.

— É por isso que ela não respondeu nenhuma mensagem minha. Achei que ela estivesse ocupada ou algo do tipo mas... — Vitória parecia atordoada, sem conseguir terminar de falar.

— Eu vou resolver isso. Não sei como, mas eu vou, e preciso da sua ajuda para isso!

— Eu faço tudo o que foi preciso para tirar a Luísa daquele lugar. — Vitória diz determinada. — Não tem ninguém da família dela que possa aceitá-la?

— Os avós. Sim, eles moram no outro bairro, uns quinze minutos daqui de ônibus. — Me recordo, tentando lembrar o endereço. — Eles não falam com a tia Paula desde que ela entrou para a igreja, até porque eles são espíritas. Então a própria tia Paula se afastou, depois de tentar várias vezes "converter" eles. Mas eles mandaram ela tomar naquele lugar, e então ela não deixou mais eles verem a Luísa.

— Nojentos!

— Talvez eles possam ajudar... pelo menos até a Luísa se resolver com os pais. Eles são da Igreja da minha mãe, então Samuel e eu pedimos para ela conversar com a tia Paula sobre isso. — Explico. — Minha mãe não é muito concordante com essas coisas, mas ela também não quer ver ninguém infeliz. Ela disse que acha errado, mas que cada um faz o que acha melhor para a própria vida.

— Me dê o endereço dos avós dela. Eu vou tentar falar com eles e você me avisa tudo, okay? — Ela pede e eu confirmo.

Anoto o endereço em um papel e saio da casa da Vitória, caminhando lentamente pelas ruas de Três Luas. Eu adorava tomar esse banho de lua, era como se minhas energias tivessem renovadas e eu ficasse mais forte.

Viro algumas ruas e, ao passar pela de Pedro, o vejo sair de bicicleta novamente. Lembro-me de tê-lo visto da mesma forma quando fui para a festa com Ketlyn, e Pedro estava exatamente do mesmo jeito. Aonde ele ia a essa hora?

De repente, me recordo do noticiário de hoje cedo. Assaltos em Três Luas, jovem de bicicleta... não! Me recuso que seja Pedro.

Mas eu só ia descobrir seu segredinho se eu o seguisse.

Então, eu o segui para ver até onde isso ia dar.

Continua...

Pedro ladrão

Roubou meu coração

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