9| Garotas são submissas
oi, oi gente!! Estão bem?? Espero que sim. Espero que estejam se cuidando, aconselho pegarem uma aguinha pra tomar durante a leitura, é uma ótima pedida kkkkk
Boa leitura!
— Puta que pariu, Jisung! — gritou.
— Desculpa, desculpa!
— Você não falou que tinha as mãos leves, caralho?
— E eu tenho, é você que é muito sensível.
Mais uma puxada, mais um grunhido vindo de ‘Jungha’, mesmo de olhos fechados, ela sabia que Jisung se aproximava com aquela pinça, ou melhor, aquele instrumento de tortura do diabo. Em sua cabeça Jeongguk se martirizava, não sabia de onde havia surgido aquela ideia ridícula de deixar Jisung te ensinar aquelas coisas e lhe usar como cobaia.
Não achou que uma coisa tão inofensiva e simples como tirar as sobrancelhas fosse tão doloroso e lhe daria uma sensação de morte iminente a cada fio sendo puxado.
Ele quase suspirou de alivio quando Jisung se afastou ditando um animado “prontinho”, ‘Jungha’ sentia os olhos lacrimejarem e uma dormência na testa que ele não sabia se era normal. Ao se olhar no espelho quis chorar, sua pele estava vermelha e dolorida, Jisung lhe olhava pelo reflexo do espelho e sorria orgulhosa do seu feito. Mas Jeongguk apenas via aqueles açougueiros de filme de terror que ria maleficamente ao torturar alguém. Nesse caso, o torturador era uma garota baixinha de sorriso adorável e laço amarelo na cabeça, assustador.
— Não tinha um jeito menos doloroso de fazer isso?
— Tem a cera, mas-
— Nem chegue perto de mim com essa desgraça! — Jisung gargalhou, principalmente quando ‘Jungha’ montou uma careta chorosa e apontou para as pernas finas. — Minhas pernas, elas arderam como o inferno quando você puxou essa coisa demoníaca.
— Acho que você está exagerando, e as suas pernas agora estão lisinhas e macias, não é boa a sensação?
— Não sei, elas estão dormentes, perdi a sensibilidade da minha perna, porra!
Jisung parou atrás da cadeira rindo do drama da garota, então seu sorriso se tornou carinhoso ao encara-la pelo reflexo do espelho, ela parecia infinitamente feliz por estar fazendo aquilo com alguém, Jeongguk conseguia ver o entusiasmo nos olhos da garota por ter alguém com quem compartilhar momentos de garotas. Jeongguk não conseguiu dizer não quando ela perguntou se podia lhe ensinar algumas coisinhas, com um sorriso gentil e olhos esperançosos. Ela não achou estranho que uma garota não soubesse nem lavar o rosto direito, mas ficou animada por ter a oportunidade de ensina-la.
E Jeongguk aceitou porque Jisung além de uma boa amiga, também conseguia ser uma boa distração, fazia dias que Taehyung não entrava em contato e nem o procurava e ao invés de Jeongguk ficar se remoendo em casa, se achando péssimo por ter falado demais no último encontro, ele decidiu que se manteria ocupado. A oportunidade de se desculpar surgiria, ou ele poderia deixar o orgulho de lado por um momento e mandar mensagem como quem não queria nada apenas para testar o terreno, ele faria isso mais tarde.
— Quantos instrumentos de tortura você tem nessa bolsinha? — perguntou abismado, Jisung deu risada.
— Ficar bonita dói, Jungha.
‘Jungha’ suspirou dolorosamente.
— Por que vocês fazem isso consigo mesmas? — sussurrou para si mesmo, porém Jisung ouviu e soprou um riso ao dar de ombros. Jeongguk piscou. — Que-quero dizer, por que fazemos isso?
Jisung respirou fundo, se ocupando a passar os dedos gentilmente pelos cabelos da garota sentada.
— É assim que é.
— Quem decidiu que deve ser assim?
— Ah, você entende, Jungha. Você é mulher também, a resposta legal seria dizer que fazemos isso por nós mesmas e para nos agradar. Eu não posso dizer pelas outras, mas eu fui ensinada desde pequena a ser assim e acho que a maioria também, desde pequena ouvi que meninas precisam agir como meninas, gostar de maquiagem, gostar de arrumar o cabelo, ficar bonita e apresentável em qualquer circunstância, caso contrário as coisas virão de um jeito bem mais difícil. Eu invejo mulheres que não se importam com essas coisas, mas dizer que elas não sofrem pressão acho que seria mentira.
Outro suspiro antes de continuar, ‘Jungha’ ouvia a tudo calada e concentrada, parecendo absorver cada palavra para pensar sobre depois.
— Mas também existe as sortudas que já possuem essa áurea e nem precisam se esforçar muito, tipo você, Jungha.
‘Jungha’ arqueou as sobrancelhas surpreso, procurava pelos olhos de Jisung no reflexo e quando encontrou recebeu um sorriso, Jeongguk estava abismado com a forma de pensar da garota.
— Tipo eu? — Jisung assentiu.
— Sim, você é atraente e não estou dizendo só na aparência, a sua personalidade é atraente, você não precisa vestir roupas bonitas e caras, não precisa usar maquiagem, você é naturalmente notada, você diz alguma coisa e as pessoas te ouvem, você passa e todos percebem, é esse tipo de áurea que estou falando. Algumas pessoas precisam se esforçar para serem vistas ou... apreciadas... — a última parte saiu baixo e vago como se fosse um pensamento que escapou, quando notou que a conversa estava indo para um lado depressivo demais, ela deu risada, mas Jeongguk não a acompanhou, parecendo preocupado — Eu por exemplo, minha personalidade não é nada chamativa, tenho que compensar de algum jeito.
A piada autodepreciativa chamou a atenção de Jeongguk, ele se virou e Jisung sorria como se falas daquele tipo fosse totalmente comum se dizer, principalmente sobre si mesma.
— É isso que você pensa sobre si mesma? — indagou abismado, mais surpreso ainda por Jisung agir como se não fosse nada demais.
— É assim que funciona, principalmente para mulheres. Se você não se encaixa em um padrão, automaticamente você é inferior e não merece nem uma migalha de atenção e respeito — Jisung respirou fundo, se moveu para trás e se sentou na beirada da cama.
Ela mordiscava o lábio inferior como se pensasse se deveria ou não continuar a falar, mas ela confiava em ‘Jungha, não sabia porque, nem como, mas sabia que era confiável e não usaria aquelas informações para lhe fazer mal, então decidiu ser sincera.
— Eu fui uma criança acima do peso e cresci ouvindo dentro e fora de casa que não conseguiria nada se eu não mudasse. Os garotos não me olhariam, ninguém me levaria a sério profissionalmente e eu não teria amigos porque eles teriam vergonha de andar comigo. — Jisung brincava com os dedos como se descontasse o sentimento de falar daquilo. — Eu tenho um irmão e ele passou pelo mesmo que eu, mas falavam que ele iria crescer, ficar alto e a gordurinha sumiria naturalmente, enquanto a mim diziam para que meus pais parassem de me dar muita comida senão eu cresceria “gorda” e nada bonita.
Jisung deu de ombros fazendo pouco caso daquela informação.
— Eu cresci e aquela gordurinha infantil foi embora, mas eu nunca esqueci o que eu ouvi naquela época e mesmo que eu negue as vezes, me moldou um pouco. Eu me preocupo com o meu peso, com a minha aparência porque eu sei que se uma dessas coisas sair da “normalidade” eu vou ser julgada.
Jisung esperou que ‘Jungha’ absorvesse tudo e dissesse o genérico “sinto muito que tenha passado por isso”, mas surpreendentemente — ou não — ela grunhiu de irritação.
— Que filhos da puta! Isso não se fala pra criança alguma, porra. — Jisung deu risada, surpresa, mas nem tanto com a reação da ‘garota. ‘Jungha’ pulou da cadeira e se aproximou de Jisung, se ajoelhou na sua frente deixando Jisung surpresa com a repentina aproximação. — Você deveria ter mandado eles pra casa do caralho!
— Eu tinha 6 anos, Jungha. — disse em meio a risadas, ‘Jungha’ deu de ombros como se fosse irrelevante.
— Você ficaria surpresa com o que eu falava aos 6 anos.
E Jisung não duvidava disso então apenas riu, mas travou totalmente quando ‘Jungha’ segurou seu rosto e a obrigou a encara-la.
— Escuta, você é linda, Jisung. Nunca duvide disso, sua personalidade é linda, se os outros não notam isso o problema está neles e não em você. Se disserem o contrário mande todos tomarem no cu.
‘Jungha’ apertava tanto as bochechas da garota que ela se sentia um pão, até mesmo para mexer a cabeça e concordar era difícil.
— Você fala muito palavrão — disse rindo com dificuldade. ‘Jungha’ finalmente a libertou, deixando-a livre para massagear o local.
— E você muito pouco, deveria falar mais vezes, é bom para extravasar, expressar com mais ênfase — Jisung balançou a cabeça.
— Mamãe falou que mulher xingando é feio.
‘Jungha’ revirou os olhos.
— Já eu acho que é empoderamento feminino. — Jisung arqueou as sobrancelhas.
— Onde você ouviu isso?
— Sei lá, vi em um filme, mas gostei da entonação, é forte, vou usar sempre.
Jisung caiu na cama rindo porque era uma coisa comum de se fazer quando estava com ‘Jungha’, a garota tinha aquela personalidade que transformava qualquer ambiente tenso em segundos. Provavelmente era uma característica dos Jeon, porque a semelhança com Jeongguk era gritante para ela.
‘Jungha’ se levantou e sorrindo apoiou as mãos no quadril.
— Já se divertiu me torturando, você me deve um sorvete — Jisung se levantou rapidamente.
— E a maquiagem? Você nem usou o estojo que eu te dei, posso te ensinar alguns truques, eu também não era boa, mas com prática logo você pega o jeito.
‘Jungha’ respirou fundo, mas de novo não conseguiu negar qualquer coisa a Jisung quando ela lhe olhava como um cachorrinho abandonado.
— Tudo bem, mas só se você me ensinar aquelas maquiagens dos idols — Jisung começou a balançar a cabeça freneticamente em concordância — Mas depois, agora eu quero sorvete.
— Obrigada, Jungha.
‘Jungha’ revirou os olhos, mas ainda assim sorria.
— Eu sei que sou a melhor, agora levanta essa bunda daí e vamos.
🏀💄
Taehyung olhava para o celular de cinco em cinco segundos, contando as horas que Jeongguk não lhe dava sinal de vida, depois do último encontro não se encontraram mais, aquilo foi há quase uma semana. Ele se perguntava se Jeongguk ainda estaria irritado com aquela conversa, provavelmente estava, ele sempre ficava irritado quando o relacionamento dele com Soyeon entrava em pauta.
E Taehyung não o culpava, até mesmo ele ficava assim quando parava para pensar.
De qualquer maneira, ele queria ir até o amigo e esclarecer as coisas, queria ver como estavam as coisas, e principalmente queria tirar aquela preocupação do peito. Era um sentimento recorrente ultimamente, ele vivia preocupado com Jeongguk e o que ele poderia estar fazendo no momento que estava longe.
Poderia dizer que tudo aquilo era por culpa? Culpa por não estar ao lado dele naquela noite e toda aquela confusão começar? Ele nunca deixava Jeongguk sozinho, nunca mesmo e quando isso aconteceu pela primeira vez entraram naquela bagunça. Não era apenas isso, é claro, mas Taehyung ainda não estava pronto para enfrentar esse fato.
— Por que você está encarando tanto esse celular? Esperando a ligação de alguém? — e ali estava o motivo de Taehyung não conseguir ir até Jeongguk. Soyeon.
A garota de cabelos vermelhos se sentou ao seu lado com uma tigela de pipoca em uma mão e um copo de suco na outra, ela entregou a tigela para Taehyung enquanto observava o namorado encarar vez ou outra o celular apagado.
Taehyung não notara sua aproximação até o momento que sentiu ela se aconchegar no seu peito, seu braço estava jogado nas costas do sofá e ela viu aquilo como um convite para se deitar no seu abraço.
— O que? Não... por que? — a garota lhe encarou com os seus olhos de garça então sorriu docemente.
— Nada, amor. É que você parece inquieto.
Aquela voz doce, aqueles olhares de águia, como se soubesse de todos os segredos de Taehyung, o assustava mais do que seus olhares raivosos e suas falas rudes. Era como se ela quisesse puni-lo, tortura-lo até que ele mesmo confessasse seus erros, mesmo que ele nunca tenha errado.
— Impressão sua. — murmurou com desinteresse, grudando sua atenção na televisão.
Nesses últimos dias vem sendo dessa maneira, Soyeon o convidava para programas simples como assistir um filme e quando inventava de ir embora, ela conseguia outra coisa para fazerem. Taehyung soube naquele instante que a sua amiga deu com a língua nos dentes e ela estava o segurando para que não se encontrasse mais com a garota que ele possuía tanta intimidade. Mas Soyeon não poderia segura-lo para sempre e uma hora ele teria que ir embora.
Soyeon não pareceu satisfeita com a sua resposta, Taehyung imaginou que ela queria que ele desse alguma desculpa esfarrapada, qualquer coisa para que ela relacionasse a Jungha.
Em silêncio voltaram a assistir ao filme, uma comédia romântica que Soyeon nunca enjoava e Taehyung já estava de saco cheio. Se ele estivesse com Jeongguk naquele momento, provavelmente estariam tomando cerveja juntos enquanto assistiam um dos filmes de super-herói que o garoto adorava, na concepção de Taehyung era muito melhor.
Em certo momento do filme, Taehyung sentiu Soyeon inquieta nos seus braços, ela se remexia sem parar e parecia doida para colocar para fora tudo que estava entalado, obviamente o autocontrole não durou muito. Quando ela se afastou do seu corpo e lhe encarou, ele já sabia que seria interrogado.
— Amor... — murmurou com uma voz manhosa. Taehyung ainda não a encarava.
— Hum?
— O filme está chato, não é? — indagou retoricamente, Taehyung julgou errado suas ações, percebeu isso quando sentiu uma mão traiçoeira tocar sua perna.
— Até que está legal, So. — se apressou em dizer, não dava atenção para a mão que se esfregava na parte interna da sua perna descaradamente. Se ela queria arrancar alguma coisa dele usando sexo, não conseguiria.
A mensagem implícita não dera certo, Soyeon se curvou em cima de si e beijou sua bochecha delicadamente antes de desviar para o pescoço, as duas mãos agora trabalhavam juntas enquanto acariciava sem pudor o abdômen de Taehyung. Quando os dedos ágeis da garota estavam prestes a tirar o botão de sua camisa da devida casa, Taehyung finalmente agiu segurando o pulso dela e a afastando.
— Não estou com cabeça pra isso agora, Soyeon.
Soyeon encarava Taehyung como se ele tivesse lhe dado um tapa, os lábios entreabertos completamente surpresos, deu uma risada desacreditada antes de voltar a se sentar no seu lugar com os braços cruzados totalmente contrariada, não gostava quando não conseguia o que queria.
— Ultimamente você nunca está com cabeça pra isso, Taehyung. — grunhiu com raiva. Taehyung fechou os olhos e respirou fundo. — Eu não sei o que há com você, mas não é de hoje que está estranho comigo e eu não gosto disso.
— Está vendo coisa onde não tem. — murmurou impaciente, ele queria ir embora, Taehyung não gostava de discussões e por isso sempre tentava evita-las, mas estava rodeado de pessoas que pareciam adorar arrumar briga por qualquer coisa.
— Ah, você acha? — indagou com sarcasmo. — Inicialmente eu achei que o problema era aquele Jeon, com certeza ele tinha colocado alguma coisa na sua cabeça e finalmente estava te envenenando contra mim, mas eu estava errada. O buraco é bem mais embaixo.
— Do que está falando? — Taehyung abriu os olhos confuso. Soyeon se levantou de braços cruzados e parou na sua frente ainda sentado, ela queria parecer imponente, queria que ele a olhasse de baixo.
— Estou falando daquela tal de Jungha. Taehyung, eu não sou burra e não admito que me façam de boba bem embaixo do meu nariz. Eu vi como você olha pra aquela garotinha... esquisita. — a última palavra foi dita com uma careta de nojo. Taehyung ria, mas ria de nervoso mesmo, não acreditava que estava ouvindo tamanho absurdo. — E eu vi como ela olha pra você também. Eu já entendi tudo.
Perdendo a paciência finalmente, Taehyung se levantou, Soyeon teve que dar um passo para trás por conta do gesto brusco, entretanto, a postura confiante e imponente não a deixava, ela não era do tipo que abaixava a cabeça para os outros.
— Já chega, eu aguento ouvir muita coisa, mas me acusar de algo desse tipo já demais, Soyeon. — Taehyung esbravejou irritado, ele era amedrontador quando estava no limite, até mesmo Soyeon admitia isso, mas ela sabia que ele não era o tipo de homem que desconta sua raiva nos outros, então pensava que isso era um passo à frente que estava dele. — Eu nunca te trairia, nunca. E me ofende que você pense que eu sou esse tipo de cara.
— Suas ações nos últimos dias estão bem suspeitas, Taehyung. — Soyeon continuou aumentando a voz gradativamente não querendo sair por baixo. — Me ignora, não atende minhas ligações, está sempre no encalço daquela garota estranha. Sabe o que eu ando ouvindo ultimamente? Que eu estaria sendo trocada, as pessoas falam, Taehyung.
Tudo era sobre sua reputação, Taehyung passou as mãos pelos cabelos castanhos com raiva e frustração.
— Eu apenas ando ocupado demais pra atender suas exigências, Soyeon. — Soyeon riu mais uma vez sem humor.
— Ocupado com o que? Em me fazer de idiota com aquela... — rangeu os dentes irritada.
Taehyung balançou a cabeça, já tinha chegado no limite e eu não ficaria ali ouvindo aquelas acusações sem fundamentos, paranoias criadas unicamente pela mente de Soyeon.
— Quer saber? Pense o que quiser. Pra mim tanto faz.
Pisando forte, Taehyung pegou a chave do carro de cima da mesinha ao lado do sofá e capturou seu casaco jogado no outro sofá, antes que pudesse passar pela porta, Soyeon gritou irritada:
— Onde você vai? Atrás de qual dos seus donos, hein? Jungha ou Jeongguk? Basta que qualquer um deles ligue e você vai correndo, igual a um cachorrinho.
Taehyung travou com a mão na maçaneta, os nós dos dedos ficaram brancos de tanto apertar, travou o maxilar tentando se controlar, então em um suspiro se virou para olhar a namorada.
— Nós dois precisamos de um tempo afastados. — respirou fundo decidido — É melhor que você não me procure por um tempo. Quando você quiser conversar como uma adulta, ai sim poderemos resolver esse impasse.
— O que? Taehyung!
Soyeon tentou correr até porta e alcança-lo, mas Taehyung já tinha batido a porta e partido sem olhar para trás. Dando de cara com a porta fechada, Soyeon rosnou furiosa e bateu com força na madeira, ignorou a dor que se instalou no local da pancada e ainda descontrolada pegou o abajur ao lado do sofá e jogou com fúria contra a parede.
Ela não aceitava o que tinha acontecido, não aceitava principalmente que tudo tinha acontecido por causa de uma garota insignificante como Jungha, estava tomada por ira e naquele momento ela amaldiçoava todas as gerações dos Jeon's, eles eram como pragas na sua vida e se pudesse exterminaria um por um.
No lado de fora, Taehyung respirava e expirava rapidamente, entrou no carro e saiu dali antes que Soyeon inventasse de ir atrás de si. Quando já estava longe, finalmente conseguiu raciocinar com facilidade e logo depois caiu na risada quando percebeu o que tinha feito.
Um tempo não era um término, ele sabia, ainda conversariam sobre isso em algum momento. Mas constatar que teria um tempo para si e seus pensamentos, para que colocasse seus sentimentos no eixo já era um grande começo, Jeongguk ficaria orgulhoso quando soubesse.
E a chance apareceu quando parou em um semáforo e sentiu o celular vibrar dentro do bolso, viu a mensagem de Jeongguk e sem conseguir se controlar sentiu o coração bater fora do ritmo.
| A patroa deixa você sair hoje?
| Estamos naquela quadra de basquete perto do parque
| Vem pra cá
Taehyung entendeu quem eram os "estamos" quando chegou na quadra aberta e viu Yoongi, Namjoon e Jimin disputando uma bola, quando ele se aproximou Yoongi tinha acabado de dar um drible nos dois e feito uma cesta, a única pessoa que comemorava animada era Jisung, que estava sentada na grama, embaixo de uma árvore e em cima de um pano vermelho, ao seu lado Taehyung finalmente viu quem estava procurando.
Jeongguk acenou para que ele se aproximasse rapidamente. No caminho até as duas meninas sentadas, ele acenou para seus amigos que apenas responderam rapidamente e logo recomeçaram a disputa pela bola. Em circunstâncias normais, Jeongguk estaria no meio deles, mostrando o quão bom era com uma bola na mão, Taehyung se sentaria ao lado de Jisung e torceria pelo amigo, porque ele nunca era do tipo que participava dessas brincadeiras, mas ele era ótimo em se sentar na arquibancada e gritar o nome de Jeongguk.
— Finalmente encontrou tempo para os amigos. — Jeongguk falou e Taehyung pigarreou baixinho, forçou um sorriso na mesma hora que Jisung lhe olhou também.
— Estava um pouco ocupado, o que andaram fazendo? — perguntou verdadeiramente interessado, não tinha notícias de Jeongguk por dois dias.
— Oh, eu chamei a Jungha pra tomar um sorvete comigo e passando por aqui encontramos os meninos, decidimos parar e ficar por aqui mesmo. — Jisung respondeu animadamente. Taehyung assentiu mostrando que tinha entendido. — Aparentemente, vai ter uma partida valendo dinheiro, estão esperando os outros meninos chegarem.
Taehyung olhou para trás onde os três amigos ainda brigavam pela bola. Ele sabia exatamente o que aconteceria, era muito normal eles se encontrarem ali e fazerem esse tipo de aposta, Jeongguk era do tipo que gostava daquele tipo de jogo e sempre era disputado pelos times, o time que ele ficasse com certeza ganharia e consequentemente conseguiriam o dinheiro apostado. Aquilo só servia para aumentar ainda mais seu ego.
Automaticamente Taehyung encarou Jeongguk, ele sorria mínimo para si como se dissesse 'está tudo bem, relaxa', mas ele o conhecia e sabia que o que mais queria era estar fazendo aquilo que gostava.
— Sente aqui, Tae. — Jisung moveu-se para o lado deixando o lugar entre elas vago para si. Ele não pensou muito ao se ajustar no meio dos corpos miúdos.
Sentindo os braços se tocarem, Jeongguk e Taehyung se olharam ao mesmo tempo, seguraram os olhares por um tempo em silêncio então desviaram rapidamente quando um grupo de garotos altos e atléticos entraram e cumprimentaram todos. Combinaram o valor da aposta e começaram a jogar. Jeongguk e Taehyung assistiam calados, mas Jisung parecia uma líder de torcida extremamente fiel ao seu time, ela batia palmas, chamava o nome dos amigos, gritava o nome de Yoongi sem medir a altura da voz. Jeongguk deu risada quando Yoongi se virou e encarou a menina envergonhado.
Com uma pausa para se hidratarem sendo feita, os jogadores se reuniram ao lado da quadra, na mesma hora Jisung se levantou segurando uma garrafinha com água fresca e foi de encontro a Yoongi deixando Jeongguk e Taehyung sozinhos.
Taehyung olhou para a garota de esguelha antes de pigarrear.
— Então... — começou incerto. — O que andou fazendo esses dias?
— A Jisung me fez companhia e me distraiu muito bem, agora ela inventou de me ensinar a me maquiar. — murmurou, na última frase Taehyung notou certa animação, surpreso olhou para o lado. Jeongguk deu risada. — Eu gostei da ideia, sempre gostei das maquiagens daqueles idols, queria aprender a fazer, eu ia ficar muito gostoso.
Taehyung soltou um riso soprado. Entretanto, lembrando-se da conversa que tiveram seu sorriso morreu no mesmo instante.
— Sobre aquele dia... — o sorriso de Jeongguk também vacilou.
— Está tudo bem, hyung. Eu sei que passei dos limites, o seu relacionamento diz respeito apenas a você e ela, eu não deveria ter falado nada. — Taehyung balançou a cabeça rapidamente.
— Você não estava errado em nada que disse, eu acho que precisava desse empurrão. — com um suspiro e sentindo o olhar de Jeongguk em si, ele sorriu minimamente. — Antes de vir pra cá tivemos uma briga, ela insinuou coisas que eu não gostei então eu...eu pedi um tempo. Acho que vai ser bom ficarmos afastados por um tempo.
Silêncio. Jeongguk lhe encarava embasbacado e sem palavras, Taehyung lhe fitou risonho.
— Não terminamos, pelo menos não ainda. Eu só queria espaço pra pensar com tranquilidade, mas já é um passo, não é? — perguntou esperançoso, Jeongguk finalmente sorriu e tocou seu ombro.
— É um passo sim, estou orgulhoso, hyung.
Afagando os ombros do mais velho, Jeongguk observou o mais velho lhe encarar e sorrir genuinamente feliz e tranquilo como se um peso tivesse saído de seus ombros. Prender os olhos um no outro por tempo indeterminado estava sendo recorrente de uns tempos para cá e nenhum dois parecia entender o que estava acontecendo.
Jeongguk — ou Jungha — usava naquele dia os cabelos presos em um rabo de cavalo, a franja que era impossível de prender estava caída em ondinhas na testa da menina, escondendo parte dos olhos grandes. Taehyung reparou que ela usava um shorts de algodão preto e uma blusinha amarela de alcinhas finas deixando o pescoço e clavícula a mostra, nos pés um allstar branco complementava o motivo dos olhares fixos de Taehyung.
A cada dia que se passava, Jeongguk parecia cada vez mais habituado com essa sua nova situação. Ele já não reclamava de usar roupas que normalmente garotas usavam, não reclamava nem mesmo quando era chamado de Jungha, ele estava se adaptando facilmente.
A atenção dos dois fora chamada quando uma voz sobressaiu as outras entre os garotos que estavam jogando.
— Acho que devíamos aumentar essa aposta, está fácil demais jogar contra vocês. — um garoto falou para Yoongi e Jimin, Jeongguk o conhecia, era do mesmo curso que ele na faculdade. Minhyuk o nome dele.
— Está todo saidinho assim só porque o Jeongguk não está aqui hoje. — Namjoon zombou arrancando o sorriso do garoto a força.
Jimin gargalhou.
— Falou no ponto fraco dele, cuidado.
Todos do time de Jimin, Yoongi e Namjoon riram da piada interna, diziam isso porque Minhyuk implicava tanto com Jeongguk que as únicas explicações eram; inveja ou desejo reprimido, todos apostavam na segunda opção, principalmente depois que descobriram que ele já tentou algo com o garoto e Jeongguk nem deu bola para ele.
Jeongguk que ouvia tudo abaixou a cabeça e olhou para seus pés, Taehyung lhe encarava em silêncio como se esperasse uma explicação pois ele estava por fora da piada, mas Jeongguk não estava nem um pouco disposto a explicar, principalmente para ele.
— Mesmo se ele estivesse aqui, eu acabaria com vocês. — Minhyuk esbravejou contrariado, Jeongguk soltou um risinho soprado de onde estava.
— Fale mais algumas vezes, talvez você comece a acreditar nas suas palavras. — Yoongi murmurou com escárnio. Todos riram de novo irritando o rapaz. — E estamos com um faltando, obviamente você está com vantagem hoje.
— Então chame mais alguém pra entrar. — olhou em volta então encontrou Taehyung sentado a poucos metros de distância, apontou para ele rapidamente. — Ali, coloque aquele cara se é esse o problema, nós vencemos vocês do jeito que for.
Jimin cruzou os braços enquanto ria.
— Pelo amor de Deus, você é tão ruim que até com uma garota no nosso time conseguimos ganhar essa merda.
Um sorriso sorrateiro cruzou o rosto de Minhyuk quando ele falou:
— Então coloquem, eu adoraria ver como seria.
Se sentindo desafiados, Jimin e Yoongi se olharam então juntos olharam em volta até encontrar Jisung parada assustada a alguns metros dali apenas assistindo tudo impactada. Jeongguk cerrou os olhos no mesmo instante.
Iriam mesmo colocar a Jisung pra jogar? Vão machuca-la, olha o tamanho desses caras perto dela. Jeongguk pensou espantado. Jimin e Yoongi não teriam coragem, teriam?
Ficou ainda mais em choque quando Jimin chamou Jisung para se aproximar, naquele ponto Jeongguk não conseguiria ficar parado assistindo aquela catástrofe, uma bolada lançada por esses caras desmaiaria Jisung em dois tempos. O que esses marmanjos estavam pensando?
Sem pensar duas vezes, Jeongguk se levantou em um pulo e gritou:
— Eu jogo com vocês.
Todos os olhos viraram para si ao mesmo tempo, Taehyung também se levantou, mas ele tinha mais um ar de preocupação do que qualquer outra coisa.
— Oh, Jungha é corajosa. Eu gosto dela. — Jimin murmurou sorridente e chamou-a para se aproximar, mas antes que pudesse dar um passo sentiu o pulso ser segurado.
— O que está pensando? Está louco, Jeongguk? — Taehyung grunhiu baixinho perto do seu ouvido. Jeongguk se virou e lhe olhou nos olhos, estavam tão perto que Jeongguk podia sentir a respiração do mais velho.
— Louco estão esses caras de quererem colocar a Jisung num jogo desse que nem regra tem, ela não sabe jogar, pode se machucar.
— E quanto a você? Você já se olhou no espelho hoje? — indagou irritado, Jeongguk revirou olhos, tocou a mão que segurava seu pulso e forçou um pouco até que estivesse livre.
— Eu só diminui no... — pensou por um momento então deu de ombros. — ... tudo, eu acho. Mas as minhas habilidades ainda estão intactas. Não diminua as mulheres dessa maneira, tem umas que acabam com aqueles brutamontes sem fazer esforço algum.
Deu um tapinha nos ombros do seu hyung desolado.
— Relaxa, hyung. Tudo sob controle.
Taehyung observou Jeongguk se afastar saltitante até o grupo de meninos que lhe receberam todos com sorrisos. Taehyung soltou os ombros desanimado, ninguém nunca é capaz de controla-lo, ele já deveria ter aprendido isso, a única coisa que podia fazer era ficar ali e torcer para que ele saia da quadra inteiro.
Quando a partida começou, Taehyung já tinha mudado sua posição, agora ficara posicionado fielmente o mais perto da quadra que podia, qualquer movimento perto demais do corpo pequeno de Jungha ele já sentia a própria alma saindo do corpo e voltando. Entretanto, até o momento estava indo bem demais.
Jungha era pequena em comparação aos meninos, então ela se locomovia pela quadra com mais facilidade que os outros, chegou em um momento em que Minhyuk estava com a bola e inesperadamente Jungha apareceu na sua frente bloqueando sua passagem. Minhyuk lhe encarava com um sorriso divertido, a subestimando completamente. Jungha tinha um sorriso doce nos lábios, mas quando o sorriso mudou para um maldoso, Minhyuk jurou ter sentido certa familiaridade no gesto. Já recebera tanto daqueles sorrisos de Jeongguk.
Quando Minhyuk tentou passar por si, Jungha foi ágil em capturar a bola e sair correndo pela quadra batendo-a no chão com mais habilidade que os garotos pensavam, ela ouvia chamarem seu nome. Aparentemente uma mulher no jogo servia apenas como enfeite ou para passar a bola para eles fazerem a cesta.
Jungha desviava dos jogadores que tentavam pegar a bola, como ela era baixinha, passar por baixo dos braços deles não era uma tarefa difícil, fácil mesmo foi chegar na cesta e dando um impulso maior do que faria normalmente em seu corpo real, ela pulou e jogou a bola perfeitamente para dentro.
Sorrindo satisfeita, Jungha olhou para Taehyung, ele respirava aliviado, e havia um sorriso desacreditado no rosto, não acreditava que estava presenciando aquilo. Desviou sua atenção quando inesperadamente sentiu o corpo ser agarrado e levantado. Era Jimin que lhe abraçava pela cintura e ria escandalosamente.
A partida continuou assim, com o time adversário tomando conhecimento do perigo de Jungha, começaram a marca-la bem mais que os outros, então Jungha também mudou sua tática e quando recebia a bola ao invés de fazer a cesta passava diretamente para o jogador do seu time mais próximo da cesta para que ele fizesse. Com isso, o time deles estava ganhando de lavada.
Entretanto, com a aproximação do fim do jogo, o time de Minhyuk parecia exaltado demais e em uma das jogadas que Jungha se impulsionava para lançar a bola, ela sentiu um corpo grande se chocar com o seu jogando-a longe com brutalidade. No mesmo instante o jogo foi parado, todos vieram ver seu estado.
Taehyung passou por todos, empurrando sem se preocupar em ver quem era e se ajoelhou ao seu lado completamente aflito. Jeongguk estava sentado no chão fazendo uma careta de dor.
— Se machucou? Onde foi? — Taehyung perguntava desesperado, olhando o corpo da 'garota' todo procurando sinal de ferimento.
Jeongguk fez uma careta e grunhiu quando tocou sua costela. Taehyung foi rápido em levantar um pouco a camisa para dar uma olhada, não era tão sério, não estava quebrado nem nada do tipo, Taehyung conseguia ver, mas ficaria um roxo enorme no local.
— Caralho, por que fez isso, cara? — Namjoon perguntou assustado quando viu o hematoma na pele da garota. — Não tem senso nenhum, porra.
— É um jogo corpo a corpo, se a garotinha não queria se machucar que voltasse a ficar sentadinha assistindo ou voltasse pra casa fazer as unhas. — quem falou e causou tudo aquilo se chamava Hongseok, um homem corpulento de 1,80, não era um universitário, parecia já ter se formado.
— O que você disse? — Jimin interviu irritado, estava pronto para enfrentar um cara com o dobro do seu tamanho, mas a risada de Jungha o parou, todos a olharam surpresos e confusos.
Taehyung que ainda tocava com delicadeza a costela da garota parou e a olhou também esperando que ela dissesse o que era tão engraçado. Jeongguk balançou a cabeça rindo, grunhindo baixinho vez ou outra quando a dor o atingia.
— Não façam muito caso por pouca coisa, não veem que o machão aí apenas não aceitou que uma garota pode jogar melhor que ele? É completamente normal. Principalmente quando se tem masculinidade frágil, que está parcialmente ligado ao fato de ter pau pequeno. — murmurou calmamente, deu mais uma risadinha irônica e olhou diretamente para o homem que agora lhe encarava completamente raivoso, ele partiria para cima da garota se tivesse chance, com toda a certeza. — Eu também teria ódio do mundo se eu fosse assim.
Não se preocupou quando ele deu um passo ameaçador em sua direção. Todos os meninos entraram na frente dele como um bloqueio.
— Sua vadia!
Taehyung se levantou quando ouviu aquilo, olhou para o homem sério, não era normal ver Taehyung bravo, aquela era uma ocasião que todos estavam presenciando em primeira mão. E era assustador, parecia tão frio, tão ameaçador, como um animal que só aparenta tranquilidade e espera você se aproximar para atacar. Ele se aproximou ameaçadoramente do homem e falou calmamente;
— Eu teria cuidado com essa sua boca nojenta. — murmurou, Hongseok rosnou em desaprovação. Mesmo seus olhos estivessem no homem, sua próxima fala foi direcionada a Minhyuk. — Eu escolheria melhor as minhas companhias, Minhyuk.
Hongseok estava sozinho, nem mesmo seus companheiros de time aprovaram seu feito, Minhyuk olhava envergonhado para Taehyung, tentado a se aproximar de Jungha para se desculpar, mas temia levar um soco de Taehyung se ousasse chegar perto da garota.
Jeongguk observou com diversão todos os rostos amedrontados olhando para seu amigo. Era engraçado, porque desde sempre quando o assunto era ser ameaçador, assustador e com certeza propício a cair no soco com alguém, todos apontavam diretamente para Jeongguk, mas ele diria que entre ele e Taehyung, ambos estavam empatados nesse aspecto, a diferença é que Taehyung sabia se controlar muito melhor que si.
— E se você voltar quando estivermos aqui, é comigo que você vai se resolver.
Dito isso, ele deu as costas para todos, se curvou diante de Jeongguk, passou os braços pelos ombros e pernas da garota e a levantou com facilidade no colo. Partiu para longe da multidão com ela nos braços, ignorando completamente os chamados de seus amigos e de uma Jisung preocupada que prometeu ir ao apartamento de Jeongguk para ajudá-lo. Ao se distanciar, ainda conseguiram ouvir a voz de Yoongi:
"Pode ir passando o dinheiro, perdedores."
•••
Primeiramente, eu queria agradecer a cada leitura, comentário e voto que estou recebendo nessa fic até agora. Vocês estão fazendo uma autora feliz, saibam disso. Eu não respondo muito os comentários porque nunca sei o que dizer, mas eu sempre leio todos e já deixo aqui o meu 'obrigado'.
Até a próxima, beijinhos!
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