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12| Garotas são inocentes

Espero que gostem e boa leitura! 

“Menstruação nada mais é do que o sangramento causado pela descamação do útero quando não há fecundação”.

— De-descamação do que?! — Jeongguk murmurou amedrontado com todas as novas informações na tela do celular. Sentado encolhido no sofá, porque foi a única posição que ele se sentia minimamente confortável, ele sentiu que precisava pesquisar para saber mais sobre o que estava acontecendo com seu corpo, mas também sentia que sairia traumatizado se continuasse a rolar a tela — “Algumas mulheres experimentam alguns sintomas durante como: cólicas, dores de cabeça, inchaço, dor nas mamas, irritabilidade, ansiedade, falta de apetite ou fome exagerada, variação de humor, aumento da libido...?”

Jeongguk jogou o celular longe completamente aterrorizado, ele abraçou a almofada como se fosse seu escudo, naquele momento, ele experimentava algumas daquelas coisas, o remédio havia diminuído um pouco sua cólica, mas ainda se sentia inchado e com uma dor insuportável no interior das pernas, sem falar que era estranha a sensação de usar absorvente fazendo-o se questionar se não colocou aquela coisa errado e que a qualquer momento irá vazar sangue por todos os lados possíveis.

Ele ainda tinha perguntas, de quantas e quantas horas precisava trocar? E por quantos dias duraria aquele inferno? Eram perguntas que ele poderia ter as respostas na internet assim que ele tomasse coragem para pegar o celular de volta.

Antes que ele tomasse uma iniciativa, a porta da frente se abriu e Taehyung entrou carregando quatro sacolas, ele se aproximou do sofá estranhado quando Jeongguk mal se moveu.

— Jeongguk? — chamou, Jeongguk, olhava perdido para o chão parecendo bastante pensativo, ou traumatizado, e abraçava a almofada com tanta força que seus dedos afundavam no tecido.

Taehyung olhou em volta esperando encontrar o que deixou o garoto tão assustado, mas a única coisa que encontrou foi o celular caído no carpete, quando ele recolheu o aparelho e viu o que Jeongguk pesquisava soltou um riso soprado, mas desistiu de fazer qualquer comentário sarcástico acerca daquilo quando olhou para o corpo pequeno encolhido no sofá realmente repensando todas as suas escolhas de vida. Silenciosamente, ele colocou as sacolas na mesa de centro e se sentou ao lado de Jeongguk esperando que ele lhe olhasse para só então apontar para o que tinha levado.

— Eu trouxe comida, Jisung falou que não é muito bom comer coisa apimentada, então eu comprei sua comida naquele restaurante que você gosta. — Jeongguk observou Taehyung fuçar as sacolas até encontrar o que procurava, uma bolsa térmica — Eu trouxe isso também, Jisung falou que compressa com água quente pode aliviar as dores.

Jeongguk olhou para Taehyung, então para as sacolas com comida e inevitavelmente sentiu vontade de chorar, seu hyung sempre foi muito cuidadoso consigo, mas estava especialmente preocupado naquele dia e Jeongguk não podia mentir e dizer que não estava gostando de ser paparicado. Sorrindo ligeiramente, Jeongguk se moveu e pegou a comida que Taehyung estendia para si, mas não comeu, ele olhou para a comida e apertou os lábios porque uma sensação incomum tomou forma, seus olhos se encheram de água e mesmo que ele tentasse se conter, era quase impossível.

O sorriso gentil de Taehyung morreu quando notou que Jeongguk parecia triste de repente, ele olhou perdido para os lados, não entendendo a mudança repentina.

— V-você está bem?

Jeongguk fungou baixinho.

— Você é tão gentil, hyung. — murmurou tristemente e com a voz embargada, Taehyung franziu a testa confuso. — Por que você é tão gentil?

Taehyung se curvou tentando ver sua expressão mesmo que ele tivesse de cabeça baixa, foi então que ele viu a primeira lágrima caindo e molhando a embalagem da comida em seu colo.

— Jeongguk, vo-você ‘tá chorando? Por que você ‘tá chorando? — perguntou preocupado. E como se tivesse apertado um interruptor, Jeongguk começou a chorar, ele cobria o rosto e soluçava tentando se controlar, mas como não conseguia ele xingava. Taehyung apenas assistia aquilo completamente perdido sobre o que fazer.

— Eu não sei porque eu ‘tô chorando! — rangeu os dentes com raiva, Taehyung apertou os lábios porque sabia que um único riso seria motivo de uma ira sem tamanho, mas da mesma maneira acabou recebendo um olhar bravo como se a culpa de Jeongguk estar sentindo tudo aquilo fosse dele. — Taehyung!

Taehyung soprou um riso divertido, o rosto de Jeongguk estava vermelho e molhado, o olhos já estavam inchados os lábios maltratados de tanto serem mordidos numa tentativa de se conter. Mas Taehyung não entenderia o quão comovido e afetado Jeongguk estava naquele dia com suas ações, Jeongguk estava com raiva na mesma medida que estava feliz, qualquer movimento atencioso de Taehyung provavelmente lhe faria chorar como um bebê. Era um sentimento confuso.

Mas para Taehyung estava sendo um evento que ele nunca esqueceria, Jeongguk estava sensível e chorão, adorável demais para lidar.

— O que você quer que eu faça? — perguntou com a voz mansa e carinhoso, sentia que se falasse um tom mais alto que o normal a choradeira pioraria. Jeongguk formou um bico  lhe olhou de esguelha se negando a falar. Taehyung sorria entretido, ele sabia que Jeongguk queria alguma coisa, e precisava, mas nunca pediria com todas as letras porque seu orgulho masculino falava mais alto, então Taehyung decidiu ser solidário e tomar a frente — Você quer um abraço?

Jeongguk lhe olhou de lado de novo, mordendo o lábio inferior se reprimindo, Taehyung abriu os braços e acenou para que ele se aproximasse, mas Jeongguk formou mais um bico e virou o rosto para o lado contrário.

— Eu não preciso disso, eu consigo me controlar. — embora dissesse isso com muita convicção, lágrimas ainda rolavam sem parar e soluçava a cada palavra. Taehyung revirou os olhos.

— Tem certeza? Por que parece que você precisa de um abraço.

Jeongguk bufou frustrado, Taehyung ainda esperava pacientemente com os braços abertos, então Jeongguk lhe olhou mais uma vez e se rendendo a sua sensibilidade deixou a comida de lado e se arrastou para mais perto onde foi aconchegado dentro de um abraço quente. A pequena ‘Jungha’ parecia minúscula enquanto era rodeada por aquele corpo alto, e tinha as mãos grandes acariciando seus cabelos gentilmente até que se acalmasse.

Jeongguk nunca se sentiu tão patético na vida, nunca em sua vida se imaginaria chorando por causa de uma gentileza e tendo que ser consolado, mas ele aceitou a situação com facilidade porque o cheiro de caramelo era um calmante natural e o lugar que estava era aconchegante demais ao ponto de desejar ficar por ali mesmo, tão aconchegante que ele quase fechou os olhos e dormiu, mas não fez porque Taehyung voltou a falar com a voz mansa e paciente.

— Você está bem? — Jeongguk acenou lentamente com o rosto prensado no seu peito, Taehyung se arrumou no sofá para uma posição mais confortável e Jeongguk foi junto, grudado no seu corpo igual a um bicho preguiça. Para alguém que não precisava ser abraçado, ele estava bem a vontade e sem vontade nenhuma de sair dali.

— Eu acho que são os hormônios. — sussurrou, Taehyung franziu a testa mesmo que Jeongguk não pudesse ver.

— O que?

— Eu li que durante esse período os hormônios podem sofrer variações... — Taehyung deu risada, Jeongguk tirou o rosto do seu peitoral apenas para lhe encarar de baixo, o rosto vermelho ainda estava lá e os olhos brilhavam, mas pelo menos não chorava mais — Puta que pariu, Taehyung. Eu tenho útero! E ele ‘tá descamando nesse exato momento.  

— Está aí uma coisa que eu não precisava saber... — Taehyung falou —, eu falei pra você não pesquisar essas coisas, eu sabia que você ficaria paranoico.

— Estava pesquisando maneiras de parar essa porra e dei de cara com informações que eu nem pedi. — reclamou irritado, ele se afastou de Taehyung o bastante para conseguir apontar para o celular completamente desesperado e sem saber como lidar com as mudanças de humor — Você sabia que algumas mulheres podem ter anemia caso perca muito sangue? Você sabia que pode acontecer uma hemorragia? E se nunca parar de sangrar, Taehyung?  

Taehyung começou a rir, principalmente porque a expressão de Jeongguk variava entre desespero e raiva, ele tinha um bico inconformado.

— Puta que pariu, acho que vou chorar de novo. — reclamou abanando o próprio rosto tentado reprimir a vontade de chorar. — Mas que desgraça.

Taehyung o puxou novamente para seus braços, não antes de rir.

— Cala a boca, você não vai sofrer uma hemorragia, em alguns dias vai parar, relaxa.

— E se não parar? — Taehyung revirou os olhos.

— Vai parar.

— E se não parar? — insistiu. Taehyung bufou.

— Meu Deus, Jeongguk! — Jeongguk abriu a boca para rebater novamente, mas Taehyung o segurou pela cabeça e o fez se deitar no seu peito calando-o por completo. —Você não vai ter anemia, não vai ter uma hemorragia, não vai ficar assim pra sempre.

Jeongguk apoiou o queixo em seu peito e lhe olhou com olhos grandes e brilhantes, Taehyung perdeu a linha de raciocínio por um momento quando olhou para baixo e viu a ‘garota com um bico pequeno.

— Promete, hyung? — Taehyung engoliu em seco.

Tomar consciência da aproximação não havia sido uma boa ideia, tomar consciência dos braços lhe abraçando pela cintura e do hálito quente que batia fracamente no seu pescoço. Taehyung ficou hipnotizado por um momento, ‘Jungha’ sorria parecendo inofensiva e inocente e lhe olhava parecendo alheia ao jeito que afetava o mais velho, mas tudo não passava de uma mera impressão. Jeongguk sentia o coração do rapaz acelerar de maneira preocupante a cada segundo e se sentia satisfeito por isso. Taehyung olhou para a boca rosada além da conta e sentiu um suor frio descer pela espinha.

— Sim, e-eu prometo. — murmurou com a voz rouca, Jeongguk sorriu e Taehyung achou que iria falecer caso a ‘garota’ se aproximasse um pouco mais, então ele soltou um riso nervoso e desviou o olhar rápido. — Eu acho q-que você deveria comer agora, antes que a comida esfrie.

Se ele não tivesse desviado o olhar com temor talvez teria notado Jeongguk perder uns longos segundos correndo os olhos pelo seu rosto, observando cada detalhe silenciosamente, então sorrindo quando se deu por satisfeito para só então se afastar e deixar Taehyung finalmente respirar.

Parecendo inofensivo demais, Jeongguk voltou para seu lugar de inicio e se pôs a comer obedientemente, Taehyung tomou fôlego, Jeongguk parecia alheio a tudo, mas Taehyung estava ciente de tudo, disfarçadamente colocou a mão sobre o peito apenas para confirmar o obvio, seu coração estava a um passo de criar vida própria e pular para fora.

Apenas depois de confirmar que tudo estava sobre controle novamente que ele também se moveu e pegou sua comida porque não tinha comido nada o dia todo, seu foco em cuidar de Jeongguk o fez esquecer que também tinha que cuidar de si mesmo.

Taehyung achou que passariam aquele momento em silencio, mas logo em seguida Jeongguk quebrou as suas esperanças de calmaria ao falar:

— Eu descobri algo interessante... — começou, Taehyung não se deu ao trabalho de encara-lo, mas acenou mostrando que estava prestando atenção.

— O que? — perguntou antes de colocar um pouco da comida na boca.

— Nesse período é normal sentir a libido aumentar, então deve ser por isso que eu ‘tô sentindo um negócio- — Taehyung se engasgou loucamente, por um instante ele achou que colocaria toda a comida para fora quando começou a tossir, Jeongguk se aproximou preocupado batendo nas suas costas para ajudar. — Você está bem, hyung?

Quando Taehyung lhe encarou, seu rosto estava vermelho e seus olhos lacrimejando, ele massageava o próprio peito tentando se recuperar, mas ainda assim olhava completamente indignado para Jeongguk.

— Por que diabos você fica dando essas informações que ninguém pediu?! — Jeongguk arqueou as sobrancelhas parecendo perdido com sua reação.

— Waw?! Eu só achei interessante e queria que você soubesse também.

— Mas eu não quero saber! — exclamou desesperadamente, Jeongguk apertou os lábios reprimindo a risada.

— Você está bravo, hyung?

— Não estou! — seu tom de voz era mais de desespero do que de que raiva, e seu nervosismo se confirmou quando ele deixou a comida de lado e se levantou todo desengonçado e apontou inquieto para a cozinha — E-eu vou trazer bebidas.

Quando ele saiu da sala todo atrapalhado, Jeongguk o acompanhou com os olhos até ele sumir de vista, então voltou-se para a comida com um sorriso traquinas nos lábios e uma expressão de alguém que tinha conseguido exatamente o que queria.   

🏀💄

Minho esperava 'Jungha' as 10h em frente a quadra, ele usava a bermuda branca com listra vermelha do time e uma camisa preta, nos pés um tênis branco, nas costas carregava sua mochila. Quando Jeongguk chegou ao lugar marcado, o garoto estava encostado com um dos pés apoiadas no pilar atrás de si e mexia no celular. Jeongguk soltou um suspiro.

Seria difícil agir normalmente perto do garoto depois de saber o que ele sentia por si, não achou que trocar uns beijinhos com Minho lhe traria dor de cabeça. Normalmente quem não entendia muito bem suas condições eram as garotas, elas eram bem perseverantes e mesmo Jeongguk tendo a fama que tinha, algumas ousavam nutrir sentimentos por si, os garotos eram mais convencidos, lidavam bem quando ele dizia que não passaria de um relacionamento casual, a maioria até mesmo concordava com aqueles termos.

Então era justificável na sua cabeça que estivesse tão surpreso, os garotos eram orgulhosos, eles eram presunçosos e nunca correriam atrás de alguém, principalmente alguém como Jeongguk, que o risco de lhe dar um fora era três vezes maior, eles nunca arriscariam ter o ego esmagado pelas palavras rudes do Jeon. Minho era uma grande exceção, ele estava decidido a admitir e Jeongguk provavelmente estivesse com um pé atrás. Mulheres conseguiam serem muito mais corajosas do que os homens quando se tratava de correr atrás do que queriam, Jeongguk não evitou pensar.

Minho era um garoto bonito, Jeongguk não podia negar aquele fato, foi um dos motivos do porquê ter finalmente começado a retribuir os flertes, até o momento que pararam aos beijos no vestiário. Isso não queria dizer que iria retribuir também seus sentimentos e provavelmente Minho já soubesse disso e estivesse conformado com esse fato, o que era bom.

Quando Minho notou sua aproximação, sorriu simpaticamente e se afastou do pilar agarrando a alça da mochila.

— Estou muito atrasada? — indagou retribuindo o sorriso.

— O treinador está checando as bolas e o resto do time está trocando de roupa, você chegou em um momento perfeito pra falar com ele.

Jeongguk deixou que Minho andasse na frente e quando entraram na quadra, Jeongguk franziu o cenho ao encontrar treinador Kang com um olho aberto e outro fechado tentando enxergar alguma coisa dentro de seu apito verde. Quando se aproximaram, Jeongguk pôde ouvi-lo resmungar:

"Como essa coisa entupiu? " Jeongguk soltou um riso soprado. Treinador Kang usava tanto aquela coisa que não duvidava que tivesse saliva seca dentro daquilo, era nojento.

Kang Hanchil, Jeongguk acredita que um dia ele tenha sido um homem muito bonito, mas depois de passar por três divórcios, um tempo tratando o alcoolismo e ser expulso do time que treinava, ele tenha se tornado apenas um homem de 55 anos com uma aparência bem acabada. Fora um milagre ele conseguir aquele emprego para treinar o time da faculdade, suas qualificações eram ótimas, mas seu passado o condenava.

Apesar de tudo, ele era um ótimo treinador, todos o respeitavam muito e era inegável sua preferência por Jeongguk, ele sempre dizia que o garoto possuía um futuro brilhante nas quadras se assim quisesse.

­­— Treinador. — Minho chamou, Kang levantou a cabeça e quando notou 'Jungha' atrás do garoto de seu time fechou a cara no mesmo instante.

— O que eu já disse sobre trazer garotas para a quadra, Choi? — ralhou o mais velho, Minho se curvou em respeito e deu um sorrisinho se desculpando. — Não quero distração, vocês já estão passando vergonha sem precisar da ajuda de ninguém.

— Treinador, essa é Jungha. Ela é prima do Jeongguk. — avisou, só então a expressão do treinador mudou, seus olhos antes irritados, ficaram surpresos então foram para a garota que esperava tudo com as mãos juntas atrás do corpo em uma posição inocente. — Ela quer falar com o senhor.

— Veio falar quando ele vai voltar? — perguntou direto. 'Jungha' deu um sorrisinho doce antes de balançar a cabeça. — Então o que veio fazer aqui?

Jungha abriu um sorriso de canto, aquele sorriso que Jeongguk sabia que desmontaria qualquer barreira do treinador com seu jeitinho meigo.

— Jeongguk o admira muito, sabe treinador? — Kang assentiu presunçoso, curioso demais para saber o que aquela garota queria consigo — E eu realmente queria conhecer o senhor, eu gosto muito de basquete e ele diz tanto sobre o quanto o senhor é um bom treinador que eu tive que fazer essa tentativa.

Treinador Kang lhe encarou estranho de cima a baixo como se não acreditasse em uma única palavra que saísse de sua boca, embora ‘Jungha’ parecesse sincera demais lhe encarando com olhos brilhantes e grandes, um sorriso gentil, mas que escondia certa maldade, uma mistura de quem estava ali para uma missão.

— Você? Gosta de basquete? — perguntou com desconfiança, atualmente era comum que garotas se interessassem por esportes majoritariamente masculinos, mas Kang era um homem das antigas e com um pouco de machismo enraizado, então não foi surpresa para ‘Jungha’ quando ele deu risada, ela não o acompanhou, mas deixou que um sorriso passivo aparecesse.  

— Como você acha que o Jeongguk se interessou tanto por basquete? É coisa de família, não tem ninguém na família Jeon que não seja obcecado — uma grande baboseira, apenas Jeongguk e seu pai gostavam do esporte, Junghyun gostava mais de futebol e sua mãe odiava todos os esportes igualmente.

King não parecia muito convencido, mas ainda assim decidiu perguntar.

— E o que você quer aqui? — Jungha sorriu ainda mais, umedeceu os lábios como se estivesse se preparando para o discurso de sua vida.

— Eu sei que é impossível que eu faça parte do time, mas eu queria participar de alguma forma, eu posso ser bem util. Jeongguk falou que o senhor está sobrecarregado e ainda precisa lidar com coisas fúteis, eu posso lidar com elas, eu cheguei agora na cidade e estou procurando um emprego de meio período, só estou juntando o útil ao agradável.

— E o que você faria aqui? Entende que você é uma mulher que ficaria no meio de homens o tempo todo? Não acha que seria inconveniente? — ‘Jungha’ reprimiu a vontade de revirar os olhos — Eu preciso mesmo de um assistente, mas uma garota já é demais, garotas são o tendão de Aquiles desses idiotas, ficam parecendo amebas quando estão diante do sexo oposto. Você seria uma distração recorrente, sem falar que eu não tolero namorico por aqui.

‘Jungha’ exagerou na expressão surpresa e na afobação em negar.

— Oh, não treinador. Isso não será um problema. — Kang franziu a testa confuso.

— Como não?

‘Jungha’ pigarreou falsamente e deu dois passos tímidos na direção do mais velho para sussurrar:

— Eu não gosto de homens.

Treinador Kang franziu a testa parecendo tentar entender o que aquilo significava, ‘Jungha’ esperou pacientemente até o momento que ele arregalou os olhos perplexo.

— Oh! Então voc... — murmurou incerto, ‘Jungha’ apenas assentiu com um sorriso ladino e inocente, ele pigarreou desconfortável e preferiu não encara-la quando ditou — Isso não muda nada, você ainda é uma mulher, e aqueles idiotas ainda são uns abutres.

‘Jungha’ soltou os ombros desanimada, massageou o vinco entre as sobrancelhas não acreditando que diria aquilo, mas estava sendo movida por puro desespero então deixou de lado o orgulho e falou tentando reprimir o gosto amargo na ponta da língua.

— Eu posso lidar com as tarefas que o senhor não pode, lavar as toalhas e uniformes, manter os equipamentos limpos e o vestiário... — a cada palavra, seu rosto se contorcia ainda mais até não aguentar mais, Jeongguk estava sentindo um desgosto sem medida —, posso...

Treinador Kang cruzou os braços e apenas ficou lá ouvindo a garota vender seu peixe, tentando convence-lo de qualquer jeito. No final, ele possuía uma expressão de tédio e estava pronto para manda-la desistir e sair de quadra quando o som de tênis se arrastando no piso o interrompeu, os jogadores entravam na quadra em meio a conversas e risos, quando chegaram no centro finalmente notaram a garota conversando com o treinador então se calaram.

— Quem é essa, treinador? — Jinyoung perguntou curioso, Jeongguk forçou um sorriso simpático para todos, mas deu uma tremida no canto da boca de um jeito estranho quando fez contato visual com Haegun.

O treinador suspirou cansado, não queria ter lidar com isso então deu de ombros com desdém.

— Não importa. Onde vocês estavam, seus pequenos frangos abatidos? Estão atrasados.

— O uniforme de treino está na lavanderia, tivemos que ir atrás do outro — Raewoo explicou, Jeongguk olhou para todos os garotos, até mesmo Minho usava o uniforme de usar em partidas, os de treinos eram completamente vermelhos, com alguns pequenos detalhes em branco. Provavelmente lembraram de última hora que precisavam lava-los e agora estavam sem eles para treinar.

Jeongguk sorriu ladino, cruzou os braços e olhou para o treinador com uma cara que dizia “tem certeza que não quer ajuda?”, mas o treinador a ignorou irredutível. O treinador bufou irritado, mas não sabia exatamente porquê.

— Da próxima vez prestem mais atenção, eu não posso ficar lembrando vocês o tempo todo que precisam lavar os uniformes, já são bem grandinhos.

— Ou o senhor poderia encontrar um assistente pra fazer essas coisas... — Minho murmurou com quem não queria nada, ‘Jungha’ olhou para ele com um sorriso mínimo e recebeu uma piscadela discreta em resposta.

O treinador estreitou os olhos para ‘Jungha’, pensando seriamente no assunto, ‘Jungha’ não ousava fazer comentário algum, temendo que atrapalhasse o julgamento dele. E novamente, antes que recebesse uma resposta, outra interrupção aconteceu, Jeongguk bufou irritado.

— Vem cá, você não é a garota do vídeo? — um dos reservas perguntou curioso.

Todos olharam para ‘Jungha’, ‘Jungha’ olhou em volta pensando que falavam com outra pessoa, depois para si mesma totalmente confusa. Perdida apontou para o próprio peito.

— Eu?

— Com certeza é você, não dá pra ver muito bem o rosto no vídeo, mas tenho certeza que é ela — o garoto falava com tanta convicção que mesmo que Jeongguk não soubesse do que diabos ele falava, ainda assim sentia vontade de concordar.

— Que vídeo é esse? — Haegun perguntou todo rabugento, mas fez a pergunta que Jeongguk queria fazer, então ele engoliu a raiva por um segundo.

O garoto não demorou em pegar o celular e colocar o tal vídeo, em volta dele um grupo de meninos se formou, todos curiosos, ‘Jungha’  ficou ao lado do treinador, os dois olhando para o grupo com uma obvia cara de quem não estavam entendendo nada, até mesmo cruzaram os braços ao mesmo tempo e fecharam a cara em uma expressão analítica. Enquanto isso, os garotos assistiam ao vídeo completamente chocados, olhavam vez ou outra para Jungha apenas para confirmar se era ela mesmo e o verídico final foi que não poderia ser outra pessoa.   

 — Só um pergunta! — Jungha gritou de repente fazendo os garotos tirarem os olhos do celular para lhe encarar, ela tinha uma expressão séria e a pergunta a seguir fosse muito importante — Eu estou nua no vídeo?

— O que? — todos exclamaram ao mesmo tempo, inclusive o treinador ao seu  lado que já estava de cabelo em pé de tanto estresse e agora dá de cara com mais um, de 1,60 e boca esperta. ‘Jungha’ não entendeu nada.

— Waw? É uma pergunta pertinente, se a mulher do vídeo estiver nua, não sou eu. — “ou eu acho que não” Jeongguk ponderou “não tirei nem foto nesse corpo, quem dirá vídeo, porra”.

— É claro que não está! Qual é o seu problema? — o reserva exclamou chocado, ‘Jungha’ revirou os olhos, marchou até o grupo e se enfiou entre os corpos extremamente altos, tirou o celular da mão do garoto para dar uma olhada porque ninguém tomava a iniciativa de mostrar a ela que diabos de vídeo era esse.

— Eu sei exatamente qual é o meu problema, quero saber qual é o de vocês fazendo todo esse alarde porque uma garota está jogando basquete. — falou depois de assistir ao vídeo, alguém tinha gravado ‘Jungha’ jogando com seus amigos no parque, felizmente o vídeo acaba antes da humilhação que foi ser atingida por Hongseok.

— O que? — dessa vez foi o treinador quem andou até eles, tirou o celular das mãos de ‘Jungha’ e assistiu ao vídeo, depois a olhou e havia algo diferente, Jeongguk não sabia o que, mas com certeza havia. — Então você não mentiu?

‘Jungha’ riu.

— Eu nunca minto, treinador. Sou a pessoa mais sincera do mundo. — falou com divertimento, então apontou para Haegun e Raewoo — Esses bonitinhos aqui podem confirmar.

Com uma sincronização incrível, eles se olharam, cruzaram os braços e olharam para ‘Jungha’ com ódio. Foi adorável de assistir aos olhos de Jeongguk, pareciam gêmeos siameses.

 Provavelmente treinador Kang tinha uma única preocupação e ela tinha acabado de ser destruída, ‘Jungha’ não tinha mentido ao dizer que gostava de basquete e provavelmente não mentiu nas outras coisas também, ela não parecia do tipo que fingiria algo para conseguir algo ali — embora fosse exatamente esse o objetivo dela —, o parentesco com Jeongguk também era algo a se considerar, ele tinha um apreço pelo garoto um tanto quanto especial.

Quando ele abaixou a cabeça e respirou fundo, Jeongguk sorriu porque já sabia que tinha conseguido o que queria. A confirmação veio depois de um aceno.

— Tudo bem, Jungha vai ser minha assistente temporária, até o primeiro jogo da temporada. — ‘Jungha’ mal esperou ele terminar de falar para começar a comemorar — Mas já aviso que o salario é baixo, é coisa pouca.

— Sem problemas, treinador! — respondeu sorridente.

— E quanto a vocês — apontou para seus jogadores —, agora vai ter uma moça no meio de vocês, não ajam como animais, pelo menos finjam que sabem agir de maneira civilizada, se ela chegar pra mim com reclamações, eu castro vocês.

Minho mandou um joinha para ‘Jungha’ quando ela lhe olhou, as reações da equipe foi diversas, alguns aceitaram com um dar de ombros indiferente, outros ficaram felizes de não precisarem mais lavar seus próprios uniformes, e haviam os que não gostaram muito da ideia, e eles eram Haegun e Raewoo, ‘Jungha’ teve que fingir surpresa quando Haegun extravasou seu desgosto sem hesitação.

— Treinador, isso não está certo! — ralhou irritado, o treinador arqueou as sobrancelhas curioso do porque não estar certo — Ela é uma garota, aqui não é lugar pra ela. Isso não é obvio?

Treinador Kang cruzou os braços pensativo, franzindo o cenho parecendo confuso.

— E qual seria o lugar pra ela? — perguntou, Haegun não respondeu, porque covardes nunca respondiam diretamente assim, ‘Jungha’ soprou um riso — Eu fiquei preocupado sim em deixar uma menina aqui cuidando de tudo, mas se ela está aqui se oferecendo, devo entender que ela saberá lidar com vocês, idiotas, e colocar todos em seus lugares. Ou estou errado em confiar que você vai dar conta, Jungha?

‘Jungha’ estufou o peito confiante.

— Estou disposta a tudo, treinador.

O treinador sorriu disfarçadamente, ele nunca sorria, parecia sempre estressado e a um passo de mandar todos a merda — não que ele já não fizesse isso normalmente —, mas Jeongguk viu ali uma sombra passageira e quase invisível de sorriso.

— Ótimo, já tenho sua primeira tarefa. — falou, então voltou-se para seus jogadores berrando — Enquanto eu mostro tudo pra ela, vocês, suas lesmas lânguidas, vão se aquecer.

Treinador saiu andando e ‘Jungha’ entendeu que devia ir atrás, quando passou por Haegun, não conseguiu reprimir a tempo seu espirito de quinta série e mostrou a língua tal qual uma criança atentada. Haegun não reagiu, ele não podia reagir, mas suas orelhas vermelhas e as veias saltadas do pescoço pulsando como loucas foi o suficiente para divertir Jeongguk pelo resto do dia.

🏀💄

Jeongguk encontrou Taehyung sentado na grama, embaixo de uma árvore na frente do prédio de economia, seu curso. Ele ficou um tempo parado a distância apenas observando seu hyung vasculhar sua mochila e tirar de lá segundos depois um livro, seu caderno e uma caneta.

Desde a conversa com Jisung, Jeongguk vem tendo aqueles pensamentos recorrentes e estranhos todas as vezes que olhava para o amigo. Quando estava sozinho, se perdia em pensamentos, lembrando-se de toda sua infância com o mais velho, de toda a relação que criara com ele, de tudo que faziam juntos e como agiam. Quando estava com Taehyung, as vezes ele se desconcentrava e quando voltava a si, estava encarando descaradamente o rosto esculpido do amigo.

Mas então Jeongguk percebeu que aquilo não era da noite para o dia, ele sempre se perdia quando estava com Taehyung, sempre se pegava observando os traços bonitos do Kim quando ele não estava olhando. Fora sempre assim, ele apenas tomou conhecimento disso agora.

Como naquele momento, ele com certeza não percebera que encarava descaradamente a ponta da caneta sendo mordida pelas pontinhas dos dentes por Taehyung, não percebera que mordia o lábio inferior e respirava pesadamente. Ele não notou o quanto queria estar no lugar daquele objeto inanimado.

Jeongguk, assim como Taehyung, nunca percebia nada.

Taehyung estava como todos os dias, usava uma calça jeans preta, o tênis preto, uma camisa listrada por baixo de uma jaqueta jeans, os cabelos cheios e castanhos balançavam sempre que o vento batia e ele possuía uma expressão tranquila no rosto. Ele ficava lindo quando não estava pensando em nada, era o momento preferido de apreciação para Jeongguk.

Quando Jeongguk finalmente percebeu que estava há vários minutos daquele jeito e possuía um sorriso bobo nos lábios, pigarreou, passou as mãos na roupa então nos cabelos soltos, olhou em volta apenas para checar se ninguém tinha presenciado aquela cena patética, e foi de encontro ao seu hyung depois de um respiro fundo.

Taehyung notou sua aproximação antes mesmo que ele chegasse perto demais, levantou os olhos do seu livro e encarou a 'garota' curioso.

— E aí? Como foi lá? — nem esperou Jeongguk se sentar para perguntar, entretanto, Jeongguk apenas respondeu depois de se sentar ao seu lado.

— É claro que deu certo. Você ainda não aprendeu que eu posso tudo, hyung? — se gabou, Taehyung revirou os olhos. — Posso ser o que você quiser; uma garota super legal, um garoto super gostoso, um jogador super habilidoso, uma menininha inocente... faça a sua pedida.

— Eu adoraria que você se tornasse uma planta. — murmurou calmamente, seus olhos indo para seu livro novamente com tranquilidade. — Assim você não falaria besteiras, não causaria problemas e eu teria uma única preocupação, te regar e te manter vivo. Meu psicológico ia ser tão saudável. Ai ai, que sonho.

Jeongguk fez uma careta de descontentamento.

— E privar o mundo da minha maravilhosa presença? Não seja egoísta, hyung. — respondeu a provocação. Taehyung voltou a lhe encarar e quando viu o sorriso de dentes proeminentes da garota, o sorriso inconfundível que ele crescera vendo, ele soltou um riso soprado.

— Não me chame de hyung enquanto estivermos no meio de outras pessoas, elas podem estranhar. — mandou, Jeongguk deu risada, apoiou o braço no ombro do mais velho e murmurou:

— Devo te chamar como? Oppa? — Jeongguk possuía um sorriso travesso nos lábios, já Taehyung se sentiu um pouco aéreo quando percebeu que a 'garota' tinha se aproximado um pouco mais para lhe tirar dos eixos.

Balançou a cabeça e desviou o olhar para longe, ignorando a respiração que batia no seu pescoço.

— S-só tenha cuidado com o que fala. — murmurou, com raiva por ter gaguejado. Felizmente, Jeongguk não pareceu perceber porque continuou sorrindo arteiro.

— Eu sempre tenho, hyung. Fique tranquilo. — como se quisesse provar o seu ponto, Taehyung sentiu a 'garota' se mover novamente, Jeongguk tinha se aproximado um pouco mais e agora tinha os lábios quase tocando a orelha alheia. — Oppa!

O impacto foi tão grande por ouvir aquelas palavras que Taehyung se virou rapidamente, ele só não esperava que o rosto de Jeongguk estivesse tão perto. Quando se virou os narizes se chocaram e assim ficaram, Jeongguk mostrou uma expressão surpresa por milésimos de segundos, logo depois pareceu relaxar, mas Taehyung tinha os olhos arregalados, a postura rígida e a respiração descompensada.

Nenhum dos dois parecia disposto a se afastar, ficaram daquela maneira, se encarando de bem perto, com os narizes tocando, as respirações se misturando e os corações descompensados dentro dos peitos. Taehyung foi o primeiro a desviar o olhar, mas foi apenas para leva-los para os lábios entreabertos e cheinhos do amigo. Por um segundo ele se perguntou que gosto eles tinham, se era tão bom beija-lo como já ouviu muito por aí.

Jeongguk possuía uma fama e ela não era atoa, pela primeira vez Taehyung sentiu-se curioso para provar se era verdade ou não.

Tanto Taehyung quanto Jeongguk possuíam uma única certeza, aquela aproximação fora extremamente perigosa e teria acontecido coisa muito pior se o celular do mais velho não tivesse tocado naquele instante. Pigarrearam juntos e se afastaram, pela primeira vez em anos, Jeongguk sentindo o rosto queimar. Taehyung evitou olhar para o lado, pegou o celular e sua expressão se escureceu no exato momento que viu o nome brilhar na tela.

Jeongguk não precisava ser nenhum expert para saber de quem se tratava. Soyeon.

Timing perfeito, baranga. Jeongguk pensou cruzando os braços e com uma expressão azeda no rosto.

Os dois se olharam ao mesmo tempo, pela primeira vez não sabiam o que o outro estava pensando e isso os assustou. Não sabiam o que aconteceria se não fossem interrompidos, iriam se beijar? Ah, Taehyung estava bem convencido que sim, ele só não entendia porque não sentia um mínimo de estranheza em imaginar isso acontecendo.

Embora Taehyung e Jeongguk se olhassem procurando alguma resposta nos olhos do outro, o celular tocava insistentemente e infelizmente não perceberam um terceiro olhar que os observava a distância com o celular no ouvido com a chamada nunca atendida. 

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