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Capítulo XI - A aurora envolve a humanidade em seus braços aconchegantes

O deslumbrante manto escuro cobre os céus e é enfeitado por delicados pontos de claridade que constituem a mais bela dança de astros celestes, passeando pela vastidão inimaginável e criando diversos cenários intocáveis durante a mais formosa de todas as noites. Ainda está frio e as sombras pairam nos ares, compondo uma atmosfera tenebrosa sob a exuberante escuridão noturna. Apesar do sol ainda permanecer escondido, Cerberus acorda antes do alvorecer. 

Ele se senta e ajeita com os dedos os seus cabelos lisos que são negros como esta noite enquanto seus olhos rubros estão distantes e perdidos em uma vastidão inimaginável de pensamentos. Ele retira seu sobretudo que detém inúmeros cortes e uma indesejável colocação marrom provinda do vivido sangue carmesim que escorreu pelo tecido.

Cerberus toca em suas roupas — porque ele não pode vê-las, devido à escuridão — e percebe que debaixo dos rasgos há ataduras, uma grande quantidade delas, o que o faz pensar que neste exato momento ele se parece com uma múmia e ri disso.

As habilidades de cura de Arthur fizeram com que suas feridas se fechassem e logo elas desaparecerão. Ele sente-se bem para levantar com facilidade e se senta ao lado da porta, apenas por hábito, afinal ele é um guardião há milênios e proteger os outros já tornou-se um instinto natural dele. Ele apenas aguarda em silêncio os outros acordarem. Mais tarde, Cerberus acompanha-os no café da manhã sem proferir muitas palavras e observa o ambiente, demonstrando um pouco de timidez. 

O mês de outubro iniciou recentemente e as compras dos suprimentos para os três sobreviverem deverão ser realizadas. Arthur insiste que Cerberus não os acompanhe na ida ao mercado, entretanto, a teimosia do absconditus milenar — conhecido entre os humanos como idoso — em insistir que está em boas condições físicas é superior a paciência desse calmo druída, que cede ao pedido.

— Você já fez a lista, Arthur? — pergunta, enquanto ajeita a sua trança na entrada da tenda.

— Não deveria ser você o responsável por ela?

— Deveria se eu não tivesse retornado ontem de viagem e descansado sob condições de suas ameaças.

— Hehe, faz sentido, eu não havia pensado nisso.

— Melhor apressarmos, temos que voltar para casa cedo.

— Se preferirem, eu faço o que precisam mais tarde — sugere Cerberus.

— O Shabat se inicia ao anoitecer e todos descansam até ele acabar, então, não haverá nenhuma loja aberta.

— É um feriado?

— Algo semelhante, é um dia religioso para descanso, comemoração, oração, coisas do gênero que se repete toda semana.

— Depois dessa eu quero me mudar de Atlântida — fala sorrindo ao descobrir que é uma espécie de “feriado” semanal, o que faz Adriel rir.

— Adriel — ele está abaixado e olhando o armário —, o que falta aqui? Eu não faço ideia do que você normalmente compra. 

— Eu irei ver — e se abaixa ao lado de Arthur, observando os poucos itens guardados.

Adriel analisa mentalmente todos os locais utilizados para armazenar os itens que eles utilizam e memoriza os que estão faltando. Quando termina, ele atravessa o manto escarlate da entrada da tenda junto dos outros dois absconditus. Os dourados raios solares tocam suas peles claras e os recebem com uma postura mais aconchegante e cortês. O bom-humor do astro ilumina a humanidade e derrota o implacável frio noturno que antes perdurava sobre o mundo.

O caminho é extenso, entretanto, este fato não incomoda certas raças de absconditus. Até o “frágil” druída ou o guarda ferido é capaz de andar por distâncias consideradas imensas pelos humanos. O cenário árido onde havia apenas uma infinita estrada reta cortando as terras desérticas desaparece, cedendo o seu espaço para prédios, casas, pessoas e carros. O som da vida estilhaça o eterno silêncio do deserto, especialmente o de buzinas, que destacam-se sobre todos os ruídos.

Caminhando pelas cinzas calçadas de uma cidade ordinária, onde lojas adornam ambos os lados ou qualquer outro lugar que sua visão puder alcançar, Arthur para diante da vitrine de uma delas.

— Quantas tintas incríveis! — seus olhos castanhos que antes eram distraídos, foca em uma loja que vende materiais de arte, possuindo uma paixão mais reluzente do que aquelas jamais imaginadas por humanos ou absconditus.

— Você já não tem essas?

— Não tenho.

— Depois compramos — ele continua a andar para o destino deles e é seguido por Arthur, que apesar de distanciar da loja, permanece a observando. 

O pequeno druída continua observando, apesar da loja desejar ser ofuscada no infinito horizonte. Não importa o quanto eles se distanciam, ele não se esquece dela. Adriel percebe o radiante olhar de seu amigo, que ainda anseia pelas belas pinturas que seriam criadas com aquelas tintas.

— Tudo bem — suspira—, nós iremos primeiro na loja de materiais artísticos

— Sério? Obrigado — ele pula em cima de Adriel, abraçando-o e sendo o responsável pelo suave sorriso de seu amigo.

— Apenas não demore, se não, iremos nos atrasar.

— Sim, meu rei.

Arthur corre saltitante para a direção que outrora ansiava esperançosamente seguir. As pessoas o observam com estranheza, porque como se não bastasse seus longos e chamativos cabelos brancos com fios castanhas, ele insiste em possuir um comportamento excêntrico. 

Ele está diante de uma vasta loja luxuosa de materiais artísticos. O infinito composto de cores vívidas enfeita a vitrine com seus frascos de tintas de alta qualidade. Cavaletes aguardam para serem adornados pelas pinceladas que carregam sentimentos das profundezas mais abissais da alma do artista. Pincéis anseiam por mergulhar nas águas de uma piscina colorida que constituirá uma bela pintura, tão bela quanto toda a organização dessa loja que pode ser chamada de obra de arte.

— Bom dia, no que posso ajudar? — pergunta o melancólico vendedor na entrada, que força para aparentar ter no mínimo um por cento da energia de Arthur.

— Bom dia, eu desejo comprar tintas — um pouco adiante de ambos se cumprimentarem, Adriel e Cerberus chegam exalando uma calma presença.

— Qual delas?

— Eu ainda não sei, antes prefiro vê-las. 

O vendedor o guia dentro da loja e eles são seguidos por Adriel e Cerberus. Quando chegam em um extenso corredor com prateleiras de madeiras escuras exibindo uma infinidade de cores que contém todos os sentimentos possíveis e impossíveis de serem expressados, eles param. O olhar de Arthur reluz diante de tamanha exuberância de tais materiais que lhe permitiria criar as mais belas pinturas, e assim como ele, Cerberus vislumbra este mar de cores reluzindo uma intensa paixão de um artista em seu olhar. E observando o seu amigo, Adriel sorri.

— Este tom de dourado é perfeito! 

— Ele é ótimo para pintar acessórios de ouro usados pelos Okeanós — Cerberus aproxima-se das prateleiras e de Arthur.

— Verdade, eu não havia me lembrado deles, ele também é perfeito para as peças de armaduras clássicas.

— Junto de outras tintas, este dourado poderia compor um belo cenário.

— Sim! Com o azul ele criaria uma atmosfera melancólica tão envolvente.

— Se misturasse este dourado com branco e azul, ele seria o ideal para pintar os detalhes dos antigos palácios de cristal dos Long.

— Você já os viu pessoalmente?

— Uma vez.

— Como eles eram?

— Eu sou incapaz de descrever usando palavras, aquela inimaginável beleza supera até mesmo os palácios atuais deles.

— Isso só aumenta a minha curiosidade!

— Se preferir, eu crio uma pintura do que vi para você.

— Eu irei cobrar — ri.

— Para pintar, eu apenas preciso dos materiais.

— Considere-se sortudo, porque eu trabalho como pintor — ele está agitado e um pouco ofegante. Enquanto eles conversam, Adriel pega as tintas que Arthur escolhe.

— Sua empolgação é como a minha.

— Como não se encantar com a beleza de um retrato de todas as almas deste mundo? 

— É impossível.

— E melhor do que ser o observador, é ser o artista, quem expressará até os mais profundos e conflituosos sentimentos usando a mais encantadora beleza.

— Filosófico, eu concordo.

— Por isso, eu amo a arte — ele pausa para observar as tintas, consequentemente, um suave silêncio inunda a loja, entretanto, é estilhaçado poucos instantes adiante — Aquele roxo escuro é perfeitamente sombrio! — aponta para um frasco, que em seguida é pego por Adriel — Ele combina muito com um vermelho escuro.

— Como aquele? — aponta para um frasco vermelho escuro que possui a perfeita harmonia com o tom de roxo visto por Arthur.

— Exato! Essas cores são tão intensas… tão belas… combinariam em um quadro com a saturação mais alta e tons escuros — de novo, Adriel pega as tintas para Arthur.

— Elas se assemelham às cores de túnicas medievais.

O olhar de Arthur é distante e vago, parece que todo aquele entusiasmo sumiu de repente, entretanto, ele está apenas divagando em sua mente, sem perceber nada ao seu redor. 

— Terminei! — retorna à realidade.

— Tudo bem, eu irei pagar.

— Dourado… azul, branco… roxo e vermelho, estão todas com você? — diz enquanto conta em seus dedos a quantidade de tintas.

— Sim — e mostra-as para Arthur.

— Ótimo, são essas — ele procura o dinheiro em seus bolsos.

— Não se preocupe, eu pago para você.

— Eu não quero incomodar.

— Veja isso como uma recompensa por você ser o melhor amigo que eu poderia ter — ele completa essa frase em sua mente: “apesar de eu ser um péssimo amigo” — e sem discussão, se não você fica sem doce por uma semana inteira.

— Tá bom.

O vendedor guia-os para o local de pagamento. Os corredores beges são imensos e lustrosos, refletindo prateleiras repletas de produtos com a qualidade daqueles encontrados em palácios dos reinos mais prósperos. É hipnotizante o conforto do interior dessa loja, como se ela te convidasse para esquecer-se da realidade e gastar o salário inteiro de um trabalhador comum.

Não há fila no caixa porque é difícil encontrar alguém com dinheiro ou loucura o suficiente para comprar algo ali, entretanto, os poucos clientes são capazes de sustentar este lugar. Adriel retira um cartão e paga 8730 shekel israelenses novos⁶ nas cinco tintas. Arthur não faz ideia do quão caro isto é. Eles saem da loja e, sem outras distrações, terminam as compras no mercado antes do crepúsculo. 

A noite desce no planeta Terra, desejando conceder o descanso à humanidade. O céu é coberto por uma densa escuridão e os  ruídos se desvaneceram porque todos os seres vivos estão adormecidos, deleitando-se em uma doce paz que traz conforto para as almas cansadas. Entretanto, Adriel, apesar de aparentar que dorme, está desperto, aguardando por algo.

Uma loba de pelos mais alvos do que a lua e retentora de cristalinos olhos azuis, que possui uma pulseirinha de mesma cor de suas íris na pata dianteira esquerda entra em silêncio absoluto. Ela aproxima-se de Adriel, que sente esta imperceptível presença, e para ao lado da cama dele. Ele levanta  ese abaixa na altura da loba, colocando uma de suas mãos no pescoço dela. 

— Skoll — sussurra em uma espécie de “idioma” que apenas os lobos sob o seu comando entendem —, encontre-se novamente com o duque e traga as novas informações.

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Notas de Rodapé:
⁶ Shekel israelenses novos é a moeda atual de Israel. E apenas para terem noção do quanto vale 8730 shekel israelenses novos, o salário mínimo deles é 3850 de acordo com a Wikipedia.

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