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Capítulo XVIII - Atrás das cortinas da realidade

| Abril de 2034

O soturno céu da madrugada, onde o cosmos exibe deslumbrantes nebulosas escarlates como se o sangue de alguma divindade houvesse sido derramado no lençol celeste em prol da humanidade, e estrelas retentoras de um melancólico brilho azulado que aparentam serem respingos das nebulosas que enfeitam a galáxia como pinceladas de tinta indigo sobre uma glamourosa pintura, unem-se como se ambos possuíssem uma alma só.

O céu noturno, em seu dever por ter roubado a claridade das estrelas-gêmeas que os seres vivos deleitam-se durante o dia, concede uma suave iluminação avermelhada, quase púrpura, às rochosas e pontiagudas montanhas do ducado dos lendários dragões.

Tian Long está sentado na encosta de uma delas, com os seus longos cabelos castanhos-avermelhados dançando nos ares devido ao sopro da gélida ventania noturna. O seu olhar perdido fixa-se nos dois convidados que acabam de chegar e ele se levanta. Normalmente ele seria mais cortês e iria guiá-los ao seu castelo, entretanto a importunação do Estado sobre assuntos triviais que os seus subordinados poderiam resolver mas ainda insistem em contactá-lo, já ultrapassara todos os limites dos limites da paciência do dragão há muito tempo.

Um alto mérope, que aparenta ter entre trinta a quarenta anos de idade, detentor de uma postura tão imponente quanto sua densa armadura prateada e longos cabelos azuis esverdeados presos em um rabo de cavalo, caminha solenemente até Tian Long e é acompanhado de seu “fiel” subordinado, Sigmund.

— Boa noite, marquês Okeanós.

— Boa noite, duque de Long, não há necessidade de sua louvável formalidade, chame-me apenas de Orion — Tian Long consente com um gesto.

— Qual o assunto que eu devo a honra da visita de Vossa Excelência? — um tom sarcástico e irônico quase escapa em sua voz.

— Imagino que o senhor saiba do aumento do contrabando na última década e a quantidade de dificuldades que estamos enfrentando por causa disso.

— Sei, aquele tal de “Mercador” está causando problemas de novo? — por um instante, Orion Okeanós precisa se segurar para não rir e nem mesmo esboçar um discreto sorriso em seu rosto.

— “Mercador”? Ele não passa de um mito criado para tentar explicar os últimos acontecimentos extraordinários.

— Perdão pela informação equivocada, eu não estou atualizado neste assunto.

— Entretanto deveria estar, porque o seu ducado foi envolvido. Eles planejam usar o seu território para uma venda na próxima semana.

— O que precisam que eu faça para impedi-los?

— Não há por quê preocupar-se com este assunto, duque de Long, o Sigmund é capaz de resolvê-lo sozinho. Apenas permita que ele possua liberdade em seu ducado e atenda todos os pedidos dele.

— Prossiga como preferir — e suspira, não por alívio, mas para controlar-se e não dar uma voadora nesse intrometido do Estado que ele tanto odeia e desconfia.

— Obrigado — ele percebe que o olhar do Tian Long está inquieto — Procurando o Sigmund? O meu subordinado é diligente e já começou a trabalhar.

Um espião nunca deve perder o seu tempo, uma arma tão preciosa que a ausência de apenas uma gota dela é capaz de decidir sobre a sua vida ou sobre a sua morte, te lançando nas profundezas do abismo devido a qualquer falha. Sigmund é sorrateiro e discreto ao atravessar as rochosas montanhas pontiagudas que constituem todo o relevo possível de contemplar até os confins do horizonte, indo até a beira de uma estrada que alguns membros de um grupo revolucionário da região, apoiadores da dinastia Hazael, devem passar, à caminho do ponto de venda que ele ainda desconhece, para verificarem alguns assuntos pendentes. 

Sigmund utiliza o auxílio de suas tecnologias para conceder-lhe uma visão mais ampla e o ajudar a procurar pelos revolucionários, todavia ele está completamente sozinho e não há nenhuma vida em uma distância tão grande quanto o gigante Golias, como o esperado. Por isso, deve demorar algumas horas para surgir alguém no deserto de pedras.

As estrelas-gêmeas emergem do horizonte, reluzindo como um remanescente fio de luz que corta as trevas e derrota o domínio do índigo e escarlate, que outrora eram os imperadores do céu. E iluminados pela aurora, um trio de amigos caminham entre as solitárias montanhas rochosas enquanto conversam. Gui Qing, Gui Hua e Gui Zihao andam despreocupados, entretanto o sutil som de uma movimentação é o suficiente para fazê-los arregalar os olhos e ficarem pálidos como um fantasma — bem, eles são fantasmas. Há um absconditus ferido — aparentemente, quase morto — na beira da estrada.

— Não se mova, ou o machucado pode voltar a sangrar — diz Gui Qing, correndo para perto deste desconhecido que ele nem imagina ser um espião.

O atencioso fantasma de túnica branca e longos cabelos lisos tão escuros quanto um buraco negro o encara com uma terna feição preocupada. Sigmund está com um profundo ferimento na perna esquerda, que talvez comprometa o movimento dela; aparentemente ele fora golpeado na testa e o sangue escorre no seu rosto como se fosse um raio caindo das nuvens; além de que, o estado da negra armadura dele é deplorável, estando quase quebrada, especialmente as partes que protegem os pontos vitais.

— Gui Hua, pegue a garrafa d'água que está na minha bolsa — a moça de túnica branca e longos cabelos loiros adornado com acessórios pratas, entrega para ele, que está abaixado perto de Sigmund, e o fantasma limpa o ferimento que está no rosto do elfo.

— Obrigado — agradece por ajudá-lo, com dificuldade.

— Fica quieto! Você não pode se esforçar — e continua a cuidar dele, desamarrando algumas ataduras anteriormente usadas na terrivelmente inimaginável ferida da perna esquerda do Sigmund.

— Gui Qing — diz Gui Zihao, colocando a mão na cintura e se movendo bruscamente de modo que balança sua túnica vermelha e seus longos cabelos ruivos, interrompendo-o.

— Silêncio, eu preciso me concentrar.

— Me desculpe, mas por acaso você sabe quem ele é? — fita seus olhos semi-cerrados no seu amigo, que nem percebe a ira dele.

— Não.

— Pois saiba que se trata de um subordinado do Orion Okeanós, eu já os vi juntos algumas vezes! — ele altera o tom de voz.

— E daí?

— E daí!?

— Sim, eu sou médico, eu salvo vidas independentemente de quem seja.

— Você não é médico nada, só fez um cursinho mequetrefe e duvidoso de alguém que nem tem diploma.

— Silêncio, eu preciso me concentrar.

— E eu preciso de explicações! Não devemos ajudar um inimigo.

— Que bondade há em amar e cuidar apenas dos aliados? Até os Okeanós fazem isso.

— Querido — diz Gui Hua com um olhar calmo e penetrante, que o faz calar na hora —, iremos na frente do Gui Qing para cumprirmos nossas responsabilidades e depois que ele levar este elfo para um lugar seguro, irá nos acompanhar.

— Concordo com a Gui Hua.

— Tudo bem — suspira e cruza os braços, seguindo sua esposa.

Finalmente Gui Qing pode estar em paz, e depois de um breve período de tempo, ele termina de cuidar das feridas de Sigmund com uma extrema competência digna dos maiores médicos do reino absconditus e humano. Ele tenta carregar o elfo, entretanto os seus braços falham em tirá-lo do chão.

— Você consegue ficar em pé? — ele permanece abaixado perto dele e oferece o seu ombro como suporte.

— Acho que sim — diz com a mesma dificuldade em que se levanta, apoiando todo o peso de seu corpo na perna direita.

Gui Qing segue, no tempo de Sigmund — o que, sinceramente, é muito lento —, a caminho de uma base localizada nas proximidades. Apesar dele possuir a consciência de que qualquer um que o encontrasse não reagiria de maneira cortês ou com o mínimo de refino ao descobrir isso, ele prossegue porque tem absoluta certeza de que o Sigmund é aliado, e um aliado de extremo valor. 

A linha de raciocínio seguida por ele é: os ferimentos do Sigmund são os mesmos que normalmente um traidor do governo poderia adquirir devido às punições mais comuns dadas pelos Okeanós, logo, ambos estão do mesmo lado. Não há como eles terem sido forjados, porque Gui Qing já analisara cada detalhe até extinguir todas as dúvidas e ninguém é louco o suficiente a ponto de se machucar tão gravemente por uma missão, ou pelo menos, não deveria ser.

Ele não verbaliza os seus raciocínios, entretanto as respostas de Sigmund aos questionamentos dele que certamente seus amigos se interessam e vão perguntar sobre quando reencontrarem-se, confirmam a teoria, afinal a mesma história é contada pelo elfo com uma precisão surpreendente, o que faz Gui Qing aceitá-lo no grupo de revolucionários.

Sigmund deita-se para dormir porque um bom sono é sempre necessário e a tranquilidade dele acalma o fantasma. Gui Qing avisa a um guarda sobre a entrada do novo membro, explica tudo o que ocorrera, e acompanha os seus amigos na preparação do local para receber as mercadorias contrabandeadas.

Tudo está pronto para a chegada do Mercador.

O subterrâneo chinês é perfeito para o domínio de qualquer atividade criminosa, afinal os dragões são extremamente obcecados pelos céus e o olhar deles sempre estão distante das terras — detetives e espiões são exceções, entretanto ninguém sabe disso. 

Os túneis rochosos são vastos e eles abrigam cidades inteiras. Andar por ali é como um labirinto e nenhuma luz pode te guiar, afinal é o lar dos fantasmas, eles não são muito receptivos e sempre dificultam para visitantes, o que faz sentido, eles precisam de segurança, algo que ninguém se preocupa em trazer para uma raça que vive na periferia, com exceção do Mercador — alguém que talvez não seja confiável e pode muito bem estar se aproveitando deles, entretanto qualquer um pode ser visto como herói pelos os que estão na miséria se oferecer-lhes um pequeno vislumbre de algo bom que talvez não seja nem o mínimo.

Gui Qing entra com os seus dois amigos no subsolo. Como todos os fantasmas, eles também enxergam no escuro e possuem facilidade em guiar-se no labirinto cercado por pequenas casas construídas de rochas que são grudadas umas nas outras. O caminho que o trio segue confundiria qualquer um e os leva até uma espécie de centro comercial, que um dia atrás ainda era um espaço sem nada de importante. 

Os olhos dos três reluzem como o sol iluminando o orvalho da manhã ao contemplarem a quantidade de tecnologias inimagináveis que estão disponíveis para eles, certamente fora algum duque que financiara o grupo, pode ser qualquer um dos dez, afinal o reino inteiro imagina o descontentamento dos políticos que é impossível de esconder porque é um posicionamento que todos teriam no lugar deles — os Okeanós até mesmo desistiram de perseguir os opositores com a intensidade anteriormente utilizada, inclusive concederam uma certa paz aos Eyrwisdom e Nanook. Se eles continuassem como no princípio, não restaria reino para governar, todos os cidadãos estariam presos ou mortos.

Nem mesmo o mais audacioso, Gui Zihao, ousa aproximar-se sem autorização dos líderes, não por medo, por respeito, então, os três se contentam em observar de longe. 

Assim como outros fantasmas curiosos, os olhos deles estão fitados no presidente da organização e líder do clã Gui, que possuí longos cabelos loiros adornados por belos acessórios pratas e uma esvoaçante túnica branca como a íris dele, tudo isso constituindo uma deslumbrante beleza, que é complementada por suas feições amigáveis e sorriso gentil. Entretanto, eles quase ignoram o líder, Gui Feng, porque a atenção deles está fisgada pelo Mercador, que conversa com o presidente. 

Este homem misterioso, dito como mito por muitos, possui origens completamente desconhecida, entretanto os que já o conhecera deduz que ele seja um Eyrwisdom devido especialmente ao seu sotaque escocês, olho verde e sagacidade; eles concluem isso apesar de que quase todo o seu rosto é coberto por uma máscara branca que revela apenas uma pequena parte do lado direito dele. O Mercador também utiliza o outro elemento dos viajantes que abandonaram a sua identidade e vivem espalhados pelo reino absconditus sem pertencer a nenhum povo, uma capa tão negra quantos seus curtos cabelos lisos que cobre um terno elegante. Ninguém nunca percebera que ele é um judeu, ou melhor, o Hazael que possui o direito do trono.

Quando Gui Feng percebe a presença dos curiosos, ele convida-os para aproximar-se com um gesto e todos aceitam sorrindo, quase correndo na direção dele como crianças ao escutarem que o pai delas irá comprar um videogame novo na loja que eles acabaram de entrar.

Gui Hua fica logo atrás de seu pai, o líder do clã; entretanto, os outros fantasmas mantêm uma distância maior do Mercador e Gui Feng. Logo, uma multidão silenciosa de incontáveis fantasmas se reúne ao redor deles, sem atrapalhá-los, porque apenas desejam contemplar nem que seja uma vez na vida aquele que todos chamam de herói.

Sigmund não comparecera à venda, ao contrário do ordenado por Orion. Ele se mantém escondido, forjando as provas de que a negociação fora mal sucedida para enganar o Estado em prol de seus novos aliados.

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