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Capítulo 44: Erik


19h58. Dois minutos. Eu respiro fundo. É o primeiro aniversário de Flora depois que nos reencontramos e quero ligar meia-noite. Quero mostrar a ela que eu não esqueci sobre isso. Não sei precisamente quando começamos com isso, acho que foi quando ela fez 15 anos. Eu liguei para dar parabéns meia-noite. Depois disso, ela ligou no meu. Só paramos depois que ela foi embora. 19h59.

Mas estou me sentindo um idiota aqui. Eu queria estar com ela. Eu devia ter cancelado essa viagem ou voltado antes, ficar longe vai totalmente no caminho contrário do que eu quero: estar com ela.

20h. Meia-noite no Brasil. Eu ligo.

— Alô! - Ela diz com voz sonolenta.

— Então você dormiu e não esperou minha ligação?

Essa era outra coisa que implicávamos um com o outro. Flora sempre me atendia com voz de sono e eu podia apostar que ela estava dormindo, mas ela dizia que não, que ela sabia que eu ia ligar e ficava esperando. Ela nunca deu o braço a torcer de que ela não pode ver uma cama que dorme fácil.

— Estava acordada. - Ela diz, mas posso ouvir pela sua voz que ela está sorrindo. Percebo que sua voz está arrastada, um pouco mole.

— Você sabia que eu ligaria, né? - Provoco, mas no fundo desejo que sim. Flora ter certeza da minha ligação, me mostraria que ela sabe que eu penso nela, mesmo em outra parte do continente, mesmo separados.

— Eu sabia. - Ela diz, mas sua voz é um pouco estranha e eu não sei interpretar isso.

— Parabéns, Flor. Estou tão feliz que depois de anos posso fazer isso, te ligar e te dar parabéns. Apenas queria poder abraçar você.

— Eu... também queria seu abraço hoje, Erik.

Eu me amaldiçoo por não ter pensado nisso. Eu deveria ter ido até ela.

— Você acha que a gente vai se abraçar logo?

Ela me pergunta e mais uma vez, meu peito se aperta. Sempre brinquei que Ana Flora não tem filtro quando está sonolenta, mesmo que ela não tivesse coragem de me fazer essa pergunta sem estar quase dormindo, sei que é algo que ela pensa.

— Eu espero que sim.

— Sabe, preciso te dizer... Eu estava mesmo dormindo, Alane, Zoé e eu ficamos no bar bebendo alguns vinhos mais cedo.

— Então, você está bêbada?

— Não, um pouco alta talvez. O sono não tirou o vinho de mim ainda.

— Você quer que eu desligue?

— Não. - Ela solta um suspiro - Mas se eu dormir, você não fica bravo, certo?

— Certo e você nem me deixou te dar parabéns ainda..

— Estranho, achei ter ouvido a palavra parabéns.

Sorrio.

— Eu não disse tudo.

— O que mais você quer dizer?

— Que além de tudo o que a gente deseja nos aniversários, eu desejo tanto que você seja feliz. Eu espero tanto que a vida te dê mais sorrisos do que lágrimas. E eu gostaria tanto de presenciá-los, Flor.

— Erik...

— Não diz nada. - Eu não sei até que ponto ela está sóbria, eu nem devia ter dito isso quando ela me disse que bebeu um pouco.

— Estou consciente, Erik, apenas sonolenta. - Ela diz como se lesse meus pensamentos.

— Estou com uma saudade do caralho, Flor.

Ela não me responde e eu me pergunto se ela dormiu ou se eu passei dos limites.

— Por que você me chama de Flor?

Ela pergunta de repente e eu fico surpreso.

— Desculpa, isso te incomoda? Agora que percebi que talvez você não goste porque seus pais te chamavam assim e...

Ela me interrompe:

— Eles me amavam incondicionalmente.

Meu coração dispara. Jesus, eu complico até um telefonema de parabéns. Flora não me deixa responder porque continua falando.

— Mas você não me ama, Erik. Você ia desistir de mim.

— Eu o quê?

— Eu ouvi. - Então, percebo que sua voz é chorosa. - Eu ouvi você dizendo para a Penélope que antes de infartar, você tinha decidido desistir. Você não pode me chamar de Flor...

Meu coração dispara. Tento lembrar as palavras que eu disse para Penélope aquele dia. Não lembro com exatidão, mas lembro que ela também achou que eu estivesse falando de Flora, só depois eu disse que era desistir da empresa. As peças se encaixam, Flora não estava chateada só pela presença de Penélope. Ela não tinha chorado por isso. Ela tinha chorado porque pensou que eu tinha desistido dela, de nós. Cristo, que confusão a falta de comunicação faz.

— Eu posso, Flora, eu posso porque eu te amo. Eu te amo desde sempre, eu te amei quando éramos jovens e te amo hoje. Quero te amar até ficarmos velhos.

Silêncio. 

Eu espero.

Mais silêncio.

Eu abro meu coração e ela faz silêncio?

— Flora?

Então, ouço um leve suspiro e o som de respiração. Claro que isso ia acontecer... bem no dia que eu resolvo me declarar, Flora dorme.

Desligo meu telefone puto e resolvo tomar uma taça de vinho. Quando vou até a sala buscar, Pedro está na poltrona lendo. Vejo pela visão periférica que ele está observando meus movimentos.

— Tudo certo? - Ele pergunta.

— Tudo.

Eu termino de me servir e sento no sofá. Solto um suspiro.

— Cadê minha mãe? - Eu pergunto.

— Saiu com meu pai.

Eu não respondo. Bebo um pouco do vinho e eu gostaria de beber muitas garrafas.

— Sabe, às vezes falar com alguém que não tem tanta intimidade ajuda.

— Você não tá comprando o papo de irmão que minha mãe e seu pai estão enchendo, né?

Desde que chegamos nessa viagem, os dois fazem piadas sobre Pedro e eu sermos irmãos. O cara é gente boa, acho que se por algum motivo minha mãe e Antônio se conhecessem quando éramos jovens, a gente até teria uma ligação, mas não dá para forçar nada agora.

— Não. Só estou vendo você puto quase quebrando uma taça de cristal só em segurá-la e sua respiração frustrada está tirando a minha concentração de decorar esse script.

Ele diz e eu reviro os olhos, ele sorri.

— Coloca pra fora, Erik, daqui a umas semanas vocês vão embora e nem sei quando vamos nos ver.

— Eu não sei como tô sempre fodendo tudo com a Flora.

— Sua ligação de aniversário não deu certo?

— Deu, mas... Ela tinha saído com as amigas e estava um pouco bêbada. Ela acabou deixando escapar que ouviu uma conversa minha e ela entendeu tudo errado, eu esclareci, mas ela dormiu. Ela dormiu no meio da conversa.

Eu omito o fato de que o esclarecimento era eu dizendo que a amava. Isso me frustra porque eu demorei tantos anos para dizer e quando eu digo, ela está dormindo. Eu reclamo do timing da minha mãe, mas eu também estou de parabéns. Bebo mais um pouco do vinho.

— Eu só sei que estou cansado. Eu quero me acertar com ela, mas meio que estou no mesmo ponto de antes. Preciso começar a ajeitar tudo e não posso fazer isso aqui.

— Erik, você sabe que sua mãe não vai concordar com você interrompendo essa viagem.

Passo a mão em minhas têmporas. Eu sei e ela está certa. Faz meses que eu preciso de fato descansar. Eu reencontrei Flora por isso e desde então, tudo tem sido um turbilhão.

— É, eu sei...

— E acho que isso pode ser bom, você continua descansando e planeja seus próximos passos. Vender uma empresa não é um processo fácil e rápido.

Eu franzo a testa.

— Como você sabe que eu quero vender?

Ele sorri.

— Comecei minha carreira fazendo comédias românticas.

Ele provoca e eu reviro os olhos.

— Você acha que isso é loucura?

Pedro se levanta e também serve vinho para ele. Ele volta a se sentar e sorri.

— Meu pai saiu do Brasil para viver com minha mãe. Eu sei que não parece tão ruim, já que ele também fez sucesso aqui, mas ninguém apostava nisso quando ele veio. Lembro que quando minha mãe morreu, eu fiquei revoltado. Um motorista bêbado acertou a gente. Ele teve um arranhão no braço. Minha mãe morreu e o cara teve um ferimento que nem precisou de pontos.

— Você também estava no carro?

— Sim. Meu pai e minha mãe estavam mais graves, mas eles me tiraram primeiro. Meu pai insistiu porque... acho que ele sabia que minha mãe estava morrendo.

— Eu sinto muito.

— Obrigado, mas... como eu estava dizendo, eu fiquei revoltado um tempo e perguntei para o meu pai se ele não estava também. Toda sua vida tinha mudado por ela e agora tinha acabado. Alguém tinha tirado dele. Então, ele apenas me disse que cada segundo com ela valeu a pena.

Eu sorrio, talvez seja por isso que Antônio e minha mãe tenham se dado tão bem, os dois tiveram um grande amor que partiu. Os dois já viveram isso antes e estão começando de novo. Fico feliz que o recomeço de minha mãe seja com um homem que respeita o relacionamento dela e do meu pai porque também viveu algo assim.

— Acho que entendo. Na verdade, eu entendo perfeitamente essa sensação.

Ele sorri e ergue a taça como num brinde. Depois bebe todo o seu conteúdo de uma vez.

— Acho que passei no meu primeiro conselho de irmão, hein...

Ele provoca e eu reviro os olhos. Essa nova família vai me deixar um pouco louco.

Meia-noite, 13 anos atrás.

Alô?

Flora atende e por um instante eu fico sem jeito de ter ligado. Não sei de onde surgiu essa ideia de ligar para ela.

— Erik?

Ela pergunta e agora só me resta falar:

— Feliz aniversário! Espero que você continue sendo feliz.

Tão bobo e clichê, mas o que mais eu falaria para ela?

— Obrigada! - Ela diz animada e acho que ela gostou que eu tenha ligado.

— Você estava dormindo?

— Eu acabei de deitar, não deu tempo de dormir.

O tom de voz dela é desperto, então acho que ela não está mentindo. Isso mostra que ela está ansiosa, já que Flora não pode ver uma cama que logo quer dormir...

— Você está deitada? Então acho que tenho que desligar rápido porque você é dessas que deita e dorme na mesma hora.

— Deixa de ser idiota. Não estraga o seu momento fofo.

— Eu não sou fofo.

— Mas foi fofo me ligar meia-noite.

Ainda não sei porque fiz isso. Foi um pensamento aleatório. Terminei de estudar para uma prova, então pensei que no dia seguinte seria aniversário de Flora. Daí, sem explicação, comecei a pensar em tudo o que Ana Flora Albuquerque gosta: origamis, revistas de tecnologia e economia, aquarelas, cavalos, sorvete, Natal. Então, como uma coisa leva a outra, pensei que ela é dessas que gosta de trocar presente meia-noite, logo... por que não dar parabéns meia-noite também?

— Só quis fazer algo diferente do que te mandar algo no Facebook.

— Conseguiu, vou te copiar e fazer o mesmo!

— Muito criativa roubando as ideias dos outros...

— Você criou um monstro.

A gente ri dessa besteira.

— Você está animada para sua festa?

Pergunto porque não quero desligar ainda.

— Estou, mas amanhã vamos ter que ligar para a cerimonialista e mudar algumas coisas.

— Por quê?

— Eu ia dançar com o Douglas, mas ele caiu de bicicleta hoje e quebrou a perna, acredita?

— O primo da Charlene?

— É, precisei apelar pra ele.

Nossas famílias têm uma coisa em comum: elas acabam em nossos pais. Não é nada trágico, apenas casos de filhos únicos. Minha mãe sempre diz que quando era mais nova, falava que queria casar com alguém com muitos irmãos, mas que ela se apaixonou pelo meu pai e aí não teve como evitar.

— Eu não sabia que vocês eram tão amigos assim.

Eu digo porque agora estou ofendido que Flora nunca pensou em me chamar. Quer dizer, nós nunca fomos para a mesma escola, mas sempre achei que fôssemos melhores amigos.

— Nós somos, estudamos na mesma sala desde sempre. A família dele vai se mudar para a Europa e Charlene e eu já estamos pensando na festa de despedida.

— Hum... Entendi.

— Tudo bem?

— Sim, então, você não vai dançar mais?

— Só com meu avô e meu pai, mas tudo bem, eu não me importo muito com isso. Eu só quis dançar valsa porque minha mãe parece que está realizando o sonho dela. Ela não teve uma festa, ela deixou eu escolher tudo do meu jeito e eu percebi que ela ficou chateada quando eu disse que não queria dançar. Então, resolvi dizer que mudei de ideia.

Essa é a Flora que eu conheço. Ela sempre faz de tudo para que ninguém fique triste.

— Se você quiser, eu danço com você.

Opa! De onde saiu isso? Eu não quero dançar.

— Você dança?

— Sim, quer dizer... Se você quiser falar com a cerimonialista tudo bem, mas se já está tudo planejado...

— Mas a gente nem ensaiou.

— Eu sei dançar valsa, Flora.

— Por que você sabe dançar valsa?

— Porque tenho uma mãe maníaca por dança, mas tudo bem se você não quiser, eu en...

— Eu quero. - Ela diz bem rápido e coça a garganta. - Quer dizer, obrigada!

— Não precisa agradecer. O que eu tenho que vestir?

— Smoking, você tem um?

— Eu tenho.

— Certo.

— Então, boa noite, Flora.

— Boa noite, Erik.

Eu estou prestes a desligar, quando:

— Erik?

— Eu.

— Se eu falar uma coisa, você finge que eu nunca te falei isso?

Meu coração bate forte e eu engulo a seco, faz tempo que Flora desperta algumas sensações em mim e isso me deixa um pouco maluco. Não posso ter nada com ela porque nossos pais querem que a gente se case um dia.

— Claro.

— Isso é um presente. Eu quis te chamar para dançar comigo desde o início, só não tive coragem, mas desde que decidi dançar, eu não pensei em mais ninguém para ser meu príncipe.

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