Capítulo 42
Quem aí quer capítulo dobrado hoje??? Se vocês disserem muitos siiiiim, eu posto mais um <3
Estava em um sonho gostoso e achei que estava estourando bolhas de mãos dadas com Júlia no sonho mais infantil e ao mesmo tempo mágico que eu tivera até então. Aliás, há quanto tempo que eu também nem sequer sonhava? Era uma boa pergunta.
Contudo, antes que o sonho se desenvolvesse mais, comecei a ouvir várias vozes falando "Montanha! Montanha! Cadê o Montanha?" e minha mente começou a me acusar de que eu talvez não estivesse num sonho.
Talvez estivesse começando a entrar em um pesadelo. Será?
Eu só fui ter certeza quando Júlia fez a maravilha de se desvencilhar dos meus braços e por tabela me empurrar para o chão.
― Como!? Você está aqui ainda? Era para você ter acordado mais cedo e saído! ― Ela passou as mãos pelos cabelos como se estivesse prestes a desabar. O nervosismo dela era palpável.
Ainda muito tranquilo e sem entender o que diabos estava acontecendo, sorri e me espreguicei, mesmo no chão.
― Eu até acordei, mas você estava dormindo tão lindamente que eu não quis te acordar e voltei a dormir... ― Júlia começou a andar em círculos pelo quarto. Estava realmente sem entender nada até que ela começasse a falar:
― Estão te procurando!
― Alguém viu ele? Eu bebi um pouco... Não tenho certeza se ele saiu no início da noite, no meio dela ou agora pouco... ― Ouvi Wanderleia choramingar próximo do elevador para alguém. E esse alguém pelo visto era o meu treinador que havia aparentemente acordado aquela hora por conta da maritaca aguda da professora que não parava de falar e choramingar. Dessa vez, realmente assustado com a bosta que eu tinha feito, me levantei do chão e comecei a tentar procurar uma rota de fuga.
Nunca precisei fugir. Até porque nunca tinha pego uma mulher casada, mas estava começando a perceber que aparentemente eu precisaria fazer isso naquele exato segundo. Eu estava ferrado por causa daquela mulher maritaca.
― Você nem sabe se ele saiu para correr ou qualquer coisa do tipo? Faz quanto tempo que percebeu a ausência dele? ― Perguntou Marcelão bocejando, aparentemente tendo sido acordado às pressas para saber onde eu tinha me metido, qual era o meu paradeiro. Provavelmente por constrangimento, Wanderleia demorou para responder.
― Uns vinte minutos mais ou menos. ― Marcelão pareceu fazer algum som que se assemelhava a bufar. Podia já imaginar ele revirando os olhos se estivesse vendo a cena e não ouvindo.
― Jorge, liga para o celular dele e tenta vê com os outros se acham ele aqui nas redondezas do hotel. Ele pode estar correndo. ― Jorge concordou.
Marcelão começou a tentar convencer Wanderleia de que tinha que esperar antes de começar a acordar os outros meninos cedo. Enquanto isso, eu tinha me perdido do que Júlia estava fazendo para tentar salvar a mim.
― Amiga, eu não sei o que fazer... ― Ela estava falando com Tai no telefone. Ela nem sabia também como me tirar do quarto dela sem que Wanderleia percebesse.
Voltei a procurar rotas de fuga.
Olhei para as janelas e fui até a varanda do quarto. Eram varandas pequeninas até por conta do tamanho dos quartos. Olhei para os lados. O tempo estava nublado e havia a vantagem de que a distância de uma varanda para a outra eram dois palmos de mãos estendidos. Dava para em uma pequena pernada eu pular para a varanda do apartamento vizinho. O problema era que eu não sabia de quem eram os apartamentos a direita e a esquerda do de Júlia.
― Você sabe quem está nos quartos ao lado? ― Júlia disse para a amiga que ia desligar e me encarou como se estivesse entendendo meu plano maluco, muito embora fosse provavelmente nossa única rota de fuga.
― Não sei a ordem, mas sei que o Felipão está em um e a Ely no outro. ― Concordei e peguei o telefone dela da mão dela. Júlia franziu o cenho.
― O que você está fazendo? ― Ela disse aparentemente nervosa.
― Tentando me safar. Aquela mulher logo vai convencer o treinador de abrir todos os quartos a minha procura. ― Revirei os olhos. E põe chatice naquela mulher. Ela poderia tentar me esquecer um pouquinho para variar. Meu Deus do céu. Mel era menos grudado do que aquela louca.
― Alô? ― Disse Felipão sonolento do outro lado da linha.
― Você está em qual lado direito ou esquerdo do apartamento da Júlia? ― Felipão ainda parecia estar acordando, provavelmente com uma boa dor de cabeça de ressaca e respondeu com a voz arrastada:
― Acho que direito, mas não tenho certeza...
― Ok. Sai para a sua varanda.
― Montanha, porque você está...
― Sai para a sua varanda logo, caramba! ― Gritei fazendo Felipão bufar do outro lado, levemente irritado com a minha grosseria já de manhã cedo.
Ele demorou para sair, estava com um roupão azul marinho amarrado no corpo e bocejando. O cabelo escuro estava completamente bagunçado. Ele realmente tinha apagado de noite.
― Tudo bem. Vou acordar os meninos para saber se ele dormiu com algum deles ou se realmente saiu para se exercitar. Satisfeita? ― Ouvi Marcelão falar depois de não aguentar mais a maritaca que continuava martelando na cabeça dele de que tinha que me achar logo, até para descobrir se eu estava vivo.
― Sim! ― Ouvi Wanderleia bradar em grande euforia ao perceber que tinha conseguido finalmente convencer o treinador. Júlia me encarou com perplexidade. Eu tinha que agir logo. Do contrário, nós dois sairíamos daquela um pouco ferrados.
― Me passa o cartão magnético que é chave mestra para cá, Edson. ― Ele disse falando com outra pessoa e mostrando estar bem contrariado com aquela decisão.
Eu já comecei a pensar nas coisas com o pensamento mais acelerado impossível. Se ele estava próximo do elevador, como eu estava, o primeiro quarto seria realmente o de Felipão.
― O que você... ? ― Perguntou Felipão franzindo o cenho e depois arregalando os olhos assustado. Ele começou a dar alguns passos para trás já prevendo o que eu ia fazer. Não dei tempo dele pensar muito. Pisei na bancada da varanda e simplesmente pulei para dentro da bancada da varanda do quarto dele.
É incrível como algumas coisas acontecem no timing exato para que fique não somente engraçado. Eu consegui a destreza de pular no Felipão na hora que Marcelão abriu a porta e foi maravilhoso quando ele pegou nós dois, eu em cima de Felipão, juntos, na varanda do quarto de hotel de Felipão.
Mais cômico impossível.
Felipão tentou sair de baixo de mim, se desvencilhando correndo e se colocando a distância de mim como se agora tivesse descobrido que eu tinha tendências homossexuais. Marcelão entrou no quarto de boca aberta e começou a vociferar:
― Vocês estavam juntos? ― Felipão tentou falar mais desconcertado impossível.
― Eu tenho namorada! Não é o que você está pensando, treinador! ― O treinador riu.
― Mas quem diria! Nunca imaginaria que vocês dois são Bi...― E Felipão ainda não tinha percebido pela risadinha do treinador que ele estava brincando e zoando com a nossa cara. Provavelmente ele já tinha entendido tudo, já que era muito esperto.
― Treinador! Foi o Montanha que...
― Réu confessa! Ataquei o Felipão mesmo! Olha como ele é um gato de roupão de manhã, que acha treinador? ― E o treinador riu e eu acabei gargalhando com Felipão tentando consertar as coisas nas quais eu tinha o enfiado, mas que ele não tinha nenhuma culpa, para falar a verdade.
― Montanha! Eu já disse que...
― Vem cá para eu te dar uns beijinhos! ― Brinquei e fingi que ia abraçar Felipão, mas ele deu um pulo veloz para cima da cama e começou a gritar:
― Tira ele do meu quarto, treinador! ― E eu ri.
― Não precisa se preocupar, já estou saindo. ― Pisquei, o que fez Felipão fechar a cara. Não aguentei e gargalhei mais até sair do quarto dele.
Depois eu teria que explicar aquela história toda para ele, mas tudo bem. Talvez essa missão ficasse para a Júlia mesmo, já que eu mal sai do quarto de Felipão e fui arrastado por Wanderleia para conversar.
Eu estava de saco cheio.
― Vamos, você precisa se arrumar, temos uma entrevista. ― Eu já disse que essa mulher era um saco? Pois precisava dizer de novo.
Eu ainda explodiria com ela até o fim do dia.
― Eu já te falei para não marcar entrevistas sem antes me perguntar. ― Vociferei entredentes.
― Eles insistiram. ― Ela disse fingindo um muxoxo. ― Eu não consegui dizer não quando insistiram querendo que falássemos um pouco mais sobre o bebê. ― Bufei.
― Ta. Vou me trocar e desço em 15 minutos, okay? ― Ela fez menção de entrar no quarto comigo e eu a barrei na porta. ― Quero ficar sozinho. Não sei se você se lembra, talvez não porque estava bêbada ontem, mas eu te disse para arrumar um hotel para ficar hoje ou, se quiser, eu te compro uma passagem para voltar para o Brasil. É o máximo que posso fazer por você, Marcelão foi bem categórico em te dizer que não era para você vir para não atrapalhar o nosso rendimento, lembra? E você já me atrapalhou, porque embora eu estava levando você e o bebê nesse teatrinho, você bem sabe que eu não estou com você, eu só me preocupo no máximo com o bebê que pode ser meu. Lembra disso?
Wanderleia me encarou com os olhos esfumados de raiva. Trincando os dentes como se estivesse se segurando, ela assentiu.
― Eu já entendi. Estarei te esperando lá embaixo. ― Foi o que ela se limitou a dizer segurando toda a raiva e explosão que pudesse ter dentro dela.
Bufei me sentindo muito cansado, como se eu tivesse envelhecido uns cem anos. Tudo seria tão mais fácil se Wanderleia não tivesse aparecido na história... Agora eu poderia até mesmo virar a mídia, mesmo que precisasse explicar a minha rixa com Rui...
Tudo bem, contanto que eles passassem a entender que Júlia não era a errada da história e poderia ficar comigo sem problemas, eu faria até mesmo esse pequeno desagrado de contar a história do nosso passado assombrado, muito embora fosse melhor que ele ficasse enterrado para sempre.
Mas Wanderleia tinha entrado na parada. E um possível bebê também. E isso sim me ferrava bonito.
Isso sim complicava tudo em proporções que eu sequer queria pensar a respeito.
Muito embora uma hora ou outra eu tivesse que resolver tudo isso.
Antes que fosse tarde demais.
Oi Oi gente!
Então... Eu achei que esse capítulo seria um capítulo engraçado, mas nem foi tanto kkkk
Preciso treinar as minhas graças em fazer comédia rsrs...
O que posso falar é que se vocês estiverem a fim de um capítulo a mais ainda hoje, para apertarem os cintos porque o próximo capítulo já é de causar raiva... Porque é óbvio que Wanderleia na parada está querendo alcançar o posto de ódio número um e ultrapassar Rui saushuas
Tenho a leve impressão de que no próximo capítulo será exatamente o que ela vai causar em vocês...
E estamos em contagem final... Vou confirmar ainda para vocês, mas aparentemente temos agora apenas 10 capítulos até o fim... Sim, quando as coisas começarem a se desenrolar, será ladeira abaixo... Mas calma que tudo será resolvido, não fiquem afoitas haha...
Provavelmente teremos maratona na primeira semana de setembro para fechar o livro, mas não vou confirmar nada ainda, porque ainda não organizei como serão as próximas postagens de capítulo...
Enfim, se gostaram desse capítulo, peço encarecidamente que não esqueçam das estrelinhas e comentários <3
Bjinhoos
Diulia.
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