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Capítulo XXXIII - As consequências até dos mais simples atos ecoam por séculos

A suave luz alaranjada, provinda das lâmpadas posicionadas no teto de um toalete, ilumina um vasto espelho retangular que possui uma bancada próxima a ele, onde curativos e remédios repousam ao redor da pia e Hórus está sentado. A perna esquerda dele está coberta de sangue e feridas que a Batalha do Solstício de Verão lhe proporcionou e, apesar da dor que a domina, Hórus permanece impassível - apenas por fora - enquanto seu meio-irmão, abaixado, higieniza os ferimentos dela.

Anúbis, depois das feridas estarem limpas, procura, na desordem de gazes ensanguentadas em cima da bancada, os remédios, e coloca-os na perna de Hórus antes de enfaixá-la. Quando termina, Anúbis se levanta.

- Sente-se bem?

- Sim, não tive outros ferimentos, entretanto, acho que torci meu pulso - Anúbis se aproxima e verifica.

- Não é nada grave, não deve doer por mais de alguns dias.

A porta do cômodo, que não estava trancada, é aberta por um belo homem alto e imponente de aparência andrógina, cujo seus alvos cabelos parcialmente trançados caem abaixo da cintura. Apesar de ser tarde da madrugada e o afável olhar violeta dele estar pesado, suas roupas formais, que sobrepõem as ataduras brancas que cobrem quase todo o corpo dele - exceto a cabeça -, permanecem bem arrumadas. Não há nenhum amassado em sua calça púrpura ou na clara camisa adornada com alamares, evidenciando que ele ainda não dormiu.

- Está tudo bem com vocês dois? - questiona Osíris, entrando.

- Desculpe-me por te acordar, pai, tentamos não fazer barulho quando chegamos - diz Hórus.

- Eu estava esperando por vocês.

- Não nos ferimos gravemente e vencemos o Solstício - responde Anúbis - O rei foi morto pelo Adriel Hazael, que apareceu durante a batalha.

Ísis, uma bela mulher dos olhos âmbar, que possui um adorno semelhante ao nascer da lua acima de seus negros cabelos trançados e utiliza um longo vestido branco aberto nas costas devido às grandes asas castanhas que ela detém, atravessa a porta correndo e abraça Hórus.

- Ai, minhas costas - fala, quase se quebrando com a "força" de sua mãe.

No canto da porta, uma mulher extremamente semelhante à Ísis que certamente já foi confundida com sua irmã gêmea em algum momento, aguardava o casal entrar para aproximar de Anúbis, o filho que ela concebeu após enganar Osíris e se passar pela esposa dele. Néftis toca no rosto de Anúbis, observando as bandagens dele com um suave olhar gentil.

- Como você feriu o seu rosto? - os dedos dela percorrem próximos de uma faixa que cobre desde o queixo de seu filho até pouco abaixo do olho dele.

- Lutando contra o rei anterior e contra o marechal Okeanós. Foi apenas um arranhão, não se preocupe, e não tive outros ferimentos.

- Se vocês desejarem assistir o julgamento que irá definir a quem o trono pertence, sugiro dormir daqui a pouco porque ele acontecerá no início da tarde de hoje - diz Osíris, enquanto observa-os calmamente, e recebe a atenção deles.

- Isso já não estava resolvido? - questiona Anúbis.

- Ninguém pode simplesmente matar o rei e pegar o trono sem nenhum processo formal, independentemente das circunstâncias - quando ele responde, Hórus desvia o olhar, com o rosto ruborizado e tocando em um dispositivo preso em seu pescoço.

Pouco adiante, as estrelas-gêmeas subjugam as trevas que cobriam o manto celeste e anunciam o retorno do reconfortante calor que o verão concede aos absconditus durante a pacífica manhã. A resplandecente luz dourada atravessa as janelas do palácio pertencente ao duque canadense e suavemente acorda Andrômeda, que descansava desde da noite anterior em um vasto quarto construído sob às ordens de Ulloriak, seguindo a arquitetura clássica grega, para a sereia utilizar quando ela desejasse dormir no ducado dele.

Ela se senta na cama, entre os aconchegantes cobertores alvos como a pureza da geada que cobre a vegetação residente no exterior do palácio que a janela posicionada ao seu lado concede-lhe a chance de contemplar. Andrômeda pega o celular que está em cima da cabeceira e lê a bíblia digitalmente, seguindo o seu costume.

Quando termina, a grega desce da cama e percebe que uma raposinha retentora de lustrosos pelos negros dorme em seu tapete como se fosse uma bolinha. Ela desvia de Daisuke, cautelosa para não acordá-lo. Andrômeda sabe que seu amigo também dormiu tarde porque ambos inventaram de testar receitas na cozinha do palácio durante a madrugada e não deseja que ele desperte antes de descansar adequadamente.

A grega se senta diante de um espelho, solta seus longos cabelos azulados que encurvam-se como as ondas do oceano e os penteiam calmamente. Antes de terminar, ela vê através do espelho uma raposinha pulando atrás dela e se transformando em humano no ar.

Daisuke corre pelo quarto como se fosse uma barata tonta, procurando seu celular, e quando o encontra, se joga na cama e acessa o grupo de mensagens dos duques para se atualizar. Há inúmeras conversas após o Solstício ter encerrado. Alguns duques comemoraram o assassinato de Damon, entretanto, foram repreendidos pela duquesa de Teniov por se alegrarem com a morte. O duque de Djinn reclamou de seus ferimentos. A duquesa de Alver apenas avisou que não possuía tempo para conversar porque ela precisava lidar com o problema causado por parte das Valkyrias que se rebelaram durante a batalha e protegeram os Okeanós. O duque de Eyrwisdom pergunta pelo duque de Nanook, que não visualizou as mensagens e ninguém sabe onde ele se enfiou após a batalha. O duque de Yacy parabeniza seus companheiros e anima o grupo. O duque de Long se desculpa pela demora para responder e se justifica dizendo que o restante do reino absconditus estava caótico e foram os dragões que receberam a responsabilidade de protegê-lo enquanto parte das forças militares de todo o mundo lutavam em Israel. Mais tarde, a duquesa de Teniov convidou os duques a comparecerem no tribunal às quatorze horas do horário de Jerusalém, para assistirem o resultado do Solstício.

Daisuke responde a mensagem de Diarmuid, dizendo que o Ulloriak apenas retornou ao Canadá às seis horas da manhã do horário de Jerusalém e dormiu imediatamente. Ele desliga seu celular, refletindo sobre como avisar à sua estimada amiga que quem ela mais ama foi assassinado.

- Andrômeda - se aproxima da sereia - Você sabe que o governo de seu pai nunca foi estável? - seu tom de voz é sério, o que é quase impossível de ser real.

- Sim, aqueles que governam pelo medo têm mais a temer de seus súditos do que estes têm a recear deles. Lembro-me de ter lido essa frase em um livro quando eu era adolescente - ela para de pentear seus cabelos por um instante, possuindo feições sérias que prevêem notícias desagradáveis.

- Durante esta noite, ele perdeu o trono.

- Meus pais estão bem!? - fala, com a voz trêmula.

- A sua mãe sim, mas... - pausa, reunindo coragem.

- Meu pai morreu?

- Sim.

Lágrimas escorrem pelo rosto da Andrômeda, entretanto, sua postura permanece erguida diante do espelho que reflete o longínquo olhar que enfeita as feições dela. Daisuke se aproxima, a abraça com delicadeza e ela se apoia no ombro dele.

- Eu também participei disso! - confessa a kitsune, tão freneticamente que quase não é possível entender essas palavras e lágrimas escorrem de seus olhos.

- Era a sua responsabilidade como duque cooperar para impedir e punir as injustiças cometidas por reis. Não se preocupe, eu sei que você fez o que é correto - se levanta e limpa as lágrimas do rosto de Daisuke.

- Daqui a pouco, no tribunal, o juiz supremo dirá a quem pertence o trono. Imagino que você deva ir.

- Se eu receber o convite, eu irei - suspira.

Andrômeda termina de se arrumar e verifica as mensagens recebidas em seu celular. Uma delas foi de Osíris, que requeriu a presença dela no tribunal. Antes de atravessar a fenda para o Egito, ela e Daisuke andam pelos vastos corredores brancos do palácio que possuem grandes janelas exibindo a flora e montanhas residentes do ducado canadense, procurando por Ulloriak.

Ambos encontram o duque dormindo no quarto dele, ainda vestindo a danificada armadura negra que o protegeu na batalha - exceto o elmo -, apesar dela exalar um fatídico odor de sangue e ter manchado todos os alvos cobertores posicionados desordenadamente na cama que ele se deita de modo tão torto quanto um inseto após sobreviver a uma luta travada contra um humano. Ele nem mesmo soltou seus cabelos, que estão presos em um coque caótico, quando se deitou.

Daisuke se transforma em uma raposinha e pula em cima de Ulloriak, que acorda quase o jogando para cima.

- Daisuke!

- Está na hora de acordar - se transforma novamente em humano, caindo na cama do duque - temos um compromisso às sete horas e já são seis e cinquenta. Você precisa ir rápido porque comparecer ao tribunal fedendo mais que um cadáver de urubu não é uma boa ideia.

- Tribunal?

O duque de Nanook não atrasa os jovens, se arrumando em poucos instantes, e no exato horário marcado, eles atravessam a fenda para o Egito. Possuindo uma pontualidade louvável, os três chegam ao tribunal junto dos outros convidados.

O vasto salão bege, retentor de gigantes paredes decoradas com incontáveis pinturas antigas e hieróglifos que contam inúmeras histórias, é o palco que acomoda uma plateia composta por sete duques, três duquesas - incluindo a nova líder dos gregos, Tétis -, os dois filhos do juiz e os dois candidatos ao trono deixado vago pelo filho do Poseidon, estando estes, diante de Osíris.

Os olhos de Andrômeda percorrem todo o tribunal, e por um efêmero instante, se encontram com o vazio olhar esmeralda de Adriel, que está ao seu lado. A postura dele exala imponência, como as vestes reais que ele utiliza. O sobretudo negro, tão escuro quanto o tapa-olho que oculta a pupila perolada do Hazael, é adornado por alamares prateados e cobre parcialmente a calça branca dele que destaca-se entre a escura tonalidade do sobretudo e da longa bota que o vampiro utiliza. Adriel não aparenta possuir ódio por Andrômeda, apenas uma gélida indiferença, como se não houvesse resquícios de uma alma nele, o que faz a grega quebrar o contato visual.

Osíris inicia com as formalidades, enquanto todos permanecem atentos nele.

- Eu estudei este caso durante horas seguidas, entretanto, assim como a minha memória se recordava, não há nenhuma lei criada para nos guiar em casos como este. Antes de prosseguirmos, senhor Hazael, senhorita Okeanós, algum de vocês dois desejam desistir do trono?

- Eu desisto - ambos respondem, atraindo a atenção dos que assistem. Quando eles percebem a resposta um do outro, ambos se encaram.

- Eu não mereço nem ao menos viver, ao contrário da senhorita. Enquanto estive escondido no palácio, observei o seu caráter, o reino absconditus teria sorte de ser governado por alguém como você - diz Adriel, com um olhar compassivo.

- Por que você acha que não merece viver? - questiona Andrômeda.

- Eu cometi inúmeros crimes para alcançar o duque de Okeanós e executar a minha vingança sob a desculpa de que era necessário para a justiça. No entanto, de que isso adiantou? Eu me tornei pior do que ele. O duque de Okeanós, pelo menos, ainda possuía as pessoas que ele amava e protegia, enquanto eu, assassinei o único que permaneceu ao meu lado porque ele estava em meu caminho. No fim, eu que tornei o vilão dessa história fazendo a você, uma inocente, o mesmo mal que fizeram para mim. Eu nem ouso pedir o seu perdão porque sei que não o mereço, entretanto, eu me arrependo de tudo que fiz - lágrimas começam a surgir de seu olho enquanto ele fala - Fique com o trono, a senhorita não é culpada pelos crimes de seu pai.

Adriel desembainha a espada que estava em sua cintura, adornada pelo pingente de caveira rubra, e a aponta para si. Andrômeda impede-o de prosseguir, segurando a mão dele, apesar de não possuir força para evitar que ele se movimente.

- Eu te perdoo.

Adriel derruba a sua espada, trêmulo, e Anúbis a pega, desarmando-o.

- Não há a necessidade de preocupar-se em se autopunir - diz Osíris - este é um trabalho da lei, senhor Hazael. Conte-me quais foram seus crimes.

Adriel conta em detalhes todos os crimes que ele se lembra de ter cometido e revela que utilizava a identidade de "Mercador" em todos os que ocorreram no mundo absconditus. Osíris escuta atentamente, e no exato instante que Adriel termina, ele já possui a sentença que poderá ser aplicada após uma investigação confirmar a confissão do vampiro.

- Enquanto ao trono, vocês permanecem com a decisão de cedê-lo um ao outro?

- Sim - ambos respondem.

- Os duques possuem alguma sugestão?

A duquesa de Teniov sinaliza que sim, pedindo permissão para falar, o que lhe é concedido.

- Acredito que o potencial de ambos seria melhor utilizado caso eles governem juntos. E colocar os dois no trono poderia evitar ainda mais disputas entre os apoiadores da casa Hazael e Okeanós, que já são demasiadamente problemáticas.

- Senhor Hazael e senhorita Okeanós, concordam com a ideia da duquesa de Teniov?

- Concordo - diz Andrômeda.

- Não - responde Adriel.

O duque de Djinn, esforçando exageradamente o seu braço ferido, sinaliza que deseja falar e recebe a permissão.

- Eu sugiro que não haja um criminoso no trono.

- Eu concordo com ele - diz Adriel.

- Senhor Hazael - diz Andrômeda -, eu possuo a certeza de que suas habilidades seriam úteis ao reino. Não enterre-as motivado apenas por um sentimento de culpa, eu sei que o senhor ainda pode fazer muito pelos absconditus - ela estabelece contato visual com o vampiro, com um olhar semelhante ao de um cachorrinho implorando por petiscos - Por favor, aceite a sugestão da duquesa de Teniov. Eu apenas ficarei com o trono se o senhor não perder o seu direito de ser rei.

- Tudo bem - suspira, cedendo à teimosia da grega.

- Certo, está decidido, o trono pertence a vocês dois - diz Osíris - Entretanto, marcaremos um julgamento futuramente porque o senhor Hazael deve responder por seus crimes.

A duquesa de Teniov sorri, como se estivesse observando o seu filho reconquistando a alma dele. O garoto que ela presenteou com a sua confiança não a decepcionou e tudo ocorreu conforme seus planos previam.

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