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Capítulo 41: Ana Flora

Estou no Bar do Deck em uma chamada de vídeo com Charlene.

—  Como está tudo por aí? Você está precisando de alguma doação?

— Não.  Hoje a última família foi embora.

Hoje faz duas semanas do deslizamento e da enchente. Serra Dourada está aos poucos se reconstruindo. Nós tivemos dez mortes, sete famílias perderam tudo no deslizamento, três na enchente; e isso, para nossa pequena cidade, é muito.

— As famílias do deslizamento têm onde morar? - Charlene pergunta.

— Não ainda. Eles estão com outros familiares e a prefeitura cedeu um terreno para a construção das sete casas, o problema é que essas famílias vão precisar arcar com a construção. Aparentemente, o governo acha que é o bastante ceder o terreno.

— Que merda!

— Pois é… Também não sabemos como vai ficar a escola da Vi. Eles alugaram um prédio novo por enquanto.

A escola de Vi foi prejudicada na enchente, mesmo sendo uma escola particular, os donos não têm tanto dinheiro. Serra Dourada é uma cidade tão pequena que a escola particular não tem nem 90 alunos.

— Perderam muita coisa?

— Tudo, só restou o prédio mesmo. Lá é uma grande casa térrea, então entrou água em todas as salas. Pelo menos foi o que Vi me contou.

— Que droga, Flora.  Tem algo que possamos fazer?

— Acho que não, amiga, mas se eu souber, eu digo.

— Sabe, eu sei que você não quer falar sobre Erik, mas ele realmente ficou preocupado. Acho que se dependesse dele, ele mandaria mais coisas além das que o amigo do Benício conseguiu.

Eu estranho.

— Amigo do Benício? Quando?

— Ué, no dia que tudo aconteceu. Eu não comentei com você? Erik só não mandou mais coisas porque era o peso máximo do jatinho.

— Ah… Não foi um amigo do Benício, ele comprou aquilo tudo.

— Ele o que?

— Ele comprou. As doações eram dele. Erik deve ter se confundido quando falou com você.

Ou Benício não quis contar. Ele tem essa mania de achar que ninguém pode saber que ele é uma boa pessoa.

— Ou eu devo ter entendido errado, então.

— Sim, provavelmente. Agora me diz, como você está? E Elaíse?

— Elaíse está bem. Ela está tão falante e se desenvolvendo tão bem.

Eu sorrio. Estou com saudades das duas.

— E você?

— Bem, eu só estou um pouco… Não sei, desanimada com o trabalho. Tenho sentido que preciso fazer algo diferente.

— Alguma coisa em mente?

— Ainda não, mas vou pensar em algo.

Antes que eu responda, Charles aparece e me diz que Zoé está precisando de mim. Eu me despeço de Charlene e vou até ela. Ela está tomando um café no refeitório com Igor. Aparentemente, ela está normal, mas quando eu a olho, vejo que ela junta as mãos e estala um dedo de cada vez e eu sei que isso é sinal de nervosismo.

— Tudo bem? - Eu pergunto.

— Sim. - Ela me diz - Igor veio conversar com a gente e eu disse a ele que precisava de você aqui.

Igor é o professor de educação física da escola de Violeta, ele também é o coordenador pedagógico de lá, então me preocupo. Quando ele precisou falar comigo, Benício ainda era um idiota.

— Tudo certo com a Vi?

Eu pergunto sentando.

— Ah, sim, tudo certo. - Ele diz. - Não foi sobre isso que eu vim falar.

— Então?

— Eu queria saber se vocês podem deixar meus alunos treinarem na sua quadra de futsal.

— Eu disse que não me importaria se nós agendarmos as datas e as horas, mas que precisaríamos conversar com você. - Zoé diz.

— Claro! Eu não me importo.

— Obrigado, Ana. Nós estamos no campeonato estadual e ficar sem o treino seria ruim. - Ele explica.

— Não me agradeça e, por favor, Igor, me chame de Flora ou de Ana Flora.

— Claro, desculpe, eu não sabia mesmo como te chamar.

Ele diz e isso me confirma o que já estou farta de saber: todo mundo agora conhece minha história.

— Sem problemas, aliás, Igor… Se você puder me ajudar a passar essa fofoca. Eu agradeço.

Ele sorri e eu vejo que Zoé sorri também, mas ela logo fecha o sorriso. Estranho. Ela fecha quando percebe que está sorrindo também.

— Hoje eu vou ao Açougue do Martinho, vou comentar isso por lá.

— Ah! - Zoé diz e eu tenho a impressão que sai um pouco alto demais.. - Isso com certeza vai ser eficiente, não tem nada que Martinho deixa de passar para frente.

— Exato. - Igor diz - Você se lembra quando ele contou para todo mundo que a diretora Vivian estava grávida?

Ele pergunta para Zoé e vejo que ela se surpreende com isso.

— Sim. Eu me lembro. - Ela diz sem graça. Estou surpresa em perceber que Zoé fica sem graça perto de um cara bonito. Igor sorri para ela e depois olha para mim.

— Obrigado de novo, Flora.

Então, eu lembro que Igor é filho da dona da escola. Eu estou preocupada. Eu não sou amiga da família, mas eu sei que a escola Águia Valente é fruto de uma família que sonhava com uma educação diferente. Rosa me contou quando Violeta começou a estudar lá. Eles não viam a escola como empresa, acreditavam na educação e tentavam fazer a diferença na vida dos alunos. Lembro que uma vez, Rosa precisou ajudar financeiramente porque Renata - mãe de Igor - tinha mais alunos bolsistas que pagantes.

— Igor, posso perguntar uma coisa?

— Claro.

— Vocês realmente perderam tudo?

Preocupação passa pelo rosto dele.

— Sim. Graças a Deus a estrutura está intacta, quer dizer, alguns lugares precisarão de pinturas, mas tudo… Carteira, computadores, armários, livros. Tudo. Nós estamos tentando alguns empréstimos, mas… - Ele suspira - Eu não sei como vamos fazer.

— Sinto muito, Igor.

— Obrigado.

Eu ouço quando Igor pede para Zoé o seu contato e diz que falará com ela quando tiver certeza dos horários e dos dias. Ele se despede de nós e quando já está um pouco longe, vou atrás dele. Ouço vagamente Zoé falar alguma coisa sobre um pedido de desculpa, mas não entendo e não me importo. Apenas levanto e vou até ele. Algo em mim sabe que se eu não fizer isso agora, não farei tão cedo. Não sei se isso é uma coragem definitiva, então, se eu não aproveitar, posso me acovardar.

— Igor!

— Sim? - Ele me pergunta.

Meu coração parece que vai sair pela boca, mas sei o que devo falar.

— Eu ajudo.

Ele parece não entender.

— Ajuda com o que?

-— Com tudo, da escola, eu vou ligar para sua mãe para conversarmos.

— Desculpe, eu ainda não entendi.

— Eu tenho dinheiro, Igor. Muito. Sua mãe não precisa de um empréstimo no banco, eu ajudo com tudo. Tenho muitas coisas para resolver agora, mas no fim da tarde, eu ligo. Apenas diga isso para ela.

— Flora! - Ela está surpreso, mas sorri. - Obrigado, eu não sei nem o que dizer… quer dizer, sério? Você empresta tudo?

— Não. Não é um empréstimo. - Eu suspiro. - Sei que vocês sabem quem eu sou. A internet fez questão de contar minha história para o Brasil todo.

Ele fica meio sem graça.

— Bom, a gente tava achando que você estava falida e por isso veio parar aqui nesse fim de mundo.

Eu rio. Faz sentido. Faz muito sentido. Ninguém ignoraria uma fortuna como eu fiz nesses últimos anos e essa é uma informação que ninguém da mídia sabe.

— Eu devia imaginar que aqui a história seria outra, mas tudo bem. Apenas… avise sua mãe, certo?

Ele me agradece mais uma vez, me abraça e vai embora. Eu me viro para falar com Zoé e ela está sorrindo com os olhos mareados.

— Por que você está chorando?

— Estou tão feliz por você!

Ela diz isso e me abraça. Sua emoção por mim me comove e resolvo que nem vou pegar no pé dela por causa do Igor. Eu a abraço de volta e meu coração está disparado, posso jurar que estou à beira de um ataque de pânico. Mas acho que acabei de ter uma vitória hoje. Uma grande vitória.

Mais tarde, depois de ligar para Renata, a emoção ainda está no meu peito. Eu vou precisar ir para São Bento resolver algumas questões do banco, mas eu me sinto renascida de alguma maneira.

Sei que ainda tenho um caminho enorme com a terapia, mas acho que isso já é um reflexo de que está funcionando e que estou melhor.

Eu já contei para Charlene e ela ficou feliz por mim, mas eu queria mesmo era dividir isso com Erik. Será que ele ficaria feliz em saber ou apenas acharia que nós brigamos muitas vezes por nada? Bom, eu não me importo muito, dessa vez vou seguir o meu coração. Então, resolvo ligar para ele.

— Alô!

Uma voz feminina atende e, tão clichê, eu me pergunto se liguei certo, mas é impossível já que disquei pelo contato do celular.

— Ei, com quem eu falo? Eu queria falar com o Erik.

— Erik não pode atender agora.

Só isso. Sem uma explicação do que ele está fazendo ou se eu posso retornar depois.

— Você é a secretária dele?

— Não. Sou sua namorada, ele não está trabalhando agora. Você quer deixar um recado?

— Não… Apenas, diga que a Ana Flora ligou?  Pensando bem… Diz para ele me ligar quando puder.

— Tudo bem, eu direi.

— Obrigada.

— De nada, tchau.

Ela desliga e eu meio que fico sem reação. Uma intuição me diz que essa era Morgana. Acho que essa é a confirmação que eu precisava, Erik e ela estão mesmo juntos. Resolvo falar com Charlene, eu entendo que pedi para evitar o assunto Erik, mas se ela falou sobre ele querer ajudar Serra Dourada, ela não poderia me falar sobre ele estar mesmo namorando?

Ana Flora: Por que você não me disse que Erik está namorando? Eu sei que não falamos sobre ele, mas achei que isso você me contaria.

Charlene: Oi? Erik não está namorando.

Ana Flora: Não precisa mentir. Eu liguei para ele e Morgana atendeu. Acho que era ela, ela me disse que era sua namorada.

Charlene: Ela disse isso? Não é possível. Ele me contaria se estivesse.

Ana Flora: Ou ele não contaria para você não me contar.

Charlene: Não é possível. Eu vou verificar isso.

Então, uma espécie de remorso toma conta de mim.  Eu não devia colocar Charlene nisso, eu nem sequer tenho o direito de reclamar. Charlene tem sido uma boa amiga e ela separa muito bem a amizade com ele e comigo. Por isso, no lugar de uma resposta escrita, eu ligo para Charlene.

— Oi, amiga!

— Desculpe, eu não devia colocar você nisso. Eu nem sei porque me importo.

— Nós duas sabemos porque você se importa e está tudo bem falar comigo.

— Eu apenas fui pega de surpresa. Eu sei que eles têm sido vistos juntos, mas… Acho que eu não estava preparada para ouvir da fonte.

— Isso que está me intrigando, Flora, Erik me disse mais de uma vez que eles são apenas amigos.

— Talvez ele não queira que você saiba ainda, por minha causa.

— Pode ser, mas ainda acho meio estranho. Você tem certeza que ela disse namorada?

— Eu tenho. E vou ser contraditória agora, sei que te chamei questionando porque você não me disse, mas… Sinceramente? Eu não quero mesmo saber. Acho que só a distância para me fazer esquecer.

Exceto que eu já fiquei distante quase 8 anos e nunca esqueci.

— Bom… Talvez você queira namorar também? Eu vi alguns homens bonitos aí em Serra Dourada.

Isso é inegável, temos bons exemplares do sexo masculino, mas nenhum nunca me interessou o bastante.

— Aquele professor da Vi? - Charlene continua.

— Igor? Não. Além disso, acho que Zoé sente algo por ele.

— O doutor Abraão tem um sobrinho bonito, ele passou por lá quando eu estava ajudando no consultório.

— Gael? Sim. Ele é excelente, mas ele é o engenheiro responsável pela minha obra.

— Bom e… - Charlene hesita.

— E quem?

— Benício? - Ela diz num tom estranho e eu quase acho graça.

— Benício, Charlene? Sério?

— Ué, você vive dizendo que ele está mudado e que vocês estão próximos agora.

— Não próximos assim, pelo amor de Deus. Eu nunca faria isso. - Charlene não consegue prender um suspiro e eu acho graça. - Sabe, se eu não te conhecesse, acharia que você está me sondando.

— O que? Por que eu te sondaria?

— Não sei, amiga, por que você não me diz?

— Eu estava apenas te dando opções.

— Certo, suas opções não mexem comigo. - Minha vez de suspirar - Mas quer saber? Eu não quero. Não vou esquecer Erik assim…

Digo isso e minha voz interior me diz que não vou esquecer de jeito nenhum.

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