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A teia da Aranha


Tyler_____________________

Não vou mentir. Quando me disseram que eu tinha uma visita, pensei que fosse algum figurão do instituto querendo avaliar minha sanidade. Ou talvez meu pai, mesmo sabendo que ele preferia fingir que eu não existia.

Mas não. Era ela.

Wandinha Addams, minha própria assombração pessoal.

E agora, algumas horas depois, aqui estávamos nós: sentados frente a frente na cafeteria onde eu costumava trabalhar, como se nada tivesse acontecido. Como se eu não tivesse tentado matá-la. Como se ela não tivesse me entregado para ser trancado como um animal.

Mastiguei meu sanduíche com gosto, sentindo o olhar dela em mim. Engraçado. Nunca pensei que sentiria tanta falta de comida de verdade.

"Então deixa eu ver se entendi..." Engoli e inclinei levemente a cabeça para o lado, deixando um sorriso irônico surgir. "A lendária Wandinha Addams precisa da minha ajuda?"

Ela sequer piscou.

"Preciso de um cão de caça," respondeu, impassível. "E você é o único disponível."

Dei uma risada baixa. "Você tem um jeito encantador de pedir favores, Baratinha."

Ela cruzou os braços, me estudando do outro lado da mesa. Seu rosto continuava inexpressivo, mas eu conhecia aquele olhar. Ela tinha um plano, e se estava aqui, era porque realmente precisava de mim.

"Não estou pedindo, Tyler," ela corrigiu, seca.

"Ah, claro," assenti, teatralmente. "Porque você exige as coisas, né?"

Dei mais uma mordida no sanduíche, mastigando devagar só para irritá-la um pouco mais. Mas no fundo, minha mente trabalhava rápido. Por que diabos ela queria minha ajuda? E, mais importante... o que eu ganharia com isso?

"Tá bom, Baratinha. Supondo que eu tope brincar de bicho de estimação de novo..." Coloquei o sanduíche no prato e limpei os dedos no guardanapo. "O que eu ganho com isso?"

Se tem uma coisa que aprendi com Thornhill é que acordos precisam de algo em troca.

Os olhos dela brilharam com um interesse discreto. Ah, ela já sabia que essa conversa chegaria nesse ponto.

"O que você quer?"

Sorri.

"Liberdade."

Wandinha entrelaçou os dedos sobre a mesa, me analisando por um momento antes de responder.

"Isso depende do que você entende por 'liberdade'."

Me inclinei para frente, aproximando meu rosto do dela. "Sem tornozeleira, sem restrições. Quero poder andar por aí sem que me olhem como se eu fosse um serial killer prestes a atacar." Dei de ombros. "Quero uma vida normal."

Ela não riu, mas seus olhos denunciaram sua descrença. "Normal?"

Dei um sorriso torto. "Ou tão normal quanto alguém como eu pode ter."

Wandinha permaneceu em silêncio por alguns segundos, como se estivesse processando a informação.

"Eu consigo isso pra você," ela finalmente disse. "Mas vai levar tempo."

Inclinei a cabeça. "E até lá?"

"Até lá, você trabalha pra mim."

Abaixei o olhar para o resto do meu sanduíche. O cheiro do café da cafeteria, as vozes ao fundo, a sensação de estar ali... Por um instante, me senti quase humano de novo.

Levantei os olhos para ela e sorri de lado.

"Fechado, Baratinha."

Ela não ficou satisfeita com minha resposta. Eu via isso no jeito que seu olhar se estreitou levemente, mesmo que seu rosto continuasse impassível. Era engraçado. Wandinha podia ser fria como gelo, mas se você prestasse atenção, conseguia ver os pequenos sinais.

Abaixei o olhar para o meu café. Ainda quente. Peguei a xícara e tomei um gole, enquanto tentava absorver tudo o que estava acontecendo.

Eu estava livre-tecnicamente. Ainda tinha restrições, e todo mundo em Jericho provavelmente ainda queria minha cabeça. Mas agora eu tinha algo que não tinha há muito tempo: uma escolha.

"Então," falei, batucando os dedos na mesa, "por que eu?"

Ela inclinou levemente a cabeça, me analisando.

"Porque você é um Hyde."

Revirei os olhos. "Óbvio. Mas por que agora? Você passou meses me trancafiado, e agora do nada resolve que sou útil?"

Ela se manteve inexpressiva. "Eu sempre soube que você seria útil."

Cruzei os braços e a encarei. "Você não me respondeu."

Ela suspirou, como se achasse a conversa entediante. Mas eu sabia que era só um jogo mental.

"Alguém me observou por meses," disse, simplesmente. "Quero saber quem é."

Levantei uma sobrancelha. "E você acha que eu sei?"

"Você sabe caçar."

Fiquei em silêncio.

Ela não estava errada. Ser um Hyde significava muito mais do que se transformar em um monstro e rasgar pessoas ao meio. Significava instinto. Visão aguçada. Capacidade de sentir o medo antes mesmo de vê-lo no rosto da presa.

Eu sabia caçar.

Mas também sabia que não ia fazer isso de graça.

"Beleza," falei, soltando um suspiro teatral. "Você quer que eu fareje seu stalker e descubra quem está te seguindo. Mas e se essa pessoa não for uma ameaça? E se for só um lunático qualquer com um diário cheio de fotos suas?"

"Então eu quebro os dedos dele," disse, sem hesitar.

Dei um sorriso de lado. "Sempre tão sutil, Baratinha."

Respirei fundo e levantei os olhos.

"Quando começamos?"

Wandinha se levantou da mesa, puxando as luvas de couro como se aquilo fosse um mero incômodo.

"Agora."

Ótimo.

Eu nem tinha terminado meu café.


Saímos da cafeteria sem chamar atenção. Ou pelo menos, sem chamar muita atenção. Ainda éramos os dois párias mais comentados de Jericho. Eu, o monstro que massacrou meia dúzia de pessoas. Ela, a garota que resolveu o mistério e me jogou em uma jaula.

E agora estávamos andando juntos como se isso fosse normal.

O frio cortante do lado de fora me atingiu, e eu puxei o capuz sobre a cabeça. A Wandinha, por outro lado, parecia completamente imune à temperatura. É claro que parecia.

"Tem um plano, Baratinha? Ou só vai me soltar na floresta e esperar que eu fareje alguma coisa?"

Ela olhou para mim de canto de olho, sem parar de andar.

"Você age como se isso fosse um problema."

Revirei os olhos. "Eu estou um pouco... enferrujado."

"E de quem é a culpa?"

O tom dela era tão casual que, por um segundo, quase ignorei o peso das palavras. Mas elas estavam ali. O que ela queria dizer de verdade era: Você fez por merecer.

Apertei a mandíbula. Eu não ia discutir. Não ia pedir desculpas. E não ia fingir que não sentia uma pontada de raiva por ela ter me deixado naquele buraco por tanto tempo.

Mas eu também não ia fugir.

"Me diz pelo menos pra onde estamos indo."

"Para o último lugar onde eu senti que estava sendo observada."

Franzi a testa.

"Você sentiu?"

Ela hesitou por meio segundo. Mas eu vi.

"Foi uma intuição."

Ah.

Ou seja, foi uma visão.

Suspirei e passei a mão no rosto. Ótimo. Não bastava eu estar à mercê dela, ainda íamos seguir as premonições sinistras que saíam daquela mente psicótica.

"Você devia confiar mais no meu julgamento, Tyler."

"Ah, sim," resmunguei. "Porque a última vez que confiei em você me rendeu uma cela acolchoada."

Ela parou de andar.

E quando se virou para mim, percebi que tinha tocado em um ponto sensível. Não porque ela parecia magoada-mas porque sua expressão ficou ainda mais fria.

"Se eu quisesse você preso, você ainda estaria lá."

Ela estava certa.

O problema é que, por algum motivo, isso não me deixava aliviado.

Pelo contrário.

Me deixava ansioso.

"Então vamos logo com isso," murmurei, voltando a andar.

Se ela percebeu o que eu estava sentindo, não demonstrou.

Mas algo me dizia que, no fundo, Wandinha Adams estava se divertindo com aquilo.

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