Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

5| Loja Mágica

um capítulo pequeno e aparentemente bem parado, mas é importante, a partir do próximo é que as coisas vão começar a acontecer. 

Espero que gostem, boa leitura! E me mimem bastante, por favor. 

Taehyung estava inquieto no banco do motorista, os dedos longos batucavam sem parar o volante e ele passava a língua nos lábios a cada meio segundo, coisa que não passou despercebido por Jeongguk que já estava se estressando com toda aquela tensão. Ora olhava para fora da janela, ora olhava para o lado e franzia o cenho a cada vez que pegava Taehyung lhe encarando daquela maneira estranha novamente.

Quando ouviu o mais velho batucar novamente os dedos no volante se estressou, rosnou chamando a atenção de Taehyung na mesma hora.

— Isso já está enchendo o saco, porra. — exclamou, Taehyung respirou fundo olhando-o receoso, Jeongguk o conhecia bem demais para saber que estava inquieto daquela maneira porque estava se segurando para falar ou fazer algo, chegar naquela conclusão o fez revirar os olhos. — Desembucha, pergunta logo o que você quer?

Taehyung arregalou os olhos surpreso.

— Como... — quando a garota arqueou as sobrancelhas, Taehyung desistiu, nunca soube esconder nada de Jeongguk. Então respirou fundo, Jeongguk conseguia sentir a ansiedade do mais velho enquanto tomava coragem, mas foi ele a ser pêgo de surpresa quando o Kim soltou a pergunta. — Por que nunca me falou que já teve problema com a polícia?

— Como você...? — perguntou surpreso, ele não era bobo, aquilo só confirmou o que já desconfiava, Taehyung não se sentiu convencido e precisou tirar a prova por si mesmo, não o culpava na verdade, mas intimamente sentia-se traído. Suspirou e balançou a cabeça olhando para a janela, a casa onde ocorreu a festa não era muito longe, estavam quase chegando. — Esquece... enfim, não é importante e foi há muito tempo, não fazia sentido te contar.

— Como assim não fazia sentido? Porra, esconder sua sexualidade até vai, eu entendo, é algo pessoal, mas isso? Caralho, Jeongguk. Eu conto tudo 'pra você e parece que precisou que acontecesse isso com você para que eu realmente te conhecesse. — desabafou exaltado.

Taehyung era um pouco emocionado e dramático, ele confessava, mas não se importava. Ele contava tudo para Jeongguk, contou quando recebeu sua primeira declaração de amor na sexta série, contou quando se sentiu apaixonado por uma menina no primeiro ano e pediu conselhos para conquista-la, contou até mesmo como fora perder a virgindade, o que rendeu boas risadas, pois tinha sido um fracasso. Contou quando bateu o carro do pai aos 17 e Jeongguk o ajudou a pagar o conserto antes que o Sr. Kim percebesse.

Era estranho que Jeongguk não contasse qualquer coisa de sua vida para si, sendo o mais pessoal possível, eles sempre contavam. Então era justificável a indignação, embora a tempestade em copo d'água fosse real.

— Está fazendo aquilo de novo... — murmurou desinteressado, de qualquer maneira, ele estava acostumado com aquela personalidade sensível de seu hyung. — Foi um caso isolado, hyung. Você ainda me conhece melhor que minha própria família, fique tranquilo.

— Mas eu ainda não sei o que te fez ser fichado. — não desistiu, Jeongguk tinha esperanças de nunca precisar contar aquilo, mas ali estava ele sendo pressionado. Taehyung com certeza percebeu a tensão pois logo sua expressão raivosa fora transformada por uma preocupada. — Foi algo sério? Por isso não quer me contar? Sabe que eu nunca vou te julgar, certo? A não ser que tenha matado alguém.

Jeongguk se virou para seu hyung confuso. Ele acredita mesmo que eu faria isso? Meu Deus, preciso mudar minha imagem urgentemente.

— Olha, eu sei que explodi antes e mesmo que tenha falado que não se repetiria, acabei fazendo a mesma coisa agora. Então se não quiser falar, tudo bem. — murmurou preocupado por estar cruzando uma linha que Jeongguk não gostaria que ninguém cruzasse. Mas ao contrário do que pensou, Jeongguk apenas riu soprado.

— Eu não matei ninguém, Taehyung. E nem foi algo sério, mas foi constrangedor e eu fiquei com vergonha de contar para você na época. — confessou, pegando Taehyung de surpresa.

— Mas passar vergonha é a nossa especialidade. — brincou e Jeongguk deu risada. Estava adorável com aquela franja caindo nos olhos de jabuticaba, as bochechas cheinhas rosadas e os dentinhos de coelho aparecendo.

Jeongguk olhou em volta antes de voltar para seu hyung.

— Tudo bem, eu conto o que quiser que eu conte, mas depois porque chegamos. — falou, só então fazendo Taehyung se atentar onde estavam. Em frente à casa do garoto que dera a festa naquela noite.

Nenhum dos dois saíra do carro, Taehyung apenas estacionou do outro lado da rua e deixou que Jeongguk corresse os olhos pelo gramado da casa, a procura de algo familiar, ao não ver resultado pediu que Taehyung continuasse o trajeto enquanto olhava atentamente o caminho que percorreu naquela noite. Apenas flashes era o que vinha na sua mente, lembranças vagas de ter passado por certo local, mas nada concreto ou que explicasse o que tinha acontecido.

Quando chegaram na rua do apartamento do Jeon, Jeongguk já estava perdendo as esperanças. Sentia-se frustrado por fazer Taehyung perder tempo com aquilo, ele estava esperançoso que descobririam alguma coisa, pelo menos algo para começar, provavelmente não seria o suficiente para pará-lo, mas desanimava.

Taehyung parecia atento enquanto dirigia e Jeongguk pensou seriamente em pedir desculpas e falar para pararem com aquela ideia que não os levariam em lugar nenhum, quando algo chamou sua atenção ao passo que o carro passava na frente de um lugar bastante familiar. Sem pensar segurou os braços de Taehyung.

— Pare o carro, hyung. — pediu e Taehyung logo fez feliz esperançoso que algo tivesse se clareado na mente do amigo.

Jeongguk ao menos esperou o Kim estacionar, foi logo abrindo a porta e pulando para fora, correu até o outro lado da rua e franziu o cenho em confusão. Sentiu quando Taehyung se aproximou por trás, mas não fez questão de se virar para saber onde ele estava, estava mais preocupado em saber onde diabos estava a loja de velharia que possuía ali.

— O que...? Onde...? — murmurou baixinho encarando a parede de tijolos vermelhos.

Ele não estava louco, tinha uma loja bem ali. Lembra-se de se encostar exatamente na parede ao lado e... o que acontecia depois? Lembrava-se da loja, tinha certeza que ela existia e apenas para ter certeza se afastou e olhou em volta, apenas para constatar se estava no lugar certo, mas em nenhum lugar parecia possuir uma loja daquelas.

— Se lembrou de algo? — Taehyung perguntou, mas Jeongguk parecia abismado demais para lhe dar uma resposta.

Taehyung se moveu até parar ao lado da garota e confuso observou a postura que ela possuía, olhou também para a parede de tijolos e se perguntou o que diabos chamou tanto a atenção dela ali.

— Jeongguk. — chamou tocando o ombro da garota, que deu sobressalto e olhou para o mais velho assustada, enfim se lembrando que estava acompanhada.

Voltou a olhar para a parede sem nenhum sinal de um comércio ali e respirou fundo.

— Olha, eu não sei como é possível, mas eu tenho certeza que tinha uma loja bem aqui naquela noite. — explicou e Taehyung encarou confuso a parede.

— Uma loja? Aqui? — indagou desacreditado. Muita coisa que parecia impossível de acontecer, aconteceu, mas uma loja aparecer e desaparecer sem deixar rastros? Parecia demais.

— Taehyung, eu não estou louco. — a garota falou, mal percebendo o aumento do tom de voz. — Tinha uma loja aqui, estava aberta, eu me lembro e...

— E...? — o Kim a incentivou a continuar, mas ela engoliu seco enquanto sua expressão parecia sofrida demais.

— Eu não sei o que aconteceu, mas eu tenho certeza que foi aqui. — falou e a talvez tenha sido a determinação na voz da garota que fez Taehyung acreditar.

Entretanto, não deixou de dar risada, chamando a atenção de Jeongguk para si.

— Você mora nesse apartamento há quase seis meses, como não conhece a vizinhança? — indagou brincalhão e Jeongguk revirou os olhos.

— Acha que eu ando pelo bairro e fico batendo papo com velhinhas? — falou irritado, mas Taehyung apenas via uma garota adoravelmente emburrada.

Ela realmente estava bonita, Taehyung não conseguia ignorar aquilo.

— Eu acho que pelo menos deveria saber sobre os comércios que tem na sua rua, não acha estranho você não saber? — perguntou ignorando seu pensando acerca da garota. Jeongguk bufou.

— Não me interessa saber... — murmurou então suspirou voltando sua atenção para onde deveria ter uma loja — Agora o foco é outro. Como essa loja desapareceu?

Taehyung deu de ombros mesmo que Jeongguk não pudesse ver, afundou as mãos no bolso da calça jeans escura que usava e acompanhou a garota ao observar a parede vazia, como se juntos fossem desvendar aquele mistério.

— Da mesma maneira que você se transformou em uma garota. — falou e Jeongguk lhe encarou, Taehyung devolveu o olhar no mesmo minuto, mas não deixou de arquear as sobrancelhas ao completar. — Mágica?

— Uma loja mágica? — perguntou absorta. Então inesperadamente a garota formou uma expressão sofrida. — Mas que porra, se eu já achava difícil descobrir o que aconteceu comigo e resolver, agora acho impossível.

Taehyung parecia incerto sobre o que fazer para consola-la, apenas observou quando Jeongguk se afastou e se sentou no meio fio, mantendo as pernas abertas e os cotovelos apoiados nos joelhos enquanto a cabeça se apoiava nas mãos. O Kim se sentou ao seu lado e duvidoso tocou o ombro da garota, numa tentativa elusiva de que ajudaria.

— Eu prometi que te ajudaria e ainda vou fazer isso. — falou e Jeongguk finalmente lhe olhou, soprando a franja que lhe atrapalhava olhar seu hyung com precisão.

Ela tinha os olhinhos de jabuticaba brilhando e pareciam tristes, Taehyung sempre odiou aquele olhar, aquele rosto não era da pessoa que conhecia, mas aqueles olhos eram e era neles que Taehyung focava naquele momento e sempre que se sentisse inseguro quanto ao que está acontecendo.

— Acha que tenho chance de voltar ao normal, um dia? — perguntou baixinho, o biquinho inconsciente se formando nos lábios cheinhos. Taehyung sorriu.

— Se você quiser, com certeza. Jeon Jeongguk sempre consegue o que quer. — falou e Jeongguk fungou ao dar uma risadinha.

— Isso é verdade.

Taehyung afagava o ombro da garota, o corpo parecendo minúsculo comparado ao seu e sentados na calçada, os dois jovens pensavam em como seria as coisas dali para frente, como prosseguir.

Taehyung foi o primeiro a se manifestar:

— Eu vou pesquisar um pouco, é impossível que não exista informação alguma em algum lugar. — Jeongguk soltou uma risadinha.

— Acha que vai encontrar as respostas no Google? — Taehyung lhe encarou ultrajado.

— Tem uma ideia melhor, espertão? — Jeongguk ergueu as mãos em rendição enquanto sorria abertamente.

— O nerd aqui é você, vou confiar.

— Ótimo. — falou por fim se levantando e batendo as mãos na calça para se limpar, Jeongguk fez o mesmo quando percebeu que o que tinham para fazer ali acabou. — Vamos nessa.

🏀💄

No apartamento de Jeongguk, Taehyung colocava água fervente no pote de rámen enquanto ouvia a menina no quarto batendo as portas do guarda-roupa, arrumando espaço para colocar as roupas que ganhara de Jiwoo, não deixaria a vista de qualquer pessoa que entrasse em seu quarto.

Já era quase uma da tarde e Taehyung estava morrendo de fome, enquanto Jeongguk arrumava as roupas, usou o tempo pesquisando, mas não achou muita coisa, precisava de mais tempo. Fez uma pausa para arranjar algo para comer, mas o amigo era tão irresponsável com a própria alimentação quanto si próprio, havia apenas dois potes de rámen no armário e era o que tinham para matar a fome.

Taehyung esperou que os dois ficassem prontos e os levou para o quarto. Ao entrar de deparou com a garota em meio ao um monte de roupas, franziu o cenho quando ela se levantou com os cabelos bagunçados e uma expressão sofrida no rosto.

— Não tem espaço 'pra tudo, o que eu faço? — perguntou colocando as mãos no quadril enquanto observava as roupas espalhadas na sua cama. Taehyung olhou em volta e deu risada. — Onde sua irmã arranjou tanta roupa?

— Ela adora fazer compras e sempre separa as que não usa com frequência para a doação. Sempre deixa acumular para dar tudo de uma vez. — explicou olhando as roupas que sua irmã deu a Jeongguk.

Havia desde meias e gorros, até roupas íntimas ainda na embalagem que a mulher comprava e acabava não usando uma única vez se quer, aquelas peças em especial fizeram com que Taehyung corasse dos pés à cabeça, Jeongguk estranhou a atitude, mas sorriu ladino assim que acompanhou o olhar do garoto e viu o que o deixou tão espantado. Preferiu não provocá-lo como normalmente faria, jogou um pouco de roupas em cima das peças para não constranger o amigo ainda mais.

Também agiu da mesma maneira quando Jiwoo as mostrou, prometeu a si mesmo que não colocaria nenhuma delas nem mesmo para ver como era, mas fora convencido a usar pelo menos o sutiã e tinha que confessar que não era tão estranho quanto achou que seria, apenas apertava e era desconfortável, mas não tão ruim. Talvez até experimentasse as calcinhas quando se sentisse curioso o bastante.

Taehyung respirou fundo e equilibrando os potes de rámen entre o braço e o peito, afastou as roupas da beirada da cama para que pudesse se sentar, estendeu um dos potes para Jeongguk que sentiu a barriga reclamar de fome no mesmo instante que o cheiro da comida picante invadiu suas narinas. A garota se sentou em cima das roupas sem se preocupar em afasta-las.

— Sabe... — foi Taehyung a quebrar o silencio que se instalou enquanto começavam a comer, o único som era dos assopros para esfriar o macarrão instantâneo. Jeongguk tinha acabado de levar o hashi a boca com um punhado de rámen e tinha a boca cheia quando o encarou, o Kim riu soprado antes de continuar o que iria falar. — A nossa prioridade é te trazer de volta, mas já pensou no que fará com os outros assuntos?

— Que assunto?

— Faculdade, você ainda precisa aparecer nas aulas. Ainda tem o time de basquete, você é o capitão. — falou e Jeongguk suspirou sentindo a fome diminuir gradativamente cada vez que pensava naquele problema.

— Minhas provas estão longe, minhas notas são perfeitas, isso não me preocupa, posso pedir que alguém passe as anotações. — falou, mas então sua postura mudou ao falar do basquete. — O que me preocupa é o time, com certeza ficarei fora no primeiro jogo da temporada se não aparecer nos treinos. O treinador vai dar o posto de capitão para o Minho.

Taehyung sabia que não existia nada no mundo mais importante para Jeongguk do que jogar basquete, era sua grande paixão e por causa dela conseguiu uma boa bolsa de estudos. Nunca perguntou se ele queria viver com aquilo, mas sabia que teria sucesso caso quisesse. Entretanto, também sabia que o curso que escolhera também era de seu agrado e nunca pensou em abandonar, engenharia estava no sangue dos Jeon.

— O que vai fazer? — perguntou, talvez pudesse ajudar. Jeongguk deu de ombros voltando a comer.

— Ainda não sei, mas mesmo nesse... corpo... — bufou parecendo cansado ao perceber que estava perdendo coisas da sua vida por causa daquela maldita transformação. — Eu não planejo ficar de fora.

O universo estava mesmo brincando consigo, estava fazendo-o pagar por algo que Jeongguk tinha medo de perguntar o que era, pois tinha suas suspeitas e talvez soubesse que merecia aquilo e muito mais.

— Não faça nenhuma besteira, por favor. — Taehyung murmurou preocupado. Jeongguk já o colocou em tantas situações que o fez tomar consciência que ele era capaz de fazer qualquer coisa.

Entretanto, Jeongguk sorriu inocente, tombando cabeça para o lado, assim como a franja, deixando-a extremamente adorável.

— Confie em mim, hyung. Estou com tudo sob controle. — Taehyung forçou um sorriso e olhou para seu rámen com pesar.

— É disso que eu tenho medo. — sussurrou.

Depois de comerem, Taehyung se encarregou de limpar tudo e quando voltou para o quarto, Jeongguk terminava de arrumar seu guarda-roupa. Taehyung voltou a se sentar na cama e observou a menina suspirar e fechar as portas, sorrindo orgulhosa de seu feito, fora difícil encaixar tudo lá dentro, mas ela conseguiu.

Taehyung notou o quanto ela parecia cansada, as bochechas rosadas e havia suor descendo pela lateral do rosto, tinha retirado a camisa xadrez e no momento estava apenas com a camisa branca. Parecia tão pequena e indefesa, mesmo que soubesse que aquela ali era seu amigo, Jeongguk, o forte e corajoso Jeongguk, não conseguia evitar pensar que ele não saberia lidar com algo "perigoso" caso acontecesse.

— Jeongguk... — chamou a atenção da garota que parou e lhe encarou curiosa, Taehyung pensava que estaria prestes a fazer mais um de seus dramas diários, talvez estivesse apenas paranoico, mas não custava nada tentar. — Essa coisa toda é nova 'pra você, e eu estou um pouco preocupado.

— Preocupado com o que? — perguntou confuso. Taehyung suspirou tomando coragem para dizer o que lhe atormentava.

— Hoje de manhã você disse que ficou bravo com homens te olhando com malicia, nesse prédio está cheio de velhos tarados, principalmente aquele do 112. Lembra que já vimos ele mexer com a moça do andar de baixo? — Jeongguk assentiu confuso, tentando entender onde seu hyung queria chegar com aquilo. — Eu não vou ficar tranquilo em te deixar sozinho aqui, não enquanto você está desse jeito.

Jeongguk deu uma risada desacreditada.

— Taehyung, eu virei mulher, não criança. Acho que sei me defender, se aquele velho falar um A eu prometo meter um chute naquele pau flácido, Okay? — falou divertido, mas Taehyung não estava convencido.

Aquele mundo era cruel, principalmente para as mulheres que há todo momento tinham que lidar com situações repulsivas, ele tem uma irmã e lembra-se de sempre se oferecer para acompanha-la até o mercado, pois vergonhosamente, homens não tinham escrúpulos na hora de constrange-la com comentários desnecessários. Com o passar do tempo, Jiwoo pedia para ele acompanha-la, pois o índice de mulheres sendo atacadas aumentou e o medo também.

Jeongguk não fazia ideia do que se passava na mente dessa gente, ele nunca precisou pensar, era difícil pensar naquilo, mas era verdade, agora ele tinha se tornado um alvo em potencial, querendo ou não e Taehyung nunca se perdoaria caso acontecesse algo. Era triste, mas Jeongguk sendo acostumado com todo o privilégio de ser homem, nunca temeria algo como aquilo.

— Eu sei que sabe se defender, mas... — Jeongguk o interrompeu impaciente.

— Mas nada, agradeço pela preocupação, mas eu me viro. E o que pretendia fazer? Me deixar ficar no seu apartamento? — perguntou divertido, mas seu sorriso morreu quando Taehyung abaixou a cabeça envergonhado. — Caralho, você é louco.

— Por que louco? Acha ruim morar comigo? Antes de viermos para cá até pensamos em alugar um apartamento juntos. — perguntou sentindo-se um pouco ofendido com aquela reação. Jeongguk revirou os olhos.

— A gente se parece demais, com certeza sairíamos no soco na primeira semana morando juntos. — deu risada feliz por ter arrancado um sorriso de Taehyung. Nunca tinha conhecido alguém tão dramático quanto o Kim, transformava tudo em uma novela mexicana. — Olha, se isso te tranquiliza, você é o meu contato de emergência, se eu precisar você será o primeiro a saber.

Taehyung assentiu, sabia que não havia mais nada a se fazer. Jeongguk arqueou as sobrancelhas e sorriu ladino ao completar:

— E vamos combinar, sua namorada não ia gostar nem um pouco de ter uma garota morando com você. Imagina, você, uma garota que não é ela, sozinhos, hum... ela ia adorar. — falou com a voz cheia de cinismo. Até poderia aceitar aquele convite inesperado, apenas para provar algo para Soyeon, mas não valeria a pena.

Ao invés de dar risada, ou até mesmo xinga-lo pelo comentário sarcástico, Taehyung arregalou os olhos em desespero, tampando a boca com as duas mãos, Jeongguk achou que ele desmaiaria, pois o garoto estava mais branco que papel.

— Porra, namorada... eu tenho uma namorada. — Jeongguk deu uma risada soprada, mas por dentro estava preocupado.

— Que eu saiba, você tinha até ontem.

Taehyung se levantou em um pulo e começou a apalpar a própria calça a procura de algo. Estava desesperado.

— Caralho, caralho. Eu me esqueci completamente da Soyeon . Eu sou um homem morto. — quando achou o que procurava, começou a apertar o aparelho celular, mas a tela não acendia por mais que tentasse. — Sem bateria. Ela deve ter tentado me ligar.

Jeongguk se jogou na cama despreocupadamente.

— Sempre achei ela uma megera, mas não ao ponto de surtar apenas por você não atender no momento que ela liga. — comentou, Taehyung até pensou em defender a namorada, mas ele confessava que ela era um pouco controladora sim.

Ignorando a fala insinuante da menina, Taehyung se pôs a vagar pelo quarto do amigo, fuçando a escrivaninha a procura de algo. Jeongguk virou o corpo e apoiou a cabeça na mão, com o cotovelo sendo a base no colchão.

— O que 'tá procurando? — perguntou vendo o mais velho abrir as gavetas da sua mesa de estudos.

— Seu carregador. Onde essa merda está? ­— perguntou eufórico, Jeongguk revirou os olhos, seu hyung parecia desesperado e imaginou se aquilo era tudo medo da namoradinha ter ligado para ele e não ter atendido.

— Deve estar por aí. — respondeu voltando a se deitar de barriga para cima, sem mover um dedo para ajudar a procurar. — Vem cá, você não ia pesquisar algo de útil para resolver esse probleminha não?

Como esperava, Taehyung parou o que estava fazendo no mesmo momento e lhe encarou jogada na cama apontando para si mesmo, insinuando de qual 'probleminha' estava falando. Com um suspiro, Taehyung assentiu.

Não tinha vergonha nenhuma de admitir que morria de ódio quando estava com Taehyung e ele trazia Soyeon para o meio dos dois, quando estavam juntos, preferia manter assim, sem citar ninguém. Era o momento deles, em que esqueciam do mundo lá fora e entravam em sua própria bolha.

Se ela tinha seus meios para afastar Taehyung de Jeongguk, o Jeon também tinha lá suas táticas para manter Taehyung focado apenas em si.

— Oh, verdade... — murmurou, olhou para o celular desligado em mãos, então para o corpo pequeno da garota jogado na cama, media as prioridades mentalmente. Mas não com muita surpresa, ele decidiu ligar para Soyeon mais tarde, ela não ficaria chateada de passar mais algumas horinhas sem notícias suas, não é? Quer dizer, Jeongguk precisava de si, e com certeza era mais importante do que um provável convite para ir ao shopping, onde com certeza seria usado como carregador de sacolas.

Arrancando um sorriso satisfeito de Jeongguk, Taehyung guardou o celular de volta no bolso e foi buscar o computador que tinha deixado na sala, quando voltou para o quarto, Jeongguk já o aguardava parecendo estranhamente animado para uma pesquisa que podia muito bem não dar em nada.

Eles não esperavam que a resposta caísse do céu, ou magicamente em algum site aleatório do Google, mas esperavam receber alguma luz para começar, algo que mostrasse o que podiam fazer para reverter aquela situação. Talvez devessem procurar algo nas ficções, já que provavelmente nada daquilo seria explicado usando a ciência.

Um livro de ficção cientifica? Um livro sobre mitologia? Não fazia ideia, mas os dois garotos estavam desesperados por respostas e qualquer coisa que viessem a eles dando respostas, já seria lucro. E naquele momento, tanto Taehyung como Jeongguk teriam que se desprenderem de suas crenças e pensamentos céticos, e manter a mente aberta, porque tudo mesmo era possível. 



Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro