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Capítulo 8: Erik


Durante todo o dia de ontem, eu pensei se valeria a pena ficar e vir hoje. Eu não sei até que ponto isso é benéfico. Para mim e para ela. Eu aprendi a viver sem ela. Aprendi a viver com o seu sumiço. Também aprendi a viver com a mágoa que até hoje eu não sei se tenho o direito de sentir.

Quando estou prestes a perguntar se realmente vamos a uma cachoeira, a paisagem aparece para nós e é de tirar o fôlego. Uma cascata de quase 100 metros cai formando um lago quase cristalino. Uma paz indescritível toma conta de mim e eu sinto que estamos naquela época, em nossos verões quando nossa maior preocupação era fingir que não nos queríamos. Quando foi que tudo começou a ficar pesado?
-Jesus… - eu digo.
-De tirar o fôlego, não?
-Sim. Como as pessoas não conhecem aqui?
-Não faço ideia. Eu brinco que há um acordo mútuo entre os moradores da cidade para deixar aqui em segredo. Não é nessa que trazemos nossos hóspedes. Essa é um segredo.
-Não vou contar, prometo!
Ela sorri, nós descemos dos cavalos.
- Não precisamos amarrar os cavalos. Eles não fogem.

Mais uma vez eu percebo que Flora não mudou. Ela odiava amarrar nossos cavalos quando saíamos para passear.
Ela acaricia os dois, pega um tecido dentro de sua mochila e coloca embaixo de uma árvore. Eu observo tudo e só quando ela se senta e me olha, percebo que ela está esperando por mim. Caralho, estou nervoso. Eu me sento ao lado dela.

Ela encosta as costas na árvore e eu faço o mesmo. Nenhum dos dois com coragem para começar a falar.
-Flora, eu refleti essa noite e se você não quiser falar sobre o passado comigo, se for te fazer mal. Tudo bem. Nós podemos apenas conversar como se não nos conhecêssemos.

Ela demora tanto para me responder que eu acho que ela não me ouviu.

-Faz tanto tempo que falei sobre o passado que eu nem sei mais por onde começar. Tenho tanta coisa enterrada. Não falar não é um caminho, a gente passou por muita coisa, não podemos ignorar. Eu apenas não sei o que falar.
-Me fala algo, qualquer coisa, não importa se faz sentido ou não.
-Eu acho que meus pais me odeiam, onde quer que estejam. Eles morreram por mim e eu deixei toda a história deles para trás. Eu abandonei as pessoas que eles mais amavam.  
-Seus pais não te odeiam, Flora. Tenho certeza que eles estão orgulhosos que você recomeçou.

Ela está com as mãos cruzadas em sua coxa, sem pensar eu seguro uma mão dela e acaricio com meu polegar.
-E eles não morreram por sua causa. Eles morreram porque pessoas ruins existem e essas pessoas os mataram.  Posso perguntar uma coisa sobre isso?
-Sim!
-Você se lembrou de mais alguma coisa?
-Não. Eu também não me esforcei para isso. Eu te disse uma vez, não sou como nas histórias. Eu sou fraca, Erik!
-Não, Flora, você não é. Você se curou sozinha. Isso não é ser fraca.

Ela suspirou e tentou disfarçar uma lágrima. Eu apertei sua mão de leve.

-Hey… você se esqueceu? Você nunca precisa esconder o choro de mim.
-E você, Erik?
-Eu?
-Você me odeia?

Eu não esperava por essa pergunta.
Eu não odeio, Flora, mas… Eu odeio suas escolhas. Eu também… odeio as minhas.

-Eu odeio que não estava com vocês naquela festa. Eu estava exausto, mas eu estava pronto para sair. Eu já tinha vestido a porra do terno, mas eu escolhi mandar uma mensagem te pedindo desculpas e dizendo que eu precisava dormir. Caralho, vocês estavam passando pelo inferno e eu estava em minha cama. Talvez se eu estivesse com vocês…
-Pare! - ela diz e me olha. - Talvez se você tivesse ido, você tinha morrido também. Talvez se você tivesse ido, todos nós estaríamos mortos. Talvez se você tivesse ido, eles teriam dado um jeito de pegar seus pais. Tudo poderia ter acontecido, ok, para o bem também, mas a mesma coisa para o mal. Não se torture. Eu nunca culpei você.
-Eu… eu sempre achei que era por isso que você tinha me excluído.
-Ah, inferno, não!

Ela diz isso com tanta urgência que eu me assusto. Ela se levanta e começa a andar.
-Não acredito que todos esses anos você tem isso aí dentro! - ela diz com os olhos cheios. - Você se culpa pela morte dos meus pais? Pela nossa perda? Você acha que eu te culparia?

Eu levanto também.

-Eu não tinha o que pensar. Você me excluiu.
-Porque eu não queria ser um fardo! - Ela diz nervosa. - E nem caridade. Eu não queria você preso a mim porque eu tinha vivido uma tragédia. Porque nós tínhamos vivido uma tragédia! Você já não me amava, você já ia se casar apenas por obrigação!
-Eu tinha te pedido antes! Você sabe! - Eu tento não me alterar também, nós nunca falamos disso.
-E eu não tinha aceitado, o combinado era a gente esperar mais uns anos. Você que propôs de novo porq…
-É óbvio que eu insisti, porra! - eu explodo. - Você estava grávida! Eu não ia criar uma família disfuncional. Eu sou um homem decente, eu queria, inferno, eu quero, ver meus filhos crescerem dentro da minha casa. Eu quero amar meus filhos. Eu não sou um desses homens que enfia o pau em alguém e foge se isso tem consequências.

A expressão em seu rosto faz com que eu me arrependa de imediato da forma que falei.
-Flora, desculpe. Não queria falar assim, mas eu estou nervoso aqui também.

Ela respira fundo e cruza os braços.

-Estamos. É por isso que eu quis conversar aqui. Mas você percebe que acabou de provar meu ponto, certo? Eu perdi o bebê e você continuaria comigo porque eu estava sozinha e traumatizada.

Eu devia berrar na cara dela que eu ficaria com ela porque a amava. Eu devia dizer que a outra culpa que carrego é nunca ter dito isso. Mas pra que? Ela dizer de volta que mesmo assim teria ido embora porque não me amava? Que isso não teria mudado.

-Então você decidiu por mim… - eu digo. - Você precisava excluir todo mundo? Estou sendo sincero aqui. Eu nunca vou imaginar o que você passou e o que você sentiu. Sei que é paradoxal porque é notável que eu tenho raiva por ser excluído, mas ao mesmo tempo, tenho consciência que só você sabe o que passou.
-Eu achei que deixar a empresa para vocês e a casa para Charlene… achei que isso amenizaria tudo.
-Basicamente você achou que todos nós estávamos à venda.
-Acho que sim. Desculpe.

Eu me surpreendo com sua afirmativa. Solto um suspiro exasperado e volto a sentar. Eu baixo a cabeça e seguro as têmporas. Repito a mim mesmo que ela é a maior vítima, que posso sentir, mas não ser egoísta a ponto de esquecer. Percebo que ela se senta ao meu lado de novo.

-Charlene tem uma filhinha de três anos.
-Jura?
-Sim, ela é uma mãe solo. Mas não se preocupe, não foi um cara escroto. Ela apenas quis ser mãe e não tinha nenhum namorado ou marido. Ela sente sua falta.  Ela nunca me disse, mas acho que tinha esperança de você voltar. Eu sei que vocês tiveram uma despedida, mas…

Não termino de dizer e ela entende.
-Você vai contar a ela que estou aqui?
-Você é quem me diz, Flora.
-Eu não tenho direito de te pedir nada. Estou me sentindo uma pessoa má.

Ela não é má. De fato, ela tentou deixar todos amparados financeiramente - embora nenhum de nós precisássemos.  Mas, por exemplo, ela deu tanto dinheiro aos empregados que tenho certeza que eles poderiam ter ficado muito tempo sem trabalhar. Entretanto, eu não interrompo seu discurso.

-Eu saí para lamber minhas feridas, mas deixei todos feridos atrás de mim.
-Sim, estávamos feridos, mas nós também não fomos atrás de você. E, Flora, você sabe que teria sido fácil te achar. Você só partiu.

Essa noite, me questionei se isso não era seu subconsciente querendo que fôssemos atrás dela. Nós devíamos?

-Na época… - ela diz. - Na época eu não vi outra solução. Mesmo no tempo em que eu estive na Charlene resolvendo toda a parte burocrática. Eu juro, eu não vi outra maneira de resolver isso.
-Sobre isso…
-Sim?
-Por que você não quis mais me ver? Mesmo o tempo antes de você partir. Você ficou uns dias em hotel, outros com ela. Eu tentei exaustivamente falar com você. Eu infernizei até o seu advogado.
-Você era o único com poder para me fazer ficar.
-Eu sei que ninguém sofreu como você nessa história, Flora, mas eu também estava sofrendo. Eu sofri por seus pais, eu sofri vendo os meus pais sofrerem, sofri por você e sofri por nosso bebê. Eu amava nosso bebê.

Eu não escondi as minhas próprias lágrimas e dessa vez ela não escondeu as dela. Então, para minha surpresa, ela se move para a minha frente. Ela fica de joelhos e segura meu rosto em suas mãos.

-Eu amo as pessoas daqui… - Diz baixinho - Sou grata a Rosa. Eu me divirto com Vicente e Charles que são dois atrapalhados. Zoé virou uma amiga e mesmo eu não sendo amiga de Alane, eu a admiro. Margarida e Violeta são minha família. Eu amo trabalhar na pousada e descobri que levo jeito pra coisa.

Aí está, o que eu não queria ouvir. Saber que enquanto a gente não virou a página, eu não virei a página, ela sim. Não quero mais ouvir, porém ela continua:

-Mas há muito tempo, mesmo antes de você aparecer aqui que eu sei que fiz tudo errado. Eu faria tudo diferente, Erik. Ainda teria ido embora, mas todos vocês estariam em minha vida. - Ela soluça. - Não me vejo fora daqui mais, mas eu consigo imaginar como seria vocês fazendo parte disso, me visitando, a gente se falando. Talvez a gente ainda passasse os verões juntos e eu seria a madrinha da filha de Charlene… Você pode me perdoar?

Nós dois somos uma bagunça de choro e antes de responder, eu fecho os olhos para sentir seu toque. Quando abro, encontro os dela aflitos e ansiosos. Eu também a toco, eu toco seu rosto. Depois de quase oito anos, eu sinto sua pele em meus dedos novamente. Eu respiro fundo. Sinto seu cheiro. Vejo suas cores. Então, percebo… nada disso é novidade para mim, não porque eu a conheço minha vida inteira, mas porque mesmo distante, eu a via todos os dias.

-Suas sardas ainda são lindas e você ainda cheira a baunilha.

Ela sorri e eu a puxo para mim, eu faço com que ela sente em meu colo, suas pernas cruzando minha cintura e foda-se que eu sei que isso não é uma reconciliação como casal, mas eu preciso dela perto de mim.

-Só se você me perdoar.
-Eu já disse, você não teve culpa…
-Não por isso.
-Pelo que?
-Por não ter vindo te buscar!
-Você só fez o que eu pedi.
-Não tenho coragem para dizer que não é bem assim.
-Eu preciso ouvir, Erik. Você me perdoa?
-Eu perdoo você.

Ela sorri em meio ao choro.

-Eu posso te pedir três coisas?
-Eu só não posso te dar Marte.

Ela sorri.

-Pode ficar mais? Na pousada.
-Eu posso ficar por mais duas semanas. Meu médico tinha me dado trinta dias, de qualquer forma.

Ela não diz nada, mas eu sei que ela está pensando que eu sou o patrão e que eu poderia me afastar mais que isso e resolver coisas online.

-O que mais você precisa de mim? - pergunto.
-Você pode passar um tempo comigo enquanto estiver?
-Eu posso. O que você vai dizer a todos?
-Vou dizer que nos aproximamos. Eu não quero falar com eles sobre o passado.
-Certo.
-E a terceira coisa?

Ela suspira.

-Sei que já estou aqui em cima de você, mas você pode me abraçar? - E aí, ela desmorona de novo. - Eu sinto tanta saudade. Eu sinto tanto sua falta Erik.

Eu também desmorono. E subo minhas mãos para sua cintura trazendo-a até mim. Eu a abraço com tanta força. Jesus, eu não acredito que estou aqui. Com ela! Com minha Ana Flora.

-Eu também sinto sua falta, Flor. Eu sinto que minha história estava interrompida e agora alguém está escrevendo de novo.

Ela se aconchega em mim.

-É minha vez de te pedir algo.

Ela se afasta do meu ombro e me olha.

-O que?

Eu passo meu dedo em seu rosto, eu sorrio porque não acredito que ela está aqui comigo.

-Deixa eu te beijar?
-Você nunca precisou pedir, isso não mudou!

Então, eu colo nossos lábios e depois de malditos sete anos, eu me sinto vivo.

Uma noite quente, quase oito anos atrás

Flora: Preciso que você venha até aqui!
Erik: Me dê quarenta minutos!

Eu estou assistindo a um jogo importante do Santos, mas a última vez que Flora me mandou uma mensagem dessa, nós acabamos transando no chão de sua sala.
Então, eu levanto do sofá porque esse time tem meu amor, mas Flora tem meu amor e meu pau. Ok. Ela só sabe da parte do pau.

Há uns meses, eu disse que concordava que devíamos nos casar. Ela não pareceu convencida e eu fiz todo um discurso de que nós somos amigos desde sempre, nós definitivamente temos química porque há dois anos que ela e eu flutuamos entre transar e não transar. Eu disse que isso é muito mais que muitos casais têm e por mais que soe cretino, eu não menti.

Acontece que eu encontrei o amor da minha vida há muito tempo. Espero que em breve ela veja que também encontrou o dela. Para ajudar com isso, no Natal, propus que a gente deixasse acontecer, sem esconder e sem fingir indiferença.
Sou pontual e quarenta minutos depois ela libera minha entrada em seu apartamento. Quando chego em seu andar, eu abro a porta, mas ao contrário de uma mulher com tesão. Flora está sentada no sofá com cara de choro.

-O que houve?
Pergunto já me aproximando dela. Ela tenta disfarçar. Ela sempre faz isso.
-Flora, o que eu já disse sobre choro?
-Que eu não preciso esconder.

Eu pego sua mão.

-Por que você está chorando?
-Não tem jeito fácil de falar isso, Erik.
-Flora, você está me preocupando.
-Eu tô grávida! Eu fiz dois testes ontem, mas não quis te contar até fazer o exame de sangue. - Ela pega o celular e me mostra o resultado na tela. - É o aplicativo do laboratório. O teste de farmácia apontou três semanas, então você pode fazer os cálculos e…
-Espera! - Sou obrigado a interromper - Você tem transado com mais alguém?
-Não.
-Então por que eu preciso fazer cálculos? Eu espero que se alguma mulher aparecer por aí dizendo que está grávida de mim você nem sequer acredite porque seria impossível. Flora, no Natal, combinamos que seria só nós dois.
-Eu sei, mas talvez… Espera, essa não é a discussão. Eu acabei de dizer que estou grávida e você está ofendido por que achei que você poderia pensar que eu estou saindo com outros caras? Qual o sentido disso?

Eu rio. Meu coração acelerado.

-Desculpe, me diz, você está chorando por que não somos casados ou por que ninguém sabe que você adora meu pau?
-Para de fazer piada! - ela me dá um tapa leve no ombro.
-Mas é sério, qual o seu receio? Porque somos privilegiados aqui e eu sei que você não está preocupada com dinheiro.
-Vamos lá… vou listar, eu não sei como ser uma mãe, óbvio que eu pensei nisso a noite toda ontem, mas… Eu não quero que você pense que foi de propósito. Eu te disse que estava tomando remédio e estava mesmo.
-Bem, todo mundo sempre diz que não é cem por cento seguro. A gente sempre assume um risco quando não usamos preservativo. O que mais?
-Também estou um pouco envergonhada, como você disse, as pessoas não sabem que você adora minha boceta.

Eu rio.

-Quem é a piadista agora?

Ela também ri, mas suspira.

-O que faremos?

-Não sei o que você quer. Mas vou dizer o que eu quero e se você concordar, tudo bem, se não, vamos entrar em um acordo. Eu sei que é possível criarmos filhos sem morar junto, mas eu não quero. Eu quero nosso bebê crescendo comigo e com você, assim como nós fomos criados por nossos pais. Então, acho que podemos pegar a data de cinco anos e passar para daqui a uns meses. Se você estiver envergonhada, nós apenas revelamos que estávamos juntos sem que ninguém soubesse e depois fingimos que descobrimos uma gravidez já estando noivos.
-Você mentiria por mim?
-Eu faria qualquer coisa por vocês.
-Como você já usa o plural com tanta facilidade? Eu sei há 24 horas e ainda estou surtando. Você sabe há 5 minutos.
-Eu preciso ficar em terra firme para você poder surtar. Então, você quer casar comigo?

Como estou pedindo isso pela segunda vez em menos de cinco meses e não falei de amor em nenhum momento? Eu devo falar agora? Ela acreditaria?

-Posso te pedir uma coisa?
-Você sabe, eu iria descobrir uma forma de morarmos em Marte, mas nossa empresa me podou. Então você só não pode me pedir Marte.

Ela sorri e é tão bonito de ver.

-Quando chegar a hora, você pode estar lá? Eu sempre achei que terei medo do parto.
-Eu vou estar sempre perto.
-Então, temos um casamento para anunciar.

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