22| Garotos amam
Boa leitura!
Na segunda-feira o assunto principal na universidade era a volta de Jeon Jeongguk, quando Taehyung colocou os pés no campus, o nome do garoto estava por todos os lados, alguns comentavam sobre a partida, outros especulavam onde ele estava, mas os comentários que mais chamaram sua atenção foram sobre os dois. Jeongguk não é do tipo que se importa com os comentários alheios, seria óbvio que ele também não se importasse de expor para todos sobre o novo relacionamento com Taehyung.
Taehyung se lembra com clareza da cara de todos na festa quando Jeongguk chegou segurando sua mão, sorria radiante enquanto cumprimentava as pessoas em volta e ignorava os julgamentos. Taehyung não gostava de chamar atenção, mas confessava sentir um pouco de satisfação ao ser visto ao lado de Jeongguk daquela maneira, ninguém sabia ao certo o que eles eram, mas as especulações começaram mais rápido que ele poderia esperar.
Não se surpreendeu quando os olhares o acompanharam até que estivesse sentado em um dos bancos do refeitório, todos lhe encaravam abismados, se remoendo de curiosidade, mas sem nenhuma coragem de perguntar diretamente.
Jimin e Yoongi chegaram minutos depois e se sentaram junto a Taehyung na mesa, ambos percebendo rapidamente os olhares constantes naquela mesa, Jimin fez uma careta incomodado.
— Bando de fofoqueiros, eles têm uma vida tão tediosa assim pra preferir cuidar da dos outros? — ralhou, Taehyung balançou a cabeça, franzindo a testa quando uma garota passou ao lado deles e lhe enviou um olhar hostil.
— Eu já esperava por isso, não vou me surpreender se encontrar no meu armário, cartinhas de admiradores dele me xingando — murmurou com cinismo, Yoongi soltou uma risada irônica.
— Se acostume, eles vão ficar indignados por você ter conseguido algo que eles não conseguiram — Taehyung deu de ombros com desdém.
Mais pessoas entravam no refeitório e tomavam conta das várias mesas no espaço, consequentemente mais olhares em cima de si. Taehyung sabia que isso aconteceria, todas aquelas pessoas tinham um tipo de fascínio — para não dizer obsessão — por Jeongguk, já estavam acostumados com a ideia que ele não se apegava a ninguém e provavelmente teriam chance de ter alguns minutinhos de sua atenção a qualquer dia, mas quando viram ele entrelaçar as mãos com Taehyung e sorrir para o mais velho como se ele fosse o centro do seu mundo ou algo do tipo, era como se qualquer chance que poderiam ter esvaísse de suas mãos como fumaça.
— Vocês realmente fizeram um show naquela noite — Jimin comentou chamando atenção de Taehyung para os amigos novamente, Jimin dava risada ao dizer — Você tinha que ver a cara da Soyeon, puta que pariu, nunca mais vou esquecer a cara de ultraje quando ela viu vocês chegando de mãos dadas e com aqueles sorrisinhos idiotas no rosto, como se estivessem acabado de se pegar em algum canto.
— Ela ficou tão vermelha, achei que fosse explodir — Yoongi falou e Jimin gargalhou ao seu lado concordando, Taehyung ouvia a tudo com um sorriso despreocupado no rosto, o que Soyeon pensava ou deixava de pensar parou de importar há muito tempo, há mais tempo do que tinha coragem de admitir.
— Eu não vi nada disso. — Jimin revirou os olhos.
— Claro que não viu, seus olhos estavam focados em uma única coisa — zombou e Taehyung desviou o olhar não sabendo como refutar aquilo.
O refeitório estava cheio, todos pareciam ter escolhido justo aquele dia para aglomerar em um único lugar, as mesas estavam cheias e o falatório tomava conta do lugar que era grande o bastante para ocupar boa parte dos estudantes. Mas Taehyung jurou que todas as vozes se calaram quando a porta se abriu e um rosto conhecido por todos entrou por ela, talvez fosse apenas impressão sua, porque tinha os olhos grudados na imagem de Jeongguk correr os olhos pelo refeitório a procura de algo, mas ele também achou que todos pareciam ter se virado para olhar o garoto.
Todos tinham suas atenções no jogador estrela, mas nenhum deles recebeu o olhar brilhante, nem o sorriso radiante que Taehyung recebeu quando foi encontrado em meio à multidão. Taehyung sorriu de volta, gostando minimamente por Jeongguk não se interessar nem um pouquinho pelos olhares, nem pelos chamados a cada passo que ele dava. Todos queriam um pouquinho de sua atenção, mas ela estava completamente em Taehyung, o que apenas serviu para que mais questões fossem levantadas entre os alunos enxeridos.
Taehyung pigarreou quando disfarçadamente olhou para os amigos e encontrou Jimin e Yoongi lhe encarando com as sobrancelhas arqueadas em uma óbvia expressão de zombaria. Jeongguk chegou na mesa sorrindo como se o mundo fosse seu, se sentou ao lado de Taehyung tranquilamente e olhou para os amigos.
— Adivinha quem vai ter que ficar por último em todos os treinos para limpar o vestiário por um mês? — Jeongguk exclamou em uma animação bizarra para quem estava falando sobre uma punição. Jimin franziu a testa.
— E isso te faz feliz porque...?
— Pelo menos não fui expulso do time, o treinador deu uma ameaçada, mas sabemos que sem mim aquele time desanda — se gabou, Yoongi revirou os olhos.
— Estava começando a sentir saudade dessa sua falta de vergonha na cara — Yoongi falou, sorrindo cínico logo em seguida — Mas já passou, você é um pé no saco.
Jeongguk deu risada não se sentindo nem um pouco ofendido com o comentário.
— Eu preferia a Jungha, a única Jeon que vale a pena — Jimin comentou, Taehyung e Jeongguk se entreolharam ao mesmo tempo — Você sabe se ela vai voltar?
Jeongguk sorriu ladino, olhou mais uma vez para Taehyung então para Jimin.
— Sinceramente? Espero que não — respondeu sem hesitar, Jimin e Yoongi se olharam perdidos, não sabiam que os primos não se davam bem. Jeongguk não fez questão alguma de completar seu pensamento para despistar, deixaria eles pensando o que quisessem, Taehyung lhe encarava e ele entendia suas palavras, era o que bastava. Antes que Jimin perguntasse mais alguma coisa, decidiu mudar de assunto — Cadê o resto do pessoal?
Assim que terminou de falar, um corpo pequeno e saltitante junto a Hoseok e Seokjin se aproximaram da mesa. Jisung foi direto para os braços de Jeongguk que a segurou surpreso com o repentino ataque.
— Gguk, estava com tanta saudade! Nem conversamos naquela noite — exclamou, Jeongguk ia responder, mas ela continuou não lhe dando chance — Onde você se meteu? Ficou encrencado com o treinador? Você conseguiu ver a Jungha antes que ela partisse?
— Deixe o garoto respirar, Jisung — Yoongi falou enciumado, vendo como a garota agarrava Jeongguk. Jisung se afastou sorrindo envergonhada, Jeongguk soprou uma risada lembrando-se vagamente do primeiro encontro que teve com Jisung quando esteve na universidade depois de se tornar Jungha.
Embora Yoongi aparentasse desinteressado, assim como Jisung e todos os outros, estava curioso sobre onde ele se escondeu por todo esse tempo. Satisfeito quando Namjoon chegou e se sentou ao lado de Jimin, completando assim o grupo, Jeongguk soltou um suspiro dramático, pronto para contar mais de suas mentiras que provavelmente ninguém acreditaria, mas não ousariam contestar. Taehyung que estava ao seu lado observando cada movimento, balançou a cabeça e desviou o olhar já sabendo que viria besteira, como sempre.
— Eu estava em um retiro espiritual — soltou com uma tranquilidade tão assustadora que até mesmo Taehyung voltou a encara-lo com as sobrancelhas arqueadas. Todos encaravam Jeongguk em silêncio, esperando que ele dissesse que estava brincando, não esboçavam expressão alguma, nem mesmo um som era ouvido. Jeongguk com certeza era um bom mentiroso, provavelmente aquela mentira foi a mais idiota que ele já arrumou, mas não se importava nem um pouco, estava sendo divertido ver a cara dos seus hyung, como se finalmente tivesse ficado louco.
— O que? — Jimin perguntou minutos depois, depois de ver que ninguém iria falar nada.
Jeongguk soltou mais um suspiro profundo e exagerado antes de começar seu discurso completamente convincente.
— Nesses últimos tempos eu estava me sentindo mal, estava pensando em coisas ruins e que estavam afetando meu desempenho em quadra e nos estudos, então resolvi me dar um tempo, longe de tudo — explicou com naturalidade, mesmo Taehyung sabendo toda a verdade quase acreditou em toda aquela baboseira — Vocês sabem como a minha mãe é uma grande religiosa e vive me chamando pra acompanha-la no templo, eu finalmente fui.
Ele poderia ter falado que havia viajado para Busan, que estava na casa da mãe. Ou que algum familiar havia falecido e ele precisou ir ao enterro. Mas Taehyung deveria saber que com Jeongguk tudo precisava ser extravagante e dramático. Se seu sumiço não tivesse um significado marcante e que faria todos ficarem pasmos, então não valeria a pena.
— Eu precisava me conectar novamente comigo mesmo... — para dar mais ênfase na cena, ele tocava o próprio peito e fechava os olhos suspirando, Jisung olhava maravilhada, curiosa sobre isso. Os outros ainda parecia um pouco em choque —, rever minhas prioridades e tentar descobrir o que estava me fazendo mal para que eu tirasse da minha vida. Precisava encontrar novos sentidos.
Namjoon sorriu encantado.
— Isso é tão bom, uma vez eu fui acampar e ficar tão perto da natureza fez com a minha alma ficasse limpa de novo, voltei como outra pessoa — Jeongguk sorriu inocentemente.
— É assim mesmo que eu me sinto, uma nova pessoa.
Yoongi soltou uma risada desacreditada.
— Que papo de drogado é esse de vocês? — Jimin perguntou confuso, Jeongguk sorriu tranquilamente, mas se tornou cínico quando olhou para o lado e Taehyung lhe encarava com uma expressão que dizia "você não tem vergonha nessa cara, não? " e Jeongguk respondia apenas com um sorriso "nunca tive isso aí, meu amor" — Mas pelo menos você não voltou estranho, tipo, se tornou hippie por exemplo. Sem ofensa, Seokjin.
Seokjin sorriu simpático.
— Não ofendeu, mas eu não sou hippie — falou e Jimin franziu a testa.
— Não é? Tem certeza? — Seokjin deu risada.
— Absoluta.
Jimin pareceu pensar por um momento então deu de ombros como se o assunto não lhe importasse mais. Voltou a encarar Jeongguk.
— Então conseguiu encontrar o... que precisava? — Jeongguk sorriu ladino, sem que ninguém percebesse, por baixo da mesa capturou a mão de Taehyung que repousava em cima de sua própria perna.
Entrelaçando os dedos, ele sorriu ainda mais quando sentiu Taehyung apertar sua mão de volta.
— Com certeza encontrei.
Jeongguk olhou para Taehyung, mas o rapaz já lhe olhava e não tinha desviado desde o começo da conversa.
— Eu espero que você saiba que ninguém caiu em todo esse papo furado — Yoongi falou de repente, Jeongguk nem mesmo se abalou. Sorrindo o mais canalha possível, ele olhou para o hyung baixinho.
— Na verdade eu não esperava que vocês acreditassem em mim, mas é uma gracinha você achar que eu me importo.
— Aish, esse pirralho irritante — resmungou com uma careta contrariada.
— Também senti sua falta, hyung — mandou um beijinho para o Min que desviou o rosto enfezado para o lado contrário, Jeongguk deu risada — Sabemos que sem mim você não vive e provavelmente continuaria empacado no mesmo lugar se eu não ajudasse.
— O que? — perguntou confuso, Jisung que estava ao seu lado franziu a testa, Jeongguk quase soltou um bufo por ter deixado aquilo escapar, mas vendo que ninguém havia entendido resolveu relaxar e sorrir inocentemente — Do que está falando?
Jeongguk soltou um suspiro despreocupado.
— Nada, hyung. Apenas pensando alto — Yoongi revirou os olhos não dando muita importância as suas loucuras, mas Jisung encarava Jeongguk de maneira tão fixa e analista que o rapaz podia jurar que a garota tinha entendido e precisava apenas juntar os pontos. Mas nunca iriam liga-lo a Jungha, é um absurdo sem tamanho se parasse para pensar.
Esperando desviar o assunto, Jeongguk olhou em volta sorrindo despreocupado quando encontrou olhares vindo de todos os lugares do refeitório, foi quando uma coisa se ascendeu em sua mente. Sorrindo largo, ele olhou para os amigos e perguntou:
— Me digam uma coisa, a víbora ruiva está aqui? — Jimin foi o primeiro a olhar em volta procurando-a, Taehyung lhe encarava confuso e desconfiado.
— Por que? O que vai fazer? — Jeongguk olhava em volta com um ar falsamente inocente, quando ouviu a pergunta se virou para o mais velho e sorriu adoravelmente. Se Taehyung não o conhecesse até acreditaria naquela carinha aparentemente inofensiva.
Jeongguk abriu a boca para responde-lo, mas Jimin falou chamando sua atenção.
— Oh, ela está aqui. A algumas mesas atrás de você e está olhando pra cá — falou e Jeongguk podia acreditar que seus olhos brilharam em satisfação.
Olhou para Taehyung e seu sorriso fez o Kim tremer.
— O q-que está tramando, Jeongguk? — Jeongguk mordia o lábio inferior enquanto sorria arteiro, maneiras de fazer travessuras se passando em sua mente sem parar, travessuras essas que estariam na boca de todos por longas semanas.
— Se me lembro bem, prometi que a Soyeon seria a primeira a saber caso existisse alguma coisa entre nós dois — murmurou baixo apenas para que Taehyung ouvisse, o rapaz franziu a testa se lembrando vagamente daquilo, mas no momento que aconteceu estava em choque, por isso não achou importante guardar na memória — Me corrija se eu estiver errado, mas existe uma coisa entre nós dois e eu estou animado pra ela saber.
Em outra situação Taehyung estaria rindo e se afastando de Jeongguk enquanto dizia o quanto ele era ridículo, mas estavam tão perto e seus olhos estavam tão magnetizados um no outro que Taehyung sorriu minimamente, sem perceber aceitando qualquer loucura que Jeongguk quisesse fazer. Cada um querendo fazer um show por motivos diferentes, Jeongguk por querer que Soyeon visse com os próprios olhos o que ela sempre temeu e Taehyung estava sentindo uma satisfação pessoal em mostrar a todos que Jeongguk era seu.
Jeongguk atrevidamente segurou Taehyung pelo queixo e o fez se aproximar um pouco mais, coisa que Taehyung fez sem contestar, os olhos grandes e redondos de Jeongguk parecendo hipnotiza-lo, induzindo-o a fazer o que ele queria.
Quando Jeongguk sorriu e o beijou, o refeitório pareceu ter mergulhado em um silêncio profundo, ambos fecharam os olhos e sorrindo nos lábios um do outro, esqueceram que havia pessoas em volta. Seus amigos estavam atônitos, assistiam chocados a cena que se desenrolava, se Taehyung e Jeongguk saísse um pouco da bolha que criaram, perceberia o momento exato que Minho bufou alto e saiu do refeitório, Soyeon não estava diferente, quando viu o que os dois garotos estavam fazendo sua pele se tornou escarlate e uma expressão completamente desacreditada se formou.
Ela sentia que todos lhe olhavam para ver sua reação, sentia que todos estavam rindo por ter sido trocada, sentia raiva de Jeongguk e Taehyung por estarem se mostrando com tanto orgulho daquela maneira, como se houvesse algo para se orgulhar. Ela tinha asco e não suportando mais ser tão humilhada, empurrou a mão de sua amiga que tocava seu ombro e pisando forte saiu do refeitório, tinha sensação que todos acompanhavam seus passos enquanto zombavam, mas a verdade é que ninguém se importava com ela. Estavam todos mais interessados no novo casal da universidade que estava dando o que falar e não tinham vergonha alguma de expor isso.
Taehyung se afastou minimamente, hesitando em parar o beijo, Jeongguk abriu lentamente um sorriso quando abriu os olhos e o encarou de perto, Taehyung suspirou.
— Estão todos olhando, não é? — Jeongguk perguntou baixinho, os narizes se tocavam superficialmente e pareciam tão alheio no próprio mundo deles que todos sentiam que estavam atrapalhando de alguma maneira.
Taehyung olhou rapidamente por cima dos ombros do mais novo constatando o óbvio, eles eram a atração principal, mas estranhamente não se sentiu constrangido, apenas era estranho.
— Eu acho que devo começar a me acostumar com isso daqui pra frente — respondeu, sorrindo mínimo quando encontrou olhares hostis no meio da multidão — Principalmente as olhadas tortas.
Jeongguk sorriu, não se contendo quando sentiu vontade de tocar o rosto do mais velho.
— Não vai durar muito, isso vai continuar até que aconteça uma novidade e eles parem de se importar com isso. Está tudo bem pra você?
Taehyung respirou fundo, mais confiante do que nunca ele deixou um selinho singelo nos lábios alheios, apenas para que Jeongguk visse a verdade em seus gestos.
— Eu sabia que isso acontecer e não me assusta nem um pouco — respondeu — Todo esse tempo eu estive ao seu lado, Jeongguk. Eu sempre soube a carga que vem junto com você e eu estou determinado a ignorar tudo e todos porque a única coisa que importa é você.
Jeongguk piscou rapidamente, sentindo levemente tocado pelas palavras, Taehyung deu risada quando o mais novo fingiu uma expressão de choro.
— Você é tão piegas, hyung. Que adorável.
Taehyung revirou os olhos.
— Nem sei por que pensei que você pararia de ser irritante de agora em diante, eu acho que é pedir demais essa mudança — Jeongguk gargalhou.
— Como se você quisesse mesmo que eu mude — murmurou convencido, Taehyung revirou os olhos, mas não ousou desmentir.
Jeongguk sorria para si, não parecendo se importar com mais nada em volta, ele tinha o mesmo sorriso de quando era Jungha, seus olhos formavam os mesmos risquinhos quando ele fazia isso. Por um momento, Taehyung conseguia ver o rosto da garota mesclado ao rosto do mais novo, não deixando esquecer do que passaram até ali. E ele não queria esquecer, Jungha foi uma parte importante da vida dos dois, mas internamente desejavam que ela nunca mais aparecesse.
Taehyung era grato a Jungha, ela aparecer foi o ponta pé inicial para que ele se livrasse daquilo que estava fazendo mal, ver Jeongguk se redimir pelos seus erros fez com que ele finalmente tivesse coragem de fazer o que deveria ter feito há muito tempo. Jungha fez com que Jeongguk saísse de sua bolha pessoal e enxergasse que seu mundinho perfeito e intocável não era nada e fez com que Taehyung finalmente se sentisse corajoso para expor seus verdadeiros sentimentos.
Se a Jungha nunca tivesse aparecido, provavelmente não estariam daquela maneira naquele momento então Taehyung sentia que nunca será capaz de agradecer o suficiente. Outra pessoa que seria eternamente grata era Jisung, Jungha a enxergou quando outras pessoas pareciam ignora-la, ela foi sua amiga e a ajudou tomar iniciativas que nunca partiriam de si em um milhão de anos. Jungha fez diferença na vida de todos, mesmo que minimamente e inconscientemente.
Taehyung retribuiu o sorriso que Jeongguk lhe dava, ele parecia finalmente relaxado como se estivesse em seu verdadeiro lugar, como se tivesse passado muito tempo procurando alguma coisa em um deserto vazio e agora que encontrou poderia descansar porque tudo estava em ordem novamente.
Jeongguk voltou a olhar para frente e arregalou os olhos quando encontrou todos seus amigos encarando os dois com expressões divertidamente chocadas.
— O que foi? — perguntou inocentemente, pigarrearam em uníssono e desviaram o olhar para qualquer outro lugar que não fosse o novo casal, Jeongguk revirou os olhos se curvando um pouco para o lado até que seu ombro tocasse o de Taehyung e ele pudesse sussurrar — Não se importe com os olhares, nem com o falatório. Vai ter comentários realmente desagradáveis.
— Tipo quais? — sussurrou de volta, Jeongguk deu de ombros.
— Você sabe, hyung. Comentários insinuantes e maldosos, esses fofoqueiros adoram isso, só não quero que você seja influenciado por eles. — Taehyung ouviu em silêncio, demorou cerca de cinco segundos para que ele risse achando graça do medo de Jeongguk.
— Eu te conheço há mais tempo que todos aqui, Jeongguk. Não há nada que eles possam falar que seja capaz de me abalar — murmurou decidido, Jeongguk tinha uma expressão em verdadeira surpresa, Taehyung balançou a cabeça divertido — Eu sei quem você é de verdade, sei coisas que eles não saberiam nem em sonho, acha mesmo que eu estaria ao seu lado até hoje se me importasse com conversinhas?
Jeongguk separou os lábios admirado, encarava os olhos de Taehyung tão deslumbrado que o Kim por um momento sentiu-se tímido.
— Caralho, você é o amor da minha vida.
Taehyung precisou de uns segundos absorvendo o que tinha ouvido para só então dar risada. Jeongguk sorria, feliz por fazer seu hyung feliz.
— Ridículo.
🏀💄
Jeongguk juntou as mãos nas costas e abaixou a cabeça enquanto ouvia mais um discurso do treinador Kang sobre responsabilidade e confiança, para Jeongguk, o maior castigo que recebeu não foi ter que recolher e limpar as bolas, nem lavar o vestiário duas vezes na semana, nem ter que aturar risinhos cheios de deboche dos seus colegas de time, com certeza era ter que todos os dias fazer uma parada na sala dele e ouvir por incansáveis 2 horas o quanto ele se sentiu abandonado e decepcionado quando Jeongguk sumiu e deixou o time na mão. Jeongguk franzia a testa para o drama, mas se mantinha calado e encarava os ponteiros do relógio na parede fixamente, sem absorver uma palavra se quer que o treinador falava.
E ali estava ele em mais uma sessão de tortura, trocando o peso dos pés tediamente e suspirando a cada cinco segundos.
— Você não acha que pode simplesmente desaparecer e deixar o time todo na mão, não é? O time não funciona sem você, Jeongguk, não funciona sem nenhum dos jogadores, todos são essenciais, sua ausência fez diferença, todos aqueles garotos te têm como líder e eles esperavam que seu capitão estivesse lá pra dizer o que deveria ser feito. — a expressão indiferente de Jeongguk vacilou por um momento — E ainda avisa que vai ficar ausente através de um e-mail, essas coisas são resolvidas pessoalmente e você apenas envia um comunicado e some. Você acha isso correto, garoto?
Jeongguk abriu a boca para responder, mas se calou em seguida, o que ele diria? Que não podia ter ido pessoalmente porque ele estava no corpo de uma mulher? Nenhuma desculpa colaria naquele caso, a verdade não seria aceita nem por um psiquiatra então Jeongguk aceitou o papel de garoto irresponsável, abaixou a cabeça como um falso arrependimento porque ele sabia que não tinha sido culpa dele, mas o treinador Kang não.
Para o treinador Kang, ele era um garoto que sumiu sem deixar rastros, por motivos egoístas e sem se importar com as responsabilidades que deixou para trás, ele não sabia a história toda, então Jeongguk não o culpava pela raiva.
— Desculpa, treinador Kang. Prometo que isso não vai voltar a acontecer.
Treinador Kang juntou as mãos em cima da mesa e encarou seu jogador estrela por um momento em silêncio como um pai decidindo se deveria ou não perdoar uma burrada, então por fim ele respirou fundo e acenou.
— Jeongguk, eu já disse milhares de vezes e faço questão de sempre falar, você é um jogador excepcional e eu sentiria muito em perder uma habilidade assim e é por isso que eu não estou fazendo nada além de te dar um castigo. Por isso e porque foi a primeira vez que isso aconteceu, você sempre cumpriu com suas responsabilidades e seria injusto te expulsar por um único erro — o treinador falou, Jeongguk assentiu calmamente —, mas eu espero que não volte mesmo a acontecer, senão eu jogo esse apito na sua cabeça se me obrigar a te expulsar do time.
Jeongguk deu risada, mas ainda assim concordou com os termos.
— Dito isso, vou adicionar a limpeza dos banheiros no seu castigo também. — o sorriso de Jeongguk morreu no mesmo instante enquanto o do treinador aumentou gradativamente.
— Treinador! — resmungou sôfrego, o treinador sorria como se o sofrimento do seu jogador o divertisse.
— Aquela joça precisa mesmo ser lavada, eu até pensei em colocar a Jungha pra limpar, mas seria crueldade colocar uma moça naquele lugar inabitável — falou com divertimento apontando para Jeongguk— Mas você é um homem forte, vai dar conta. Você deveria estar grato de não precisar lavar os uniformes de seus companheiros, eu estou sendo gentil aqui, a Jungha lavava e ela pode te dizer o quão ruim pode ser.
“Nem preciso perguntar...” Jeongguk pensou com desgosto, ele vivia usando um pregador no nariz para conseguir ao menos chegar perto daqueles farrapos.
Jeongguk ria, mas ele não sabia dizer se era mesmo um riso ou choro de desespero querendo sair, de qualquer maneira o treinador Kang conseguiu o que queria, penalizar Jeongguk por sua ausência.
Jeongguk já estava pronto para sair da sala do treinador quando o homem o chamou novamente e o fez se virar.
— Inclusive, onde está aquela garota? Ela também me deixou na mão em um momento crucial e simplesmente evaporou. — exclamou indignado, Jeongguk engoliu em seco, mas disfarçou com um sorriso inofensivo — É de família sumir sem dar satisfação pra ninguém?
— Surgiu uma coisa de repente e não deu tempo de se despedir — falou com um sorriso convincente, treinador apertou os olhos desconfiado — Mas ela mandou dizer que o tempo que passou aqui foi muito bom e que aprendeu muito com o senhor, inclusive o respeito que ela possuía pelo senhor aumentou ainda mais depois de conhece-lo.
E como manteiga derretida, o treinador desmanchou a carranca e sorriu quase afetuoso, ele realmente não sabe lidar com bajulações.
— Ela é gentil... doida, mas gentil.
Jeongguk saiu da sala com uma lista de afazeres para a semana toda que incluía tirar as folhas secas do campo de futebol até levar as toalhas do time para a lavanderia, ele já conseguia imaginar os outros lhe fazendo trabalhar mais que o normal apenas para terem o prazer de ver o capitão e egocêntrico Jeongguk fazendo as coisas para eles, mas ele não poderia reclamar, pelo menos não diretamente com o treinador, Jeongguk tinha sua própria tática de facilitar as coisas para si mesmo, ele daria um jeito de lidar com eles rapidamente.
Jeongguk saiu da sala com uma lista de afazeres para a semana toda, que incluía tirar as folhas secas do campo de futebol, até levar as toalhas do time para a lavanderia, ele já conseguia imaginar os outros lhe fazendo trabalhar mais do que o normal, mas ele não poderia reclamar, pelo menos não diretamente com o treinador, Jeongguk tinha sua própria tática de facilitar as coisas para si mesmo, ele daria um jeito de lidar com eles rapidamente.
Jogando a mochila no ombro, ele partiu enquanto mandava mensagem para Namjoon perguntando onde o grupo estava, enquanto esperava resposta, distraído olhou adiante avistando Sunhye sentada em um dos bancos no corredor folheando um livro. Ele ficou muito tentado a passar direto e fingir que não a viu, mas algo na sua consciência o fez se aproximar e parar na sua frente. Pigarreou até que ela o notasse.
— Sunhye — chamou baixo, não querendo assusta-la, mas não deu muito certo, Sunhye olhou para ele e era como se estivesse diante de um fantasma.
— Jeon-Jeongguk — respondeu surpresa, ninguém saberia dizer se era por ele estar de volta ou por ele estar parado justamente na sua frente parecendo querer falar consigo, de qualquer maneira ela tentou sorrir, fingindo costume — Eu ouvi que tinha voltado, não consegui assistir ao jogo.
— Ganhamos, como sempre — ele falou ao dar de ombros, enquanto Sunhye sorria tentando soar gentil, Jeongguk não tinha essa necessidade, não havia expressão alguma no seu rosto. Um silêncio incômodo se instalou entre eles de repente, ninguém sabia o que dizer, nem como agir, o que era estranho porque há alguns meses atrás interagiram de maneira íntima até demais. Jeongguk se sentou ao lado da garota e inesperadamente teve um sentimento de dejavu — Você está bem?
Os olhos de Sunhye quase saltaram de orbita em um misto de surpresa e confusão. A última conversa não foi gentil e nem terminou bem, Sunhye rogou pragas a Jeongguk, pragas essas que talvez tenham sido bem eficazes e agora ele estava ali lhe perguntando se estava bem, Jeon Jeongguk não perguntava para ninguém se estava bem. Isso é loucura.
— O que?! — Jeongguk arqueou as sobrancelhas, Sunhye pigarreou — E-eu estou bem, eu acho. É que...
É que Jeongguk nunca havia feito essa pergunta antes, ele não era do tipo que se importava, então ela estava confusa, mas principalmente surpresa por ele demonstrar um sincero interesse em saber.
Sunhye não sabia o que falar, estar diante de Jeongguk ainda era tão intimidante quanto antes, talvez não da mesma maneira, mas era. Esse Jeongguk na sua frente não parecia prestes a arrancar seu coração fora e cortar em mil pedaços na sua frente sem remorso, na verdade, ao contrário do último encontro, era ele quem parecia ter algo a confessar.
Jeongguk respirou fundo antes de falar sem qualquer hesitação.
— Eu acho que te devo desculpas.
O engasgo surpreso vindo da garota, acompanhado de um olhar nítido de quem não acreditava no que estava ouvindo quase fez Jeongguk se sentir um pouco ofendido, se ele fosse o tipo de pessoa que se ofendesse fácil.
— O que?!
— Porra, se mostre menos surpresa, eu peço desculpas, uau, que chocante — o tom quase indignado dele fez com que Sunhye soltasse um riso fácil, mas voltou a encarar a situação com seriedade quando Jeongguk pareceu fazer o mesmo — Eu peço desculpas pelo que falei na nossa última conversa.
Sunhye engoliu em seco tenebrosa sobre o rumo da conversa, mas Jeongguk parecia calmo até demais, como se ele já tivesse tornado uma pessoa resolvida sobre esse assunto.
— Eu poderia dizer que não queria que se sentisse mal, que estava apenas sendo sincero e nada mais, mas seria mentira. Eu sabia exatamente qual efeito teria cada palavra que eu disse, minha intenção sempre foi de machucar e te desmotivar.
Sunhye ficou em completo silencio por quase 5 minutos e Jeongguk não ousou dizer uma única palavra, deixou que Sunhye decidisse sozinha o que fazer, se ela quisesse lhe dar um tapa na cara — o que não seria a primeira vez —, ele aceitaria passivamente, mas ao contrário disso, Sunhye respirou fundo e olhou para as próprias mãos apoiadas no livro fechado.
— Se você fez aquilo pra me machucar, porque está se desculpando agora? — Jeongguk pensou por um momento antes de responder.
— Você acreditaria se eu dissesse que eu tive uma epifania numa manhã e percebi que eu era um tremenda de um babaca?
Sunhye olhou para ele com a melhor cara de interrogação que tinha.
— Não, porque ninguém muda assim da noite para o dia — Jeongguk deu de ombros.
— Não diria que foi da noite para o dia — murmurou —, mas digamos que eu me coloquei no seu lugar... e das outras garotas e percebi que eu deveria ter lidado com a situação melhor e sem causar danos, entender vocês me fez notar muitas coisas, inclusive que não deveriam estar perdendo tempo com um idiota. Porra, vocês precisam lidar com tanta coisa diariamente, tanta coisa pra se preocupar, por que se preocupar se um idiota não te ligou de volta? Se ele não te quer, tem quem queira e tem quem cuide melhor que ele.
Os lábios de Sunhye se abriram chocada, nem em um milhão de anos imaginaria que ouviria Jeon Jeongguk falar daquela maneira, mas lá estava ele deixando-a boquiaberta com tamanha evolução e lhe pedindo desculpa cheio de sinceridade.
— Onde você esteve e como você voltou assim? — Jeongguk pigarreou se preparando para mais uma de suas mentiras.
— Estive bem envolvido nesse universo feminino enquanto estive fora. Tão envolvido que até quando me olhava no espelho via uma mulher, impressionante — Sunhye pareceu confusa de repente.
— Eu ouvi que estava em um retiro espiritual.
— Retiro espiritual? — Jeongguk se perguntou perdido com sua própria mentira, Sunhye lhe encarava com um ar de ‘não é?’, Jeongguk foi obrigado a reagir rápido — Retiro espiritual, claro, mas era um lugar com muitas pessoas, principalmente mulheres, e quando não estávamos falando com nós mesmos, elas falavam entre si e falavam muito. Como eu não tinha coisa melhor pra fazer eu ouvia, até me juntei no grupinho pra me enturmar, devo dizer que foi esclarecedor.
E assim como seus amigos, Sunhye lhe encarou como se estivesse louco e em sua cabeça começava a se lembrar porque gostou dele um dia, ela sempre teve um fraco pelos esquisitinhos e se ele tivesse bonitos músculos marcados, um sorriso charmoso e de quem não presta, e uma língua esperta cheia de conversa fiada, era aí que ela se jogava sem paraquedas.
— Você é meio estranho... — falou por fim, Jeongguk fechou a cara ofendido.
— E você já gostou de mim mesmo assim, quem é estranho aqui? Você é estranha.
— Você deve ter razão — Sunhye respondeu rindo. Com um suspiro calmo ela sorriu para Jeongguk — Se você veio atrás do meu perdão, eu dou a você, porque estou vendo sua sinceridade e mudança... e porque eu tenho que te agradecer.
— Agradecer? — perguntou chocado, ele esperava qualquer coisa, menos isso. Esperava um tapa, xingamentos, maldições, nunca agradecimentos.
— Sim... sobre o que disse aquele dia, sobre eu me apaixonar por sorrisos e gentilezas, você não estava errado. Eu acho que me acostumei com os caras não se aproximando de mim e aqueles que se aproximam perderem o interesse quando descobrem que eu sou, sabe... que eu sou uma garota trans — timidamente, ela falou enquanto brincava com os polegares — Então quando você se aproximou parecendo não se importar com isso e realmente interessado, eu acho que emocionei um pouco, admito.
Sunhye sorriu determinada de repente, Jeongguk não dizia nada, apenas observava Sunhye e começava a enxerga-la com outros olhos. Na cabeça do antigo e indiferente Jeongguk, ela nada mais era do que uma garota desesperada por afeto, esse Jeongguk atual consegue ver nitidamente que assim como as outras garotas, elas só querem ser notadas, que alguém olhasse além da camada e admirassem elas por isso, Jeongguk não foi capaz disso.
— Mas depois do que aconteceu eu... eu percebi que não poderia ficar atrás de migalhas, de se sentir como se a pessoa se interessar por mim fosse um motivo para que eu agradeça. Não poderia deixar nutrir sentimentos pelo primeiro ato de gentileza que me dessem, nem começar a pensar que o problema está em mim porque a outra pessoa agiu com indiferença — falou, então deu um risinho envergonhado pela exposição —, então eu acho que deveria te agradecer, você foi um idiota, mas pelo menos serviu para que eu acordasse.
Jeongguk deu de ombros com um sorriso convencido nos lábios.
— Até quando eu não quero, eu acerto do mesmo jeito, impressionante- ai! — Sunhye deixou um tapa estalado nos seus ombros, ele resmungou dramaticamente fazendo-a revirar os olhos mas com um sorriso tranquilo e despreocupado — O erro nunca esteve em você, Sunhye. Eu fico feliz que você tenha percebido, eu não podia te corresponder independente se eu era um babaca ou não, mas eu espero que alguém seja capaz de te dar o que você merece.
Sunhye sorriu emocionada, de alguma maneira, ouvir isso de Jeongguk era importante para ela. Ela assentiu gentilmente antes de dar de ombros como se estivesse prestes a contar uma novidade.
— Talvez eu já tenha encontrado — Jeongguk lhe olhou surpreso, principalmente porque ela sorria encantada e parecendo bem mais apaixonada do que quando foi com ele, talvez porque dessa vez era real e para valer — Ele sabe sobre mim, me trata muito bem, e eu gosto muito dele. Ele se aproximou um pouco depois de ser dispensada por você, eu hesitei muito em deixar ele entrar na minha vida, mas eu decidi dar uma chance e não me arrependo disso, ele é bom pra mim.
Jeongguk sorriu orgulhoso, feliz que Sunhye não tenha deixado sucumbir a uma insegurança sem cabimento provocada pela indiferença de outro alguém, ela estava seguindo em frente e Jeongguk estava feliz por ela.
— Fico feliz em ouvir isso — Sunhye sorriu.
— Também fiquei sabendo sobre você e o Taehyung.
Jeongguk travou por um segundo pela surpresa.
— Ah, ficou é? O pessoal dessa universidade precisa de algo pra fazer da vida urgentemente. É sério, devem pensar que minha vida é um reality show esses desgraçados.
Sunhye balançou a cabeça em negação, mas ainda assim ria.
— Não mude de assunto — Jeongguk revirou os olhos, mas por fim acabou suspirando e desistindo de lutar contra.
— Eu gosto dele, de verdade. Taehyung é um cara incrível, a pergunta certa aqui seria como diabos um cara como ele se apaixona por um cara como eu — parou por um momento para pensar, então deu de ombros —, ‘tá bom que eu sou gostoso e apaixonante, mas mesmo assim.
Sunhye gargalhou.
— Ah, Jeongguk. Desde que eu te conheci, não há um único momento que o Taehyung não esteve ao seu lado, ele sempre estava lá. É a pessoa que mais te conhece na vida, se tem alguém que era previsível de se apaixonar, era ele. — Jeongguk olhou para adiante pensativo, em seu íntimo discordava dela, era completamente ao contrário para ele, se apaixonar por Taehyung que foi fácil como aprender a andar sozinho, natural, progressivamente, a cada sorriso e cuidado era um pouco mais do seu coração sendo levado. — E o fato de você sempre afastar todo mundo, mas nunca ter sido capaz de fazer isso com ele já diz muito. Devo dizer que esse relacionamento até que demorou.
— Pois é, eu tenho coração, está chocada? — resmungou, Sunhye balançou a cabeça rindo.
— Nem um pouco, é claro que você tem um coração, a diferença é que agora você está mostrando ele abertamente e sem receio algum. Jeon Jeongguk tem um coração e ele finalmente deu a alguém, isso sim é chocante.
Jeongguk soprou um riso.
— Também estou feliz por você, Jeongguk. Taehyung te faz bem, te faz uma pessoa melhor, eu até me sinto melhor em saber que não consegui seus sentimentos porque eles já eram todos direcionados a Taehyung.
Jeongguk queria fazer uma piada sobre isso, rir e dizer que era um exagero, mas seria mentira. Taehyung fazia dele um homem melhor e ele sentia vontade de ser melhor pelo Kim, se sentir feliz ao lado dele era apenas um bônus comparado a tudo que ele sentia quando estava com Taehyung.
Quando Sunhye partiu dizendo que o garoto no qual estava se encontrando estava esperando-a, Jeongguk perdeu um tempo ali sentado sozinho, tomou fôlego por um momento e a sensação é que finalmente poderia respirar com facilidade. Conversar com Sunhye tirou um peso dos seus ombros, ele não poderia concertar tudo que já fez, se fosse pedir desculpas para cada pessoa que machucou levaria uma vida inteira, o que ele poderia fazer era mostrar sua mudança.
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Sua segunda oportunidade de consertar as coisas surgiu no final de mais um treino, Jeongguk enrolou na hora de se trocar e esperou que todos partissem e restasse apenas Minho no vestiário, ele era sempre um dos últimos a tomar banho e um dos últimos a ir embora, então Jeongguk sabia que ele ainda estaria ali.
Por isso, foi um choque para Minho quando ele saiu do banho e encontrou Jeongguk sentado em um dos bancos com os pés para cima parecendo estar esperando-o, Minho travou por um breve momento ao receber um olhar do garoto.
— Jeongguk... — chamou apenas para confirmar se não estava delirando, Jeongguk acenou silenciosamente.
— Você queria conversar comigo, não é? Então vamos conversar — falou decidido, Minho engoliu em seco de repente muito nervoso — Eu espero você se vestir, é estranho falar disso com você estando de toalha.
Minho deu uma risadinha sem graça antes de começar a se trocar. Jeongguk apenas olhava sem expressão alguma ou qualquer intenção oculta e Minho também não se sentia tímido, conviver diariamente com homens os faziam confortáveis em andar pelados na frente um dos outros sem fazer grande drama sobre isso.
Assim que terminou, Minho respirou fundo antes de sentar ao lado de Jeongguk. Minho mordia o lábio inferior ansioso enquanto observava Jeongguk curvar-se sobre os joelhos.
— Então você se cansou de fugir de mim? — perguntou com cinismo, mas Jeongguk de ombros com sinceridade.
— Sim — o sorriso de Minho morreu.
— Waw? Então você admite que estava fugindo de mim? — perguntou perplexo, mais perplexo ainda foi ser olhado de maneira tão calma por Jeongguk.
— Sim, eu estava.
Minho foi obrigado a dar uma risada totalmente desacreditada, aquele cara era inacreditável, não havia ninguém como ele, ninguém poderia ser tão descarado.
— Porra, as vezes você deveria ser um pouco menos sincero, sabia?
— Quando eu minto, me criticam, quando falo a verdade também me criticam, estou confuso, não sei o que querem de mim, caralho!
Minho deu risada.
— Você é um idiota, sabia disso? — Jeongguk sorriu cinicamente.
— Ouço tanto isso que é impossível eu não saber — ficaram em silêncio por um momento, Jeongguk brincava com os dedos enquanto pensava na melhor abordagem, mas no final decidiu ser sincero — Eu só não sabia o que dizer, Minho.
— Então você sabe? — Jeongguk assentiu, Minho respirou fundo — Alguém...?
— Ninguém me contou, eu sabia há muito tempo, eu só pensei que se eu ignorasse, esse problema sumiria sozinho.
Minho apertou os olhos sentindo-se um pouco aborrecido de repente.
— É um problema eu gostar de você? — Jeongguk não deu atenção ao seu sentimentalismo, ele nunca ligou, estava tentando mudar isso, ter mais empatia, mas era um processo, naquele momento em questão, ele não se importava se Minho gritaria consigo de raiva. Ele queria sinceridade, estava sendo sincero, era o que importava.
— Não seria se você não fosse do time — explicou —, se eu aceitasse seus sentimentos haveria um problema, se eu te rejeitasse também haveria um problema. O que você esperava que eu fizesse?
— Jeongguk — Minho chamou, quando Jeongguk lhe encarou, ele sorriu fracamente —, eu sei levar um fora, ‘tá legal?
— O que?
— Eu sei que você não gosta de mim, sempre soube, eu te procurei pra te dizer que minha intenção não é transformar isso em uma grande coisa, não quero o clima no time ficando estranho, nem que você me evite. Eu entrei no time por causa de uma admiração por você e ela ainda existe, não quero perder isso por bobagem — suspirou, então continuou ciente que deixou Jeon Jeongguk boquiaberto — Foi uma merda sim pra mim me ver apaixonado por alguém que parecia incapaz de sentir alguma coisa por qualquer pessoa, era como se você fosse inalcançável, como se fosse a porra do Sol e todo mundo ao redor tivesse que lidar com o seu brilho de longe, mas nunca tocar porque poderiam se queimar se fizesse. Mas parece que o Taehyung é imune, não é?
Jeongguk ignorou a última pergunta porque não queria envolver Taehyung naquele assunto, falar disso com Sunhye era uma coisa, ela já estava muito bem resolvida, tinha seguido em frente e não sentia nada por ele, mas Minho ainda sentia, ainda era pessoal, ainda revirava os olhos sempre que falava ou ouvia o nome de Taehyung como se fosse uma maldição. Jeongguk não seria babaca de falar o quão apaixonado estava por Taehyung justamente para Minho.
Ao invés disso ele arqueou as sobrancelhas dramaticamente e soltou uma risada divertida.
— Ah, era tão fácil assim? Se eu soubesse teria te dado um fora antes — Minho abriu a boca perplexo.
— Para de ser otário.
— Não consigo evitar.
Minho revirou os olhos colocando em prova sua sanidade mental ao ter se atraído por alguém como Jeongguk. Mas ele sabia bem o porque isso aconteceu, Jeongguk poderia não acreditar, mas era fácil se apaixonar por ele.
Mas acima de tudo havia admiração, Minho o admirou como jogador antes de gostar dele de outra maneira, embora ele fosse exatamente como todos os outros ao ver apenas a superfície e julga-lo por isso, ele não agiria como eles. Taehyung uma vez falou que assim que fosse dispensado, Minho sairia difamando-o para se sentir melhor consigo mesmo, ninguém o julgaria porque Jeongguk já tem uma fama e todos acreditariam em qualquer coisa que dissesse, mas ele não seria capaz disso.
Minho permitiu que sentimentos aflorassem mesmo que soubesse desde o inicio que a batalha já estava perdida porque não tinha como competir com Taehyung, sempre foi Taehyung, até mesmo quando ele recebia seus momentos de migalhas, Jeongguk ainda colocava Taehyung no meio, ele era como um muro que não deixava que Jeongguk chegasse a qualquer outra pessoa. Minho costumava odiar Taehyung por isso, costumava ter pensamentos infantis e de rivalidade unilateral, Taehyung não precisava competir com ninguém, seria uma perda de tempo de ambos os lados.
— Então no próximo treino vamos agir normalmente, sem qualquer constrangimento — Jeongguk falou se levantando, estendeu a mão e Minho a apertou depois de encara-lo por cinco segundos.
— Sem constrangimento — repetiu, Jeongguk sorriu, deu um tapinha camarada nos seus ombros então se virou para partir.
Ele foi andando para a saída sem olhar para trás, mas ainda levantou a mão ainda de costas em um aceno bastante familiar.
— Adios!
Minho franziu a testa quando ficou finalmente sozinho, por um instante sentindo-se maluco quando lembrou-se de Jungha, ele sempre achou os dois estranhamente parecidos, mas aquilo era loucura, quase como se fossem a mesma pessoa.
“Jeongguk some, Jungha aparece” pensou “mesma personalidade, mesma habilidade no basquete, mesmas manias”
— E se... — murmurou bastante pensativo sobre o assunto, mas quando estava prestes a chegar em uma conclusão começou a gargalhar sozinho como um lunático — Porra, você leva seu primeiro fora e já fica maluco. Bem que falaram que gostar de Jeon Jeongguk pode te levar direto para a terapia.
Gargalhou mais uma vez da sua própria fala, jogou a mochila então saiu rápido dali porque tinha certeza que era o ar poluído daquele vestiário que estava fazendo-o ter delírios.
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E como Jeongguk já previa, o assunto de seu novo relacionamento foi pauta principal pelas duas semanas que se passou, mas bastou um novo escândalo correr pelos corredores para que as atenções fossem desviadas logo, para o alivio de Taehyung que já não aguentava mais ser parado e questionado sobre a veracidade do seu relacionamento com Jeongguk. Esperavam que com uma semana se passando, Jeongguk já tivesse enjoado e partido para outra, mas ainda encontravam os dois fielmente no mesmo banco no gramado, juntos e sorrindo como se nada mais importasse além do outro.
Entretanto, Jeongguk deveria saber que andar de mãos dadas com Taehyung pelos corredores e beija-lo nos momentos mais peculiares não seria suficiente para afastar aqueles mais perseverantes. Jeongguk percebeu que demorariam a perceber que as coisas tinham mudado. Depois de mais um treino treinador Kang o fez recolher as bolas e guarda-las, estava cansado, mas ainda estava sendo punido por ficar ausente por tanto tempo então não podia reclamar, podia ser pior.
Jeongguk recolheu as bolas e apenas quando teve certeza que seus parceiros de time já haviam ido embora que ele foi tomar seu banho, poderia dizer que estava fugindo de uma interação com todos eles? Poderia, com certeza, passar um tempo no corpo de Jungha o fez perceber o quanto aqueles caras eram uns tremendos desserviços para a sociedade e decidiu que manter o contato restrito ao time de basquete seria a coisa mais inteligente a se fazer.
Depois de tomar seu banho e trocar de roupa, ele finalmente saiu a procura de Taehyung que o esperava em frente a porta do refeitório, assim que virou o corredor conseguiu enxerga-lo encostado na parede próxima enquanto conversava no celular. Jeongguk sorriu terno apressando o passo até ele, mas um corpo vindo direto até si o fez parar com brusquidão para evitar o esbarrão.
Jeongguk franziu a testa quando encontrou Nayeon na sua frente e nem um pouco interessada em abrir o caminho, Jeongguk respirou fundo olhando para onde Taehyung se encontrava, o mais velho havia o visto e observava atento a cena.
— Oi oppa, não tive a chance de falar com você desde que voltou — falou alegremente, Jeongguk forçou um sorriso.
— E ai, Nayeon? Tudo bem? Espero que sim, bom te ver, agora tchau — tentou passar pela garota, mas ela foi rápida em se colocar na sua frente de novo, testando a pouca paciência do rapaz — Posso ajudar?
A garota baixinha e de aparência gentil mordeu o lábio inferior tímida, olhou em volta só então percebendo que alguns olhares estão nos dois.
— Sobre o que aconteceu naquela festa... — sussurrou, Jeongguk franziu a testa confuso tentando se lembrar do que havia acontecido, mas antes que tivesse a chance de recordar, Nayeon continuou — Eu adoraria continuar de onde paramos, se você ainda quiser, é claro.
Jeongguk deu de ombros.
— Eu não quero.
— Ah que ótim- espera, o que? — sua expressão feliz foi logo alterada para surpresa quando percebeu o que tinha ouvido, Jeongguk tinha uma expressão terrivelmente tranquila enquanto falava e mesmo depois ainda parecia neutro, como se não tivesse acabado de dispensa-la na maior cara dura — M-mas eu achei que...
Jeongguk revirou os olhos, desviando-os vagamente para Taehyung apenas para ter certeza que o rapaz ainda assistia a tudo, sorrindo, ele voltou sua atenção para Nayeon.
— Com certeza ouviu os rumores por aí, então já deve saber que eu não estou disponível — respondeu na mesma hora, Nayeon ficou vermelha da cabeça aos pés.
— E-eu pensei que fosse apenas um rumor — murmurou baixinho completamente constrangida. Jeongguk sorriu suavemente.
— Não é... — ousadamente ele tocou os ombros da garota e a fez se virar, apontou para Taehyung ao longe se divertindo quando viu o mais velho desviar sua atenção para o celular, apenas para disfarçar e não se passar por intrometido — Está vendo aquele cara ali absurdamente bonito?
Nayeon pigarreou.
— S-sim — Jeongguk sorriu orgulhoso, principalmente quando viu Taehyung corar ao ouvir, não estava tão longe e Jeongguk não fazia questão alguma em ser discreto, qualquer um podia ouvir.
— É o meu namorado.
Deu uma risadinha quando Taehyung teve um ataque de tosse, Nayeon piscou surpresa e se virou para Jeongguk, ela não parecia tão triste, apenas decepcionada por não ter aproveitado sua chance antes que aquilo acontecesse. Ela superaria, não era como se estivesse completamente apaixonada por Jeongguk.
— Oh, eu não sabia... — murmurou envergonhada, então sorriu minimamente — E-então, parabéns pra vocês, oppa.
Jeongguk sorria grande, satisfeito por falar aquilo abertamente, se despediu de Nayeon e todo saltitante foi até Taehyung que ainda disfarçava olhando o celular. Rindo, Jeongguk pulou na sua frente fazendo-o levantar a cabeça assustado.
— Demorei, mas cheguei, porra! — exclamou, ele não percebeu, mas Taehyung no mesmo instante se lembrou da conversa que tiveram assim que terminou com Soyeon e a lembrança o fez rir.
"Aquele imbecil era realmente a pessoa certa pra mim" ele pensou observando o rapaz sorrir a ponto dos olhos virarem risquinhos de tão feliz que estava.
— O que foi aquilo? — perguntou apontando em direção ao corredor, Jeongguk deu de ombros sorrindo o mais orgulho possível.
— Eu mostrando que agora sou homem de família. Esse corpinho aqui... — passou as mãos pelo torso fazendo Taehyung contorcer em uma careta de negação — É de uma pessoa apenas.
— Você se supera a cada dia, sabia? — perguntou com sarcasmo, Jeongguk piscou um dos olhos.
— Você não viu nada, hyung — assim que falou de falar, um sorriso ladino e safado brotou em seu rosto, atrevidamente ele deu um passo à frente e colou o peito em Taehyung — Inclusive, quero te mostrar o quanto eu me supero em muitas coisas.
Taehyung piscou atordoado, não sabendo como reagir a um Jeongguk safado lhe encarando como se fosse um pedaço de carne, entretanto naquela teia ele já estava preso há muito tempo então bastou um sorriso para que concordasse a tudo que Jeongguk quisesse fazer consigo, talvez tenha sido assim desde sempre, sempre cativado e facilmente influenciável por aquele sorriso adorável e atrevido.
Foram para o apartamento de Jeongguk, o mais velho ouvindo o caminho todo sobre as reclamações de Jeongguk acerca da punição que estava sofrendo, ele ria a cada resmungo infantil do garoto, mas o deixava falar e extravasar as frustrações. Chegaram ao apartamento e Jeongguk foi direto para a cozinha a procura de comida, deixando para Taehyung o trabalho de guardar as mochilas no quarto, quando o mais velho voltou e foi a sua procura, soltou um suspiro audível ao encontra-lo fuçando a geladeira como se tivesse sem comer por semanas.
Subitamente imagens de uma garotinha baixinha e comilona também lhe invadiram a mente, Taehyung deixou um sorriso calmo aparecer. Se sentou no banco enquanto observava tranquilo Jeongguk terminar sua análise, sorriu sentindo aquele sentimento que tudo estava dentro dos conformes novamente.
— Aliás... — falou de repente como quem não queria nada, Jeongguk se virou curioso — Desde quando eu sou seu namorado? Não me lembro de ouvir proposta alguma e nem de ter feito.
Jeongguk franziu a testa confuso por milésimos de segundos, quando enfim se lembrou do que havia dito a Nayeon no corredor. Abrindo seu sorriso de coelho, ele largou a geladeira e o que estava procurando para ir de encontro com o seu hyung que lhe olhava cínico esperando uma explicação.
— Precisava de proposta? Você falou que gosta de mim e eu também deixei claro que gosto de você, não precisamos de formalidades — falou sem rodeios, Taehyung curvou os lábios pensativo — Mas pelo jeito você ainda não sabia que já estamos namorando, agora você sabe.
Taehyung deixou que uma expressão de desgosto ficasse obvia para Jeongguk, o rapaz arqueou as sobrancelhas confuso quando Taehyung bufou todo birrento, cruzou os braços no peito e virou o rosto para o lado contrário. Jeongguk se aproximou, se encaixando entre as pernas do Kim, sorrindo com o biquinho que seu hyung fazia.
— O que foi, hyung? — Taehyung apertou os olhos desgostoso evitando seu olhar de propósito, bastou apenas alguns segundos para que Jeongguk entendesse qual era a da birra e sorriu com o quão adorável era o mais velho. Tocando as coxas do outro, ele aproximou o rosto e deixou um beijo na bochecha alheia, rindo levemente quando Taehyung estremeceu, quase deixando a pose se desmanchar — Você queria um pedido formal? Com encontro, surpresa e tudo mais? É isso?
Ele viu com satisfação quando Taehyung formou um bico emburrado e finalmente virou o rosto de volta para si, mas seus olhos ainda não conseguiam encara-lo diretamente.
— Talvez... — murmurou baixo brincando com os dedos em cima do colo, Jeongguk abriu um sorriso enorme.
— Você sabe que eu não faço o estilo romântico, não sabe? — perguntou tão baixo quanto, Taehyung soltou um suspiro, a maior parte do tempo ele parecia despreocupado e não se importar com essas questões que a maioria das pessoas pareciam se importar em demasia, mas a verdade era que Taehyung era um romântico incurável e ele queria a chance de fazer essas coisas com Jeongguk — Sabe que quando eu gosto de alguém, eu não preciso de um acontecimento marcante pra expor isso. Mas você e eu somos diferentes e eu já falei antes, posso não ser muito sentimental, mas por você eu tento as vezes. Eu posso ser um cara brega do século 19 por você também.
Taehyung fechou a expressão quando ouviu a última parte, empurrando o ombro de Jeongguk de leve quando o garoto deu risada.
— 'Tá me chamando de velho, seu imbecil? — gargalhando, Jeongguk jogou os braços por cima dos ombros alheios, mesmo emburrado Taehyung o abraçou pela cintura não hesitando em colar os corpos.
— O velho mais gostoso que eu já vi na vida, hyung — brincou, Taehyung ameaçou lhe morder, mas ele foi rápido em fugir do 'ataque' — Podemos ir a um encontro se quiser, podemos ir ao cinema e dar uns beijinhos no escurinho, podemos ir a um restaurante e eu até te alimento na boquinha, podemos andar de mãos dadas na beira do rio Han igual os casais de dorama. Eu faço o que você quiser.
Os olhos de Jeongguk brilharam quando Taehyung reprimiu um sorriso e abaixou a cabeça para esconder a bochecha corada.
— Que exagero... — murmurou, mas Jeongguk sabia que ele tinha gostado da ideia — Você é um sem-vergonha.
— Aí, hyung. Eu sou, só percebeu isso agora? — gabou-se arrancando uma risada de Taehyung, ele cessou o riso os poucos conforme olhava para Jeongguk, dessa vez sem sinal de timidez e constrangimento.
Sua expressão relaxou no momento que colou os olhos nas orbes brilhantes do mais novo, sorrindo ele o beijou sem sinal, sem hesitação, simplesmente quis o gesto e tomou os lábios alheios para si. Jeongguk ficou sem reação por um momento, mas quando recobrou os sentidos e percebeu o que estava acontecendo retribuiu ao beijo apertando os braços em torno dos ombros de Taehyung.
Era um beijo calmo e sem pressa, os rostos se mexiam em sincronia e as línguas faziam uma dança harmoniosa dentro das bocas, Jeongguk acariciava com carinho os cabelos da nuca do mais velho enquanto sentia as mãos grandes lhe abraçarem com possessividade pela cintura.
Inconscientemente, Taehyung se levantou do banco sem cessar o beijo, segurando o corpo de Jeongguk contra o seu firmemente o guiou até a sala, parando as vezes quando não conseguia mais continuar andando então encostava Jeongguk na parede mais próxima para beija-lo com mais pressão. Foi desse jeito que chegaram a sala, Jeongguk empurrou Taehyung no sofá e subiu no seu colo, suspiros pesados e estalos de beijos eram ouvidos por todo o apartamento.
Jeongguk o beijava afoitamente e provavelmente seus cabelos estavam uma bagunça total porque o garoto puxava e remexia os fios com tanta vontade que duvidava estar no lugar quando se olhasse no espelho mais tarde, entretanto nada disso importava no momento, ele também não deixou que Jeongguk saísse ileso e suas mãos apertando a cintura fina e esbelta do outro com força a ponto de deixar marca e de quebra abarrotando a camisa que o mais novo usava era uma prova viva que ele estava tão descontrolado quanto Jeongguk.
Lábios eram mordiscados e puxados, deixando-os vermelhos e inchados em segundos. Jeongguk se remexeu no colo alheio, satisfeito quando sentiu o volume perceptível crescendo abaixo de si, Taehyung gemia baixo na sua boca deixando claro que estava gostando do estímulo.
Jeongguk deixou um selar delicado na boca gordinha antes de se afastar e sem o típico humor ácido, sem os sorrisos arrogantes, sem piadinhas, ele retirou a camisa que usava sem tirar os olhos de Taehyung que observava a tudo sem piscar um único olho. Taehyung correu os olhos pelo torso nu do mais novo, analisando cada gominho, cada pintinha marrom que era distribuída pela pele branquinha, cada músculo firme e masculino, ele achou que quando esse momento chegasse seu primeiro pensamento seria uma comparação com um corpo feminino no qual ele sempre foi acostumado, mas a verdade é que sua mente ficou em branco e a única coisa que conseguia pensar era que queria desesperadamente passar a língua por toda a extensão de pele.
Sem afobação voltaram a se beijar, agora Taehyung tinha o prazer de tocar a pele de Jeongguk sem impedimento algum e com satisfação descobriu o quanto era quente e macio em seus dedos. As mãos ansiosas de Jeongguk seguravam sua camisa entre os dedos, quase implorando para tira-las também e foi isso que fez, cessaram o beijo pela segunda vez, dessa vez Jeongguk o ajudou a passar a camisa pela sua cabeça então a jogou no chão.
Pele com pele, eles se beijavam como se não fizessem isso há anos, havia urgência, havia fogo e paixão, para Taehyung aquele contato era novidade, Jeongguk foi o primeiro garoto que ele se permitiu sentir algo e querer um contato íntimo como aquele, ele ainda não sabia o que aquilo fazia dele e não se sentia desesperado para descobrir. Bissexual? Gay? Ele não fazia ideia e se passasse a vida toda sem saber não seria uma grande perda. Ele amava Jeongguk, sentia um maldito tesão por ele e gostava do que via e sentia quando estavam daquele jeito, e no momento o importante era apenas isso.
Jeongguk por outro lado era experiente, já teve relações com tantas pessoas, com tantas preferências, com tantas características divergentes, com garotas bonitas e homens que provavelmente sabiam como dar prazer a outro homem. Taehyung se sentia inseguro e ansioso e Jeongguk notou isso porque se afastou e lhe encarou todo atencioso.
— Está tenso, hyung — observou, Taehyung pigarreou disfarçadamente. Jeongguk sorriu carinhoso distribuindo beijos no rosto corado do mais velho como se soubesse sobre todos os seus pensamentos — Já fizemos isso antes, por que parece tão nervoso? Você cuidou de mim muito bem.
As mãos de Taehyung repousavam nas coxas fartas de Jeongguk, elas eram firmes e pareciam desesperadas para se verem livres daquela calça apertada, era tão bonito e gostoso de tocar e embora Taehyung estivesse inseguro consigo mesmo, ainda assim não conseguia impedir-se de apertar a carne como desejava.
— Foi diferente — murmurou baixo, Jeongguk franziu o cenho em confusão fazendo Taehyung revirar os olhos e bufar por ter que dizer aquilo em voz alta — Eu nunca fiz isso com um... com um homem.
Os olhos de Jeongguk se arregalaram em compreensão.
— Oh, mas isso não é problema, hyung — sibilou amável, sorrindo quase como se quisesse mandar para Taehyung sua confiança, ele lhe beijou rapidamente antes de completar — Você é ótimo em tudo que faz, com certeza vai ser bom nisso também. E você me tem, eu vou te mostrar tudinho.
Taehyung precisou de uns segundos para absorver as palavras do mais novo, Jeongguk sorriu e sem aviso prévio saiu de cima de Taehyung, o mais velho lhe encarou assustado temendo que Jeongguk desistisse e lhe deixasse a ver navios ali no sofá com aquele grande volume dentro da calça. Entretanto, indo contra aos seus temores, Jeongguk olhou de cima e sorrindo ladino pegou sua mão, puxou-o até que estivessem dentro do quarto.
— Agora... — murmurou todo sedutor, ou era assim que Taehyung ouvia tudo que saia da boca de Jeongguk. Sem reação, ele deixou ser empurrado na cama, se sentou todo obediente no colchão com os olhos atentos em cada movimento que Jeongguk fazia na sua frente — Eu vou mostrar como eu gosto das coisas, deixei que você tomasse as rédeas na nossa primeira vez por motivos óbvios, mas não pense que será sempre assim.
Taehyung engoliu em seco quando viu Jeongguk retirar o cinto e desabotoar a calça, sem vergonha alguma ele abaixou o jeans expondo para o mais velho as belas coxas que ele tanto estava viciado em apertar. Sentiu a própria respiração falhar quando Jeongguk andou até sim e se ajoelhou entre suas pernas, encarando-o com tanta dominância e confiança, Taehyung sentiu-se um virgem inocente e desavisado que caiu direto na toca de um lobo feroz.
Mordendo o lábio inferior satisfeito com as reações de Taehyung, Jeongguk sorriu arteiro ao tocar o torso naturalmente bronzeado e nada malhado do mais velho, com a palma conseguia sentir os batimentos acelerados no peito dele, mas resolveu não brincar com esse detalhe, simplesmente desceu o toque para o abdômen gostoso até chegar no cós da calça, os olhos famintos continuavam no rosto do mais velho, assistindo as reações que ele tinha com a sua ousadia e sempre que recebia algo positivo ele continuava suas investidas.
— Me responde uma coisa, hyung? — perguntou transparecendo uma falsa inocência que Taehyung até poderia acreditar se ele não fizesse aquilo enquanto descia o zíper da sua calça no processo.
— O q-que? — Jeongguk sorriu ainda mais deixando Taehyung ainda mais nervoso.
— Você nunca ganhou um boquete decente na vida, não é? — perguntou sem vergonha alguma, Taehyung pigarreou completamente pego de surpresa com a falta de filtro do rapaz, Jeongguk fez um biquinho descendo a calça junto com a cueca, Taehyung precisou levantar um pouco para que ele conseguisse isso.
— O que? — perguntou não sabendo se deveria xingar ou se sentir envergonhado porque provavelmente os boquetes que recebera ao longo da vida não foram tão bons assim para serem lembrados e jogados na cara daquele garoto petulante.
— Você sempre é tão mal-humorado, tão ranzinza, tão sério. Ninguém que recebe uma mamada bem-feita é assim — comentou não se importando quando Taehyung lhe encarou completamente ofendido.
Ele não era mal-humorado, apenas não sentia a necessidade de mostrar a todos um entusiasmo falso e com certeza ele não possuía paciência para coisas fúteis, qual a necessidade de rir para qualquer pessoa que te olhe? Ele preferia se achar pé no chão, não era irresponsável e na maior parte do tempo pensava mais com a razão do que com a emoção. Exceto quando se tratava de Jeongguk, ele perdeu as contas de quantas vezes jogou a razão para bem fundo de sua mente e foi guiado pela emoção ao ter que lidar com o rapaz, ele vivia lhe causando problemas e Taehyung precisava diariamente escolher qual posição se colocar. Um resumo, a razão nunca ganhava.
— Sua sorte é que agora eu sou seu namorado — Jeongguk falou antes que Taehyung te xingasse.
Mas a resposta de Taehyung estava na ponta da língua, apenas não foi exposta porquê de repente ele perdeu o dom da fala ao sentir os dedos tão arteiros quanto o dono cobrirem seu pau sem ao menos lhe preparar antes. Taehyung entreabriu os lábios e deixou que o ar preso saísse de uma só vez, sentindo um alivio quando Jeongguk começou a mover a mão lhe causando arrepios por todo o corpo.
Jeongguk acelerou a velocidade da mão e Taehyung precisou fechar os olhos e jogar a cabeça para trás, apertando os lábios para reprimir os sons inconscientes. Vendo que parecia segurar as reações, Jeongguk sentiu-se desafiado e resolver apelar para o que mais queria, colocou o pau na boca finalmente tendo a reação que esperava quando Taehyung abriu os olhos assim que sentiu a cavidade quente em volta do seu pau, ele olhou para baixo assustado e entrou em um leve estado de latência quando viu Jeongguk lamber a glande e abocanhar em seguida sem parar de olha-lo.
— Aí, meu pai eterno... — resmungou com uma careta sofrida, ele murmurava baixo esperando que Jeongguk não pudesse ouvir, mas constatou que tinha falhado quando o rapaz soltou uma risadinha em volta do seu pau, enviando vibrações por toda a extensão e de quebra fazendo sua espinha gelar de excitação — Eu acho que vou morrer.
Taehyung apertava o lençol com força, queria fechar os olhos e aproveitar as sensações que Jeongguk lhe proporcionava ao lhe chupar com tanta vontade e fome, mas a imagem que tinha deixava-o com a sensação que estaria causando um crime terrível se não assistisse a tudo. Sendo observado, Jeongguk sentiu-se satisfeito e começou a chupar com mais vontade, suor começava a se acumular nas têmporas de Taehyung enquanto ele se via ainda mais envolto em excitação, Jeongguk descia os lábios macios pela extensão do falo variando entre rápido e lento, Taehyung sentia tudo, desde a língua macia lhe acariciar como se fosse um doce delicioso, sentia os lábios abrigarem o membro, sentia os dentes de Jeongguk rasparem suavemente enviando sensações jamais sentidas antes.
Jeongguk tinha razão, ele não tinha recebido boquetes descentes a sua vida toda, Taehyung queria nunca ter descoberto isso, pois agora sentia que poderia se viciar facilmente em Jeongguk e no que ele pode fazer com a boca. Era muito melhor quando ele não sabia o motivo dos suspiros que ele ouvia pelos corredores da universidade, agora ele entendia todos aqueles pobres coitados.
— Merda... — grunhiu quando Jeongguk sugou a glande e com as mãos começou a masturba-lo com habilidade, sons molhados de sucção deixava Taehyung à beira de um colapso, seu abdômen ondulava sem controle, sua respiração entrecortada e parecia faltar ar para seus pulmões. Aquele incomodo no baixo ventre era bem conhecido, ele sabia que estava perto e bastava apenas um breve estímulo para que chegasse lá.
Entretanto, como um bom filho da mãe que Jeongguk era, parecendo perceber o estado do mais velho cessou todos os seus movimentos no mesmo instante e se afastou sorrindo triunfante. Taehyung piscou atordoado, ele olhou para o próprio pau largado ainda duro e prontinho para gozar, então olhou para Jeongguk em busca de uma explicação para aquela tortura.
Jeongguk soltou um riso soprado e despreocupadamente se levantou.
— Não me olha assim, hyung. Eu só quero prolongar a diversão.
Taehyung assistiu Jeongguk abrir a gaveta do móvel ao lado da cama e retirar de lá um vidrinho com liquido transparente e duas camisinhas. Sob o olhar vigilante do mais velho ele jogou tudo no colchão, retirou a última peça que restava e sem pedir permissão passou as coxas pelo quadril alheio, sentando-se bem em cima do falo endurecido.
Taehyung precisou apertar os lábios e reprimir o xingamento, principalmente ao sentir Jeongguk rebolar, estava até soando frio.
— Agora, hyung... — começou, a voz saindo calma e paciente, tão doce e melodiosa que nem parecia prestes a ensinar Taehyung como lhe dar prazer. Taehyung esperou que Jeongguk pegasse o vidrinho e deixou que capturasse sua mão para que despejasse um pouco no seu indicador — ... você usa esse dedo grande e bonito pra me preparar, me prepare bem para que eu receba seu pau.
— O-ok — respondeu ofegante, sua garganta arranhava e sua voz parecia mais rouca e grave que de costume. Jeongguk a mão do mais velho até sua entrada, seus olhos fixos no rosto de Taehyung para que ele visse sua reação ao tocar aquela parte.
E Taehyung fez o que foi indicado, com calma acariciou ao redor do buraco, Jeongguk lhe abraçava pelos ombros e mordia o lábio inferior em expectativa até o momento que Taehyung enfiou a ponta do dedo no orifício, um suspiro saiu dos lábios vermelhinhos junto a um resmungo de desconforto que não foi o bastante para parar o Kim. Taehyung continuou entrando com o dedo e quando pareceu chegar no limite parou e esperou até que Jeongguk se acostumasse com a invasão, Jeongguk fazia caretinhas desconfortáveis, mas não era como se sentisse muita dor, apenas fazia muito tempo desde que ele fizera aquilo.
— Pode mexer, hyung — falou e com o passe livre Taehyung retirou o dedo e colocou de novo, repetindo o processo sucessivamente até Jeongguk começar a ofegar e gemer baixinho — Coloca outro. Faz movimento de tesoura pra alargar um pouco, não tenha medo de me machucar. Sou uma delícia, mas não sou de açúcar.
Um pouco mais confiante, Taehyung colocou outro dedo e fez o que foi mandado, ignorando prontamente a fala arrogante do rapaz que sorria a todo instante. Sempre olhando para o rosto corado de Jeongguk, estudando suas expressões à procura de rejeição ou até mesmo de contentamento, ele fodia Jeongguk com os dedos sentindo-se satisfeito por dar prazer ao garoto.
— Isso, assim mesmo — suspirou fechando os olhos e sorrindo completamente jubiloso.
Taehyung aumentou a velocidade dos seus dedos, e observando a expressão de puro deleite que Jeongguk fazia, não se contentou em apenas assistir. Beijou a pintinha bonita do pescoço, beijou o peito suado e gostoso, lambeu e chupou a pele imaculada que em segundos se tornava uma linda tela com a mais bela arte feita por Taehyung. Jeongguk jogava a cabeça para trás dando acesso ao mais velho, completamente extasiado. Juntaram os lábios em um beijo molhado e afoito, cheio de suspiros e gemidos.
— Hyung... — sussurrou ente os lábios alheios, Taehyung parecia tão atordoado quanto si próprio, o quarto estava submerso em um tipo de nuvem de excitação e ambos pareciam em transe, a única coisa que pensavam era em satisfazer o parceiro — Estou pronto, por que você não deita ali e eu te mostro um pouquinho do quanto eu me supero?
Sem esperar segunda ordem, Taehyung se deitou na cama da maneira confortável que conseguiu, Jeongguk engatinhou até que estivesse acima do seu corpo, distribuiu beijos pela barriga do mais velho, pelas coxas e virilha até estar completamente sentado novamente no colo dele. Olhando-o de cima, pegou a camisinha e rasgou no dente, habilidosamente vestiu o membro de Taehyung.
Taehyung nunca em um milhão de anos iria imaginar que se viria tão submisso e entregue a alguém, mas ali estava ele apenas deixando que Jeongguk fizesse com o seu corpo o que ele quisesse. Se Jeongguk quisesse que ele ficasse deitadinho e imóvel enquanto ele cavalga no seu pau, provavelmente ele obedeceria sem perguntar duas vezes.
Jeongguk encaixou o pau na própria entrada e mordendo lábio foi sentando lentamente, Taehyung segurava na cintura estreita como um suporte a mais. E quando enfim enfiou até o fim, Jeongguk soltou um suspiro satisfeito, sorrindo letárgico ele se apoiou no peito do mais velho.
— Seu pau é uma delícia, hyung — ofegou, Taehyung suspirou quando o garoto remexeu e mesmo com a camisinha conseguiu sentir a quentura do interior de Jeongguk — Eu já experimentei isso antes, mas porra, nesse corpo é bem melhor. Que desperdício eu não ter feito isso antes.
— Se é tão gostoso assim então por que continua parado? — perguntou ansioso e impaciente, Jeongguk soltou uma risadinha — Se mova logo ou eu mesmo farei isso.
— Tsc, tsc tão impaciente, hyung — zombou, entretanto, a vontade de se livrar daquela sensação sufocante de tesão era mútua.
Não precisou de muito para fazer Jeongguk começar a se mexer, um vai e vem gostoso e estimulante, Jeongguk ondulava o quadril fazendo a cama ranger a cada vez que a cabeceira batia na parede, Taehyung tinha uma mão na cintura alheia acompanhando os movimentos e a outra na coxa deixando marcas tão destacadas que provavelmente ficaria o formato exato dos seus dedos na manhã seguinte, como uma tatuagem para fazer Jeongguk se lembrar no pau de quem ele estava sentando.
Zonzo de prazer, Jeongguk se curvou e beijou Taehyung sem parar os movimentos, gemidos sincronizados, suspiros entrelaçados como se fosse um só, as peles já suavam antes mesmo do clímax e a cada vez que o fôlego acabava e os dois paravam de se beijar, eles se olhavam e nos olhos um do outro pareciam saber exatamente o que se passava em suas mentes.
Taehyung segurou Jeongguk pela nuca e o beijou mais uma vez, grunhindo a cada rebolada no seu pau.
— Eu te amo, Jeongguk.
Jeongguk desacelerou os movimentos, os olhos brilhando para Taehyung, mas ao invés de responde-lo, ele sorriu e voltou a beija-lo. Taehyung aproveitou o breve momento de distração de Jeongguk para segura-lo pela cintura e reverter a posição. Entre as coxas torneadas, Taehyung investiu dentro de Jeongguk, apoiando-se no colchão ele estocava com velocidade fazendo o corpo de Jeongguk se remexer repetidamente a cada impacto de pele. Sons de pele se chocando eram ouvidos, Jeongguk arranhava as costas do mais velho tentando descontar o que estava sentindo e ignorava o fato que poderia deixar marcas na pele amorenada. Não que Taehyung parecesse se importar.
Taehyung respirava o cheiro inebriante de Jeongguk, sem conseguir se conter ele enfiava o rosto na curvatura do pescoço suado e respirava fundo tentando absorver a fragrância masculina e viciante.
Ele apertava as coxas de Jeongguk em torno do seu quadril mantendo-o parado enquanto investia fundo e forte, estavam ofegantes, as peles brilhavam e colavam de suor, mas não pareciam aptos a parar o que estavam fazendo.
— Uau, hyung. Eu acho que é você quem se supera a cada dia — Jeongguk falou soltando um sorriso cansado, segurou mais forte as costas alheias quando Taehyung veio mais forte e duro fazendo-o grunhir — Merda.
Taehyung ousou olha-lo nos olhos e segurou o rosto do mais novo para mantê-lo imóvel enquanto o beijava desesperadamente.
— Cala a boquinha — respondeu com a voz baixa e grave — Você fica lindo caladinho.
Jeongguk demorou cerca de dois segundos para perceber que estava sendo igualmente provocado e isso o fez rir, mas o riso saiu meio nervoso e sofrido pois Taehyung não lhe dava trégua.
— Até aprendeu a me provocar, oh, hyung — sussurrou calando-se no momento que Taehyung voltou a segurar suas bochechas e lhe beijar em um aviso explicito que se ele ousasse abrir o bico seria calado novamente.
Vendo que seria silenciado de maneira de covarde e gostosa, Jeongguk finalmente aceitou seu 'triste' destino e se calou, mas em compensação, seus sons ficaram ainda mais ousados e altos, Taehyung se ajoelhou no colchão e abriu suas pernas, olhando de baixo, ele parecia mais imponente e gostoso, Jeongguk estava no paraíso — ou no inferno, depende de como você interpreta as coisas — e segurando suas pernas continuou a investir fazendo o corpo de Jeongguk sofrer impactos ferozes contra o colchão.
Ele acertava a próstata com facilidade, a primeira vez parecia difícil encontra-la, mas assim que encontrou começou a investir continuamente naquele ponto que ele percebeu rápido que fazia Jeongguk ver estrelas, porque sempre via o corpo tremer e os olhinhos de corça revirarem, nesses momentos nem mesmo os travesseiros se livravam, ele apertou e mordeu o que via pela frente e se Taehyung ainda estivesse em cima de si o alvo com certeza seria seu ombro. Sabia que estava fazendo certo apenas ao ver Jeongguk gemer sem pudor algum e isso servia como incentivo para que ele continuasse seus movimentos cada vez mais ferozes.
— Por favor, hyung. Por favor — Jeongguk implorou com lágrima no canto dos olhos, não sabia bem o que queria tanto, mas ele queria e muito. Taehyung umedeceu os lábios sentindo-os secos de repente, então fez o que seu extinto mandava, pegou o pau negligenciado do mais novo e começou a bombeá-lo na mesma velocidade que o fodia incansavelmente.
Vendo que Jeongguk estava perto do orgasmo, voltou a se curvar e beijar o rosto corado e cansado do mais novo, bastou mais algumas investidas para que sentisse a própria mão ser melecada pelo prazer do rapaz, ele continuou os movimentos até que também sentisse o próprio orgasmo vindo com força. Sem forças, caiu em cima do corpo de Jeongguk e rapidamente foi recebido pelos braços fortes.
Ficaram em silêncio enquanto se recuperavam, Jeongguk acariciava os fios molhados do mais velho que ainda não teve coragem de sair de cima de si, enquanto Taehyung aproveitava o momento para se viciar um pouco mais por aquele cheiro maravilhoso que Jeongguk exalava.
Apenas depois de se sentirem minimamente recuperados foi que Taehyung se jogou para o lado, Jeongguk virou-se bruços fazendo uma careta quando sentiu dor no quadril e na bunda.
— Porra, queria me quebrar no meio, é? — reclamou afundando o rosto no travesseiro, deixando a bundinha arrebitada para cima e a visão de Taehyung que sorriu em satisfação — Cadê o Taehyung romântico da nossa primeira transa, hein?
Taehyung se virou de lado, apoiando a cabeça na mão para encara-lo melhor.
— Era sua primeira vez fazendo isso no corpo de uma mulher, eu tinha que ser mais delicado — respondeu calmamente, então se aproximou até que os lábios tocassem o lóbulo da orelha de Jeongguk para sussurrar — Mas não pense que será sempre assim.
Se afastou sorrindo orgulhoso de si mesmo quando Jeongguk lhe encarou enfezado, não gostava quando usavam as palavras dele contra si mesmo. Rindo tranquilo, Taehyung se sentou na cama, finalmente sentindo no corpo o resultado do esforço, os músculos doíam, sua pele grudava e suor ainda escorria de sua testa, mas ainda assim ele não tinha forças para se levantar e ir se limpar, então voltou a se deitar.
Seus olhos foram para o lado, Jeongguk estava de costas para si, soltava murmúrios baixinhos e incompressíveis, não estava dormindo, mas estava tão cansado que não demoraria a adormecer. Taehyung correu os olhos pelo corpo inteiro, a curva bonita da cintura era atraente demais e tinha uma marca visível lá de sua palma, a bunda também tinha ganhado cor, talvez pelo impacto das quicadas sucessivas no seu colo.
Os músculos das costas eram bonitos e marcados, Jeongguk tinha ombros largos, diferente do corpo franzino de Jungha, Jeongguk tinha sua dose de delicadeza, sua pele era macia, suas curvas eram atraentes, ele era gostoso de tocar e beijar porque sua pele cheirava tão bem, mesmo depois de suar. Taehyung não entendia como ele se sentiu inseguro um dia ao pensar que Taehyung não se atrairia por ele, será que era possível existir alguém imune aquele charme?
Mas cada um tinha seus próprios demônios, suas próprias inseguranças e Taehyung decidiu que destruir essas inseguranças de Jeongguk se transformaria na sua missão de vida a partir daquele momento.
Sorrindo afetuoso, ele se moveu para perto de Jeongguk e rodeou o braço ao redor da cintura estreita, Jeongguk deu um pequeno sobressalto não esperando o contato carinhoso e tentou se virar, mas Taehyung o segurou firmemente. Ele não tinha nada a falar, só queria abraça-lo e mostrar que estava ali e que amava ele.
— Você está bem, hyung? — Jeongguk sussurrou depois de um tempo. Taehyung tinha fechado os olhos completamente relaxado no abraço, mas ao ouvir a pergunta os abriu.
— Eu estou, e você está? — Jeongguk suspirou, um suspiro tranquilo como se finalmente tivesse ar em seus pulmões.
— Estou. — respondeu — Foi como imaginou?
— O que?
— Transar com um homem, foi como imaginou?
Taehyung se afastou um pouco apenas para manusear o corpo de Jeongguk para que ele virasse para si, Taehyung apoiou-se no cotovelo e buscou o rosto do garoto, tentando desvendar qual seria o sentimento dele e porque estava fazendo aquela pergunta, se era algo relacionado a sua insegurança ou qualquer outra coisa, mas Jeongguk estava muito tranquilo, parecia genuinamente curioso e não estava sendo movido por paranoias, notar aquilo fez Taehyung suspirar de alivio e sorrir.
— Eu não imaginei nada, não tenho um parâmetro pra comparar o que seria bom ou não. Mas posso afirmar que foi muito melhor do que qualquer coisa que eu poderia imaginar, porra, eu vi estrelas, literalmente. — Jeongguk gargalhou e Taehyung sorriu porque a risada de Jeongguk era linda e ele sentia falta dela, Jeongguk rindo era lindo, não aquele riso debochado ou prepotente, mas aquele que estava dando naquele momento, genuíno, feliz e em paz. — Sou eu quem deveria perguntar se foi como imaginou, eu sou o inexperiente aqui.
Jeongguk fingiu uma expressão chocada ao arregalar os olhos.
— Esse é você inexperiente? — perguntou, Taehyung revirou os olhos porque era obvio que Jeongguk tirava uma com a sua cara.
— Você é um pé no saco.
Então rolou para o outro lado da cama e se jogou de costas no colchão, mas segundos depois Jeongguk surgiu rindo apoiando o queixo no seu peito e sorrindo de maneira doce, tão hipnotizante que Taehyung esquecia rápido o quanto aquele garoto era seu estresse diário.
— Você foi perfeito, Taehyung. — murmurou, Taehyung queria sorrir, mas apertou os lábios não permitindo, ao invés disso desviou os olhos dos de Jeongguk porque estava tímido, o sorriso de Jeongguk aumentou — Eu nunca gozei tão gostoso na vida porque era você me fazendo gozar, tudo com você é mais gostoso, até fazer coisas bregas é aceitável pra mim se for com você. Aquele passeio no rio Han de mãos dadas ainda está de pé.
— Cala a boca. — resmungou envergonhado, mas não passou disso, porque além do resmungo ele também sorria, quando voltou a encara-lo nos olhos, Jeongguk sorria parecendo apaixonado e realizado, os olhos brilharam tanto que Taehyung quase podia ver seu próprio reflexo dentro deles, e estava tão perto, tão bonito e cheiroso que ele não aguentou e o puxou para um beijo.
Beijinhos doces, lentos, e íntimos não faziam o estilo de Jeongguk, mas ele amava beijar Taehyung assim. Ficava claro que Taehyung não o via como algo carnal como as outras pessoas, a coisa toda com ele era sentimental e profunda e Jeongguk amava isso.
— Você está com fome? Eu peço alguma coisa pra gente. — perguntou com os lábios ente aos de Jeongguk. O garoto assentiu preguiçosamente. — Eu vou tomar banho então peço. Você vai depois.
— Não podemos tomar um banho juntos? — Taehyung deu um risinho. — Pra economizar água.
— Acho que as vezes você esquece que eu te conheço melhor até que você mesmo. — zombou, gentilmente empurrou Jeongguk para o lado e o garoto aceitou a derrota com um bico birrento — Se mantenha acordado.
— Eu não vou dormir.
Mas assim que Taehyung saiu do banho usando apenas uma bermuda de moletom de Jeongguk, e secando os cabelos com uma toalha, encontrou Jeongguk abraçando o travesseiro como se fosse um urso e babando nele enquanto dormia como uma pedra. Taehyung franziu o cenho observando a cena, mas logo em seguida balançou a cabeça rindo.
Decidiu não acorda-lo, pegou uma toalha de rosto, molhou ela e voltou para o quarto, se sentou na beirada da cama e começou a passar pelos braços, abdômen, coxas e costas do garoto, apenas para tirar o excesso de suor e deixa-lo mais confortável, quando ele acordasse poderia tomar um banho.
Jeongguk só acordou quando já era noite, ele abriu os olhos meio perdido, mas reconheceu o próprio quarto um pouco escuro, sendo iluminado apenas pelo abajur ao lado da cama que não possuía uma iluminação muito boa. Ele estava um pouco dolorido, mas ainda assim se forçou a se sentar, primeiro ele notou que não estava mais completamente nu, não usava cueca, mas usava um shorts leve, então olhou para frente e viu.
Taehyung sentado na ponta da cama com um sorriso gentil e apaixonado, esperando-o acordar pacientemente, Jeongguk iria perguntar o que ele estava fazendo, mas as palavras foram engolidas novamente quando olhou para o colchão e viu uma mesinha com dois copos de refringente, batatas-fritas, e quatro hamburgueres, acompanhados de molhos e acompanhamentos. Ele olhou com um ponto de interrogação para Taehyung.
— Não é a luz de velas, é a luz de abajur. Não é comida chique, é fastfood. E isso não é nada romântico, mas não consigo pensar em nada que mais que nos descrevesse melhor. — Taehyung falou rindo e Jeongguk o acompanhou.
Não foi proposital criar aquele clima, Taehyung não tinha acendido a luz porque não queria atrapalhar o sono de Jeongguk, ele pediu a comida há alguns minutos e pensou que demorariam, mas chegou cedo então ele teve que arruma-la em algum lugar e aconteceu que encontrou aquela mesinha de apoio que Jeongguk usava para apoiar o computador quando estava na cama. Mas quando parou para analisar, parecia que ele estava levando comida na cama depois de um noite de núpcias, e de alguma maneira deu certo, da maneira deles. Jeongguk adorou, ele sorria tanto que seus olhos sumiam em meio aquela expressão feliz, sua cara inchada de sono era adorável, então Taehyung sentiu-se satisfeito.
— Isso foi a coisa mais romântica que alguém já fez pra mim — ele pegou uma batata-frita e deu uma mordida, soltou um murmúrio de satisfação —, você realmente sabe como agradar um homem, Kim Taehyung.
Taehyung gargalhou em resposta. Deu a volta na cama e se sentou ao lado de Jeongguk para só então começarem a comer, a refeição foi feita através de risos e comentários cínicos de Jeongguk. Jeongguk pegava uma batata-frita e fazia aviãozinho para Taehyung, mas assim que o Kim abria a boca, ele desviava e levava para sua própria. Na terceira tentativa Taehyung não caiu mais e começou a olhar para o outro com uma expressão de tedio.
Jeongguk tentou pela quarta vez, Taehyung pareceu irredutível e Jeongguk insistiu, mesmo desconfiado com a expressão travessa do garoto, ele abriu a boca e permitiu que Jeongguk colocasse a batata-frita lá. A expressão de Jeongguk se suavizou ao encara-lo, o sorriso se tornou doce e sincero. Taehyung devolveu o olhar e de repente a imagem de Jungha desaparecia aos poucos de sua mente.
A lembrança de uma garotinha de 1,60 lhe chamando de hyung era distante agora, porque quem estava na sua frente era Jeongguk, o garoto que ele mais amava na vida, ele era insubstituível, o que sentia por ele era insubstituível.
Jeongguk era uma pessoa toda errada, sua mente era errada, suas inseguranças eram erradas, sua personalidade era errada, seu jeito de lidar com os problemas era errado, sua interpretação para variadas coisas na sua vida era totalmente errada. Mas Taehyung amava todas essas imperfeições, Jeon Jeongguk não poderia ser mais perfeito para Kim Taehyung e ele já tinha aceitado esse fato há muito tempo
Taehyung sentiu algo avassalador no peito quando Jeongguk sorriu, deixou a comida de lado e se aproximou, curvando-se ele deu um beijo demorado nos seus lábios, não se moviam, não se aprofundavam, apenas se tocavam, mas era o suficiente para que Taehyung sentisse o coração bater como uma bateria de escola de samba. Eles não precisaram dizer nada quando se separaram, se olharam, sorriram e souberam que tudo estava bem e em seu devido lugar finalmente.
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