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Capítulo 20: Erik

Chego de madrugada na Lago Encantado.  Ao contrário do planejado, eu não voltei no dia seguinte que fui. Demorei quase duas malditas semanas. As entrevistas demoraram três dias, depois, um dos meus diretores teve um infarto fulminante e precisei lidar com todos os desdobramentos disso.

Por causa disso, eu não cumpri minha promessa. Mais uma vez. Flora tirou os pontos anteontem e eu tenho me odiado um pouquinho, mesmo que isso tenha sido por algo fora do meu controle. Flora compreendeu, é claro, mas eu estava me sentindo um merda.

Além disso, estou um pouco assustado. Giovani tinha 59 anos e simplesmente infartou. Eu quase infartei há ums meses e não tenho levado isso a sério.

Quer dizer, eu tenho me alimentado bem, tenho feito exercícios e delegado tarefas na empresa, mas acho que só agora percebi que eu realmente quase morri. E se isso tivesse acontecido, eu nunca teria reencontrado Ana Flora. Agora, se isso acontecer, eu quase não vou ter vivido com ela.

Eu voltaria amanhã, mas tive essa percepção quando cheguei em minha casa. Então, simplesmente peguei o carro e vim.

Eu preciso desacelerar mais. Eu tenho dinheiro para isso. Porra, eu poderia parar de trabalhar hoje mesmo. Sinto meu coração acelerar e por um instante acho que estou infartando, mas a voz da razão me diz que apenas estou exausto e impressionado com a morte de Giovani. Então, resolvo descer. Quando o elevador se abre, Zoé franze a testa. São três da manhã. Eu cheguei às duas.

— Aconteceu alguma coisa?

—Acho que preciso de um chá. Eu sei que a cozinha não funciona agora, mas…

—Eu posso providenciar um chá para você. Você está bem?

—Estou, apenas acelerado porque vim dirigindo. Acho que meu corpo demora para desligar, um chá vai me ajudar.

—Ok. Eu levo pro seu quarto?

—Não precisa. Eu espero aqui.

Ela parece hesitar.

— Zoé, eu não sou um hóspede que você precisa agradar. Estou aqui por Flora, eu estaria aqui mesmo se o serviço fosse horrível. Então não se preocupe.

Quase completo que eu não quero ficar em meu quarto, não agora. Mas ela parece se convencer e vai até a cozinha. Eu fico sentado em um sofá que tem ali, pego meu celular e quase mando uma mensagem para Flora perguntando se ela está acordada.
Quem sabe ela não se levantou para ir ao banheiro ou beber uma água?

—Tenho um funcionário novo?

Eu olho para Benício que está encostado no batente da porta de seu escritório. Eu prendo um suspiro irritado porque eu não quero lidar com ele agora. Além disso, Flora e Charlene me contaram sobre o dia que Elaíse caiu no lago e eu sei que ele salvou nossa pequena garotinha. O cara merece um desconto por isso, talvez eu tenha perdido o direito de reclamar sobre qualquer coisa que ele fizer depois disso. Porra. Ele pulou no lago por ela. Charlene é uma péssima nadadora, Flora estava operada. Eu não sei - e nem quero saber - o que teria acontecido se ele não pulasse.

—Eu acabei de chegar. Estou esperando Zoé que foi providenciar um chá para mim e antes que você ache ruim com ela, eu disse que esperaria aqui. Não tem necessidade dela levar em meu quarto.

Ele não responde e dá de ombros. Flora também me contou que ele tem passado algum tempo com Violeta, talvez o cara esteja virando gente, afinal.

—Eu sei quem Ana é.

Ele diz de repente. Eu não respondo.

—Não precisei de muito. Uma olhada na internet e tudo estava lá.

O fato de Flora não ter me dito nada sobre isso, me faz pensar que ele não falou com ela.

—Tudo estava lá porque ela apenas quis mudar de vida. Ela não fez nada de errado.

—Bom, vocês não podem me culpar por desconfiar dela. A mulher recebe em dinheiro, não tem uma ficha dela nessa pousada.

—Sua mãe confiava nela, isso não é motivo para você confiar também?

—Não.

É a única resposta que ele me diz e eu não prolongo o assunto. Eu não quero saber porque ele não acha que a mãe dele não sabia confiar nas pessoas. Eu vejo como todos aqui veneram a memória dela. Ele é o único que parece discordar dela.

—Agora que você sabe que Flora não é uma criminosa, espero que comece a tratá-la feito gente.

Ele me dá um sorriso debochado.

—Você é o primeiro hóspede que aparece aqui e usa esse tom de dono de uma empresa que vale mais de um bilhão.

Eu não respondo a provocação.

—Eu também sou o único que você fala dessa forma?

—Fica fácil quando sei que você não vai embora. E sim, você tem razão, não acho que Ana seja uma criminosa, mas com certeza duvido da inteligência dela de deixar toda a riqueza para trás e viver aqui com o salário que eu pago para ela.

Estou prestes a dizer que não é burrice, que é amor pelas pessoas e pelo lugar. Um amor que, tudo bem, não foi destinado a mim, mas que por algum motivo me fazia amá-la mais ainda. Porém, Zoé chega com meu chá. Ela hesita quando vê Benício.

—Pelo amor de Deus, tira essa expressão da sua cara. Eu sei que ele pode pegar seu próprio chá e não precisa ficar esperando no quarto!

Ele diz passando por ela e por mim. Antes de ir em direção ao seu próprio quarto, ele para e me olha.

—Eu gostaria de falar com você amanhã, se fosse possível. Mas não estarei durante o dia. Você pode vir em meu escritório? Sei lá, umas 4?

Eu estranho.

—Eu posso.
—Certo, até amanhã. - ele se vira para Zoé - Não abra a porta sem olhar na câmera. A cidade está começando a ficar cheia.Boa noite.

—Ok. Boa noite. - ela responde.

—O que será que ele quer comigo? - pergunto.

—Eu não faço ideia.

Acordo com uma batida em minha porta. Demoro um pouco para assimilar onde estou, mas levanto quando a batida continua. Visto uma calça e abro. Flora sorri para mim e se joga em meus braços. Eu a recebo e empurro a porta fechando nós dois dentro do quarto. Eu a beijo. Dessa vez, sabendo que ela está sem os pontos, eu a beijo com vontade, com saudade. Exploro cada canto de sua língua, eu quero dizer tudo o que não consigo: que a amo, que sempre amei, que nunca foi obrigação, que me odeio por cada promessa quebrada, que eu não quero morrer.

—Você está aqui! - ela diz com o rosto enfiado em meu pescoço.

—Eu estou.

—Por que você não me disse? Achei que chegaria mais tarde.

—Quis fazer uma surpresa. Como você está?

—Bem e sem dores. E você? Você parece cansado.

—E eu estou.

Ela passa a mão em meu rosto e eu fecho os olhos por um momento.

—Você devia ter vindo hoje.

Eu a abraço de novo.

—Eu queria estar aqui com você, mas não se preocupe, sei que hoje é o último dia da Charlene aqui e que ele é de vocês.

Ela sorri.

—Sim, mas temos a manhã. Podemos tomar um café em minha casa e não fazer nada.

—Ela não está?

—Ela foi ajudar o Doutor Abraão. Há um vírus na cidade, a clínica dele está cheia. O hospital não está dando vazão e nem o postinho. Sempre que acontece algo assim, ele atende as pessoas gratuitamente.

—Isso é legal.

—Sim, Charlene escutou sobre isso e foi se voluntariar. Então, quer descer até minha casa? Estou cuidando da Elaíse, ela está dormindo no carrinho, pedi para Zoé dar uma olhada enquanto eu vinha aqui.

—Que tal tomarmos no deck? Você acha que a Charlene se importaria?

—Não, nós fizemos isso para mostrar pra Elaíse que está tudo bem. Acho uma boa ideia!

—Certo, então, me deixe só tomar uma chuveirada. Eu te encontro lá embaixo.

—Quer companhia?

—Flora… - Eu digo porque estou no meu limite. Eu tentei não me masturbar nos dias que ela estava operada porque meu bom senso ainda me dizia que isso era meio bizarro.

—Brincadeira…

—Amanhã.

—O que?

—Amanhã depois que Charlene for embora, nós dois vamos viajar.

Ela arregala os olhos.

—Viajar?

—Sim, alguma cidadezinha aqui perto mesmo. Você acha que Violeta fica bem aqui sem você? Podemos ir amanhã e voltamos depois de amanhã.

—Podemos ficar durante o fim de semana.

—Você acha?

—Sim. Violeta é uma adolescente, ela tem pessoas aqui. Eu posso me ausentar uns dias, eu só não quero ir embora.

Eu pego seu rosto entre minhas mãos e dou um selinho em seus lábios.

—Vou cuidar de tudo. Alguma preferência de lugar?

—Não. Eu nunca saí daqui. Não conheço nada por perto. Nem mesmo São Bento. Quer dizer, eu só vou lá quando preciso comprar alguma coisa que não acho aqui. Não conheço a cidade em si.

—Então acho que em nossa primeira viagem juntos, podemos ir lá. É perto, lá tem parques excelentes, restaurantes maravilhosos. Você topa?

—Claro!

—Combinado, então.

Ela me dá um selinho e vai em direção à porta. Ela para um instante e olha para mim.

—O que foi?

—Hum… Talvez você precise ver um hotel mais parecido com aqui.

Ela diz isso e eu demoro um pouco para entender.

—Estou convidando, Flora, eu vou pagar.

—Erik…

Eu penso em minhas palavras antes de começar a falar. Eu poderia dizer que ela pode pagar um hotel caro como eu, mas estou deixando esse assunto em suspenso, por enquanto.

—Olha, eu não concordo com você ter uma conta milionária e não usar um centavo. Mas não acho que seja o momento de falarmos sobre isso. Eu respeito você e sua decisão, mas eu uso meu dinheiro. Eu trabalho para isso e se uso para mim, vou usar para minha garota também. Combinado?

Eu vejo a vergonha passar em seu olhar por uma fração de segundos e me sinto mal, mas ela sorri percebendo que eu disse que ela é minha garota.

—Ok.

Uma manhã emocionante, quase 8 anos atrás.

— Eu acho que será uma menina. — Eu digo e Flora sorri.

— Você sabe que não saberemos tão cedo, não é?

Ela está deitada e eu estou sentado ao lado dela. Nós estamos esperando a médica que vai fazer sua ultrassom. Nossa primeira. Há uma cumplicidade nisso porque ainda não contamos para ninguém. Flora me surpreendeu com sua maturidade, ela disse calmante que às vezes as primeiras gravidezes dão errado e que achava que primeiro devíamos saber como o bebê estava.
Ela me perguntou se eu queria acompanhá-la e por mais que eu tenha ficado meio chateado por ele ter que me perguntar, eu não reclamei. Eu disse que estaria presente em todas e que ela não estava sozinha.

—Eu sei, só estou dizendo porque eu meio que me acho um pai de menina.
Ela sorri.

—Você se acha?
Eu dou de ombros envergonhado. Maldita boca a minha.

—Nunca foi minha prioridade ter filhos, mas sempre pensei ser o caminho natural e todas as vezes que pensei sobre isso, via uma garotinha.

—Desculpe se atrapalhei seus planos.

Eu franzo a testa, seguro suas mãos e levo a meus lábios.

—Você os tornou reais. - eu suspiro, está na hora, ela precisa ouvir e nada melhor do que dizer aqui, quando vamos escutar nosso bebê. - Flora, eu…

—Bom dia, desculpem a demora.

Uma médica diz abrindo a porta e interrompendo a minha declaração de amor.

— Tudo bem. - Flora diz simpática e eu sorrio também.

Ela começa a nos explicar sobre o procedimento e o que devemos fazer até aqui.

—E lembrem-se: é uma gravidez recente. Talvez hoje a gente não consiga escutar o coração, mas pelo tempo, não quer dizer que tenha algo errado. Certo?

Nós assentimos e ela começa a ultrassom. Logo a imagem aparece e nós conseguimos ver uma pequena bolinha na tela. Flora e eu somos dois emocionados e sorrimos um para o outro. Eu vi essa mulher se tornar mulher. Eu a vi criança, eu fui criança com ela. Eu a defendi na adolescência e, inferno, estamos no início da fase adulta, mas eu ainda quero cuidar dela o tempo inteiro. Uma vida inteira não é o suficiente para passar com Flora. Talvez por isso existam almas gêmeas, uma só vida não basta para amar sua outra parte.

— Bom, tentaremos ouvir agora.

Ela mexe no equipamento, eu olho para a tela como se já tivesse ali um ser que precisasse do meu incentivo para fazer algo. Percebo que estou quase torcendo como se estivesse em uma final de campeonato até que ouvimos o som das batidas. Alto. Forte. Como deveria ser. Olho para Ana Flora e as lágrimas em seus olhos fazem com que os meus também se encham. Eu não sabia que era um homem incompleto até sentir que só agora parte nenhuma de mim falta.

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